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domingo, 21 de fevereiro de 2010

A VOLTA DE JESUS




A VOLTA DE JESUS



Roberto Cury

robcury@hotmail.com

Desde que Jesus foi crucificado e morto no Calvário, a humanidade, especialmente, os cristãos esperam a sua volta, eis que ele afirmou: “Se me amais, guardai os meus mandamentos. E eu rogarei ao Pai, e Ele vos dará outro consolador, para que fique eternamente convosco, o Espírito de Verdade, a quem o mundo não pode receber, porque não o vê, nem o conhece. Mas vós o conhecereis, porque ele ficará convosco e estará em vós. – Mas o consolador, que é o Espírito Santo a quem o Pai enviará em meu nome, vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito”. – João, XIV:15-17 e 26.

Na Revista Espírita da SPEE, dezembro de 1864, “A Propósito da Imitação do Evangelho”, se lê: “Há dezoito séculos vim, por ordem de meu Pai, trazer a palavra de Deus aos homens de vontade”. Mais a frente: “Há muitas moradas na casa de meu Pai, disse-lhes eu há dezoito séculos”. A mensagem está assinada por “O Espírito de Verdade”.

No capítulo XXXI, item IX, do Livro dos Médiuns, “Dissertações Espíritas”, “Sou eu que venho, o teu salvador e o teu juiz. Venho como outrora entre os filhos transviados de Israel. Venho trazer a verdade e dissipar as trevas. Ouvi-me”.

Não há nenhuma dúvida de que Jesus proferira tais palavras, tanto quando entre os homens se encontrava como quando escrevera através da mediunidade do Sr. Rul, no Grupo São João, em Bordéus, em maio de 1864 e só trazido à luz em Dezembro.

Allan Kardec, professor, cientista, meticuloso, mesmo reconhecendo tratar-se de Jesus, emitiu nota ao rodapé da comunicação transcrita na Revista Espírita: “Sabe-se que emprestamos tanto menos responsabilidade aos nomes quanto mais pertencem a seres mais elevados. Não garantimos mais essas assinaturas do que outras: limitamo-nos a entregar tal comunicação à apreciação de cada Espírita esclarecido. Contudo diremos que não é possível desconhecer nela a elevação do pensamento, a nobreza e a simplicidade das expressões, a sobriedade da linguagem, a ausência de superfluidade. Se se a compara às que são dadas na “Imitação do Evangelho” (prefácio e Cap. III: “O Cristo Consolador”), e que levam a mesma assinatura, posto obtidas por médiuns diferentes e em épocas diversas, nota-se entre elas uma analogia marcante de tom, de estilo e de pensamentos, que acusa uma origem única. Para nós, dizemos que pode ser do Espírito de Verdade porque é digna dele; ao passo que temos visto massas assinadas por este nome venerado ou o de Jesus, cuja prolixidade, verbiagem, vulgaridade, por vezes mesmo a trivialidade das idéias, traem a origem apócrifa aos olhos dos menos clarividentes”.

Já após o final da comunicação no Livro dos Médiuns, Kardec anotou: “Esta comunicação, obtida por um dos melhores médiuns da Sociedade Espírita de Paris, foi assinada por um nome que o respeito só nos permitirá reproduzir com certa reserva, tão grande seria a insígne graça de sua autenticidade, e porque já muito se abusou desse nome em comunicações evidentemente apócrifas. Esse nome é o de Jesus de Nazaré. Não duvidamos absolutamente que ele possa manifestar-se. Mas se os Espíritos verdadeiramente superiores só o fazem em circunstâncias excepcionais, a razão nos impede aceitar que o espírito puro por excelência responda a qualquer apelo . Haveria pelo menos profanação em lhe atribuirmos uma linguagem indigna dele. É por essas considerações que temos sempre evitado publicar tudo o que traz o seu nome. ... Na comunicação acima constatamos apenas a incontestável superioridade da linguagem e dos pensamentos, deixando a cada um o cuidado de apreciar se aquele de quem ela traz o nome a rejeitaria ou não”.

Ainda, na mesma página, José Herculano Pires, tradutor da obra, edita a seguinte nota: “Esta comunicação aparece um pouco modificada, no cap. VI, de O Evangelho Segundo o Espiritismo com a assinatura de Espírito de Verdade, datada de Paris, 1861. Sabendo-se que Kardec não tomava decisões dessa importância por seu próprio arbítrio, e que poderia ter deixado de incluir ali a comunicação, é evidente que a assinatura primitiva de ter sido corrigida pelo próprio Espírito comunicante, como sempre acontece quando a imaginação do médium interfere nos ditados. No caso, o conteúdo da mensagem é realmente de valor. Note-se o cuidado seguido por Kardec e por ele recomendado, mas até hoje pouco seguido, no tocante às comunicações assinadas por nomes venerados. É conveniente ler e reler as suas recomendações acima”.

No capítulo VI, item 5 do ESE, Instruções dos Espíritos; “Advento do Espírito de Verdade, lê-se: “Venho, como outrora, entre os filhos desgarrados de Israel, trazer a verdade e dissipar as trevas. Escutai-me. O Espiritismo, como outrora a minha palavra, deve lembrar aos incrédulos que acima deles reina a verdade imutável: o Deus bom, o Deus grande, que faz germinar as plantas e que levanta as ondas. Eu revelei a doutrina divina; e, como um segador, liguei em feixes o bem esparso pela humanidade, e disse: “Vinde a mim, todos vós que sofreis!”...“Espíritas: amai-vos, eis o primeiro ensinamento; instruí-vos, eis o segundo. Todas as verdades se encontram no Cristianismo; os erros que nele se enraizaram são de origem humana; e eis que, de além-túmulo, que acreditáveis vazio, vozes vos clamam: Irmãos! Nada perece. Jesus Cristo é o vencedor do mal; sede os vencedores da impiedade!”

Eis que o Espírito de Verdade e Jesus de Nazaré, o Cristo, são o mesmo Espírito.

Basta a análise comparativa, porém profunda, descobrindo a identidade no teor das palavras ditas por Jesus entre os desgarrados de Israel e dezoito séculos a frente quando veio à luz o Espiritismo, o Espiritismo que será o futuro das religiões.

Assim, conforme afirmara, Jesus retornou, no século XIX, como o Consolador Prometido, como o Espírito Santo, o Espírito de Verdade, que tudo esclarece.

Jesus Cristo voltou através do Consolador Prometido – o Espiritismo. E, voltou para ficar definitivamente entre nós, esclarecendo todas circunstâncias e situações.

JESUS NEGA SER DEUS


JESUS NEGA SER DEUS

Roberto Cury
robcury@hotmail.com

“Não vim de mim mesmo, mas fui enviado por Aquele que é verdadeiro e que vós não conheceis.” - Jesus.

Com o advento de Jesus, já nos primeiros séculos da cristandade, precisamente três séculos depois, debate-se sobre a natureza do Cristo. Até nossos dias ainda há quem creia na natureza divina e quem a negue peremptoriamente.

