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quinta-feira, 30 de maio de 2013

O projeto de decodificação do DNA



José Sola
José Sola
São Paulo


Os geneticistas desenvolveram um projeto de decodificação, projeto este que lhes permite anteciparem através da análise do DNA, a intervenção no tratamento de várias doenças.
A triagem neonatal, conhecida como o teste do pezinho, realizada na própria maternidade, entre o terceiro e o sétimo dia de nascimento da criança, extraindo da mesma, gotinhas de sangue de seu calcanhar, que permite aos médicos preverem através da triagem básica, a fenilcetonúria e o hipotireoidismo congênito.
A triagem ampliada, inclue o exame para outras doenças, que se tratadas e controladas poderão evitar sérios problemas futuros.
Através do exame de DNA, descobrimos a paternidade de uma criança, o que deixa evidente o fator hereditário que é transferido de pais para filhos; e sem duvida alguma, muitas doenças são hereditárias.
Compreendemos, entretanto, que a hereditariedade se demora no campo biológico, se transfere de pais para filhos, e para os descendentes futuros, definindo os caracteres físicos, tais como a cor dos olhos, tamanho da boca, cor da pele, e, em algumas oportunidades os traços característicos que dão aos filhos uma similitude maior com o pai ou com a mãe.
Mas alguns psicólogos e psicanalistas, entre estes alguns espíritas, tem apresentado o vicio das drogas, do alcoolismo, etc.  como uma resultante de células que trazem esta tendência, entretanto esta possibilidade atende apenas aos cientistas ateístas, não aos espiritualistas, e muito menos aos espíritas.
Em o livro, Missionários da Luz, de André Luiz, psicografado por Francisco C. Xavier, o mentor Alexandre nos apresenta através da reencarnação de Segsmundo, um estudo dos mapas cromossômicos, afirmando que estes mapas são a geografia dos genes da hereditariedade distribuídos nos cromossomos, informando-nos ainda que determinadas células, se responsabilizariam em originar de futuro um distúrbio cardíaco ao reencarnante, neste caso Alexandre não estava se utilizando do processo de decodificação, não estava partindo dos efeitos para concluir a causa, estava desenvolvendo um projeto de codificação, explicando a causa do magnífico fenômeno da vida biológica.
Não ignoramos a hereditariedade, entendemos que espírito e a matéria se complementam em simbiose absoluta, pois o espírito oferece ao homem a configuração humanóide, cabeça, tronco e membros, e, a matéria oferece os detalhes hereditários, cor da pele, dos olhos, tamanho da boca, etc.
Neste mesmo capitulo supra citado, somos informados, que o espírito é o eu diretor do corpo, é a fonte de todas as nossas sensações e manifestações, e é o perispirito, o responsável pela organização celular do corpo físico.
Se espírito, perispirito, ou corpo energético e corpo material, se demoram em simbiose, é natural que o espírito ao formar o corpo, transfira suas anomalias, seus desajustes emotivos, a constituição celular, se o espírito trouxer tendências viciosas de reencarnações anteriores, vai sem duvida alguma interiorizar essas deficiências a matéria, portanto, um espírito que haja vivido o vicio das drogas, do alcoolismo, etc., vai inserir este desajuste aos genes, elaborando células que realmente vão se ativar, favorecendo a manifestação do vicio, entretanto a causa não esta na célula, esta no espírito.
Aceitando a possibilidade de ser a vicissitude a resultante de uma hereditariedade, temos que aceitar com os ateitas a hipótese de que a inteligência é um atributo das células neuroniais; será?
Espíritas, se fizermos uso da lógica e da razão, verificaremos que se esta hipótese fosse verdadeira, o espírito estaria subordinado a matéria, pois a tendência hereditária  apresentaria uma vontade determinante, projetando o espírito fatalmente ao vicio.
Podereis apresentar-me como tese de defesa, que sucumbir ao vicio, ou superá-lo, vai depender de sua vontade, se for um espírito evoluído vai resistir, e então perguntamos, qual a necessidade de um espírito que já se superou nos vícios, que trás uma evolução maior, estar reprisando uma experiência viciosa; vai torná-lo mais evoluído?
E,  não estaremos ignorando a Lei Divina, pois nós sabemos que homens viciados no alcoolismo e nas demais drogas,  são levados em muitas oportunidades a praticar o crime, existem jovens usuários de drogas, que quando estão vivendo a ansiedade e a angustia, provocada pelo vicio, matam para obter dinheiro e adquirir a mesma; qual a responsabilidade de culpa deste individuo?
Se a Lei Divina os "punir", estará sendo injusta, pois o individuo estará sendo "punido" por uma atitude que lhe foge a determinação e a vontade, mas por outro lado, se não aferir esta transgressão, demonstrara falhas em sua aplicação, e, pelo que apreendemos na doutrina espírita, a Lei Divina é perfeita, é imutável,   eqüitativa e amorosa.
Polemizando esta questão com um amigo psicólogo e espírita, ele me apresentou como tese de defesa de seu ponto de vista, Kardec em o livro A Gênese, capitulo I, questão 55, vejamos:
"Caminhando de par com o progresso, o espiritismo jamais será ultrapassado, porque, se novas descobertas lhe demonstrassem estar em erro acerca de um ponto qualquer, ele se modificaria nesse ponto. Se uma verdade nova se revelar, ele a aceitara".
Concordo plenamente com Kardec, pois o Espiritismo é uma doutrina eclética, não é dogmática, e embora seja perfeita em seu postulado, é estudada e extrapolada por homens, espíritos ainda imperfeitos que somos; mas será que Kardec nos pediu nestas palavras a que aceitemos tudo o que a ciência discorda do espiritismo?
Creio que não, pois teríamos que deixar de crer em Deus, acreditar na casualidade, este é o primeiro e mais forte ponto de divergência da ciência com o espiritismo.
Allan Kardec nos pede, para que estejamos analisando, aquilo que a ciência apresente, colocando a premissa, a luz da lógica e da razão, se responder a esta aferição, e ficar demonstrado que estamos equivocados, então mudemos nossos conceitos.
A ciência é sem duvida alguma, um dos mais evidentes instrumentos da evolução,   a ela devemos  o avanço tecnicológico,  e cultural, a mesma nos trouxe o conforto e o bem estar, nos mais variados setores da vida, entretanto, também é trabalhada por mentes, e mãos humanas, nem todos os cientistas são um Einstein, um Newton, um Galileu, um Arquimedes, etc., como existem os místicos no espiritismo, também os temos na ciência; isto dito, não pretendo afirmar que os geneticistas estão equivocados, no trabalho que desenvolvem, pois fizeram descobertas maravilhosas, descobertas que favorecem a humanidade no campo da saúde, apenas discordo dos mesmos seja o fator hereditário a causa dos vícios, como já o explicitei.  
Os geneticistas estão corretos quanto ao estudo da decodificação, entretanto, quanto a conclusão final estão equivocados, pois acreditar que os vícios tenham como causa a hereditariedade, é defender o axioma da casualidade, como dito este axioma responde aos ateísta, não aos espíritas, pois nós espíritas compreendemos que todo efeito tem uma causa, todo efeito inteligente, necessariamente, a que ter uma causa inteligente, não dá para acreditarmos, que os distúrbios da psique, tenham uma célula como causa.
Embora respeitável a ciência, como vimos, André Luiz nos trouxe em o livro “Missionários da Luz” revelações genéticas explicando também o fator hereditário, entretanto, deixando evidente que, a causa primeira da vida humana, e de sua manifestação inteligente, é o espírito; ah eu ia me esquecendo, como a morte não existe e a vida continua, temos cientistas despojados do corpo físico, e André Luiz é um deles.
Mas não satisfeito, com estas argumentações, meu amigo espírita e psicólogo, argumentou ainda comigo, haver verificado através de tratamentos realizados em seus pacientes, que a maioria dos casos de alcoolismo, traziam sempre, pais, avos, ou bisavós,   que haviam possuído o vicio de beber, narrando-me o tratamento de um garoto que bebia, seu bisavô, seu avo,  bebiam o pai do rapaz não tinha o vicio, mas que com certeza ele o herdara dos antepassados.
Não existe hereditariedade espiritual, pois somos os construtores de nosso próprio destino, somos herdeiros de nossas próprias obras, reencarnamos junto a determinados pais por lei vibracional, lei de afinidade, é mesmo estranho que alguns espíritas acreditem em hereditariedade espiritual, a célula que seria a responsável pelo desenvolvimento do vicio, pode estar presente no DNA, entretanto, se o espírito já superou este momento evolutivo, não haverá campo para a manifestação dessa célula, basta lembrar que na reencarnação de Segsmundo, Alexandre esclarece André Luiz que dependendo da conduta do reencarnante, poderia ser suavizado, e mesmo eliminado, o problema de origem cardíaca que se manifestaria durante a sua existência na terra; o garoto supostamente herdeiro, pode ter sido a reencarnação de seu bisavô, carregando ainda as tendências viciosas do passado.
Lembremos que é impossível a um papai ou mamãe, transferir luz e amor, a um filho que se encontre em trevas, sendo impossível essa transferência, é também impossível a hereditariedade, pois herdar é receber algo de alguém, e, no que respeita os valores legítimos, este são inalienáveis, são intransferíveis; somos herdeiros do Criador, individualidades, participantes do universo, concebidos por Deus,  dotados de inteligência e de amor, nos é facultado o livre arbítrio, e nos transformamos em construtores de nosso próprio destino.
Amigos, o que tínhamos que herdar, já o possuímos, em potenciação no núcleo da alma, possuímos um patrimônio eterno, na condição de um eterno vir a ser,  compete-nos entretanto maturar essas potenciações, manifestando a força de vontade, aproveitando as oportunidades que Deus nos oferece na vida, através das reencarnações,  entretanto não nos esqueçamos, somos herdeiros de nossos próprios atos.
                                                                      Sola

