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segunda-feira, 31 de março de 2014

A Vida em sua Manifestação é Inteligente em todos os seus Momentos de Ser

José Sola

Alguns confrades palestrando, ou através da escrita, nos informam de que nós somos eternos, tivemos um começo, mas não teremos um fim, o que não concerne com a realidade, pois se algo teve um começo não é eterno, embora esteja fadado a eternidade.

Eterno é Deus, eterno é o universo, pois preexistem desde a eternidade e para a eternidade, embora alguns confrades pretendam afirmar que Deus criou o universo, esta Criação fica inexplicável; pois onde se demorava Deus antes de Criar o universo? No nada? 

Mas o nada é inconcebível, e mais para imaginar que Deus Criou o universo a partir de um “momento da eternidade”, e esta eternidade ainda não existia, Ele teria que haver se retraído na manifestação de seus atributos divinos, de sua essência, seu pensamento em forma de Lei, em outras palavras, se omitido de manifestar sua inteligência e seu amor, e esta premissa foge a lógica.

Nós que somos vidas de Sua Vida, pois conforme Allan Kardec, nós somos centelhas divinas do Criador, não temos como deixar de pensar, pois nos diversos exercícios que temos vivido na tentativa de não pensar, quando equivocadamente pensamos haver alcançado êxito, estamos pensando em não pensar.

O pensamento é vida, se nos fosse possível parar de pensar estaríamos mantando o espirito, se nós que somos a semelhança virtual de Deus não podemos parar de pensar, pois redundaria em morte do principio inteligente, isto é, o espirito deixaria de ser, de existir, a logica nos diz de que se Deus houvesse numa eternidade que antecede a da Criação do universo, - e a palavra eternidade não tem adequação neste raciocínio, pois esta não existia - deixado de manifestar Seus atributos divinos, teria se pulverizado, não existiria o universo e tampouco a vida.

De maneira lógica e racional, não temos como conceber Deus sem universo, e tampouco o Universo sem Deus, em o livro A Gênese. Allan Kardec nos apresenta uma analogia de Deus e o universo, e o espirito e o corpo físico, quando nos informa que o universo esta para Deus, assim como nosso corpo esta para o nosso espirito, nosso espirito esta no todo de nosso corpo, é o espirito a vida inteligente que anima nosso corpo de matéria, Deus esta no infinito do universo, É o principio inteligente, É a fonte da vida, Ele é a vida do mesmo. 

A concepção que temos de eternidade e de infinito é vaga, indefinida, imprecisa, precisamente por nos demorarmos num relativo, e embora aceitemos que Deus é eterno, que o universo é infinito, simplesmente o aceitamos, e o afirmamos mesmo em palestras ou escritos, mas falta-nos a convicção desta realidade divina, tanto é assim, que temos confrades que se aliaram a ciência, apoiando a teoria de Big Bang, isto é a criação do universo, em um determinado momento da “eternidade”.

E isto nos sucede por acreditarmos em um Deus que esta externo ao universo, um Deus que existia na eternidade, mas que ainda não se havia percebido de que Ele é a fonte de vida do mesmo, e quando se deu conta desta realidade divina,- conforme nosso entendimento, - buscou no nada os elementos todos que constituem a vida do universo, e o Criou. 

Nós temos informado de que o nada é inconcebível, entretanto esta afirmação se não extrapolada não se justifica, não passa de uma afirmativa, então estaremos a apresentar argumentos que embora não possamos provar de forma peremptória por não podermos realizar esta façanha, mas estaremos solidificados pela lógica e a racionalidade.

Se nos fosse possível, realizar uma viagem no espaço, e partíssemos da terra numa direção qualquer, a uma velocidade bilhões de vezes maior que a velocidade da luz, viajássemos trilhões de anos luz, e parássemos um pouco para uma pausa, estaríamos apenas num ponto do universo, mas vamos ampliar a velocidade de nossa viagem infinitas vezes a da velocidade luz, viajemos na eternidade, e continuaremos apenas em um ponto do mesmo, e assim sucessiva e eternamente.

Isto nos diz de que o infinito é ilimitado; então onde haveria espaço para o nada, se ele existisse?

Alguns astrônomos e astrofísicos entendem que o universo é finito, mas concordam existam infinitos universos, isto por entenderem que uma galáxia seja um universo, mas concordando com esses cientistas, informamos que as galáxias são conjuntos menores contidos em um conjunto infinito, então o universo é infinito. 

Mas como nossa intenção não é polemizar, - deixemos as polemicas para quando nos refutarem, se o fizerem - e vamos explicitar melhor esta questão a luz da doutrina espirita, pois nós espiritas afirmamos categoricamente que Deus é infinito, e sendo infinita a fonte de vida do universo, como seria possível, conter o infinito no finito, com certeza este finito estaria a limitar-lhe as ações, em analogia seria o mesmo que colocar a terra, com todo o principio inteligente que nela se manifesta em uma casca de nós.

Importa-nos entender, que Deus é a vida do universo, e que em momento algum na eternidade, a fonte originaria da vida, deixou de manifestar a mesma, que Deus não cria conforme a concepção ortodoxa manipulando com mãos e mente a substância para elaborar um elemento qualquer constituinte da vida, seja este elemento material, energético, ou espiritual, Deus manifesta, ou exterioriza sua vida no universo através de sua vontade, seu pensamento. 

E no intento de corroborar que o universo é eterno quanto Deus, que a Vida do universo, em momento algum da eternidade se deixou quedar inativo, apresentamos a questão 21 de O Livro dos Espíritos vejamos; 

21- A matéria existe desde toda a eternidade, como Deus, ou foi criada por ele num certo momento?

R. – Só Deus o sabe. Há, entretanto, uma coisa que a vossa razão vos deve indicar: é que Deus, modelo de amor e de caridade, jamais esteve inativo. Qualquer que seja a distancia a que possais imaginar o inicio da sua ação, podereis compreendê-lo um segundo na ociosidade?

Extrapolando as palavras do espirito da verdade, na resposta que apresentou a Kardec, observamos que Este nos diz que Deus nunca esteve inativo, e se Ele nunca se demorou inativo, por dedução lógica e racional, temos que concluir que Ele manifestou a vida desde a eternidade, e a manifestara para a eternidade, e esta realidade, iremos detalhar um pouco mais adiante.

Retro afirmamos que Kardec nos apresenta uma analogia informando-nos que nosso corpo esta para nosso espirito, assim como o universo esta para Deus, e nos aproveitamos dessa analogia para acrescentar outra, o plasma sanguíneo esta para o espirito, assim como a substância, Hálito Divino do Criador, ou Fluido Cósmico, esta para Deus.

Vós sois deuses disse nos Jesus, e esta máxima encerra uma lógica e uma beleza indescritível, pois o espirito herda de Deus seus infinitos atributos, dos quais no momento evolutivo em que nos demoramos, temos apenas a concepção de alguns, tais como a inteligência, o amor, o sexo, e a insaciabilidade.

E esta herança divina, esta contida no núcleo da substância, no plasma divino do eterno, pois a substância contem em seu núcleo a centelha divina, que é o principio inteligente que com a maturação da mesma, inicia sua caminhada em busca da individualidade, a partir do reino do minério, e esta centelha divina, conforme Allan Kardec é o principio inteligente que estará em seu processo evolutivo, se “transformando” em espirito.

Mas já temos explicitado em outros textos que além da centelha divina, que é principio inteligente, a substância contem em seu núcleo o elemento que estará se manifestando como matéria e energia, pois a matéria é energia em velocidade, em movimento, em aceleração, e energia é matéria decomposta ou degradada, ou seja, é a mesma substância vivendo momentos diferenciados de ser.

Sendo conforme retro informado, a substância o plasma divino do Criador, e demorando-se Deus no infinito do universo na eternidade, não temos como conceber a Vida do universo retraída em sua manifestação em nenhum segundo da eternidade, pois a substância encerra em seu núcleo a centelha divina, tanto quanto o elemento que em sua mutação é matéria e energia, se a premissa da criação do universo a quinze bilhões de anos, fosse verdadeira, anterior a esse momento não existiria o espirito, não existiria a matéria, e tampouco a energia, pois todos os momentos que presenciamos na vida do universo, é Deus.