Kardec, ao seu tempo, já dizia que o debate entre a natureza divina e a natureza humana de Jesus não se achava solucionado. E arrazoava dizendo que a divergência de opiniões sobre essa natureza originou a maioria das seitas que dividiram a Igreja. Nota-se que, no passado, todos os chefes dessas seitas foram bispos ou membros consagrados do clero.

Eram teólogos de nomeada, gente esclarecida, escritores de talento, que não achavam concludentes as razões invocadas em prol do dogma da divindade do Cristo.

Hoje as opiniões não se fundam em fatos, mas, em abstrações e, estas, levam a conclusões firmadas, exclusivamente na fé cega.

Acompanhemos, devagar, a passagem de Jesus sobre o nosso Planeta e ouçamos a Sua Voz (Jesus nada deixou escrito), através dos Apóstolos e dos Evangelistas, sempre que Ele se referiu ao Pai.

Mas, só citaremos algumas de Suas Falas, para não sermos enfadonhos.

Reflitamos, com paciência e discernimento em cada uma das expressões do Mestre, pois assim atingiremos o conhecimento isento das paixões religiosas, conseguindo a paz na consciência e a firmeza nas convicções, pela fé raciocinada.

Eis que Suas afirmações tão formais e múltiplas, nos levam ao caminho claro da Sua natureza, como, por exemplo: Da parte Dele venho. Digo o que vi em meu Pai. Não me cabe a mim dá-lo, senão que será para aqueles a quem os tem preparado o meu Pai. Vou a meu Pai porque meu Pai é maior do que eu. Por que me chamais bom? Só Deus é bom. Não falo de mim mesmo, senão de meu Pai que me enviou. É Ele que indica o que devo dizer. Minha Doutrina não é minha, mas é a Doutrina Daquele que me enviou. A palavra que tendes ouvido não é minha, mas pertencem ao meu Pai que me enviou. Não faço nada por mim mesmo, digo apenas o que aprendi com meu Pai. Nada posso fazer por mim mesmo. Não busco a minha vontade, mas somente a vontade de Quem me enviou. Tenho lhes dito a verdade que aprendi com Deus. Minha comida consiste em fazer a vontade Daquele que me enviou. Vós que sois o Deus verdadeiro, e Jesus Cristo a quem enviaste. Meu Pai, em Tuas mãos entrego meu Espírito. Meu Pai, se Te é possível, fazei que este cálice se aparte de mim! Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem. Subo a meu Pai e a vosso Pai, a meu Deus e a vosso Deus.

Quando folheamos o Evangelho e nos deparamos com semelhantes afirmações de Jesus, concluímos que ninguém pode se dar ao luxo de uma interpretação contrária, nem contestatória do Mestre dos mestres, pois todas são de clareza meridiana.

Eis que o Cristo de Deus se coloca, todo o tempo, subordinado ao Pai. Reconhecendo o Pai como o único Deus verdadeiro.

Foi a doutrina teórica, surgida trezentos anos depois de Jesus, que gerou a polêmica sobre a natureza abstrata do Verbo. De caráter meramente especulativa, só vingou pela pressão de um poder civil absoluto do Clero e do Estado, que se deixou intervir, visando a busca das benesses convencionais geradas de um para o outro e vice-versa.

Quando Jesus esclarece: E vimos a glória Dele, glória como de Unigênito do Pai”; entendemos, sem dificuldade, que o que recebe não pode ser o que dá, e o que dá a glória não pode ser igual ao que a recebe.

Fosse Jesus Deus, possuiria por Si mesmo a glória, não havendo razão para esperá-la de ninguém.

Por outra, se Deus e Jesus são um só ser sob diferentes nomes, não poderia existir entre Eles nem supremacia, nem subordinação.

Assim, desde que não existe paridade absoluta de posição, é porque são dois seres distintos.

Não se nega a qualidade de Messias como se lê em todos os Evangelhos e Enviado que não é de igualdade, porque, de maneira insofismável está ressaltada a posição de subalternidade em relação ao que O envia. E, mais, o que obedece não pode ser igual ao que manda.

João, o Evangelista, estabelece a dualidade de pessoas quando caracteriza a posição secundária do Enviado.

Entretanto, Jesus é o Messias Divino por duas razões inquestionáveis: a de que Sua missão fora recebida de Deus e de que Suas perfeições espirituais O colocavam em relação direta com Deus.

Inúmeras vezes Jesus reconheceu Sua inferioridade perante Deus, não deixando nenhuma margem a dúvidas; como já, surrado, coroado de espinhos, inquirido por Pilatos sobre o conceito de verdade, Ele, humilde, respondeu com firmeza: “A verdade é o Pai que está nos céus.”

Também, quando ele Se chama a Si mesmo de Filho do Homem”, e o fez persistentemente, esclarece que Ele nasceu do homem situação oposta ao que está fora da Humanidade, o Deus, Incriado, Inteligência Suprema, Causa Primária de todas as coisas.

Algumas poucas vezes Se chama “Filho de Deus” assim como filhos de Deus somos todos nós, porque fomos todos criados por Deus. Por tudo isso, bem como em outras tantas oportunidades, Jesus deu o Seu testemunho de que Ele pertence à Humanidade, negando ser Deus: “Eu estou em meu Pai e vós em Mim e Eu em vós”. João, 14:20, ou, ainda, “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida e ninguém chegará ao Pai senão por mim”.

Então, quando Jesus enfatiza: “Não vim de mim mesmo, mas fui enviado por Aquele que é verdadeiro e que vós não conheceis”, expressão tão clara que não deixa margem a nenhuma dúvida mais: se não veio Dele mesmo, mas, foi enviado, e que Verdadeiro é quem O enviou, então Jesus não é Deus.






terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Trechos da DIRETRIZ DOUTRINÁRIA do Conselho Estadual Espírita de Unificação do Movimento Espírita do Estado do Rio de Janeiro (CEEU)





Trechos da DIRETRIZ DOUTRINÁRIA do
Conselho Estadual Espírita de Unificação do
Movimento Espírita do Estado do Rio de Janeiro (CEEU)