quarta-feira, 29 de maio de 2013

AVALIAÇÃO ESPÍRITA SOBRE O MATRIMÔNIO


 Jorge Hessen
http://aluznamente.com.br


Recente estudo publicado no Journal of Research in Personality afirma que a vida de casado pode não ser muito boa, contudo  permanecer solteiro tende a ser pior. Stevie Yap, da Universidade Estadual de Michigan, coordenador da pesquisa, expõe que as pessoas que se casam acercam-se da “felicidade” nos primeiros anos da experiência matrimonial, porém, com o advir dos anos, essa “felicidade” arrefece um pouco. O estudo sinaliza que o casamento não torna necessariamente a pessoa mais feliz, comparando com a vida de solteiro, porém resguarda a “felicidade” conquistada na vida a dois.
O casamento, “de acordo com as leis naturais, proporciona o avanço social”. (1) Há, segundo Stevie, “um vínculo de longo prazo entre o casamento e a felicidade, isso equivale afirmar que o casamento é bom e faz muito bem”. (2) Por outro lado, compreendemos que, se há casamentos edificados pelos laços espirituais, existem consórcios sedimentados tão somente sob os liames materiais. Obviamente, “as famílias vinculadas espiritualmente são mais felizes se fortalecem pelo burilamento e se perpetuam no além-túmulo; mas, as famílias tecidas apenas pelas junções físicas são frágeis e se extinguem com o tempo e muitas vezes se dissipam moralmente, já na existência atual”. (3)
Vivemos hoje a era do alheamento, do estar solitário e das uniões descartáveis, e isso tem provocado a desestrutura familiar. Estamos sob o jugo da alienação em massa. Nessa conjuntura as pessoas permanecem ausentes aos fatos modernos que as cercam; são tolhidas emocionalmente de maior concentração ou sensibilidade social; creem ser desnecessário qualquer tipo de exercício mental ou espiritual; regozijam-se em direcionar todos os esforços de suas vidas ao lazer, prazer e entretenimento. Convivem ou sobrevivem da substituição do Ser pelo Ter. A necessidade de espiritualização é sobrepujada pelo vício em diversão. Os entretenimentos giram quase sempre em torno de erotismos, violência e banalidades.
Em razão desse cenário, paira grande ameaça sobre a estabilidade familiar, e quando a família é ameaçada, por qualquer razão, a sociedade perde a direção da paz. A dialética materialista, os hodiernos conceitos e promoções sensualistas, têm investido contra a organização familiar, dilacerando o matrimônio (monogamia) e sugerindo o amor livre (poligamia promíscua).
Há os que veem no cônjuge um verdadeiro teste de paciência, pois os seus santos não se cruzam. Sob o cometimento das aparências alguns casais que acreditavam amarem-se loucamente, quando são obrigados a viver com as pessoas “amadas”, não tardam a reconhecer que isso não era senão um “amor” físico e fugaz.
Quando os valores cristãos perdem significado, aguçamos o egoísmo e esfacelamos a felicidade. Muitos casamentos podem ser classificados de “acidentais” - por efeito de atração momentânea, precipitada e sem qualquer ascendente espiritual; ou casamentos “provacionais”, isto é, reencontro de almas para reajustes; Matrimônios “sacrificiais”, quando há união de espíritos iluminados com seres moralmente primitivos, com o objetivo de redimi-las; Existem os casórios “afins”, onde há encontros de almas amigas e, embora raríssimos, existem os casamentos “transcendentes”, quando há o reencontro de almas que se buscam para realizações eternas.
Mas a maioria esmagadora de casais na Terra é composta de forçados sob algemas. No casamento, quando um dos consortes ruma para a relação extraconjugal, a tarefa é de batalha e prantos intensos; entretanto, ainda assim, no sacrifício sentimental, a pessoa traída cresce e se ilumina. Obviamente, os infiéis não escaparão das situações infelizes dos endividamentos sentimentais rebaixados de maneira injusta, que invariavelmente resgatarão em momento inevitável, parcela a parcela, pelo dispositivo dos princípios de causa e efeito.
O processo de educação do Ser para a Divindade tem sua base na Lei da Reencarnação e no trabalho incessante”. (4) Há uniões que, no início, parecem não dever jamais ser simpáticas, e quando um e outro se conhecem bem e se estudam bem, acabam por se amar com um amor terno e durável, porque repousa sobre a afinidade moral! Em verdade, é o Espírito que ama e não o corpo, e, quando a ilusão material se dissipa, o Espírito vê a realidade. Seria admissível casais que se conheceram e se amaram no passado (re)encontrarem-se noutra existência corporal e reconhecerem-se?
Garantem os Benfeitores que não! Mas podem sentir-se atraídas. E, “frequentemente, diversa não é a causa de íntimas ligações fundadas em sincera afeição. Dois seres se aproximam devido a circunstâncias aparentemente fortuitas, mas que na realidade resultam da atração de dois Espíritos, que se buscam reciprocamente por entre a multidão.". (5)
Enfim, no casamento temos a base dos reflexos aprazíveis ou aborrecíveis que o passado nos restitui. E não é demais lembrar que o matrimônio não existe para a exaltação egoística da parentela humana, mas para ser uma instituição abençoada onde, quase sempre, demanda-se a renúncia e o sacrifício de uma existência inteira.


Referências bibliográficas:
(1)    Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos, Rio de Janeiro, Ed. FEB 2000, perg 695
(2)    Disponível no portal http://revistaplaneta.terra.com.br/secao/comportamento/casamento-bom acessado em 25/05/2013
(3)    Kardec, Allan. O Evangelhop Segundo o Espiritismo,  Cap. XIV - Item 8, Rio de Janeiro: Ed. FEB 2000
(4)    Xavier, Francisco Cândido. Voltei, ditado pelo espírito "Irmão Jacob" (pseudônimo de Frederico Figner), Rio de Janeiro, 1a. edição, Conceitos de uma cartilha preparatória pag 102  ed. FEB, 1949
(5)    Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos, Rio de Janeiro, Ed. FEB 2000, perg 386

segunda-feira, 27 de maio de 2013

CARTÃO DE POBREZA

A minha fotografia
Margarida Azevedo

Margarida Azevedo
Mem Martins, Sintra, 
Portugal


Exercer caridade não é para toda a gente, se a entendermos como um acto reflexivo, inteligente, meditativo mesmo. 