É a centelha divina, ou principio inteligente que estará propiciando a evolução da matéria a partir do reino do minério, pois conforme já informado, a matéria também evolui, e embora alguns confrades questionem esta possibilidade, o fazem sem uma argumentação lógica, pois é Kardec quem nos informa desta realidade na questão 22 de “O Livro dos Espíritos” vejamos:

Define-se geralmente a matéria como aquilo que tem extensão, pode impressionar os sentidos e é impenetrável. Essa definição é exata?

R. Do vosso ponto de vista, sim, porque só falais daquilo que conheceis.

Mas a matéria existe em estados que não percebeis. Ela pode ser, por exemplo, tão etérea e sutil que não produza nenhuma impressão nos vossos sentidos: entretanto, será sempre matéria, embora não o seja para vós.

Esta revelação apresentada pelo Espirito da Verdade a Allan Kardec, no ano de 1857, antecipa-se a ciência, pois nesta época a física ainda não havia definido o elétron como a menor partícula da matéria, entretanto, hoje este corpúsculo atomístico já foi mensurado, sabemos por informação da física que o elétron tem o peso atômico de 9,107X10-28 em grama, e 10-13 em diâmetro, e recentemente a física nos informou que o neutrino é cem vezes menor que o átomo, e embora não o hajam dimensionado ainda, nos informam que o quark é a menor partícula da matéria.

Estes corpúsculos atomísticos formam a matéria em outra dimensão, embora não os possamos apreciar, os mesmos foram mensurados, e embora nos pareça impossível, a diminização dessas partículas vão ao infinito, o espaço tempo, ou o infinito, que até alguns anos passados nós imaginávamos fosse o nada, um vazio, hoje sabemos, é composto de partículas que ainda não pudemos mensurar, pois não o fosse, e não haveria campo para que o buraco negro acontecesse.

Um buraco negro acontece, quando uma estrela da categoria A ou B explode, pois devido ser um corpo que possui uma quantidade imensurável de massa, quando cumpre sua finalidade no cenário da vida, explode, mas como já o sabemos a força gravitacional esta em relação ao quadrado da distância da massa, e quando uma estrela dessa categoria explode, também implode, impulsionando a matéria a uma velocidade imensa, e esta rompe o espaço tempo, o que deixa entender que o infinito não é uma abstração, pois se o fosse, o mesmo não apresentaria resistência a matéria em fúria para formar o buraco negro, e isto corrobora a premissa de que o universo é composto de partículas infinitesimais.

E corroborando que a matéria também evolui, alias tudo evolui, lembramos ainda uma mensagem escrita por Santo Agostinho, inserida em o livro “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, no capitulo três, Na casa de meu pai há muitas moradas, com o subtítulo, Progressão dos mundos, uma mensagem de Santo Agostinho que confirma a evolução da matéria vejamos: “Do mesmo passo que os seres viventes progridem moralmente, os planetas por eles habituados avançam materialmente. Quem pudesse seguir um mundo nas suas diversas fases, desde o instante em que se aglomeram os primeiros átomos constituintes, vê-lo-ia percorrer uma escala incessantemente progressiva, mas por graus insensíveis a cada geração, e oferecer aos vossos habitantes, um pouso agradável, a medida que avançam por si mesmos no caminho do progresso. Assim marcha paralelamente o progresso do homem e dos animais, seus auxiliares, o dos vegetais e o da habitação, pois nada permanece estacionado na natureza”.

E fazendo uma retrospecção do passado da terra, verificamos a coerência desta mensagem de Santo Agostinho, pois através da história temos sido informados das condições primitivas de nosso planeta, dos animais, das plantas, e do próprio homem, todos os elementos que constituem a vida de nosso planeta evoluíram, inclusive o próprio planeta, pois nos tempos primevos aconteciam calorias intensas, acompanhadas de resfriamentos bruscos, erupções, etc., em outras palavras a terra se demorava a procura de sua condição apropriada para que a vida nas multiformes modalidades se desenvolvesse. 

Como já informado a substância em seu núcleo trás inserida a centelha divina, e o elemento que mutável, é matéria e energia, a centelha divina, é partícula de Deus, é o principio inteligente que estará iniciando a sua individualidade no reino do minério, maturando as potenciações infinitas, através da evolução anímica, para após bilênios de evolução percorrida, transformar-se no homem (espirito) e continuar sua evolução na eternidade, pois a evolução vai ao infinito, a essência da centelha divina, ou espirito, é indefinível, pois esta, é uma partícula do Criador, para definir a essência do espirito, teríamos que definir a essência de Deus, e isto é impossível, pois o Mesmo se demora absoluto no universo, esta no todo do mesmo, e nós somos apenas um ponto observando outros pontos do universo.

Em analogia estamos contidos em Deus, tanto quanto os peixes, batráquios, e algas marinhas no oceano, não existem condições para que estes elementos definam a imensidão da massa aquática que os envolve - se tivessem raciocínio para isto, - pois embora o oceano seja limitado, os mesmos se demoram localizados em um ponto do mesmo, observando a vida que os rodeia, e o plasma divino do Criador, esta para os seres do universo como a massa aquática esta para os seres do oceano, com a diferença de que o oceano é limitado, e o universo é infinito. 

E a substância também contem inserida em seu núcleo, como já informado, o elemento matéria - energia, essa substância inicia a sua maturação, (evolução) na condição de matéria solida, como retro informado, e é a centelha divina do Criador, o principio inteligente em busca da individualidade, que propicia a evolução da matéria, mas não podemos nos esquecer que todo corpo de matéria contém um principio psíquico inteligente, revestido de um corpo energético, pois é o corpo energético que reveste o psiquismo, propiciando que as células se agrupem e formem o corpo de matéria. 

Este principio psíquico difere da centelha divina, que como já vimos é um partícula de Deus, pois a centelha divina, trás em seu núcleo as potenciações infinitas de Deus, como um eterno vir a ser, e Jesus o confirmou quando nos disse vós sois deuses, em outras palavras, este principio inteligente se individualiza, desenvolve suas potenciações, tem iniciativa própria, a possibilidade de procriar, e embora se demore eternamente ligado a fonte de origem que é Deus, conservara na eternidade seu livre arbítrio, atributo que lhe permitira escolher os meios de sua ascensão na eternidade.

O principio psíquico inteligente que se manifesta no todo do universo como causa de todos os fenômenos materiais, é a manifestação de Deus na vida, é o Criador insuflando o universo infinito com sua vida, assim como nosso espirito atua em nosso corpo físico animando-o com sua vida inteligente, Deus se manifesta no todo do infinito, nos infinitos momentos evolutivos do mesmo, em simbiose divina com a matéria e com a energia, propiciando que o principio psíquico inteligente esteja presente em toda a parte do universo, atendendo aos infinitos momentos da evolução na eternidade. 

Os nossos órgãos físicos manifestam uma inteligência, lógico não é racional, mas é uma inteligência que os dirige na execução de suas funções, pois nosso espirito não se demora intervindo nas funções exercidas pelos mesmos, ignoramos mesmo, as funções exercidas por nossos órgãos, não nos demoramos a enviar uma ordem ao coração para que este bombeie o sangue irrigando nosso corpo, tampouco necessitamos verificar se nosso organismo se demora escasso de hormônio, quando essa escassez acontece, o próprio organismo envia uma mensagem nervosa ao hipotálamo, este por sua vez a envia a hipófise, esta glândula transforma esta mensagem nervosa em uma mensagem química e envia o mesmo a glândula que vai produzir o hormônio de que o organismo necessita.

E pelo que pudemos analisar, existe um princípio inteligente no funcionamento desses órgãos, e no que concerne ao sistema endócrino existe mesmo uma especividade, pois a hipófise é a glândula mestre, e ao segregar hormônio tireotrófico, este hormônio vai percorrer pelo plasma sanguíneo, vai passar junto a outras glândulas, mas só vai sensibilizar a tireoide, e isto acontece com os demais órgãos, e para que estas funções aconteçam houve da parte do eu inteligente, um processo evolutivo, e uma repetição constante, a ponto de automatizar essas funções, mas sem duvida alguma, o principio psíquico inteligente do Ser Supremo da Vida, esta presente possibilitando ao espirito manifeste, mesmo sem pensar, as funções que se manifestam em nosso organismo. 