O Espiritismo ou Doutrina dos Espíritos ou ainda Doutrina Espírita é o conjunto dos ensinamentos ministrados pelos Espíritos Superiores a Allan Kardec, com bases científicas, de conotações filosóficas e de conseqüências religiosas, ético-morais e comportamentais.
O vocábulo ESPIRITISMO, neologismo criado por Allan Kardec, compreende esses ensinamentos, que constituem as Obras Básicas da Codificação Kardequiana: "O Livro dos Espíritos" (18 de abril de 1857), Õ Livro dos Médiuns" (1861), "O Evangelho segundo o Espiritismo" (1864), "O Céu e o Inferno" (1865), "A Gênese" (1868), e ainda: "O que é o Espiritismo" (1859 ), "Viagem Espírita em 1862", os 12 volumes da "Revista Espírita" (1858 a 1869) e "Obras Póstumas"(1890), sendo os adeptos do Espiritismo, denominados ESPÍRITAS ou ESPIRITISTAS.
O Espiritismo tem por postulados básicos: 1) a certeza da existência de Deus, na visão cósmica de que Deus é: "Inteligência Suprema, Causa Primária de Todas as Coisas" e o Pai, que Jesus, nos ensina, o reverenciando; 2) a Imortalidade da Alma: que se expressa na pré-existência, existência e sobrevivência dos espíritos; 3) na Evolução do Espírito através da reencamação; e 4) na Comunicabilidade dos Espíritos com os Homens utilizando a Mediunidade.
A Doutrina dos Espíritos tem por principio fundamental o respeito a todas as crenças, sem, no entanto, ter vínculo com cultos materiais ou exteriores, de origem nativa ou primitiva de quaisquer continentes, fetichismo, crenças, seitas, magismos, orientalismos, misticismos, rituais que resultem de quaisquer formas de sincretismo religioso.
O Espiritismo não é responsável pelo uso indevido da mediunidade para fins ilícitos e comerciais, uma vez que tem como norma, para todas as suas atividades, o "DAI DE GRAÇA O QUE DE GRAÇA RECEBESTES", recomendado por Jesus, objetando quaisquer formas de profissionalismo espírita.
Só há um Espiritismo, o que foi codificado por Allan Kardec, não existindo, portanto, diferentes ramificações ou categorias, como "alto" ou "baixo" Espiritismo, "Espiritismo de Mesa", "Linha Branca", "Espiritismo Elevado", "Espiritismo Kardecista", "Kardecismo", "Espíritas Kardecistas", "Kardecistas" ou outras desse gênero.
O CONSELHO ESTADUAL ESPÍRITA DE UNIFICAÇÃO DO MOVIMENTO ESPÍRITA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, CEEU, interpretando os postulados básicos da Doutrina dos Espíritos - para a qual o verdadeiro culto é o interior - esclarece que no Espiritismo não se adota a prática de atos, uso de objetos e cultos exteriores, tais como:

 Exorcismos;

 Sacrifícios de animais e muito menos de seres humanos;

 Rituais de iniciação de qualquer espécie ou natureza;

 Promessas, despachos, riscaduras de cruzes, pontos ou hábitos materiais oriundos de quaisquer concepções religiosas ou filosóficas;

 Rituais e encenações extravagantes de modo a impressionar o público.

 Talismãs, amuletos, orações miraculosas, bentinhos, escapulários, breves ou quaisquer objetos semelhantes;

 Confecções de horóscopos, exercícios de cartomancia e astrologia, jogo de búzios ou práticas similares;

 Administrações de sacramentos como batizados e casamentos, concessões de indulgências, sessões fúnebres ou reuniões especiais para preces particulares, seja a encarnados ou desencarnados;

 Pagamentos e ou contribuições de quaisquer naturezas por benefícios prestados;

 Atendimentos de interesses materiais para "abrir caminhos";

 Danças, procissões e atos análogos;

 Hinos ou cantos em línguas mortas ou exóticas;

 Paramentos, uniformes ou roupas especiais;

 Altares, imagens, andores, ou objetos materiais;

 Incenso, mirra, fumo, velas, substâncias ou bebidas alucinógenas;

 Terapias alternativas ou convencionais, desde que descaracterizem o aspecto doutrinário das atividades dos Centros Espíritas, posto que os Centros Espíritas são os locais de divulgação e prática do Espiritismo, do Conhecimento Espírita, da Cultura Espírita e da Terapia Espírita, consagrada pelo Estudo Doutrinário, pelo Atendimento Fraterno Através do Diálogo, do Passe Espírita, da Água Fluidificada, da Prece e das Atividades de Desobsessão.

O CEEU (Conselho Estadual Espírita de Unificação do Movimento Espírita do Estado do Rio de Janeiro), por fim, só reconhece como legítimos Centros Espíritas as Instituições que vivenciam a Doutrina Espírita tal como está claramente definido nesta Diretriz.


APROVADA PELO CONSELHO ESTADUAL ESPÍRITA DE UNIFICAÇÃO DO MOVIMENTO ESPÍRITA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO (30/05/2004)

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

ANÁLISE NECESSÁRIA (Veja a reportagem completa em http://www.opiniaoespirita.com/fev2010/)