É facto que ela está ao alcance de todos, pois todos possuímos sempre algo que podemos partilhar. Não há dúvida. Mas a caridade cristã, aquela que não exclui, não conhece diferenças, nem fronteiras, que ultrapassa todos os obstáculos, essa já é mais complexa. 

A caridade cristã não separa, mas une, não identifica quem dá nem quem recebe, mas ilumina a ambos na sua humildade, a qual é tão necessária para um como para outro, pois ambos partilham o mesmo momento; não escandaliza, pois aquele que dá não o faz porque lhe sobra, nem o que recebe porque está na miséria da ausência total uma vez que a caridade é uma ajuda baseada num acto pedagógico. A caridade cristã ensina ao que pede o caminho da libertação face ao que o torna dependente, ao que dá mostra o caminho da compreensão do que significa estar ao serviço da liberdade desprovida de rótulos como cidadania, gesto político mais enobrecido, fé, até mesmo caminho para Deus. A caridade cristã é gesto da alma, não espera qualquer pagamento, porque ela não tem preço, porque não há nada que a pague, porque é outra coisa tão subtil que até um simples “obrigado/a” já soa a deformação.

Mas a nossa vivência cristã está longe de feitos caridosos, ainda que muito apregoados. As sociedades ocidentais que apoiaram o cristianismo na caridade, mantendo os crentes na ignorância, conduziram as mesmas aos maiores níveis de pobreza a que jamais um cristão poderia descer. Não porque o cristão seja diferente dos demais homens e mulheres das outras confissões, mas porque, por serem cristãos, não compreenderam a mensagem do seu mestre, deturparam-na, fazendo dele um mestre da pobreza e não um mestre de uma doutrina libertadora.

Mais, separaram de tal forma a vida terrena da vida espiritual que entenderam por libertação o fim do jugo do pecado original, bastante tardio, sublinhe-se, e não um fim de tudo o que seja aprisionador. A liberdade espiritual e/ou doutrinária defendida por Jesus nunca poderia estar separada da vivência social. A libertação de uma conduz, inevitavelmente, à outra.

Matar a fome, só por si, não liberta ninguém. Ela tem que ser acompanhada de conhecimento, estudo, mudança interior. Por sua vez, a mudança interior não se consegue na fome. 

Porém, não se confunda o jejum com a fome, como o fazem alguns. A fome é ausência, é querer e não ter, o jejum é presença de um objectivo, é ter e não querer. O primeiro impõe-se ao sujeito, no segundo é o sujeito que se lhe impõe de livre vontade. O primeiro é vazio e deplorável e conduz à revolta e à degradação do sujeito, o segundo tem um fim e é caminho para esse fim.

E nesta deturpação da vivência cristã, segregadora, a insegura vida laboral tem conduzido à degradação profissional, os actos de dar ao amesquinhar da caridade, de tal forma que os pobres passaram ao estatuto de gente a quem tudo falta. Por outras palavras, já não há pobres nem necessitados, há míseros. O desemprego das famílias, por exemplo, a isso as conduziu, com a agravante de que há quem tenha a opinião infeliz de que é porque gozaram e gastaram demais. Não generalizem um caso ou outro dando-lhe a abrangência de lei, nem se envolvam em perigosos juízos de valor tomando contornos não menos perigosos de tribunais populares. O conforto e o bem-estar devem estar ao serviço de todos e tem a dimensão das bolsas de cada um. Atenção que não estamos a falar de excentricidades ridículas e avaras tais como uma caneta de 50 000 € ou um gorro por 10 000.

Aquilo com que nós estamos em total desacordo é o facto de haver ficheiros onde estão identificados todos os que acorrem às instituições de caridade a fim de receberem ajuda. Essa base de dados, além de rotular, é um selo que cai no fundo da alma, que tem implicações psicológicas que podem conduzir inclusivamente ao suicídio pois envergonham, reduzindo o sujeito a um estatuto absolutamente degradante: “Quem és tu?”, “Eu sou o pobre n.º 2029.” 

O ficheiro é um cartão de pobreza, mal disfarçado dentro do computador, uma espécie de “salvo-conduto” virtual, que dá acesso à despensa da instituição (muito social, muito cristã, muito caridosa, tudo muito). 

Acrescente-se ainda que, mercê da onda de modernices e com o andamento que tudo está a levar, dentro em pouco serão acrescidos de um chip para que todos os aparelhos detectores de intrusos denunciem a presença de um pobrezinho. Com isso passará ao grandioso estatuto de pobre mundialmente conhecido, orgulhosamente universalizado, um pedinte à escala planetária. Assim, além do nº 2029, dentro do país, terá o 23 000 000, no continente, 325 000 000, no planeta. Ou então, e porque a língua portuguesa anda a aprimorar-se nas suas designações, “um cidadão indefinido”.

Este, quanto a nós, é o maior acto xenófobo, o mais terrífico, o mais medonho, o mais hediondo a que um ser humano pode estar sujeito. É a maior degradação que alguém pode atingir, a maior pobreza espiritual; anti tudo, todas as doutrinas, todas as crenças, toda e qualquer apresentação da fé, da cidadania, a maior anulação do conceito de pessoa.

É urgente reler os profetas, orar a Deus nas Alturas e modificar-se, antes que seja tarde demais. Os idiotas esquecem-se de que o mundo gira sem parar e que nestas mudanças o que está hoje em cima, amanhã poderá estar em baixo. Basta Deus querer.

Hidra de Lerna: Muitas Cabeças (Movimentos) Para Um Só Corpo (Doutrina)



O Espiritismo, enquanto Doutrina Espírita é um só e não possui divisões. O Movimento Espírita Brasileiro (não posso falar do exterior), contudo, possui diversas divisões, frutos de interpretações e sincretismos diferenciados. Neste texto, o objetivo é nomear estes segmentos e tentar defini-los em breves palavras. Nem todos concordarão com essa divisão e novos segmentos podem ser adicionados ou retirados, conforme o caso. É preciso observar, também, que vários segmentos podem adotar as mesmas práticas.

Movimento Religioso

Origens: A origem desse segmento está ligada ao processo de organização do Espiritismo no Brasil, ainda na década de 1870, com a fundação da Sociedade de Estudos Espíritas Deus,Cristo e Caridade (lema que até hoje figura na “bandeira” da FEB), no Rio de Janeiro. Essa vertente surgiu da divergência com outra corrente, então chamada “científica”. É o segmento mais antigo no Brasil e responde pelo maior contingente de espíritas no Brasil e estende sua influência até o exterior. Possuem mais de 10 mil grupos filiados, o que nos leva a pensar que seus membros passem de um milhão.

Bases: Fundamentalmente, mas não necessariamente, vinculados à FEB (Federação Espírita Brasileira). Propagam que o Espiritismo possui três aspectos: científico, filosófico e religioso. Contudo, na prática, difundem um espiritismo religioso (muitas vezes os centros deixam claro em seu estatuto tratar-se de uma entidade religiosa) e possuem muita proximidade com o Catolicismo. Grande parte de seus membros são ex-católicos e é comum encontrarmos referências a santos católicos nestes centros, seja pelo nome do centro espírita, seja por quadros ou mesmo em preces (referências à Maria como “nossa mãe santíssima”, etc.). São extremamente apegados à figura de Jesus, elevando-o a condição de “Governador da Terra”.

Atividades: Buscam, através da FEB, unificar o Movimento Espírita. Isto é, criar um “modelo de gerenciamento espírita”, de modo que os mais diversos grupos, espalhados pelo Brasil, tenham uma prática bastante semelhante. Esses grupos geralmente realizam palestras públicas (normalmente centradas no livro O Evangelho Segundo o Espiritismo), promovem trabalhos de “catecismo espírita”, chamados de Evangelização Infantil, para crianças e mocidade, para jovens. Possuem um bom trabalho de assistência material (normalmente, servindo sopa e almoço nos centros espíritas para pessoas pobres), oferecem serviços de passes, desobsessão e, em menor escala, grupos de desenvolvimento mediúnico. Os grupos de estudos, normalmente, se dão em torno dos livros de André Luiz ou numa série de apostilas intituladas ESDE (Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita).