Aqui se evidenciam com maior clareza as palavras de Jesus, vós sois deuses, e no que concerne a vida do universo, sucede o mesmo, com a diferença de que nós nos demoramos através dos bilenios maturando nossas potenciações, e automatizando as funções inteligentes de nossos órgãos, e assim será para a eternidade, pois com a evolução do espirito as funções orgânicas vão se modificando, nós nos demoramos no relativo, enquanto que Deus se demora no absoluto, e manifesta Sua vida, num principio de unicidade, que atende os fenômenos que se manifestam na vida nos seus mais variados momentos evolutivos, pois Deus não evolui, Ele é a vida do universo, no absoluto.

Então podemos concluir que a vida psíquica inteligente, é a manifestação de vida do Criador no infinito do universo, e algumas manifestações psíquicas são de curta duração, como por exemplo, os vírus, bactérias, anticorpos, e outros de que ainda não temos noção de sua manifestação, mas que não podemos negar que um principio inteligente neles se manifesta, pois existem alguns vírus, e bactérias que quando combatidos com antibióticos, processam uma mutação, multiplicando sua resistência, os anticorpos se postam em defesa do organismo, e não podemos negar nestes acontecimentos um principio inteligente manifestando-se.

Não temos ainda condições para definir se esse principio psíquico, “morre” quando exterminada a causa infecciosa, se os anticorpos deixam de exercer suas atividades psíquicas quando do momento do fenômeno denominado morte, mas a logica nos leva a crer que não, sofrem uma mutação, pois como já o vimos Deus é absoluto na vida do universo, ao Mesmo nada se subtrai e nada se adiciona.

Mas existem princípios psíquicos que a lógica nos leva a concluir sejam eternos, por exemplo, o psíquico da terra, ou alma da terra como nos informa Kardec, pois já vimos de que todo corpo material, tem um psiquismo, e este psiquismo é revestido de um corpo energético, pois o corpo energético é o elemento plasmático que permite aconteça a adesão das células físicas revestindo o psiquismo ou o espirito.

Conforme informações passadas por Emmanuel e Andre Luiz, Jesus é o arquiteto divino que projetou a terra, e a colocou em orbita ao redor do sol, e não é preciso ser muito lógico ou racional, para que entendamos que a terra não é apenas um corpo ciclópico enorme, constituído de matéria, mas que a mesma como já informado possui um principio psíquico, um principio inteligente revestido de um corpo energético que possibilita a aderência da matéria ao psiquismo.

Não houvesse esse psiquismo inteligente da terra, e a mesma não teria como corresponder as multiformes modalidades de vida que se manifestam no planeta, pois toda a especificidade de vida que conhecemos, trás como causa um principio inteligente, e é a inteligência psíquica da terra, que por lei de afinidade oferece campo para que as vidas variadas que nos rodeiam se manifestem, pois o psiquismo se manifesta através do psiquismo, o espirito através do espirito.

E isto que afirmo nós o podemos corroborar através da mediunidade, pois por mais aflorada seja a mediunidade de um individuo, depois que o espirito do médium se desliga do corpo material, não existe possibilidade de que o mesmo, ou outro espirito qualquer se manifeste através do corpo, o espirito se comunica através do espirito, e isto nos é informado por Andre Luiz em suas obras, através das mãos saudosas de Francisco C. Xavier.

E pelo que podemos deduzir deste raciocínio, é que sendo o psíquico da terra, um principio inteligente qual o é, não estará se dissolvendo quando da desintegração do planeta, o mesmo estará a se desintegrar apenas no que concerne a matéria, mas o psíquico ou alma da terra, continuara a existir evoluindo na eternidade, pois para a elaboração do mesmo, Jesus e seus assessores divinos estiveram desenvolvendo uma seletividade sublime selecionando energias psíquicas que respondessem a infinidade de vidas que se desenvolveu no planeta.

Não temos como e porque acreditar que este principio psíquico se dissolva, pois o mesmo manifesta um mecanismo inteligentíssimo, e mesmo porque conforme retro observado, tudo evolui, a própria matéria (substância) evolui, logicamente que em um período de evolução na eternidade, a substância não volve mais a condição de matéria solida, mas continua evoluindo como energia.

Acreditar que o principio psíquico da terra, ou de outro planeta que responda aos mesmos requisitos que a mesma, se pulverize, é um contra senso, pois sabemos que os espíritos em sua evolução na eternidade, necessitam de habitats, e outros apetrechos para continuarem a sua evolução, perscrutando e analisando os fenômenos infinitos que se manifestam de Deus na vida; qual seria a lógica da vida na eternidade, em destruir um mecanismo inteligente, para elaborar outros? Esta hipótese não responde a lógica, nem tampouco a racionalidade.

Importa aqui lembrar que sendo o espirito eterno, e que Deus manifesta sua vida desde a eternidade e para toda a eternidade, existem espíritos de uma evolução que nos escapa a percepção, e estes espíritos carecem de mundos energéticos, em que a energia constituinte desses mundos seja infinitamente diáfana, rarefeita, sutil, pois só nessas condições essa energia pode corresponder ao espirito, e lembramos de que quanto mais evoluído for o espirito, mais evoluído necessita ser o habitat do mesmo, pois esses espíritos em sua evolução, não tem como atuar na matéria solida. 

A dedução logica nos leva a concluir que estaremos em nossa evolução na eternidade, - muitos de nós - habitando a terra em sua condição de mundo psíquico, assim como estaremos habitando outros mundos psíquicos, pois nos importa entender de que nós somos cidadãos do universo, e o mesmo se manifesta numa unicidade de princípio incontestável, nossa pequenez, nossa visão míope, é que não nos permite perceber da unicidade de principio, em que o mesmo se demora.

Sendo esta matéria, uma matéria de estudo, uma amiga querida me apresentou um questionamento, por sinal muito inteligente, perguntando-me, ”já sabemos de que a centelha divina, se manifesta como um principio inteligente a partir do reino do minério, e quando é que acontece a manifestação da inteligência desse principio inteligente que não estará a maturar-se na eternidade, tendo individualidade, livre arbítrio, e iniciativa própria” ?

E embora já o haja respondido neste texto, resumindo informo que de que a centelha divina já existe em Deus desde a eternidade, e para a eternidade, entretanto como não temos percepção desta realidade, pois a mesma nos escapa a concepção, alguns de nós, principiamos a ter noção da manifestação desse principio inteligente apenas no reino do minério, através da evolução anímica, e digo alguns de nós, pois mesmo no espiritismo temos aqueles que não acreditam nesta possibilidade.

E quanto ao principio psíquico que se manifesta como uma inteligência que reponde a vida, mas não é propriamente uma individualidade, como já o informamos, é a energia do Eterno, a manifestar-se no todo do infinito, respondendo ininterruptamente aos elementos que se manifestam no infinito do universo, em seu momento evolutivo, assim como nosso espirito se demora em simbiose divina, com nosso corpo físico, tanto quanto com nosso períspirito, Deus que é a vida do universo, se manifesta no “corpo” infinito do mesmo, numa simbiose perene, insuflando o mesmo com sua inteligência e seu amor.

E para complementar este tema, lembro que nós espíritos, evoluindo na eternidade, independente do momento evolutivo em que nos demoremos, nos demoraremos mergulhados neste principio divino, eterno, e absoluto, usufruindo desse principio inteligente que nos reserva infinitos ignotos em nossa caminhada eterna.

A vida é Deus absoluto a manifestar-se no infinito do universo, é a perfeição suprema do mesmo.



Sola

sábado, 29 de março de 2014

PALAVRAS, LEVA-AS O VENTO

“ Ò minha amiga, não se preocupe!
O que eles querem é palmadinhas nas costas.”
Comentário de um leitor habitual, do Forum Espírita.