ANÁLISE NECESSÁRIA
(Veja a reportagem completa em http://www.opiniaoespirita.com/fev2010/)
Em meio a tantas controvérsias, sobre como analisar e explicar o porquê da tragédia ocorrida, recentemente, no Haiti, tecemos, humildemente, alguns argumentos, de cunho espírita, que podem clarear as dúvidas de alguns e dissipar qualquer revolta que paire na mente de outros.
Primeiramente, fundamental é saber que “há coisas acima da inteligência do homem mais inteligente” e que quando dizemos que Deus é eterno, infinito, imutável, imaterial, único, todo-poderoso, soberanamente justo e bom, “não temos uma idéia completa dos Seus atributos, porque nossa linguagem limitada não tem expressão adequada às nossas idéias e às nossas sensações”, mas esses atributos nos são mais que suficientes para entender que Deus não pune pelo bem que se fez e nem, tampouco, pelo mal que não se fez.
“Ao homem não é dado conhecer o princípio das coisas”, mas, sabe-se que a vida atual se liga às vidas anteriores.
Na revista, Opinião Espírita, o professor Jader Sampaio, do Departamento de Psicologia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFRG) e membro da Associação Espírita Célia Xavier e da Liga de Historiadores e Pesquisadores Espíritas, e eu, Jorge Hessen, opinamos sobre algumas questões.
Respondendo à pergunta que lhe fora feita pelos coordenadores da mencionada revista: Existe diferença entre as tragédias naturais – como no Haiti – e aquelas que dependem dos homens – como nos vôos da AirFrance ou da TAM?
Jader Sampaio argumentou: Nas tragédias que dependem dos homens, há sempre uma maior responsabilidade, ou uma divisão de responsabilidades pelo acidente. Quando cai um avião, as responsabilidades podem ser divididas entre o pessoal da manutenção, piloto, corpo gerencial da empresa, pessoal do controle de tráfego aéreo e autoridades de estado responsáveis pela gestão.
Jorge Hessen: Primeiramente, a pergunta não foi feita para saber de quem teria sido a responsabilidade. Ele respondeu de forma óbvia quando ressaltou as causas materiais. Nesse aspecto, é mais que evidente a diferença entre uma e outra.
Porém, em se tratando de uma revista espírita, creio não ter sido essa a intenção dos coordenadores, mas, sim, em relação às causas morais por que tantos Espíritos foram envolvidos naquela tragédia e os efeitos espirituais provenientes dela.
O professor Jader, quando se referiu às tragédias naturais, responsabilizou o Homem, mais uma vez, mas em dimensão menor, pois, disse ele: em regiões como o Haiti, passíveis deste tipo de fenômeno natural, a sociedade e o governo deveriam ser capazes de realizar ações de prevenção para minimizar os danos, como é o caso do Japão.
Jorge Hessen: Que homem, por mais inteligente que seja o homem mais inteligente, seria capaz de minimizar ou impedir a acomodação das placas tectônicas? Não somente o Haiti está sujeito aos efeitos dessa movimentação que se processa no interior do nosso Planeta, mas todos os continentes, inclusive os submersos.
Em suas pesquisas espíritas, sobre o tema proposto, Jader Sampaio incluiu: Quando escreve sobre os flagelos naturais, “Kardec se preocupa em mostrar que os homens podem usar a ciência e a tecnologia como meios de atenuar ou mesmo evitar seus efeitos indesejáveis.”
Jorge Hessen: Kardec, certamente, não se referia às possibilidades que o Homem, ainda, não possui, mas, elucidou-nos, dizendo: “entre os flagelos destruidores, naturais e independentes do homem, é preciso incluir, na primeira linha, a peste, a fome, as inundações, as intempéries fatais à produção da terra.” Nesses casos, sim, o Homem tem meios de minimizar ou mesmo impedir esses flagelos, quanto mais evolua em Ciências.
Outra pergunta elaborada pela revista foi a seguinte:
A idéia de resgate coletivo pode ser utilizada em todas elas?
Jader Sampaio respondeu: Penso que não. Kardec analisa categorias associadas à escolha do espírito ao reencarnar: a expiação, a prova e a missão. A prova seria um contratempo da vida corporal pelas quais os espíritos se depuram segundo a maneira como as suportam. Resgate seria a mesma coisa que expiação, que é a reparação de faltas passadas. Enfatiza, dizendo: A expiação serve sempre de prova. Mas, nem sempre a prova é expiação. (Kardec, em O Evangelho Segundo o Espiritismo)
Jorge Hessen: Eu diria o seguinte: não podemos concordar com essa justificativa, sem, antes, analisarmos o sentido da frase de Kardec, no contexto elucidativo de onde foi extraída.
Kardec escreve: As tribulações da vida podem ser impostas aos Espíritos endurecidos, ou muito ignorantes, para fazerem uma escolha com conhecimento de causa, mas, são livremente escolhidas e aceitas pelos Espíritos arrependidos, que querem reparar o mal que fizeram e tentar fazer melhor. Essas tribulações são, ao mesmo tempo, expiações pelo passado que elas punem, e provas para o futuro, que elas preparam.
Jorge Hessen: Até aqui, entendemos que os Espíritos, sejam eles endurecidos, muito ignorantes ou arrependidos, têm que fazer suas escolhas, seja por mal ou por bem. Os primeiros que, certamente, nem pensam em reparar o mal que fazem, são forçados a escolher tais ou quais tribulações, mas, conhecendo o porquê da imposição. Os arrependidos escolhem, sem qualquer pressão e aceitam resignadamente as tribulações, porque querem reparar o mal e tentar fazer o melhor.
Kardec escreve: Entretanto, não seria preciso crer que todo sofrimento neste mundo seja, necessariamente, o indício de uma falta determinada; são, freqüentemente, simples provas escolhidas pelo Espírito para acabar sua depuração e apressar seu adiantamento.
Assim, a expiação serve sempre de prova, mas a prova não é sempre uma expiação; mas, provas ou expiação são sempre sinais de uma inferioridade relativa, porque o que é perfeito não tem mais necessidade de ser provado.
Jorge Hessen: Nesse contexto, a frase de Kardec é mais que clara. São provas escolhidas pelo Espírito para “acabar” sua depuração. Ora, sendo assim, é óbvio que nem todo sofrimento é indício de uma falta determinada, porque falta ao Espírito muito pouco ou quase nada para se depurar. Só que esse estágio de evolução não é o da maioria dos Espíritos encarnados na Terra. Será que toda tragédia coletiva envolve, somente, espíritos prestes a se tornarem puros (?); ou será que os Espíritos Superiores esclarecem Kardec sobre resgates coletivos, somente para nos confundir (?). Adianto, até, precipitadamente, talvez, que a Dra. Zilda Arns pudesse estar incluída nesse estágio, pois estava em missão. Eis o motivo pelo qual afirmo isso:
Kardec escreve: “Um Espírito pode, pois, ter adquirido certo grau de elevação, mas, querendo avançar ainda, solicita uma missão, uma tarefa a cumprir, da qual será tanto mais recompensado se sai vitorioso, quanto a luta tenha sido mais penosa.
Kardec, ainda esclarece em O Livro dos Espíritos:
Questão 132 - Qual o objetivo da encarnação dos Espíritos?
- Deus lhes impõe a encarnação com o objetivo de fazê-los chegar à perfeição. Para alguns é uma expiação, para outros é uma missão. Todavia, para alcançarem essa perfeição, devem suportar todas as vicissitudes da existência corporal; nisto é que está a expiação.
Questão 167 - Qual é o objetivo da reencarnação?
- Expiação, aprimoramento progressivo da Humanidade, sem o que, onde estaria a justiça?
Jorge Hesen: O prefixo “re”, no caso, quer dizer repetição (encarnar novamente). Pela lógica, então, encarnação seria a primeira vez de o Espírito se ver, em carne e osso, aqui na Terra.
Kardec esclarece:
Questão 172 – Nossas diferentes existências corporais se passam todas sobre a Terra?
- Não, não todas, mas nos diferentes mundos; a que passamos neste globo não é a primeira, nem a última e é uma das mais materiais e das mais distanciadas da perfeição.
Questão 176 – Os Espíritos depois de terem encarnado em outros mundos, podem encarnar neste sem jamais terem passado por aqui?
- Sim, como vós em outros mundos. Todos os mundos são solidários; o que não se faz num, pode-se fazer noutro.
Jorge Hessen: Eis a razão pela qual Kardec fez a distinção entre uma e outra, mas, em ambas as situações, deixou claro que o principal objetivo é a expiação.
Então, faço minhas as palavras de Léon Denis, em “Depois da Morte”: Na ordem moral como na física só há efeitos e causas, que são regidos por uma lei soberana, imutável, infalível. Esta lei regula todas as vidas. O que, em nossa ignorância, chamamos injustiça da sorte não é, senão, a reparação do passado. O destino humano é um pagamento do débito contraído entre nós mesmos e para com essa lei.
Outra pergunta:
Como a Lei de Destruição pode se aplicar nesses casos?
Jader Sampaio, inicialmente, escreveu: Tanto sofrimento, que não atingiu a República Dominicana (que está na mesma ilha)...
Jorge Hessen: Mais uma prova de que o resgate coletivo tinha endereço certo e razões justas, pois, não acreditar nisso, seria acreditar na injustiça de Deus.
Outra pergunta:
O livre arbítrio poderia evitar a presença de alguém ali?
Jader Sampaio: Sim, e a ação dos espíritos desencarnados poderia influenciar as pessoas...
Jorge Hessen: Kardec nos ensina que “sem o livre arbítrio o homem seria uma máquina”; um bom Espírito pode vir em sua ajuda, mas não pode influir de maneira a dominar sua vontade.