Livros: Embora se divulgue e incentive a leitura das obras de Kardec, este segmento valoriza a obra “O Evangelho Segundo o Espiritismo” acima de todas as demais e reforçam suas crenças através das obras do Espírito André Luiz (psicografado por Chico Xavier/Waldo Vieira) que consideram “obras complementares” às de Kardec. Esta é, possivelmente, a vertente que mais consome romances mediúnicos, tomando-os como referência, desde que sejam coerentes com os livros de Chico Xavier.
Representantes:
• Bezerra de Menezes
• Chico Xavier
• Divaldo Franco

Movimento Filosófico-Religioso

Origens: Não há uma data precisa sobre a origem desse movimento, que se intensificou entre os anos de 1950-1970, principalmente na cidade de São Paulo. Não possuem muitos membros (talvez, no máximo, algumas centenas) e são mais frequentemente vistos na cidade do Rio de Janeiro.

Bases: Esse movimento caracteriza-se por um forte apelo à “pureza doutrinária” (isto é, conservar o Espiritismo aos moldes de Kardec) e pela crítica direta e, muitas vezes, dura, à FEB e ao Movimento Espírita Brasileiro. Consideram o Espiritismo como uma “religião, mas não uma igreja” e possuem forte tendência filosófica, além de um profundo estudo da obra de Allan Kardec e da Revista Espírita, pouco explorada em outros segmentos. Tendem a ver a obra de Kardec como inspiração Divina.

Atividades: Palestras públicas, seminários e publicação de jornais. O trabalhado caritativo, neste seguimento, é muito diversificado .

Livros: Todos os livros de Allan Kardec. Dois outros livros que certamente marcaram época neste seguimento, foram: Conscientização Espírita, de Gélio Lacerda e O Verbo e a Carne, de Herculano Pires e Júlio Abreu Filho.

Representantes:

 Herculano Pires
Julio Abreu Filho
Gélio Lacerda

Movimento Laicista

Origens: Pode-se dizer que este movimento esteve presente desde o surgimento do Espiritismo. Contudo, ele tomou forma no ano de 1888, no congresso de Barcelona, onde o caráter Laico foi reafirmado. Na América do Sul, ele se consolida em 1946, em Bueno Aires, Argentina, com a criação da Confederação Espírita Pan-Americana, propagando uma visão “laica, progressista, humanista e livre-pensadora do Espiritismo”. Não se pode dizer sobre seu contingente na América Latina e do Sul (onde possuem representação em diversos Países, ainda que pequena, se comparada à da FEB). No Brasil, encontram-se alguns grupos principalmente nas cidades de Porto Alegre, João Pessoa e Santos, somando-se algumas centenas de membros.

Bases: Este movimento acentua-se pelo estudo da obra de Allan Kardec (por isso, dizem-se Kardecistas, termo comum nesse segmento, ao contrário dos demais) e pela comparação com outras modalidades de pensamentos. É a vertente mais “aberta e tolerante” e com forte inclinação histórico-social e humanista. Não veem o Espiritismo como “Revelação Divina”, e sua proposta é sempre de diálogo com os diversos grupos e correntes do Espiritismo. Sua principal característica é o posicionamento laico, isto é, não religioso do Espiritismo. Sofrem forte crítica dos demais segmentos por propor que o Espiritismo deva ser atualizado perante a ciência e demais áreas do conhecimento humano, ainda que não se proponha a fazê-lo.

Atividades: Palestras, congressos, rádio, jornais e lista de debates via internet.

Livros: Obras de Allan Kardec.

Representantes:
• Amalia Domingo y Soler
• Humberto Mariotti
• Jaci Regis


Movimento Evangélico

Origens: Entre 1950-1970, em São Paulo, através da fundação da Escola de Aprendizes do Evangelho, cuja proposta é: “de um programa organizado para proporcionar a vivência do Cristianismo como proposta essencial de aperfeiçoamento moral da Humanidade através da Reforma Íntima do ser”. Estão concentrados na região Sudeste do Brasil e seu contingente é de alguns milhares de membros.

Bases: Assim como o movimento religioso, o movimento evangélico (mas, não protestante) possui uma forte tendência Cristã. Seus programas de estudo visam um amplo conhecimento do Cristianismo primitivo e seus membros se caracterizam pela busca constante de melhoria moral. Estudam e incentivam o estudo das demais obras de Allan Kardec, mas tendo por foco o Evangelho.

Atividades: Este grupo, basicamente, atua em três áreas distintas:

a) Escola de Aprendizes do Evangelho (estudo profundo do Cristianismo em busca de desenvolvimento moral);

b) Curso de Médiuns (famosos cursos com duração de 18 meses para formação de médiuns capacitados para o trabalho no Centro Espírita);

c) Atendimento Espiritual.

Livros: Desenvolvimento Mediúnico (Edgar Armond), Passes e Radiações (Edgar Armond)

Representantes:
• Edgar Armond

Movimento Esotérico ou Místico

Origens: Início dos anos de 1950. O principal expoente deste movimento é o espírito Ramatís (um caso curioso, já que os outros movimentos foram iniciados por encarnados), através do médium Hercílio Maes. Juntos, produziram mais de 10 obras. Uma característica curiosa desse movimento é a falta de uniformidade. Enquanto os demais segmentos são mais ou menos homogêneos, neste há um contexto sincrético profundo e diferenciador.

Adotam, além das obras de Allan Kardec, as obras do espírito Ramatís como referência e também aspectos e ensinos das culturas Orientais e Indianas. Muitos espíritos que dão comunicações nestes grupos relatam terem vividos nessas culturas. Sofrem muito preconceito do movimento geral, que geralmente negam-lhes caráter espírita. Estão mais particularmente concentrados nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro, embora haja membros em todo o Brasil. Respondem por alguns milhares de membros.

Bases: Adotam os livros de Allan Kardec, Chico Xavier e alguns outros médiuns, mas sua fonte central de informação, normalmente, são as obras de Ramatís, além de explorarem conhecimento do Oriente e da Índia. Adotam o conceito de Karma, Chacras e terapias alternativas (apometria, cromoterapia, etc). Por conta do preconceito sofrido, muitos membros preferem denominar seus centros de “fraternidade” ou utilizar o nome “espiritualista” ao invés de espírita.

Atividades: Foco no tratamento espiritual, através de cromoterapia, terapia Prânica, Desobsessão, fitoterapia (às vezes, homeopatia via receituário mediúnico), etc.

Livros: Todas as obras de Allan Kardec. Todas as obras de Ramatís, através dos mais diversos médiuns. Alguns livros de Edgar Armond.

Representantes:

• Hercilio Maes
• Wagner Borges

Movimento Ortodoxo

Origens: Este é o mais novo dos movimentos espíritas e sua principal característica é a ortodoxia. Seu surgimento se deu através da rede social Orkut entre os anos de 2004 e 2008. Atualmente, preferem não mais utilizar o termo “ortodoxo”, apesar de o terem feito inicialmente. Seus membros estão por todo o Brasil, apesar de somarem-se apenas algumas centenas.

Bases: Exclusivamente os livros de Allan Kardec. Buscam resgatar o caráter científico-filosófico do Espiritismo, posicionando-o como uma “ciência aplicada” no cotidiano. Outra característica desse segmento é o profundo desdenho com o diferente. Normalmente, seus membros não aceitam a opinião de outros segmentos, que sempre rotulam como errôneas interpretações das obras de Allan Kardec.

Atividades: Quase todas se limitam às redes sociais Orkut e Facebook, onde discutem os mais diversos temas através de fóruns.

Livros: Todos os livros de Allan Kardec.

Representantes: Este segmento não possui representantes de grande abrangência.