Margarida Azevedo
O que se fala, dentro do Espiritismo, é obra. O chorrilho de encontros sobre temas no eterno retorno do mesmo, do tipopescadinha de rabo na boca, é impressionante. Os powerpointsnão dão mãos a medir. É só abrir o computador e lá vai. Depois é ler o que está no ecrã, fazendo do público uma massa de analfabetos.
O ano inteiro vem gente de fora, porque os de dentro são sempre os mesmos a botar faladura. Assim, para não haver novidade, vêm de longe os que estão na mesma sintonia, ou seja, vêm dizer nada, ou muito pouco. Ainda há dias, na Federação Espírita Portuguesa, aconteceu um seminário subordinado ao tema da educação espírita, no qual quem palestrava vinha partilhar os seus conhecimentos e experiências na área da Evangelização Espírita Infanto-juvenil. Como o público não tinha, nem é obrigado a isso, formação em pedopedagogia, achou a apresentação interessante, mas para a maioria a cadeira já tinha picos. Assim, à boca fechada, alguém da própria federação dizia: “Mas isto é elementar. Isto é matéria que se aprende nas primeiras semanas do curso de Educadores de Infância! Outros comentavam: “A realidade a que esta pessoa alude não tem nada a ver com a nossa.” Palavras estas que o Sr. Presidente da Federação pronunciou, com toda a razão, no fim do seminário, aquando dos agradecimentos.
Com isto, o movimento espírita continua precisado de lufadas de ar fresco. Caiu numa estagnação tal que se ouve, escreve e lê apenas a si mesmo. Os demais seres humanos desta vastíssima Criação Divina ainda não atingiram o seu nível, e por isso os espíritas mais “convictos” não leem nada que se relacione com outras doutrinas, não as ouvem, nem querem saber delas para nada. Receiam as suas influências perniciosas, os seus maus pendores, uma vez que esses não aceitam, assim julgam, que se pode conversar com os Espíritos.
Que pena! Não para os que não falam com os Espíritos, mas para os que ainda não conseguem ouvir os homens e as mulheres de carne e osso. A história da irmandade de todos os seres humanos ficou na gaveta, esquecendo-se de que ela é um dos pilares do Cristianismo. Ela é a Fraternidade que tanto apregoam.
A clausura não significa apenas viver num claustro. Talvez essa seja a menor ou a mais fácil. A pior, de longe, é a clausura das ideias, a distância do outro, o pensar que se sabe tudo, que se pode viver em autogestão, auto-suficiência, autodidactismo.
Há os que pensam que Jesus falou para os espíritas, que as passagens sobre os feitos mediúnicos, se assim lhes podemos chamar, são para os espíritas. São muitos os que pensam que é assim. São os exclusivistas das trevas, que querem à viva força travar a livre expansão do Cristianismo, ou melhor, da mensagem de Jesus. Como não procuram a universalidade, como temem o pluralismo, não compreendem a universalidade de Jesus.
Criar fronteiras do tipo bons e maus é candidatar-se à felicidade do insensato que pensa como é bom ser esclarecido, ter a sua doutrina, que é a melhor do mundo. Como não leem os Evangelhos, certamente desconhecem a resposta que Jesus dá a quem não pensa.
O insensato desconhece que as doutrinas passam, são feitas por gente de carne e osso ou em experiências místicas, pois todas, de alguma forma, fazem referência ao mundo invisível, segundo os seus credos. Mas o que fica, de todas elas, é o comportamento, é a vivência, é o modo como se interage com o outro. Ser bom, só Deus, não nós. Por isso, ao insensato, Jesus responde assim:“Contou ainda esta parábola para alguns que, convencidos de serem justos, desprezavam os outros: “Dois homens subiram ao Templo para orar; um era fariseu e o outro publicano. O fariseu, de pé, orava interiormente deste modo: ´Ò Deus, eu te dou graças porque não sou como o resto dos homens, ladrões, injustos, adúlteros, nem como este publicano; jejuo duas vezes por semana, pago o dízimo de todos os meus rendimentos´. O publicano, mantendo-se à distância, não ousava sequer levantar os olhos para o céu, mas batia no peito dizendo: ´Meu Deus, tem piedade de mim, pecador! ´Eu vos digo que este último desceu para casa justificado, o outro não. Pois todo o que se exalta será humilhado, e quem se humilha será exaltado”. (Lc 18: 9-14. Bíblia de Jerusalém).
Com tudo isto, lamentavelmente, o Espiritismo deixou de ser uma doutrina apelativa à modificação interior, à renovação do ser humano. Cada um está mais fechado que o outro, quer nas suas ideias, quer no seu pedantismo, na sua vaidade, nos seus aforismos ocos em que muito se fala mas nada se diz.
Sentimos falta do Espiritismo da oração, do Evangelho, do recolhimento, da humildade; temos saudade dos tempos em que vinham às sessões pessoas de outras doutrinas, em que havia troca de impressões objectivando a necessidade de caminhar para Deus na paz com tudo e com todos; sentimos muita falta das multidões, que cheias de curiosidade e desejosas de esclarecimento, vinham até ao Centro espírita porque sabiam que nele encontravam uma palavra de conforto.
Vão longe os tempos de um Espiritismo vocacionado para os tratamentos espirituais, salvo raríssimas excepções, um Espiritismo servidor, defensor da humildade.
Onde estão os tribunos? Os que faziam da Doutrina um facho ao serviço do Bem? Hoje fazem do Bem um prisioneiro da Doutrina.
Fiquemos com um pensamento de um ateu, para escândalo de alguns.
“A maior sabedoria é reconhecer quando ela nos falta. Atingi este ponto e confesso que no campo da intuição e do subconsciente eu nada sei, senão que estes segredos estão abertos para a grande artista Natureza. Por isto o meu louvor se dirige a ela. Se não confessasse minha própria incapacidade de atingir a grandeza da natureza criadora, estaria tateando como um cego sem rumo, por atalhos sem saída, pensando que ao redor de mim espaços infinitos se expandiam.”(*)



(*) STANISLAVSKI, C., (2008), A Construção da Personagem, RJ, Civilização Brasileira, 17ª edição, p.396.  

Como Lidar com Demônios e Espíritas?

Luiz Carlos Formiga

Diz o padre (sic): A experiência que tenho é que a doutrina espírita se combate "corpo-a-corpo", com amizade e cuidado. Os "embates públicos" não ajudam muito. De modo que, se um espírita kardecista, por exemplo, me pergunta se o espiritismo é do demônio, eu conversaria com ele para que juntos chegássemos a conclusão de que "sim, é do demônio". Só deste modo ele teria argumento suficiente para decidir (isso mesmo!) se quer continuar no espiritismo ou não, se quer seguir a Jesus Cristo ou não.(1)
O Evangelho diz que o anjo das trevas se transforma em anjo de luz, para seduzir os homens. O Espiritismo é um produto do demônio? A Igreja não nega as manifestações dos santos. Entretanto, proíbe as comunicações com os espíritos dos mortos. Moisés, nestes casos, defendia a pena de morte. Por que os espíritas não obedecem?
O padre poderia dizer: o espiritismo defende certos conceitos combatidos pela Igreja, como a reencarnação, a presença do homem na Terra antes de Adão, nega a eternidade das penas, a existência do demônio, do purgatório e do fogo do Inferno. O Espiritismo tem seus dogmas?
Argumentaria ainda: “dizem que o Espiritismo como ciência apóia-se nos fatos. A opinião dos cientistas opõe-se a essa afirmação. Por que os homens de ciência não se dedicaram à observação do fenômeno? Se tivessem visto alguma coisa de sério, não se teriam descuidado destes fatos. Não era dever dos cientistas a propagação das luzes, principalmente, naquele momento, quando se lhes era apresentada uma grande oportunidade de oferecer ao mundo uma nova ordem de idéias, um novo poder? (2)
O demônio pode se vestir de espírito-padre, como no Lar de Frei Luiz, permitindo, nas suas dependências, cirurgias inusitadas, na presença de médicos sérios e experientes, como descrito anteriormente.(3)
Num corpo a corpo, com amizade sincera, como discutir essas questões?
Para o espírita, Jesus é Modelo e Guia. Partindo da Ética Cristã chegamos à Ética Espírita (4)
Lidar com os espíritas não é fácil! Imagine com os desencarnados (5).