Hepatite C A maior epidemia da história da humanidade – Cuidado!


Hepatite C

A maior epidemia da história

da humanidade – Cuidado!

De cada 40 pessoas que você conhece,

uma delas já está infectada com o vírus da hepatite C

Pode ser qualquer uma. Inclusive você!


No mundo a epidemia de hepatite C já atinge

200 milhões de pessoas. Um número

cinco vezes maior que a epidemia de AIDS.


No Brasil, 4,5 milhões de pessoas podem estar infectadas com o vírus da hepatite C, sendo que

4,4 milhões ainda desconhecem que estão doentes.

Fique atento, pois você pode fazer parte deste grupo.


As pessoas infectadas não apresentam sintomas.

Se necessário, faça um teste de detecção.

Leia atentamente este folheto.


Quando detectada precocemente, a hepatite C tem tratamento, inclusive gratuito. A hepatite C tem cura.



GRUPO OTIMISMO

DE APOIO A PORTADORES DE HEPATITE C

Rio de Janeiro – Brasil - ONG - Registro n°. 176.655 - RCPJ-RJ

e-mail: hepato@hepato.com - Internet: www.hepato.com

Tel.: (21) 9973.6832








Campanha Internacional da luta contra as Hepatites Virais


Não realizar campanhas de detecção da hepatite C no Brasil

pode acarretar mais de 1.000.000 de casos de cirroses nos próximos 10 anos.

Se detectada precocemente, até 600.000 mortes poderão ser evitadas.

"Não saber é ruim, não querer saber é pior,

mas não se preocupar com as conseqüências dessa omissão é imperdoável"

A hepatite C é causada por um vírus (o vírus C) que ataca o fígado de forma lenta e silenciosa, sem sintomas físicos para o portador. O vírus C pode destruir o fígado da pessoa contaminada, ocasionando, às vezes, cirrose e câncer hepático. A evolução do dano hepático é diferente para cada indivíduo, podendo levar até 20 anos. O portador de hepatite C leva uma vida totalmente normal, pois a doença não apresenta riscos de contágio na vida social, na família ou no trabalho.


A maior fonte de contaminação aconteceu no passado com as transfusões sanguíneas, possibilidade hoje descartada pelos testes de sangue nos hemocentros. O compartilhamento de seringas e agulhas de injeção por uso médico também é coisa do passado, já que hoje se emprega material descartável.

Atualmente, os maiores fatores de risco de contaminação são o compartilhamento de utensílios empregados para o uso de drogas, injetáveis ou aspiradas, que representa dois terços das novas infecções, e acidentes com instrumentos perfuro-cortantes, inclusive com instrumentos de manicura ou pedicuro.


Infectar-se com o vírus da hepatite C é muito difícil, pois ela somente se transmite através do contato com sangue contaminado. Não há comprovação de contaminação por fluidos corporais, como saliva, suor, lágrimas, sêmen ou leite materno (a mãe contaminada pode amamentar). Não ocorre transmissão do vírus C por meio de abraços, beijos, ou pelo compartilhamento de pratos, copos, talheres ou roupas. A contaminação sexual é possível, porém de ocorrência muito rara.


A prevenção é importante, porém é muito mais importante detectar os milhões de infectados existentes e evitar que evoluam para danos irreversíveis na sua saúde.


É muito importante que você realize o teste de detecção,

caso faça parte dos grupos de maior risco de já estarem contaminados, que são:


- indivíduos que receberam transfusão de sangue, antes de 1993;

- usuários de drogas injetáveis, inclusive aqueles que o fizeram só uma vez, em qualquer época da vida;

- pessoas que apresentem resultados de transaminases anormais, ou evidências de dano hepático;

- profissionais da saúde, após acidente percutâneo ou nas mucosas, com sangue contaminado;

- filhos de mães contaminadas com a hepatite C;

- doentes renais em hemodiálise; hemofílicos e contaminados pelo HIV/AIDS.


Você deve considerar a conveniência de realizar o teste de detecção

se pertence a um dos grupos de risco indefinido:


- pessoas com múltiplos parceiros sexuais ou com histórico de doenças sexualmente transmissíveis;

- usuários de cocaína inalada;

- pessoas com tatuagens ou piercings;

- pessoas com mais de 40 anos;

- transplantados que receberam tecidos, como córneas, pele, esperma ou óvulos.


O teste de detecção, chamado ANTI-HCV é simples, barato, não é traumático (praticamente não dói). É coberto por todos os planos de saúde, podendo ainda ser realizado, nos hospitais públicos, nos Centros de Testagem e Acompanhamento - CTA e ainda em alguns postos de saúde.


Na sua próxima consulta médica, converse com o seu médico sobre a conveniência de realizar o teste de detecção da hepatite C. Se tiver um resultado positivo, procure assistência médica especializada (hepatologistas, gastroenterologistas ou infectologistas) ou os hospitais de referência do SUS.


O Grupo Otimismo de Apoio a Portadores de Hepatite C disponibiliza uma completa página com informações no endereço da Internet WWW.HEPATO.COM (atenção: não coloque .br no final), onde você encontrará respostas às suas dúvidas sobre a doença, seu tratamento e prevenção, locais onde tratar gratuitamente e a relação de médicos especializados. Informações também podem ser obtidas pelo e-mail hepato@hepato.com ou pelo telefone (21) 9973.6832.


Nas livrarias são encontrados os livros:Convivendo com a Hepatite C” com informações básicas e fáceis de se entender sobre a doença, e “A Cura da Hepatite C”, um manual para acompanhar o paciente durante o tratamento - Editora Mauad, telefone: (21) – 2533.7422.

A hepatite C somente pode ser detectada por um exame de sangue chamado de ANTI-HCV, barato e de fácil realização. Na sua próxima consulta, fale sobre isto com o seu médico


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quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

O ABORTO




O rumoroso caso do aborto terapêutico praticado por equipe médica no Estado de Pernambuco numa menina de 9 anos estuprada desde os 6 anos pelo padrasto e que estava grávida de fetos gêmeos, extrapolou as fronteiras brasileiras, veio de ser comentado em quase todos os países do Mundo, porque um arcebispo da Igreja Católica, inicialmente, com a aprovação do Vaticano, entendeu de aplicar normas do Código Canônico, excomungando a mãe da criança grávida e toda a equipe médica que trabalhou na interrupção da gravidez.

Interessante que a condenação do aborto só veio como mote eclesial fundado no fato de que duas vidas (os fetos são seres vivos) foram tiradas, mesmo que o desiderato natural seria a morte da menininha de 9 anos, que nem ficou sabendo de gravidez pois dela nada entendia, imaginando que as transformações físicas pudessem ser consequência de vermes intestinos.

Mais interessante é que a condenação da Igreja não atingiu o padrasto estuprador.