Movimento Universalista

Origens: Não há uma data específica sobre o surgimento deste movimento. Ele parece existir desde o princípio do Espiritismo no Brasil e tem se intensificado nos últimos anos. Seu contingente atinge alguns milhares de espíritas, por todo o Brasil.

Bases: Uma das características desse movimento é o sincretismo religioso. Adotam influências das mais diversas correntes do pensamento humano (catolicismo, protestante, budista, indiana, hindu, afro, indígena, conceitos da física quântica, etc). São muito próximos, em termos de identidade ao movimento esotérico. Contudo, diferenciam-se ao propor um diálogo religioso universalista (e agregacionista) em termos de Espiritismo.

Adotam as obras de Allan Kardec e quaisquer outras, desde que sejam obras que demonstrem amor e boa-vontade. Seus membros mostram-se pessoas muito afetivas e absorvem influência de todos os credos. Costumam dizer que o que importa é o amor, e veem as demais religiões como boas, desde que ajudem seus membros a se tornarem pessoas melhores. Uma curiosidade sobre este segmento é que dificilmente ele se consolida em grupos e, quando o faz, geralmente são isolados, são mais facilmente encontrados entre outros segmentos.

Atividades: Sem descrição de atividades.

Livros: Todo livro espírita e espiritualista.

Representantes:
• Benjamin Teixeira

Movimento “Daimista”

Origens: Entre 1940-1960. Este segmento é o que menos possui relação direta com o Espiritismo, muito embora adotem o termo “espírita” em suas casas e encontros. Basicamente se divide em duas ramificações, sendo a “Barquinha”, fundada na década de 1940 e a “União doVegetal“, fundada na década de 1960. Cada uma com suas particularidades doutrinárias.

Bases: Ao contrário dos demais segmentos que buscam fundamentar suas práticas em autores consagrados, este segmento defende a busca do ser humano pelo autoconhecimento através de si mesmo, possuem muita proximidade com as crenças Indígenas. Fazem uso de uma bebida enteógena ou alucinógena (conforme se entenda), chamada Ayahuasca ou “daime”, como é popularmente conhecida. Estes grupos, normalmente, se formam nas matas ou regiões verdes, distantes dos centros urbanos. Seu contingente é de alguns milhares de membros que podem ser encontrados em todo o Brasil, com maior concentração na região Norte. Por fazer uso dessa substância, que, segundo os membros, facilitam a expansão da consciência, não são considerados como espíritas por grade parte do movimento espírita organizado. Alguns adeptos também preferem não se identificar como espíritas.

Atividades: Reúnem-se semanalmente ou quinzenalmente para promover palestras ou uso do chá em atividades que podem durar longas horas e trabalhados caritativos.


Livros: Não há uma base doutrinária, apesar de estudarem obras que abordem a prática do “daime”.

Representantes:

• Mestre Gabriel
• Daniel Pereira de Mattos

Movimento Livre-Pensador

Origens: Não há uma data específica. Este movimento existe desde o surgimento do Espiritismo. Atualmente, seus membros encontram-se espelhados por outros segmentos, embora grade parte não atue em um centro espírita institucionalizado. Seu contingente é de algumas centenas.

Bases: Este segmento adota as obras de Allan Kardec como base e, sobre ela, fazem seus estudos e críticas. Sua principal característica é a criticidade e contextualização das obras de Allan Kardec. São vistos, pelos demais movimentos, como polêmicos, uma vez que seu posicionamento crítico pode gerar incômodos, especialmente quando analisados de um ponto de vista histórico-social. A leitura das obras de Allan Kardec, neste segmento, não é feita de forma científica, filosófica ou religiosa. Geralmente, seus membros veem o Espiritismo como fruto de uma época em que pesava as influências cartesianistas e positivistas do século XIX e sua adesão ao Espiritismo é, simplesmente, uma afinidade de pensamentos. Normalmente também não aceitam a opinião que diz ser o Espiritismo o consolador prometido por Jesus ou terceira revelação, pois entendem que tal postura é excludente.

Atividades: Quando participantes de um centro espírita, estão mais ligados a organização de estudos ou palestras, embora também estejam presentes em outras atividades. Uma grande parte desses membros atua pela internet, seja através das redes sociais, blogs, fóruns, etc. Possuem muita semelhança com o movimento laico.

Livros: Todas as obras de Allan Kardec, livros científicos em geral e, eventualmente, algum romance.

Representantes: Este segmento não possui representantes de grande abrangência

Movimento Científico

Origens: Pode-se dizer que este movimento iniciou-se com Kardec, pois pretendia, com o Espiritismo, formar uma nova ciência (como posteriormente se tentou com a metapsíquica, e depois com parapsicologia). Este movimento surge da cisão com um movimento religioso que se formava ainda quando Kardec estava vivo, na França. Atualmente, não há registro da existência desse movimento, sendo praticamente extinto.

Bases: Este movimento adotava como base doutrinária os livros de Allan Kardec, mas buscavam ler estas obras com viés científico. Tentavam, de todas as formas, evidenciar a existência dos “fenômenos espíritas” através de experimentações científicas. Foram muito populares no fim do século XIX e início do século XX. Contudo, os resultados produzidos eram, quase sempre, pequenos e com frequência descobriam-se fraudes, o que ajudou a enfraquece essa corrente.

Por volta da década de 1860, quando se começou a criar grupos espíritas com certa regularidade no Brasil, havia uma tensão muito grande entre grupos de cunho religioso e grupos de cunho científico, o que frequentemente culminava em cisões que originavam outros grupos. Os espíritas de cunho religioso, até mesmo pelo contexto cultural-religioso do Brasil, terminaram se tornar maioria e hoje praticamente não existe mais o movimento científico do Espiritismo.

Obs.: Existem alguns poucos pesquisadores que tratam do espiritismo como objeto de ciência. Geralmente, de cunho histórico-social. Contudo, estes pesquisadores, normalmente, estão inseridos em alguns dos outros segmentos, não formando, até o momento, um segmento científico próprio.

Atividades: Sem atividades atualmente.

Livros: Obras de Allan Kardec de livros científicos em geral.

Representantes:

• Ernesto Bozzano
• Camille Flamarion

• Alexander Aksakof

domingo, 26 de maio de 2013

Tolerância "zero" - Teoria das janelas partidas


... Se o vidro de uma janela de um edifício é quebrado e ninguém o troca, muito rapidamente estarão quebrados todos os demais. Se uma comunidade exibe sinais de deterioração e isto parece não importar a ninguém, então ali se gerará o delito...
Em 1969, na Universidade de Stanford (EUA), o professor Phillip Zimbardo realizou uma experiência de psicologia social.
Deixou dois carros abandonados na via pública, dois veículos idênticos, da mesma marca, modelo e cor.
Um ficou em Bronx, na altura uma zona pobre e conflituosa de Nova York, outro em Palo Alto, uma zona rica e tranquila da Califórnia. Dois carros idênticos abandonados, dois bairros com populações muito diferentes e uma equipe de especialistas em psicologia social estudando as condutas das pessoas em cada local.
Resultou que o carro abandonado em Bronx começou a ser vandalizado em poucas horas. Perdeu as rodas, o motor, os espelhos, o rádio, etc. Levaram tudo o que fosse aproveitável e aquilo que não puderam levar, destruíram. Já o carro abandonado em Palo Alto se manteve intacto.
É comum atribuir à pobreza as causas de delito, atribuição em que coincidem as posições ideológicas mais conservadoras (da direita e da esquerda).
Contudo, a experiência em questão não terminou aí.
Quando o carro abandonado em Bronx já estava destruído e o de Palo Alto impecável, os investigadores partiram um vidro do automóvel de Palo Alto.
O resultado foi que se desencadeou o mesmo processo que o do Bronx, e o roubo, a violência e o vandalismo reduziram o veículo do bairro rico ao mesmo estado que o do bairro pobre.
Por que que o vidro quebrado, no carro abandonado num bairro supostamente seguro, é capaz de disparar todo um processo delituoso?
Não se trata de pobreza. Evidentemente é algo que tem que ver com a psicologia humana e com as relações sociais. Um vidro partido num carro abandonado transmite a ideia de deterioração, de desinteresse, de despreocupação, que vai quebrar os códigos de convivência, como de ausência de lei, de normas, de regras, em que vale tudo. Cada novo ataque que o carro sofre reafirma e multiplica essa ideia, até que a escalada de atos cada vez piores se torna incontrolável, desembocando numa violência irracional.
Em experiências posteriores, James Q. Wilson e George Kelling desenvolveram a "Teoria das Janelas Quebradas", a mesma que de um ponto de vista criminalístico conclui que o delito é maior nas zonas onde o descuido, a sujeira, a desordem são maiores. Se o vidro de uma janela de um edifício é quebrado e ninguém o troca, muito rapidamente estarão quebrados todos os demais.
Se uma comunidade exibe sinais de deterioração e isto parece não importar a ninguém, então ali se gerará o delito.
Se se cometem "pequenas faltas" (estacionar em lugar proibido, exceder o limite de velocidade ou passar um sinal vermelho) e isso não gera punição, então começam as faltas maiores e logo delitos cada vez mais graves. Se se permitem atitudes violentas como algo normal no desenvolvimento das crianças, o padrão de desenvolvimento será de maior violência quando chegarem à idade adulta.
Se os parques e outros espaços públicos deteriorados são progressivamente abandonados pela maioria das pessoas (que deixa de sair das suas casas por temor à criminalidade), são progressivamente ocupados pelos delinquentes.
A Teoria das Janelas Quebradas foi aplicada pela primeira vez em meados da década de 80 no metrô de Nova York, que se havia convertido no ponto mais perigoso da cidade.
Começou-se por combater as pequenas transgressões: pichações deteriorando o lugar, sujeira das estações, alcoolismo entre o público, evasões ao pagamento de passagem, pequenos roubos e desordens.
Os resultados foram evidentes. Começando pelo pequeno conseguiu-se fazer do metrô um lugar seguro.
Mais tarde, em 1994, Rudolph Giuliani, prefeito de Nova York, baseado na Teoria das Janelas Quebradas e na experiência do metrô, impulsionou a política de Tolerância Zero.
A estratégia consistia em criar comunidades limpas e ordenadas, não permitindo transgressões à Lei e às normas de convivência urbana. O resultado prático foi uma enorme redução de todos os índices criminais da cidade de Nova York.
A expressão Tolerância Zero soa como uma espécie de solução autoritária e repressiva, mas seu conceito principal é a prevenção e promoção de condições sociais de segurança.
Não se trata de linchar o delinquente, nem de estimular a prepotência da polícia. De fato, aos abusos das autoridades deve também aplicar-se a Tolerância Zero. Não é tolerância zero em relação à pessoa que comete o delito, mas tolerância zero em relação ao próprio delito. Trata-se de criar comunidades limpas, ordenadas, respeitosas da lei e dos códigos básicos da convivência social humana.
Essa é uma teoria interessante e pode ser comprovada em nossa vida diária, seja em nosso bairro, na vila ou condomínio onde vivemos, não só em cidades grandes. A tolerância zero colocou Nova York na lista das cidades seguras. Esta teoria pode também explicar o que acontece aqui no Brasil com corrupção, impunidade, amoralidade, criminalidade, vandalismo, etc.
Pense nisso!
Renato Kasinski é empresário.

sexta-feira, 24 de maio de 2013

Espiritismo sem Jesus



Francisco Cândido Xavier

- Chico, estão querendo separar a parte científica, filosófica e religiosa da Doutrina, dizendo que o Espiritismo não é religião, isto é, estão querendo tirar Jesus do Espiritismo. O que você acha de tudo isso?

A resposta não se fez esperar:

- Se tirarmos Jesus do Espiritismo, vira comédia. Se tirarmos Religião do Espiritismo, vira um negócio. A Doutrina Espírita é ciência, filosofia e religião. Se tirarmos a religião, o que é que fica?

A filosofia humana, embora seja uma conversa sem fim, tem ajudado a clarear o pensamento, mas não consola perante a dor de um filho morto.

A ciência humana, embora seja uma pergunta infindável, está aí em nome de Deus.

Antigamente tínhamos a varíola, mas Deus, inspirando a inteligência humana, nos deu a vacina e hoje a varíola está quase eliminada da face da terra.

Sofríamos com o problema da distância, mas a bondade divina, inspirando a cabeça dos cientistas, nos trouxe o motor. Hoje temos o barco, o carro, o avião suprimindo distâncias... o telefone aliviando ansiedades... a televisão colocou o mundo dentro de nossas casas...

Tínhamos medo da escuridão, mas a misericórdia divina nos enviou a lâmpada, através da criatividade humana.

A dor nos atormentava, mas a compaixão divina nos enviou a anestesia.

Há, porém, uma coisa em que a ciência não tem conseguido ajudar. Ela não tem conseguido eliminar o ódio do coração humano. Não há farmácias vendendo remédios contra o egoísmo, o orgulho, a vaidade, a inveja, o ciúme... Não podemos pedir misericórdia a um computador.

Jesus, porém, está na nossa vivência diária, porquanto em nossas dificuldades e provações, o primeiro nome de que nos lembramos, capaz de nos proporcionar alívio e reconforto, é JESUS.

De maneira que se tirarmos a religião do Espiritismo fica um corpo sem coração, se tirarmos a ciência fica um corpo sem cabeça e se tirarmos a filosofia fica um corpo sem membros.

(Entrevistas com Chico Xavier)