Referências: 
Ciência, Filosofia e Moral. Na Poeira Acumulada. "O Espiritismo é uma alavanca que afasta as barreiras da cegueira. A preocupação pelas questões morais está inteiramente para ser criada; discute-se a política que examina os interesses gerais, discute-se os interesses privados, apaixona-se pelo ataque, ou defesa das personalidades; os sistemas têm seus partidários e seus detratores; mas as verdades morais, as que são o pão da alma, o pão da vida, são deixadas na poeira acumulada pelos séculos."
J.J. Rousseau. Livro dos Médiuns.










quinta-feira, 27 de março de 2014

A Alma é Imortal?

Luiz Carlos Formiga

Artigos (ou palestras) que transitam pela estrada científica (ou filosófica) não são muito apreciados pela maioria, por motivos diversos. No Brasil, da corrupção, ainda não temos tradição de pesquisa, pois pesquisadores vivem de “pires na mão”. Simpatizantes do Núcleo Espírita Universitário os procuram, com regular freqüência. Assim, colocamos aqui o link da palestra “O que é pesquisar a sobrevivência”, com professor Silvio S. Chibeni, no 9º ENLIHPE 2013 (1). Os diapositivos podem também ser colhidos em “Espiritualidade e Sociedade” (2).
Quando o assunto por si só já é incentivador, girando em torno de um “fenômeno”, como o da “materialização de espíritos” ou, então, relata um caso repleto de emoção, é garantida a motivação. Um relato que poderia ilustrar este último é o da cirurgia realizada por um “espírito-médico materializado”. Este fenômeno em si é uma resposta à questão-título “A Alma é Imortal?”
A cirurgia realizada no Rio de Janeiro, abaixo resumida, bem que poderia estar no youtube, como a palestra do professor da Universidade de Campinas. Outros perguntarão: como candidatar-se a uma participação especial ao vivo? Não como paciente. Claro!
Através do médium Gilberto Arruda, o espírito Dr. Frederick von Stein fez uma cirurgia cardíaca , sem hemorragia “significativa” e ainda sem utilizar instrumentos cortantes e anestesia convencional. Stein troca uma válvula mitral cardíaca, com afecção congênita, por uma nova, “construída” durante o procedimento. “Trocou o pneu do carro andando”. Para que não restasse dúvida, o espírito-médico convoca, para assistir, junto de si, dois cirurgiões, um cardiologista e um anestesista. O espírito concordou ainda que a peça cirúrgica fosse para exame histopatológico. O que foi realizado por dois patologistas experientes. Leia mais (3) e conte para o “Seu Tomé” (4). 

Fontes:

domingo, 23 de março de 2014

A Obra de J. B. Roustaing é incompatível com a Doutrina Espírita


Jorge Hessen

Quem lê a obra de J. B. Roustaing percebe com facilidade que existem nela quatro pontos que a tornam incompatível com a Doutrina Espírita exposta nas obras de Kardec, Léon Denis, Delanne, André Luiz e Emmanuel.

Os quatro pontos são estes:

1o - A tese de que a encarnação não é obrigatória, nem mesmo necessária, e só se dá em caso de queda do Espírito. A evolução da criatura humana, após a passagem do princípio inteligente pelos reinos inferiores da criação, ocorreria, segundo Roustaing, em cidades espirituais nas quais o Espírito reveste tão-somente um corpo fluídico – o perispírito. Se o indivíduo apresentar nessa condição algum defeito a ser corrigido (vaidade, inveja etc.), aí sim, por castigo, terá de encarnar. A reencarnação seria uma consequência dessa primeira encarnação. O assunto é tratado no volume 1, pp. 317 e 321, no volume 3, p. 91, e no volume 4, p. 292, da 8a edição, de agosto de 1994, publicada pela FEB.

2o - Ao ter de encarnar, o Espírito fá-lo-á em um mundo primitivo, encarnando-se aí num corpo rudimentar que viverá, como os animais, do que encontrar no solo. “Não poderíamos compará-los melhor do que a criptógamos carnudos”, diz o livro de Roustaing em seu volume 1, p. 313. Um exemplo conhecido de criptógamo carnudo são as nossas lesmas. Roustaing afirma, portanto, que uma alma humana, depois de viver numa cidade espiritual, encarnará numa forma animal que nem mesmo chegou ao nível dos vertebrados, um ensinamento que reedita a doutrina da metempsicose, rejeitada formalmente pela Doutrina Espírita. O assunto é tratado ainda nas pp. 299 e 312 do volume citado.

3o - A encarnação somente se dá em caso de queda do Espírito, uma alusão à retrogradação da alma, que o Espiritismo não admite. Os motivos, diz Roustaing, são diversos e seus resultados, terríveis. “Qualquer que seja a causa da queda, orgulho, inveja ou ateísmo, os que caem, tornando-se por isso Espíritos de trevas, são precipitados nos tenebrosos lugares da encarnação humana, conforme ao grau de culpabilidade, nas condições impostas pela necessidade de expiar e progredir”, eis a lição transmitida na obra em seu volume 1, p. 311.

4o - Afirma Roustaing que Jesus não encarnou para vir trazer-nos a Boa Nova. Seu corpo teria sido fluídico. Ele fora, assim, um agênere, um Espírito materializado e desse modo se explicariam seu desaparecimento dos 12 aos 30 anos e o sumiço do corpo material nos dias seguintes à crucificação. O assunto é tratado nos quatro volumes da obra, constituindo um dos aspectos mais conhecidos da doutrina roustainguista e, por isso mesmo, o mais criticado.

Allan Kardec examinou em suas obras os quatro assuntos acima focalizados: a encarnação do Espírito, que ele apresenta como requisito indispensável à evolução espiritual e ao progresso dos planetas; a metempsicose, que rejeitou expressamente; o princípio da não-retrogradação da alma e a natureza corpórea do corpo de Jesus, ao qual dedicou os itens 64 a 67 do cap. XV de seu livro “A Gênese”. Fica claro, portanto, que os adeptos de Roustaing não poderiam intitular-se espíritas, pois defendem uma doutrina que contraria frontalmente os princípios espíritas.

Fonte:

O QUE E COMO LEMOS?