Entrevistado num programa matutino da TV Globo de grande audiência nacional, o médico responsável pelo procedimento disse que não se arrependeu e que procedeu de acordo com a lei nacional que permite o aborto nos casos de violência por estupro e, no caso, porque a menina tem útero infantil e a gravidez, principalmente dupla, colocava a gestante em sério risco de morte, por pré-eclampse ou mesmo por eclampse e, ainda, porque o órgão da criança, também desnutrida, não suportaria o desenvolvimento dos dois fetos.

O médico, garantiu, que continuará trabalhando na conformidade da legislação.

O mesmo programa de televisão promoveu enquête nacional por telefone tendo a opinião pública apresentado o seguinte resultado: 90% dos ouvintes se declararam a favor do referido aborto e só 10% deram razão à Igreja ou ao Arcebispo.

A Doutrina Espírita cuida do aborto nas questões 357 a 360 de “O Livro dos Espíritos”.

Kardec pergunta e os espíritos respondem que as consequências do aborto para o Espírito é de uma existência nula com recomeço em outra oportunidade.

Inquire, na questão 360, se o respeito que se tem com o corpo de uma criança nascida na Terra deve ser o mesmo para com o feto abortado e os espíritos responderam: “Em tudo isto vede a vontade de Deus e a sua obra, e não trateis levianamente as coisas que deveis respeitar. Por que não respeitar as obras da Criação, que às vezes são incompletas pela vontade do Criador? Isso pertence aos seus desígnios, que ninguém é chamado a julgar.”

Na questão 358,o Codificador inquire se o aborto provocado é um crime, qualquer que seja a época da concepção.

A resposta é elucidativa: “ Há sempre crime, quando se transgride a lei de Deus. A mãe, ou qualquer pessoa, cometerá sempre um crime ao tirar a vida à criança antes do seu nascimento, porque isso é impedir a alma de passar pelas provas de que o corpo devia ser o instrumento.”

Emmanuel, no livro Religião dos Espíritos, edição FEB/1988, página 17, trata, assim do Aborto Delituoso: “Comovemo-nos, habitualmente, diante das grandes tragédias que agitam a opinião. Homicídios que convulsionam a imprensa e mobilizam largas equipes policiais... Furtos espetaculares que inspiram várias medidas de vigilância... Assassínios, conflitos, ludíbrios e assaltos de todo jaez criam guerra de nervos em toda parte; e, para coibir semelhantes fecundações de ignorância e delinqüência... Todavia, um crime existe mais doloroso, pela volúpia da crueldade com que é praticado, no silêncio do santuário doméstico ou no regaço da natureza... Crime estarrecedor, porque a vítima não tem voz para suplicar piedade e nem braços robustos com que se confie aos movimentos da reação. Referimo-nos ao aborto delituoso, em que os pais inconscientes determinam a morte dos próprios filhos, asfixiando-lhes a existência, antes que possam sorrir para a bênção da luz...

Homens da Terra, e sobretudo vós, corações maternos chamados à exaltação do amor e da vida, abstende-vos de semelhante ação que vos desequilibra a alma e entenebrece o caminho!

Fugi do satânico propósito de sufocar os rebentos do próprio seio, porque os anjos tenros que rechaçais são mensageiros da Providência, assomantes no lar em vosso próprio socorro...”

Entretanto, a questão 359, enfoca uma situação em que os divinos olhos do Pai se mostram compassivos. Kardec inquire: “No caso em que a vida da mãe estaria em perigo pelo nascimento da criança, há crime em sacrificar a criança para salvar a mãe?”

Taxativa e objetivamente, responderam os espíritos: “ É preferível sacrificar o ser que não existe a sacrificar o que existe”.

A gravidez com os dois fetos no ventre da criança de 9 anos não era simplesmente uma gravidez de risco, mas que colocava em perigo imanente e iminente a pequenina mãezinha que nunca se imaginou grávida pois acreditava que era portadora de severa verminose.

Trata-se, portanto, de um caso de aborto, que a Justiça Divina classifica como necessário utilizado unicamente para salvar a vida existente da inocente criança violentada, não por conta do estupro, mas, para garantir continuasse viva a pequenina mãe, permitindo, assim, a extirpação dos dois fetos que ainda não existiam para o Mundo e que, naturalmente, terão oportunidade de renascimento em ventre preparado e apropriado.


Roberto Cury

robcury@hotmail.com


CÉLULAS-TRONCO EMBRIONÁRIAS




O Supremo Tribunal Federal, em dois dias, 28 e 29 julgou, por maioria de 6 votos, improcedente a Ação Direta de Inconstitucionalidade – ADI 3510, proposta pelo Procurador Geral da República contra dispositivos da Lei de Biossegurança (Lei nº 11.105/05), especialmente o artigo 5º, que dispõe sobre as pesquisas com células-tronco embrionárias descartáveis ou doadas pelos pais biológicos daqueles embriões fecundados “in vitro” e não aproveitados.

Os 6 votos pela constitucionalidade da Lei, sem qualquer ressalva, foram dos Ministros Ayres Britto (relator), Ellen Gracie, Joaquim Barbosa, Cármen Lúcia, Celso de Mello e Marco Aurélio Mello.

No início da sessão do dia 29, começou com um esclarecimento do ministro Cézar Peluso, dizendo ter sido mal interpretado. "Meu voto não contém ressalva nenhuma", afirmou. Ele tinha sido o último a votar na sessão de quarta, 28, que durou o dia todo e foi retomada na quinta. Sua fala apontaria algumas restrições às pesquisas, o que foi negado pelo ministro.

Entretanto, depois do voto do Presidente Ministro Gilmar Mendes que também foi pela improcedência, mas, com ressalvas, o Ministro Cezar Peluso, refluiu do seu esclarecimento e retornou às ressalvas, severamente contestado pelo Ministro Celso de Mello, decano do STF, que disse que a maioria havia decidido pela constitucionalidade da Lei sem ressalvas de qualquer natureza.

Os Ministros Menezes Direito e Ricardo Lewandowski, foram pela improcedência parcial da ADI e apresentaram ressalvas. Ministros Eros Grau, Cézar Peluso e Gilmar Mendes, votaram pela improcedência da ADI, mas ressalvaram certas questões de controle das pesquisas.

Trata-se de uma grande vitória do povo brasileiro, especialmente, dos portadores de patologias gravíssimas e irreversíveis e incuráveis, como diabete, Parkinson e Alzheimer, sem esquecer dos acidentes vasculares cerebrais, das cardiopatias, das degenerescências musculares, ósseas, dos tumores cancerígenos, das paraplegias e tetraplegias e mais uma infinidade de outros males que afligem a humanidade.

O Brasil passa a ser o primeiro país da América do Sul a permitir pesquisas com células-tronco embrionárias e o vigésimo sexto no mundo, alinhando-se com países como Japão, Estados Unidos, Reino Unido, França, Israel, Finlândia, Grécia, Suíça, Holanda, Austrália, Canadá, Portugal, Espanha, Coréia do Sul, Índia e África do Sul.