AS VIDAS PASSADAS DE EMMANUEL



Emmanuel

fonte:  www.autoresespiritasclassicos.com


Emmanuel, exatamente assim, com dois "m" se encontra grafado o nome do espírito, no original francês “L'évangile selon le spiritisme”, em mensagem datada de Paris, em 1861 e inserida no cap. XI, item 11 da citada obra, intitulada "O egoísmo".
O nome ficou mais conhecido, entre os espíritas brasileiros, pela psicografia do médium mineiro Francisco Cândido Xavier. Segundo ele, foi no ano de 1931 que, pela primeira vez, numa das reuniões habituais do Centro Espírita, se fez presente o bondoso espírito Emmanuel.
Descreve Chico: “Via-lhe os traços fisionômicos de homem idoso, sentindo minha alma envolvida na suavidade de sua presença, mas o que mais me impressionava era que a generosa entidade se fazia visível para mim, dentro de reflexos luminosos que tinham a forma de uma cruz.”
Convidado a se identificar, apresentou alguns traços de suas vidas anteriores, dizendo-se ter sido senador romano, descendente da orgulhosa “gens Cornelia” e, também sacerdote, tendo vivido inclusive no Brasil.
De 24 de outubro de 1938 a 9 de fevereiro de 1939, Emmanuel transmitiu ao médium mineiro as suas impressões, dando-nos a conhecer o orgulhoso patrício romano Públio Lentulus Cornelius, em vida pregressa Públio Lentulus Sura, e que culminou no romance extraordinário : Há dois mil anos.
Públio é o homem orgulhoso, mas também nobre. Roma é o seu mundo e por ele batalha. Não admite a corrupção, mostrando, desde então, o seu caráter íntegro. Intransigente, sofre durante anos, a suspeita de ter sido traído pela esposa a quem ama. Para ela, nos anos da mocidade, compusera os mais belos versos: "Alma gêmea da minha alma/ Flor de luz da minha vida/ Sublime estrela caída/ Das belezas da amplidão..." e, mais adiante: “És meu tesouro infinito/ Juro-te eterna aliança/ Porque eu sou tua esperança/ Como és todo o meu amor!”
Tem a oportunidade de se encontrar pessoalmente com Jesus, mas entre a opção de ser servo de Jesus ou servo do mundo, escolhe a segunda.
Não é por outro motivo que escreve, ao início da citada obra mediúnica: “Para mim essas recordações têm sido muito suaves, mas também muito amargas. Suaves pela rememoração das lembranças amigas, mas profundamente dolorosas, considerando o meu coração empedernido, que não soube aproveitar o minuto radioso que soara no relógio da minha vida de Espírita, há dois mil anos.”
Desencarnou em Pompéia, no ano de 79, vítima das lavas do vulcão Vesúvio, cego e já voltado aos princípios de Jesus.
Cinqüenta anos depois, no ano de 131, ei-lo já de retorno ao palco do mundo. Nascido em Éfeso, de origem judia, foi escravizado por ilustres romanos que o conduziram ao antigo país de seus ascendentes. Nos seus 45 anos presumíveis, Nestório mostra no porte israelita, um orgulho silencioso e inconformado. Apartado do filho, que também fora escravizado, tornaria a encontrá-lo durante uma pregação nas catacumbas onde ele, Nestório, tinha a responsabilidade da palavra. Cristão desde os dias da infância, é preso e, após um período no cárcere, por manter-se fiel a Jesus, é condenado à morte.
Junto com o filho, Ciro, e mais uma vintena de cristãos, num fim de tarde, foi conduzido ao centro da arena do famoso circo romano, situado entre as colinas do Célio e do Aventino, na capital do Império. Atado a um poste por grossas cordas presas por elos de bronze, esquelético, munido somente de uma tanga que lhe cobria a cintura, até os rins, teve o corpo varado por flechas envenenadas. Com os demais, ante o martírio, canta, dirigindo os olhos para o Céu e, no mundo espiritual, é recebido pelo seu amor, Lívia.
Pelo ano 217, peregrina na Terra outra vez. Moço, podemos encontrá-lo nas vestes de Quinto Varro, patrício romano, apaixonado cultor dos ideais de liberdade.
Afervorado a Jesus, sente confranger-lhe a alma a ignorância e a miséria com que as classes privilegiadas de Roma mantinham a multidão.
O pensamento do Cristo, ele sente, paira acima da Terra e, por mais lute a aristocracia romana, Varro não ignora que um mundo novo se formava sobre as ruínas do velho.
Vítima de uma conspiração para matá-lo, durante uma viagem marítima, toma a identidade de um velho pregador de Lyon, de nome Corvino. Transforma-se em Irmão Corvino, o moço e se torna jardineiro. Condenado à decapitação, tem sua execução sustada após o terceiro golpe, sendo-lhe concedida à morte lenta, no cárcere.
Onze anos após, renasce e toma o nome de Quinto Celso. Desde a meninice, iniciado na arte da leitura, revela-se um prodígio de memória e discernimento.
Francamente cristão, sofreu o martírio no circo, amarrado a um poste untado com substância resinosa ao qual é ateado fogo. Era um adolescente de mais ou menos 14 anos.
Sua derradeira reencarnação se deu a 18 de outubro de 1517 em Sanfins, Entre-Douro-e-Minho, em Portugal, com o nome de Manoel da Nóbrega, ao tempo do reinado de D. Manoel I, o Venturoso.
Inteligência privilegiada, ingressou na Universidade de Salamanca, Espanha, aos 17 anos. Aos 21, está na faculdade de Cânones da Universidade, onde freqüenta as aulas de direito canônico e de filosofia, recebendo a láurea doutoral em 14 de junho de 1541.
Vindo ao Brasil, foi ele quem estudou e escolheu o local para a fundação da cidade de São Paulo, a 25 de janeiro de 1554. A data escolhida, tida como o dia da Conversão do apóstolo Paulo, pretende-se seja uma homenagem do universitário Manoel da Nóbrega ao universitário Paulo de Tarso 
O historiador paulista Tito Lívio Ferreira, encerra sua obra “Nóbrega e Anchieta em São Paulo de Piratininga” descrevendo: “Padre Manoel da Nóbrega fundara o Colégio do Rio de Janeiro. Dirige-o com o entusiasmo de sempre. Aos 16 de outubro de 1570, visita amigos e principais moradores. Despede-se de todos, porque está, informa, de partida para a sua Pátria. Os amigos estranham-lhe os gestos. Perguntam-lhe para onde vai. Ele aponta para o Céu.”
No dia seguinte, já não se levanta. Recebe a Extrema Unção. Na manhã de 18 de outubro de 1570, no próprio dia de seu aniversário, quando completava 53 anos, com 21 anos ininterruptos de serviços ao Brasil, cujos alicerces construiu, morre o fundador de São Paulo.
E as últimas palavras de Manoel da Nóbrega são: “Eu vos dou graças, meu Deus, Fortaleza minha, Refúgio meu, que marcastes de antemão este dia para a minha morte, e me destes a perseverança na minha religião até esta hora.”
E morreu sem saber que havia sido nomeado, pela segunda vez, Provincial da Companhia de Jesus no Brasil: a terra de sua vida, paixão e morte.
A título de curiosidade, encontramos registros que o deputado Freitas Nobre, já desencarnado na atualidade, declarou, em programa televisivo da TV Tupi de São Paulo, na noite de 27 para 28 de julho de 1971, que ao escrever um livro sobre Anchieta, teve a oportunidade de encontrar e fotografar uma assinatura de Manuel da Nóbrega, como E. Manuel.
Assim, o E inicial do nome do mentor de Francisco Cândido Xavier se deveria à abreviatura de Ermano, o que, segundo ele, autorizaria a que o nome fosse grafado Emanuel, um "m" somente e pronunciado com acentuação oxítona.  Fim




quinta-feira, 23 de maio de 2013

Mortos Despertando Vivos



Luiz Carlos D. Formiga
Rio de Janeiro


Depois de ler “Ponto de Vista. O Passe”(1), Marlene, Equipe IPATI, nos sugere a leitura do caso vinte e seis (2).

Respondemos que o caso é interessante. Geralmente usamos a palavra “interessante” quando não queremos fazer juízo de valor. No meu caso foi outro o motivo. Disse-lhe que a sua leitura me fez refletir sobre pequenos textos que escrevo ligados ao setor “saúde”.

Verificamos que nos dias que correm fomos induzidos a discutir “valores”. Publicamos “a última” contribuição como profissional da área em 2010 (3 )

Tentamos, ao longo do tempo, diminuir o preconceito junto aos pares. Doutores são ocupados com linhas de pesquisa e também muito exigentes, mesmo com os resultados encontrados por seus colegas. Acho que a transcomunicação ainda vai encontrar dificuldades. Lembrei Doyle (4).

Quase não acreditamos quando recebemos a revista técnica trazendo o artigo (5) . Contrariando expectativas, o corpo editorial colocou o ponto de vista do docente-pesquisador-paciente terminal, “sem hora marcada”, refletindo valores ético-espíritas.

 Estamos retornando ao artigo porque lemos o caso 26.

Não pudemos deixar de lembrar o subtítulo,  “prevenindo acidentes”, quando encontramos que: “a conciliação entre positividade científica e a fé religiosa possibilitada pela Doutrina Espírita trouxe ao Centro de Convenções Anhembi, São Paulo, maio de 1992, o Congresso Internacional de Transcomunicação (comunicação das almas dos mortos através de aparelhos eletrônicos - televisores, computadores e outros). Com promoção da Associação Médico Espírita de São Paulo o evento teve como Tema "Das mesas girantes ao VIDICOM: os mortos despertando os vivos." Interessante encontrar entre os pesquisadores-oradores um padre católico francês (François Brune)”.

No final (5) relatamos o pânico que o médium Francisco Cândido Xavier sentiu com a “morte próxima”, diante do defeito no avião. Afinal, morrer é fácil, mas desencarnar é complicado. Você vai ver! Não esqueça de pedir aos familiares e amigos a prece e o passe.

No aqui e agora, “a vida eterna, é um conceito atraente, mas fica na dependência de quem serão nossos vizinhos". Semelhante atrai semelhante. Escolher as companhias também é bom para a saúde mental depois no plano espiritual (6).

Brune acredita que a vida depois da morte depende de nossa vida nesse mundo (7)

Com a definição encontrada em artigos de profissionais de saúde, já há alguma abertura para a espiritualidade. No Rio de Janeiro, nas universidades não ouvi falar de transcomunicação, mas ouvi alguns comentários sobre cirurgias espirituais. Por outro lado, nem mesmo nos Núcleos Espíritas Universitários observei interesse pela cirurgia do Júlio. Não sei se o convidaram para uma palestra. Há fotos “interessantes” que coloquei na WEB (8).