Margarida Azevedo

Nada é mais difícil do que ler. As nossas conclusões, sempre provisórias, são o nosso cárcere se elevadas a verdades absolutas. A vertente selectiva do nosso cérebro, não raro perigosa se não estivermos devidamente despertos para a sua acção limitadora e redutível, cria departamentos, estruturas dependentes do meio social e religioso, (etc.), as mais fáceis de detectar, e da nossa vivência interior, isto é, o arquivo sem fundo da nossa memória, dos nossos genes.
Qualquer bruxo de renome ficaria siderado com a análise de um leitor perante um qualquer texto. Mediante a interpretação, qualquer ouvinte experiente define o âmbito intelectual em que o leitor se move, os conhecimentos que possuí, aspectos da personalidade. Na leitura somos nós, apenas nós, com tudo a que somos permeáveis. A leitura é uma forma de nudez.
Não é descabido afirmar que ler é um acto mais psicológico que intelectivo. A sensibilidade sobrepõe-se, muitas vezes ou quase sempre, infelizmente, aos conhecimentos adquiridos. O gostar de uma determinada matéria já é uma condicionante, muito embora seja simultaneamente o móbil da investigação. É uma espécie de peão que com capa não anda e sem ela não pode andar. Esse brinquedo filosófico tem aplicabilidade em uma infinidade de situações existenciais, nomeadamente esta que estamos a tratar.
Se por um lado o amor é um sentimento que faz dizer muitas coisas descabidas e ver o negro em tons rosa, numa agradável deturpação do real, também é a mola impulsionadora da descoberta.
Por exemplo, quando um cientista afirma que uma ave possui plumagem exactamente da mesma cor do seu habitat, para se camuflar dos predadores, pergunta-se: A ave sabe-o? Ela transportou-se a esse ambiente para se proteger? O que sabemos é o que é ou o que dizemos ser? A ave não deixa de estar em perigo, nem a plumagem a protege do predador perspicaz. Em que ficamos? É o amor, na sua vertente deturpada que anseia por protecção, ou na sua vertente impulsionadora de descoberta que se apaixona e espanta com a realidade à sua volta?
Se se transpuser esta dinâmica para os Evangelhos, cuja leitura segue idêntica estrutura, nós dizemos que tudo o que deles se afirma, ou quase tudo, é o que pretendemos que o texto diga, e não o que lá está. É o amor desejoso de protecção que fala. Mais, é o amor e a fé, um outro condicionante, pois ler um texto na base da fé não é de todo lê-lo sem ela. Daí a dificuldade, para muitos, em compreender e aceitar o Jesus histórico e a respectiva leitura dos Evangelhos segundo o método histórico-crítico.
Há ainda outra barreira, a saber, aspectos ideológicos. Aquilo que deveria ser uma libertação é, para muitos, factor aprisionante. Daí a pobreza das ideologias, porque limitadoras, quando não sujeitas aos factores de crescimento que lhes devem estar implícitos.
Ora, os Evangelhos estão sujeitos a tantas interpretações quantos os homens e as mulheres. E tem que ser assim. São as nossas experiências que leem, as nossas dores, as nossas interrogações, os nossos surtos, ímpetos, furores, desejos, sensualidades… É claro que queremos uma resposta, e temo-la, na medida em que o momento reverte a razão em voz universal.
Impõe-se saber ouvir o outro. O texto cresce tão mais quanto a troca de ideias for um imperativo para a inteligibilidade dos seus conteúdos. Com isso se democratiza o texto. Por outras palavras, ouvir o outro é democratizar a leitura. 
Há leres, não há ler. Sem o contributo do outro caímos nas nossas incongruências, amarramo-nos perigosamente aos nossos sentidos e razão, tornamo-nos o centro universal do nosso umbigo.
Há quem não esteja lembrado que Deus não precisa das religiões para nada, nem das igrejas, nem das ideologias; não precisa de ritos nem de doutrinas. Somos nós que precisamos e por isso os criámos.
Muitos afirmam que a pluralidade de interpretações empobrece o sentido da mensagem de Jesus de que os Evangelhos são a voz. Puro erro. Defender que devia haver apenas uma interpretação seria aprisionar o texto a um parecer, fazer dela uma interpretação perfeita, totalitária, um autoritarismo. Seria afirmar a maior estupidez: ”Não preciso de reflectir ou pensar, tenho quem o faça por mim. Sigo um grande líder!”Os grandes ditadores começaram assim.
É natural que as pessoas se agrupem por simpatias interpretativas. As igrejas dentro das religiões são disso o mais vivo exemplo. Porém, isso jamais poderá ser um processo de estagnação. Se tudo evolui, à excepção de Deus, essas leituras doutrinárias não escapam à regra. Todos são chamados, ou pelo menos devem sê-lo, à responsabilidade de estudar afincadamente as suas doutrinas, com espírito crítico e honestidade intelectual.
Por vezes acontece que determinado local é mais propenso a um tipo de trabalho interpretativo do que outro. Aí múltiplos factores se conjugam: porque sujeito a idênticas influências, por tradição cultural, ou até por semelhança vivencial. Isso não significa que o texto seja propriedade desse grupo. Por exemplo, podemos dizer que o Vaticano é a pátria do Evangelho? Não, é a pátria de determinada organização dentro do Cristianismo, a qual gira em torno de leituras de ordem diversa, de vivências, de ritos. Assim, o Vaticano é a sede do mundo católico, não do Evangelho, nem tão pouco se pode dizer que seja a sede de todas as suas interpretações. Qualquer que seja a igreja ou doutrina, ela assenta sempre na pluralidade interpretativa que, quanto mais divergente, maior a proximidade junto dos crentes, maior a capacidade de resposta às suas questões. 
E ainda que houvesse um país muito santo, muito puro, muito seguidor dos preceitos evangélicos, ele jamais seria a pátria do Evangelho, porque a mensagem de Jesus será sempre universal, as bem-aventuranças serão sempre para aqueles a quem se dirigem, porque serão sempre os doentes que precisarão de médico, porque a Cruz é universal, porque uma santidade imposta nunca será uma verdadeira santidade, nem a pureza nem os preceitos, porque crer em Jesus, como um exemplo em tudo o que há de melhor, é liberdade, é virtude, é sabedoria. Tudo isto, e muito mais, infinitamente mais, significa Cristo. Daí a afirmação de Paulo, bastante complexa, ininteligível, “Já não sou eu que vivo, mas é Cristo que vive em mim.” (Bíblia de Jerusalém)
Margarida Azevedo