A pendência judicial durou três anos e dois meses depois da sanção da Lei de Biossegurança, portanto prazo maior do que o estabelecido para que os embriões congelados pudessem ser estudados. Durante esse período, todas ou quase todas as pesquisas foram paralizadas porque os cientistas tinham receio de terem de jogar fora todo um exaustivo trabalho, se a Lei fosse julgada inconstitucional.

Felizmente, venceu o bom-senso e a certeza de que o Brasil já merece um lugar melhor no Concerto das Nações. Por isso, é de se ressaltar o voto do Ministro Celso de Mello

“ao declarar que acompanhava o relator Carlos Ayres Britto, o ministro disse que o voto domesmo "representa a aurora de um novo tempo, impregnado de esperança para aqueles abatidos pela angústia da incerteza". Disse ainda que o voto "restaura, em todos nós, a certeza de que milhões de pessoas não mais sucumbirão a desesperança e a amarga frustração de não poderem superar os obstáculos gerados por patologias gravíssimas e irreversíveis e incuráveis até o presente momento".

“Todos vamos nos beneficiar dessa vitória. Temos uma enorme responsabilidade pela frente. Quero deixar claro que não estamos prometendo cura imediata, mas dar o melhor de nós nas pesquisas", afirmou a renomada geneticista Mayana Zatz, da Universidade de São Paulo (USP). "Queremos que os pacientes saibam que vamos lutar pelas mesmas condições de saúde do Primeiro Mundo", complementou.

No entanto, para todas as pesquisas com as células-tronco embrionárias, os cientistas precisam da prévia autorização dos genitores.

Apesar de não empanar o brilho da decisão do Supremo Tribunal Federal, os ministros que quiseram ressalvar, pareciam atacados pela febre legislativa que tem confundido alguns tribunais ensejando a troca de funções judicantes pela elaboração de regras e normas, da exclusiva competência do Poder Legislativo, principalmente, nas questões eleitorais.


Roberto Cury

robcury@hotmail.com

CÉLULAS TRONCO – NOSSA BRIGA



CÉLULAS TRONCO – NOSSA BRIGA

Roberto Cury


Grande polêmica se instalou no cenário nacional a respeito de pesquisas científicas com células-tronco ou embrionárias na cura de muitas doenças, senão todas, e na restauração de órgãos ou funções físicas das pessoas.

Células-tronco são células capazes de multiplicar-se e diferenciar-se nos mais variados tecidos do corpo humano (sangue, ossos, nervos, músculos, etc.).

A cientista e pesquisadora brasileira Dra. Mayana Zatz, define células-tronco: “as que têm a capacidade de diferenciar-se em diferentes tecidos humanos. Existem as células-tronco totipotentes ou embrionárias, que conseguem dar origem a qualquer um dos 216 tecidos que formam o corpo humano; as pluripotentes, que conseguem diferenciar-se na maioria dos tecidos humanos, e as células-tronco multipotentes que conseguem diferenciar-se em alguns tecidos apenas”.


No exato momento em que o espermatozóide fecunda o óvulo, começam as primeiras divisões celulares surgindo as células totipotentes que vão obrigatoriamente dar origem a todos os tecidos do corpo.

Dra. Zatz explica em detalhes: “as células totipotentes existem até quando o embrião atinge 32 a 64 células. A partir daí, forma-se o blastocisto cuja capa externa vai formar as membranas embrionárias, a placenta. Já as células internas do blastocisto, que são chamadas de totipotentes, vão diferenciar-se em todos os tecidos humanos.”

Obtém-se uma célula totipotente pegando um óvulo fecundado para colhê-la até a divisão em 64 células.

Segundo a cientista, “as pesquisas ainda em andamento indicam que até 14 dias depois da fecundação, as células embrionárias seriam capazes de diferenciar-se em quase todos os tecidos humanos. Depois disso, começam a dar origem a determinados tecidos”. E, continua explicando: “Os adultos conservam células - por exemplo, na medula óssea - que têm a capacidade de diferenciar-se em vários tecidos, mas não em todos. Elas também existem no cordão umbilical, mas já são células-tronco adultas que não conservam a capacidade das células embrionárias”.

O Dr. Drauzio Varela questionou a cientista: “Quando se trabalha com reposição de tecidos, é possível pegar células pluripotentes da medula óssea, ou seja, do tutano do osso, aquele tecido gorduroso que vai dar origem aos elementos do sangue, e obrigá-las a transformar-se, por exemplo, em neurônios no cérebro?”


Ela respondeu: “Essa é a grande questão. Alguns anos atrás, quando se começou a trabalhar com células-tronco, os estudos diziam que sim, mas agora isso está sendo questionado. Um exemplo é o grupo de pesquisadores do Rio de Janeiro que fez um trabalho com células-tronco em pessoas cardíacas. Hoje se discute se realmente essas células se diferenciaram em células cardíacas ou se simplesmente melhoraram a irrigação do coração.


No momento, a única coisa a respeito da qual se tem certeza é que as células-tronco de origem embrionária conseguem diferenciar-se em todos os tecidos do organismo.”

Dra. Mayana Zatz esclareceu de forma sintética e objetiva que somente as células embrionárias conseguem se diferençar em todos os tecidos humanos. Conseqüentemente, só as células oriundas de embriões são capazes de refazer a integridade física-orgânica do ser humano.

Mas, aí é que se estabelece a grande polêmica que, inclusive, tem criado óbices aos cientistas brasileiros.

A lei de biossegurança, aprovada no Congresso e sancionada pelo Presidente da República, não foi capaz nem de garantir o cultivo de vegetais transgênicos, imagine se permitiria pesquisas com embriões, que algumas religiões confundem com fetos, opondo-se, por conseguinte, acreditando que a sua aplicação no corpo humano estaria ceifando vidas já concebidas.

Fossem fetos os embriões, ainda assim a validade desses argumentos religiosos seria discutível diante da recomposição ou da salvação de vidas já estabelecidas.

Os embriões que os cientistas pretendem utilizar nas pesquisas são aqueles congelados e reservados nos laboratórios e que, pelo decurso do tempo, isto é, depois de 3 anos, considerados não mais servíveis à inseminação artificial, ou gravidez “in vitro”, tornando-se descartáveis, ou que os responsáveis pela fecundação (homem e mulher) tenham autorizado o descarte.

As células-tronco pluripotentes que persistem na vida adulta obtidas do cordão umbilical poderiam resolver parte do problema não fosse o seu destino - o lixo, porque inexiste banco de cordão umbilical. No parto, tanto a placenta, quanto o cordão são descartados.

Dissemos parte do problema porque as pluripotentes se diferenciam em alguns tecidos. As células ideais, sem sombra de dúvida, são as totipotentes, isto é, as divididas em 64 células, porque elas são capazes de formar todos os tecidos do corpo humano.

Sigamos o ensinamento da Mestra Zatz: “É preciso deixar o embrião chegar à fase de blastocisto, isto é, com 64 células, o que leva no máximo cinco dias. É fundamental deixar claro o processo para as pessoas entenderem o que pretendemos. O blastocisto é um montinho de células menor do que a ponta de uma agulha, e ninguém está pensando em destruir embriões, muito menos fetos. A idéia é cultivar essas células em laboratório de maneira que se diferenciem no tecido desejado.”