Talvez, a experiência do Julio, possa vir a contribuir, de alguma forma, mesmo que indiretamente, para um olhar mais cuidadoso nos casos de pacientes que se encontram em coma.

“Obrigado doutora”. Escuta a médica e se volta para ver sua paciente.

O espírito (mulher) havia voltado para agradecer o carinho dela recebido, no momento de sua morte (desencarnação). No futuro talvez, com a transcomunicação experimental, essa mensagem venha a ser encontrada com maior frequência.

Leituras complementares:


(1) http://neu-uerj.zip.net/ 
 (2).Na apresentação http://www.ipati.org/boletins.html encontramos o seguinte: “Recentemente fomos surpreendidos com artigo da BBC informando que pacientes em coma demonstraram alguma capacidade de reação. Elaboramos testes de gravação com crianças em coma e os resultados foram surpreendentes – o que implica em forte evidencia de que a mente continua ativa e independe do cérebro físico.
Confira em: http://www.ipati.org/boletins_new/ptbr26.htm  “
(3)http://orebate-jorgehessen.blogspot.com.br/2012/03/um-centro-de-referencia-na-uerj.html
http://www.espiritualidades.com.br/Artigos/F_autores/FORMIGA_Luiz_
tit_centro_de_referencia_prevenindo_demandas_judiciais.htm
(4)http://www.aeradoespirito.net/ArtigosLCF/EFEITO_INTELIGENTE_LCF.html
O médico Arthur Conan Doyle, criador da série Sherlock Holmes, escreveu o livro A História do Espiritismo. Nele diz que os homens de ciência se dividem em três classes: 1) os que absolutamente não examinaram o assunto – o que não os impede de pronunciar opiniões muito violentas; 2) os que sabem que a coisa é verdadeira, mas temem confessá-lo; e, finalmente, 3) a brilhante minoria dos que sabem que é verdade e não temem proclamá-lo.
(5)http://www.espiritualidades.com.br/Artigos/F_autores/FORMIGA_Luiz_  tit_o_que_espero_de_meus_medicos.htm
(6)http://orebate-jorgehessen.blogspot.com.br/2013/05/espiritualidade-e-saude-mental.html
(7)http://aluznamente.com.br/fenomenos-tci-revivem-hydesville/
(8)http://www.aeradoespirito.net/ArtigosLCF/EFEITO_INTELIGENTE_LCF.html
http://www.recantodasletras.com.br/mensagensdeamor/1936051
http://entendendooespiritismo.blogspot.com.br/2009/07/efeito-inteligente-cirurgia-espiritual.html
http://www.forumespirita.net/fe/outros-temas/aconteceu-comigo/

segunda-feira, 20 de maio de 2013

JESUS É O CARDÁPIO DE VIRTUDES PARA TODOS OS ESPÍRITAS



Jorge Hessen
http://aluznamente.com.br

Propaga-se colericamente nos meios de comunicação, mormente na Internet, e temos recebido diariamente mensagens  enfurecidas de condenações contra Chico Xavier, Divaldo Franco, Emmanuel, André Luiz, Joanna de Angelis,  FEB. Evoca-se com “tosse comprida” o imperativo do CUEE – Controle Universal dos Ensinos dos Espíritos. Tais iracundos juízes (maníacos antirrustenistas, antifebianos) impugnam a legitimidade dos temas abordados por Emmanuel, André Luiz, Joana de Angelis e outros tendo em vista as suas mensagens serem advindas de um único médium. Pasmem!  Os “cautelosos espíritas” vociferam citações do tipo, “não acolhemos nada fora da Codificação”. Hasteiam a flâmula de “Phd’s” do espiritismo (com minúsculas mesmo!), ou seja: certamente “kardequeologistas” com pós-graduação nas universidades das regiões subcrostais ou submundo do além.
Ora, que alcance teriam os ditados de André Luiz, Joanna de Angelis ou Emmanuel, com suas revelações, se elas fossem contraditadas, tanto pelos Benfeitores, quanto pela liderança espírita mundial? O bom senso nos convida a raciocinar o seguinte:  se um Espírito assegura um conceito de um lado, enquanto milhões de pessoas dizem o contrário algures, a presunção da verdade não pode estar com aquele  (encarnado ou desencarnado), cuja opinião é única, contrariando as demais. Isso é elementar, meu caro Watson! Como diria Sherlock Holmes(1).
Todas as pretensões isoladas cairão pela força das coisas, ante o grande e poderoso criterium de controle universal. Ora, pretender ser o único a ter razão, contra todos, seria tão ilógico advindo de um Espírito, quanto da parte de um encarnado, o que não é o caso em discussão, ou seja, não sucede rejeição na Terra das obras do Chico Xavier ou do Divaldo. Em verdade as mensagens de André Luiz, Emmanuel, Joanna não caíram e nunca desmoronarão ante o movimento espírita mundial.
No auge do desvario, recriam o Controle Universal dos Espíritos e, para tais diplomados, essa é a única forma de se aceitar, com boa margem de segurança, os ensinamentos provenientes, sobretudo, das obras de Chico Xavier. (!?) Por que essa prevenção contra o “Maior Brasileiro da História”?
Recheiam suas fanfarrices dizendo que apesar de o Espiritismo ter sido introduzido no país por membros da “aristocracia dominante”, no século XIX, houve, desde o início, forte junção da Doutrina com as religiões, principalmente, a umbanda e o catolicismo. Para os pós-graduados das cerrações, tanto os livros psicografados pelo Chico Xavier, quanto os do Divaldo Franco oferecem mensagens que nada adicionam e, até, contradizem o Espiritismo.  Empapados de fértil imaginação e reduzidos de raciocínio, dizem que todo o processo mediúnico do extraordinário médium mineiro foi plasmado por um “misticismo” católico, que, imediatamente, os diretores da Federação Espírita Brasileira (FEB) aproveitaram. Com tal misticismo, vislumbraram um meio de divulgar um Espiritismo que fosse aceito pela sociedade brasileira que, então, era católica em sua esmagadora maioria.
O que está escamoteado, sob essa necrotizante altercação, é, nada mais, nada menos, o aspecto , digamos, “religioso” do Espiritismo coordenado pela FEB e tonificado pelo “Mineiro do Século”  na sua prática mediúnica. Tais  vítimas da obsessão carecem decididamente entender que a concepção do Espiritismo como um convite à prática do Evangelho é , no mínimo, abarcar o Espiritismo na sua mais evidente missão.
A frequência com que tal discussão tem acontecido, no âmbito do movimento espírita, é azucrinante e  cansativa , estéril e alienante. Para os  tantãs, a postura religiosa , Xavieriana, tem um estilo cerceador sobre o desenvolvimento do Espiritismo, enquanto filosofia.(!?) Meus Deus! Quanto pitiatismo!
Tais “progressistas” regurgitam que é urgente fugir do “Jesus Católico”, do religiosismo, do igrejismo enraizados nos centros espíritas. É preciso transformá-los em academias de kardequilogistas diplomados. Oh! Irrisão!
É necessário que o visgo da insensatez desgrude da mente desses progressistas de coisa nenhuma e recordá-los que o Espiritismo sem Jesus pode alcançar as mais extravagantes expressões acadêmicas, porém não passará de atividade fadada a decompor-se, desintegrar-se, como todas as usurpações filosóficas da Terra. Engulam ou não, Jesus Cristo é o magnífico cardápio de virtudes para todos os espíritas. Nada se compara ao excelso amor que o Cristo dispensa à Humanidade. Não temos parâmetros para ajuizarmos a Sua ingente autoridade para a Terceira Revelação, até porque a Sua transcendente culminância se perde na tenebrosa neblina indevassável dos bilhões de anos de Seu labor.
Jorge Hessen
http://aluznamente.com.br
Nota:
(1)          Personagem de ficção da literatura britânica criado pelo médico e escritor Sir Arthur Conan Doyle