sexta-feira, 21 de março de 2014

Sinopse do livro Jardim da Infância - João de Deus

                                                 
José Sola

Nesta obra, o espirito maravilhoso de João de Deus, através da psicografia de Francisco Candido Xavier, nos mostra o carinho que a espiritualidade maior tem para com as crianças.
Sabemos de que esses espíritos de momento reencarnados como crianças, variam em sua condição evolutiva, temos alguns que já fizeram uma maturação maior, e a reencarnação lhes proporcionara uma evolução mais direta, isto é aproveitarão as experienciações e vivenciações melhor. 
Outros ainda imaturos, conservando a revolta, a inclinação para o mal, aproveitam a reencarnação de maneira diferente, vivendo uma vida de paixões torpes e de maldades, entretanto proveitosa, pois a vivencia dessas experiências no mal, lhes provoca uma reação vibracional, impulsionando-os através da dor e do sofrimento para a harmonia de que necessitam viver. 
O que não podemos nos esquecer é de que Deus é a harmonia do universo, e nós que somos vidas de Sua vida, estamos fatalizados a evoluir, então essas reencarnações aparentemente sem importância respondem ao mecanismo da evolução.
E a infância é o momento mais apropriado para orientarmos esses espíritos, pois nesta fase da existência os mesmos são mais acessíveis a assimilar as informações, e mesmo aqueles espíritos ainda imaturos, que nos parece que não vão aproveitar essas informações, também as assimilam é natural que os mesmos não vão se modificar de imediato, por faltar-lhes a maturidade, mas acontecera um momento em que  essas informações despontaram em suas vidas na eternidade, auxiliando-os na sua evolução. 
Importa realmente termos um carinho especial para com as crianças, pois as mesmas serão os homens do amanhã, e orienta-las é o nosso maior dever. 
Investir na educação da criança, - e eu não me refiro àquilo que chamamos de educação, quando lhes oferecemos cultura enriquecendo lhe o intelecto, embora estas informações façam parte da evolução do espirito, - mas importa informar-lhe muito mais lhe apresentando a moral que nos foi ensinada por Jesus.
Sem esta moral que nos educa a alma, através da reforma intima que realizamos, não acontece realmente a educação, mas a polidez, em que o espirito ainda deseducado, controla seus impulsos em momentos em que ele sabe que não deve agir de forma grosseira, porque será repreendido, e poderá mesmo prejudicar-se, mas que infelizmente em casa é um verdadeiro déspota para com seus familiares.
Educação é equilíbrio, é respeito ao próximo, é um comportamento constante em nossas vidas, é a resultante da evolução realizada da parte de  um espirito, que assimilou as lições inesquecíveis do Mestre Jesus.
Infelizmente nós, devido à inversão quase que absoluta de valores em que nos demoramos passamos orientações equivocadas as nossas crianças, pois as informamos quanto a necessidade de estudar, apreender, no intento de obter bens materiais, fazendo-as acreditar que a vida se resuma a conquista destes bens.
Ainda não compreendemos que a evolução do espirito eterno, se realiza na conquista dos valores materiais e espirituais, pois entendemos que buscando os valores materiais, o espirito desenvolve sua inteligência, desenvolve seus valores éticos, conquista o conforto necessário para si e para a sua família; mas será que os bens materiais, realmente propiciam a felicidade do eu eterno?
Nós que estudamos a doutrina espirita, não temos como dissociar o espirito da matéria, pois apreendemos que a partir da maturação da substância, quando a centelha divina do Criador, inicia sua caminhada em busca da individualidade no reino do minério, tem como berço a matéria e desta depende para maturar seu eterno vir a ser.
Então fica subtendido que matéria e principio inteligente, se demoram em simbiose infinita, pois como já vimos em nossos estudos à centelha divina, (principio inteligente), é quem propicia a evolução da matéria, pois não houvesse o principio inteligente a insuflar a matéria, e independente de viver a substância a mutação de matéria para energia, de energia para matéria infinitamente, não aconteceria a maturação desta, em outras palavras, a matéria não evoluiria. 
Como informado, não temos como dissociar o espirito da substância, pois num determinado momento de sua evolução, ele não mais retorna a matéria física, mas continua na eternidade se utilizando da substância em forma de energia, pois na evolução eterna que o espirito realiza, ele carece de habitat e de aparatos apropriados a sua condição vibracional, muito mais rarefeita e sutil em que se demora.
E a substância na mutação de matéria para energia, e de energia para matéria, através de bilenios, evoluí e não volve mais a condição de matéria solida, a partir de então a mesma continua sua evolução na condição de energia, mas como retro informado, continuara em simbiose com o  espirito em sua caminhada evolutiva na eternidade.
Isto apresentado vemos quanta inocência da parte dos cientistas de um lado, e do outro da parte dos religiosos ortodoxos, pois os cientistas entendem que a inteligência que se manifesta na vida, tem como causa a matéria, que não existe espirito, esta é elaborada pelas células neuronais, invertendo a causa pelo efeito, pois o espirito é a causa, as células neuronais agrupadas, não passam de um instrumento pelo qual o espirito manifesta sua inteligência. 
O espirito é o centro das manifestações e sensações que se manifestam na vida humana, o corpo é apenas um instrumento do mesmo, tanto é assim que quando do fenômeno denominado morte, o corpo de matéria não passa de um cadáver com a boca hirta e as mãos enregeladas, não tem percepção de sensação alguma.
Os espiritualistas por sua vez, entendem que a matéria é uma prisão para o espirito, é um instrumento de que Deus se utiliza para penitenciar o mesmo, longe estão de compreender de que a matéria é o berço em que a alma dormita, e que a mesma propicia a maturação do eu inteligente na eternidade, pois nada estaciona, tudo evoluí, a evolução é um mecanismo ininterrupto da vida no universo. 
Compreendendo que não existe esta dissociação de espirito e matéria, não aguardaremos a morte para então evoluir, compreenderemos que estando encarnados ou desencarnados, revestidos de um corpo de matéria físico, ou não, encontramos campo apropriado para fazermos a nossa evolução na eternidade.
Importa informar nosso s filhos dessas realidades eternas, pois na inversão de valores em que nos demoramos, e lhes apresentamos, lhes desenvolvemos a ambição, o egoísmo, a vaidade, pois lhe omitimos de que os verdadeiros valores do espirito eterno, são a inteligência e o amor, de que os bens materiais não passam de materiais didáticos que nos oferece o Criador da vida, na grande escola que é a terra, em que Jesus é nosso Mestre amado.
Necessário se torna, esclarece-los de que não levaremos em nossa caminhada eterna, os bens terrenos, mas unicamente as virtudes que hajamos praticado o amor que hajamos desenvolto em nosso coração, que os bens terrenos continuarão na terra, vivendo mesmo as modificações que o mecanismo da evolução determina.
É importante lembra-los de que assim como os matérias didáticos livros, cadernos, lápis, borracha, etc. de que se utilizarão para a conquista do aprendizado didático um dia desaparecera, e tornar-se-á esquecido mesmo, o mesmo sucedera para com os bens terrenos, restando apenas as experiências conquistadas na aplicação desses bens.
Mas assim como os materiais didáticos nos propiciaram a conquista do aprendizado, aprendizado este que nos propicia a oportunidade de vivermos nossa vida material de forma estável, e confortável mesmo, os bens materiais nos apresentarão um legado de evolução espiritual, de felicidade e de luz.
Não devemos nos esquecer de que os valores materiais, e mesmo a conquista da cultura, através do desenvolvimento do intelecto, não propiciam a felicidade, enquanto não hajamos desenvolto em paralelo, os sentimentos do amor e da moral, temos conhecimento de mansões suntuosas, em que a cultura esmera, os bens materiais sobejam, mas falta-lhes a moral do Cristo, falta-lhes o amor, tornando os bens materiais, e a cultura convencional ineficientes para a conquista da felicidade.
Estas mansões suntuosas acabam se transformando em mausoléus frios, em que os habitantes do mesmo, mais se assemelham a múmias caminhando incertas, indefinidas, aparentando em sorrisos forjados, uma alegria que não existe.   
Lógico, isto que aqui afirmo não é uma regra, existem lares abastados que vivem a felicidade, pois não é a condição social que propicia a felicidade ou a infelicidade, esta depende da condição evolutiva do espirito, isto esclareço para que não pensemos que eu me demore fazendo apologia a miséria.
Assim como existem mansões em que as famílias que as habitam se demoram infelizes, existem também casebres, em que as famílias vivem infelicitadas, e estas por entenderem de que para se sentirem realizadas, necessitam viver as condições sociais dos que habitam essas mansões, vero engano. 
Mas existem seres humanos, tanto abastados, quanto menos favorecidos pelos bens terrenos, que vivem felizes, por entenderem de que os bens materiais são transitórios, e que a família composta de esposos, filhos, filhas são um patrimônio sagrado que Deus nos propicia na vida, não existe um patrimônio que se iguale a esse.
Então vamos primar pela educação de nossos pequeninos, iniciando a mesma em nossos lares, nós que fazemos parte da doutrina espirita, procuremos acordar-lhes a mente e o coração para o evangelho de Jesus, pois como retro informado, a cultura, os conhecimentos adquiridos nas diversas ciências que fazem parte de nossa sociedade, não é educação, pois temos muitos homens que são doutos, mas infelizmente deseducados, embora sejam em sua maioria polidos. 
Este livro de João de Deus, é direcionado para a infância, aos pequeninos do corpo físico, mas não tenhamos duvidas de que o mesmo fala também as crianças espirituais, tal qual nos demoramos nós, ainda carentes de amadurecermos nossos valores espirituais.
Deixemos desabrochar a criança que ainda trazemos em nosso interior, permitamos que nosso espirito encontre a inocência dos pequeninos, ainda que por breves momentos, leiamos as poesias maravilhosas que nos foram escritas pelo espirito de João de Deus através das mãos inesquecíveis de Francisco Candido Xavier, e ouçamos a voz do Mestre Divino, a sussurrar-nos na acústica da alma; vinde a mim os pequeninos, porque deles é o reino de Deus. 
                                                               Sola