A ciência não pretende destruir a vida. Por isso a Dra Zatz diz enfaticamente: “O casal tem um problema de fertilidade, procura um centro de fertilidade assistida, juntam-se o óvulo e o espermatozóide e formam-se os embriões. Normalmente são dez, doze, quinze embriões, alguns de melhor qualidade, mas outros malformados que não teriam a capacidade de gerar uma vida se fossem implantados num útero, vão direto para o lixo. Esses embriões descartados serviriam como material de pesquisa para fazer a linhagem de células totipotentes.


A segunda hipótese refere-se aos casais que já implantaram os embriões, tiveram os filhos que queriam e não vão mais recorrer aos embriões de boa qualidade que permanecerão congelados por anos até serem definitivamente descartados.”

“Esses embriões têm potencial de vida baixíssimo. Muitos teriam potencial zero mesmo que fossem implantados. No entanto, sabe-se que não serão aproveitados e que, um dia, também serão jogados no lixo.”


A imprensa noticiou, a poucos dias, que nossa vizinha Argentina injeta células-tronco clonando vacas que estão produzindo leite com insulina humana, resolvendo a cura do diabetes.

Em artigo publicado pela revista “Stem Cells”, a Geron Corporation, empresa biofarmacêutica americana, afirmou que as células-tronco podem ser usadas para se obter células do pâncreas que produzem insulina, opção para tratamento do diabetes.

Segundo o articulado, os pesquisadores da empresa usaram células-tronco obtidas de embriões humanos e conseguiram desenvolvê-las como células que produziram insulina no pâncreas.

A informação da Geron indica o progresso da pesquisa e das experiências com células-tronco nos Estados Unidos, no setor particular e nos Estados, mas, também lá, o governo federal mantém sua restrição de apoio.

No mundo todo, os cientistas têm estudado a aplicação de células-tronco humanas no organismo das pessoas doentes, que apresentam algum sofrimento ou restringidas nos seus movimentos, conseqüência de acidentes, traumas ou degenerescência muscular, etc.

“Há pessoas que nascem normais, mas a partir de determinada idade começam a perder musculatura por defeito do músculo ou dos nervos que deveriam estar enervando aquele músculo”, afirma a pesquisadora Dra. Zatz.

Enquanto cientistas do mundo todo se empenham nas pesquisas com células embrionárias, o Brasil se enrosca na desinformação, no desinteresse e em preconceitos religiosos que raiam à ignorância e ao fanatismo.

Se os óbices religiosos fossem realmente para valer, esbarrariam no próprio objetivo do Criador da Vida que permite o avançar das pesquisas mundiais, até mesmo em países onde o cristianismo é praticamente nulo, que utilizam embriões descartáveis ou descartados cujos resultados demonstram a recomposição e a renovação de tecidos, promovendo a recuperação da saúde perdida, ou, ainda, salvando vidas em todos os outros lugares, menos no nosso País.

Assim, quando o mundo houver conquistado o sucesso nas suas pesquisas, o Brasil, que ficou parado nas burrices religiosas e na estultícia retrógrada dos legisladores, mais ocupados com a “lei de Gerson” do que com leis progressistas e de conquista de melhoria da qualidade de vida dos seus cidadãos, ver-se-á obrigado a pagar os “royalties” que economizaria se tivesse liberado pesquisas utilizando embriões descartáveis e, de conseqüência, teria patentes registradas.

Aproveitando que a economia brasileira vai de vento em popa, é hora de iniciarmos a transformação, enfatizando, aos legisladores nossos conhecidos, a importância e a necessidade de que a pesquisa científica brasileira se dedique com afinco no trabalho com os embriões descartáveis ou deformados ou que seriam incapazes de gerarem vidas no útero feminino, aprovando leis nesse sentido e verbas federais para que os resultados não sejam favoráveis a empresas multinacionais com sede em outros países.

Roberto Cury é advogado e professor universitário.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

“Engajamento” político do espírita, Carta de um amigo



Caro Jorge,


Achei muito bom e, principalmente, oportuno o artigo sobre o “engajamento” político do espírita.

O ponto principal é que o espírita não é político, nunca poderá ser.

O cidadão, que por acaso seja espírita, pode, de fato, ter aspirações políticas e mesmo militância, desde que sejam situações completamente separadas.

O problema é que a vida nos ensina que nunca são.

Gosto de dizer nas reuniões que somos cristãos 24 horas por dia, não apenas durante os trabalhos na casa espírita; os ensinamentos de Jesus destinam-se à vida em todos os seus aspectos.

Do mesmo modo, o espírita não perde essa condição em nenhum momento de sua vida cotidiana; porém, em alguns ambientes, como a política, é impossível neles permanecer sem abdicar de algumas convicções absolutamente irrenunciáveis.

Ainda que o espírita nada pratique de errado, dificilmente conseguirá, de fato, fazer o bem; pior ainda, verá procedimentos indignos e precisará com eles conviver, sob risco de ser alijado de qualquer participação política.

De qualquer modo, acabaria submetendo-se ao ditame de Edmund Burke, ainda no século XVIII:

A única coisa necessária para triunfo do mal é que os homens bons nada façam.

Já li, e ouvi, algumas vezes uma argumentação que pretensamente justificaria, e mesmo exigiria, a participação política dos espíritas e, pior, também das entidades espíritas.

Muitas religiões já o fazem, chegando mesmo a manter bancadas em parlamentos estaduais e federais, para que defendam os seus “interesses”, e que deveríamos agir da mesma forma, sob risco de ficarmos para trás, de vermos nossas dificuldades aumentadas, seja pela indiferença da população, seja por ações ostensivas contra a nossa doutrina.

Além de esse termo “interesses” abrigar uma definição tão imprecisa quanto ampla, acredito que não poderemos, jamais, adotar posturas que criticamos, como a submissão a táticas partidárias ou eleitoreiras, ou a omissão, na verdade cooptação deletéria perante o erro.

Seria um preço alto demais, e que, por graça divina, não precisamos pagar.

Persistamos em nosso trabalho, certos de que, se as dificuldades aumentarem, crescerá também a nossa capacidade de superação, inspirados e fortalecidos pelos verdadeiros orientadores de nossa doutrina.

O Espiritismo progride há 150 anos e sempre recusou a convivência com a prática espúria, eivada de pragmatismo interesseiro, que evita sujeitar-se ao crivo da moralidade, porque a ele sucumbiria.

Alguém já disse que a verdade não precisa de defesa, ela sobreviverá sempre a qualquer atentado ou perseguição.

Por fim, uma frase que define à perfeição a realidade política, pelo menos a de nosso país; Eça de Queiroz estava certo, há mais de um século:

Os políticos e as fraldas devem ser mudados freqüentemente e pela mesma razão.

Receba meu grande abraço,

Sérgio de Jesus Rossi