quarta-feira, 19 de março de 2014

CRIANÇAS-PRODÍGIO



CRIANÇAS-PRODÍGIO 
Encontram-se exemplos de prodigiosa precocidade em todas as épocas e em todos os países.
No século XVII, HANDEL, com dez anos, compunha motetes, que se cantavam na igreja de Halle.
O caso de MOZART é bem conhecido. É notário que na idade de 4 anos executava uma sonata, e sua faculdade musical desenvolveu-se tão rapidamente que aos 11 anos compôs duas pequenas óperas. Sabe-se com que feliz êxito continuou sua carreira.
Aquele a quem chamavam o deus da Música, BEETHOVEN, já se distinguia aos 10 anos por seu notável talento de executante.
E noutro gênero, a precocidade do grande violinista PAGANINI foi tal, que, aos 9 anos, já o aplaudiam num concerto, em Gênova.
LISTZ maravilhoso vituose desde mais tenra infância, escreve, aos 14 anos apenas, uma ópera em um ato, “ D. Sancho” ou o “ Castelo de amor”.
RUBINSTEIN, trazido da Rússia para Pais, aos 11 anos, excitou a admiração universal, pela beleza de seu toque ao piano.
Tive o prazer de ver, no congresso de Psicologia de 1900, o jovem PEPITO ARIOLA, que aos 3 anos e meio, tocava e improvisava ao piano árias variadas.
MIGUEL ÂNGELO ainda não acabara de usar seus primeiros calções e seu mestre GHIRLANDAJO despedia-o do atelier, porque ele não tinha mais nada a aprender.
GIOTTO é ainda um exemplo das disposições inatas, que são trazidas do berço. Ainda criança, simples pastor, traçava já, por instinto, esboços tão cheios de naturalidade, que CIMBAUÉ o tomou a seu cuidado.
Desde criança REMBRANDT manifestou tal gosto pelo desenho, que LOMBROSO declara ter sabido ele desenhar como um grande mestre, antes de haver aprendido a ler.
A 12 de agosto de 1873, com 10 anos e 11 meses, morria o jovem VAN DE KEFKHORE, de Bruges, e deixava 350 quadros, sendo que alguns, diz ADOLPHE SIRET, membro da Academia de Ciências, Letras e Belas-Artes da Bélgica, poderiam ter sido assinados por nomes como DIAZ, SALVATOR ROSA, CAROT e outros.
HERMÓGENES, desde os 15 anos, ensinava Retórica ao sábio MARCO AURÉLIO.
PASCAL foi incontestavelmente o mais belo gênio do século XVII. Desde os verdes anos, mostra gosto pelos estudos e especialmente pela geometria. Aos treze anos, descobrira as 32 primeiras proposições de Euclides e publicava um tratado sobreas seções cônicas.
VICTOR HUGO apresentava, desde os 13 anos, sua magnífica faculdade de versificação, como prova o prêmio que obteve em Tolosa. Chamavam-lhe a criança sublime.
WILLIAMS SIDIS, de Massachusetts, sabia ler e escrever aos 2 anos; aos 4 falava quatro línguas, e aos 12 resolvia problemas de geometria, foi admitido no Instituto de Tecnologia de Massachusetts, quando a idade para admissão era de 21 anos.
Já não existem crianças. A hipótese espírita da preexistência do homem é a única que dá uma explicação lógica das crianças-prodígio.
É muito provável que o espírito desses jovens-prodígio não estivesse ainda completamente encarnado, ou que, durante períodos de exteriorização, recuperasse a memória do passado, e, em lugar de aprender, não fizesse mais que recordar.

( DO LIVRO: “ REENCARNAÇÃO ” - GABRIEL DELANNE )

GAROTO DE QUATRO ANOS VAI A UNIVERSIDADE

LONDRES – Ele lê escreve, sabe as quatro operações matemáticas, conhece o nome científico de todos os insetos, fala francês e, como se não bastasse, toca violino. Tudo isso com apenas 4 anos de idade. O pequeno gênio, que atende pelo nome de Nicholas MacMahon e vive em Dorking, subúrbio de Londres, está dando muito trabalho aos pais. A grande dificuldade enfrentada pelo casal é encontrar uma escola adequada ao garoto, que se recusa a freqüentar o jardim da infância, por considerá-lo “muito aborrecido”.
Depois de perceber o que tinham em mão – uma criança que com apenas um ano aprendeu a ler e a escrever sem a ajuda de ninguém -, os professores da escola básica decidiram que o melhor lugar para Nicholas seria a universidade. Por enquanto, o menino está freqüentando um curso de computação, na Universidade de Brunel, em Londres, e no próximo ano os pais decidirão onde matriculá-lo.
( Jornal O ESTADO DE SÃO PAULO, lº de dezembro DE 1992 )

GÊNIO PERUANO DE SETE ANOS DÁ CONFERÊNCIA

LIMA- Um menino peruano com alto nível de inteligência, deu uma conferência sobre Medicina para professores e alunos da Universidade Maior de São Marcos.
Huguito como é chamado falou na Terça-feira sobre “ Estudos das doenças do aparelho digestivo, anatomia histofisiologia ( estudos das células e tecidos do ponto de vista da função deles)” diante de uma platéia totalmente surpresa e ainda se permitiu rechear a conferência com piadas.
Hugo Zuniga Utor fala cinco línguas, toca ao órgão peças de Verdi, Bach e Beethoven e é aluno livre da Faculdade de Medicina de São Marcos há dois anos, sob a tutela do doutor Juan Julio Gutierrez.
O menino, vestindo impecáveis calças curtas, camisa pólo branca e meias do coelho Pernalonga, usou slides para ilustrar a palestra que seu pai, emocionado, projetava.
“ Na escola nos ensinam que o homem está dividido em cabeça, tronco e membros. Porém, dessa maneira teríamos a noção de um homem desmembrado. Seria melhor então dizer que o homem é dividido por sistemas nervoso, linfático, digestivo, etc. Agora vou lhes falar sobre o sistema digestivo”, explicou o garoto.
Em seguida, discursou a respeito do funcionamento de todos os órgãos que formam o sistema digestivo, sem errar um único nome, e os descreveu exaustivamente com terminologia científica.
Ao concluir a palestra, sentou-se frente a um órgão e interpretou as peças musicais A MARCHA TRIUNFAL; da ópera AÍDA de Verdi, Arte e Danças Índias do Peru para Crianças, os Minuetos 1 e 2, de Bach, e a SONATINA, de Beethoven.
Seu pai, Victor Hugo Zuniga, disse que seu filho “ é um garoto normal, brinca muito e não estuda o tempo todo. Ninguém lhe exige que aprenda, apenas estuda assuntos vaiados durante meia hora por dia”.

( REVISTA “ O ESPÍRITA” - ANO l 9 - Nº 97 - JUL / AGO 97 )

MENINO BAIANO FAZ PREGAÇÕES

Há poucos meses foi notícia e ganhou bom espaço na mídia recifense a história de um menino baiano, de apenas 6 anos de idade, que, mesmo sem saber ler e escrever, faz pregações para milhares de pessoas como se fosse um pastor experiente.
André Rodrigo Santos da Silva tem facilidade para decorar trechos da Bíblia, lidos em voz alta pela mãe, Cristina Santos da Silva. O pastor mirim já falou para um público de duas mil pessoas, na casa da Bênção, no Varadouro, em Olinda, Pernambuco. Discursou, certa vez, para cerda de cinco mil pessoas numa Igreja Batista, na Bahia, sem se intimidar com a multidão. Sem nervosismo e sem gaguejar, André consegue dizer, por exemplo, a parábola do filho pródigo, nas suas pregações.
Quando tinha 3 anos de idade, o “pastorzinho” pediu a Deus, segundo conta, o dom de pregar e, então, prometeu divulgar a sua palavra em vários lugares do país. O garoto afirma que se sente tocado por Deus, como se fosse um computador que recebe as informações para gravar e passar para as pessoas.
Há, nesse caso, que se considerar três hipóteses para explicar o fenômeno, ou isoladamente ou em conjunto. Uma, a das crianças chamadas prodígios, outra, a da mediunidade e finalmente, a sua boa memória.
( Revista Internacional de Espiritismo - Novembro de 1999 )

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O MAIS JOVEM UNIVERSITÁRIO DOS ESTADOS UNIDOS

O pequeno Sho Yano, de 9 anos, costuma sentar-se na primeira fileira da sala de aula, o mais perto possível dos professores. Apesar da pouca idade, o menino já sabe o que pretende ser quando crescer: médico. A diferença é que ao contrário das outras crianças, ele não terá de esperar muito por isso. O garoto franzino de 1, 31 metro, acaba de entrar na Universidade de Loyola, em Chicago, Estados Unidos, onde estudará Medicina. Daqui a quatro anos, será doutor. Descendente de japoneses e coreanos, Yano é um gênio. E daqueles brilhantes. Tanto que seu coeficiente intelectual ( QI ) supera o índice máximo de 200 pontos. Graças a sua genialidade, ele se tornou o mais jovem universitário dos Estados Unidos.

( Revista “O Espírita” , janeiro / abril de 2001 – Ano XXIII – nº 108 )