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quinta-feira, 24 de junho de 2010

NEU e a ECOLOGIA CUIDADO com o meio ambiente



Pela VIDA! Apelo!

Um BRASIL sustentável?
Depende de nós!
E de ações!

Despertar a consciência ecológica!
EDUCAR mentes para a VIDA!
Cuidar do PLANETA!

Enquanto o “povo” não desejar “mudar”...

A “cúpula do G8” vai ficar de blá, blá, blá!






NEU* e a ECOLOGIA


CUIDADO com o meio ambiente
"O meio ambiente em que a alma renasceu, muitas vezes constitui
a prova expiatória..."
dr. LUIZ CARLOS FORMIGA

O Meio Ambiente Influi no Espírito?

“O meio ambiente em que a alma renasceu, muitas vezes constitui a prova expiatória; com poderosas influências sobre a personalidade, faz-se indispensável que o coração esclarecido coopere na sua transformação para o bem, melhorando e elevando as condições materiais e morais de todos os que vivem na sua zona de influência”. Emmanuel, livro "Consolador", psicografado por Francisco Cândido Xavier.

O editorial do Jornal do Brasil, de 5 de setembro de 2007, diz que o presidente pode ter pecado se encarou as leis de proteção ambiental como entrave à execução de projetos estratégicos. Ao queixar-se do arsenal jurídico brasileiro esqueceu-se dos Princípios de Proteção do Meio Ambiente: “uma obra demora dois ou três anos para começar, por conta do tempo para legalizar tudo”.

O tempo passará mas deixará o resultado do governo como herança para as futuras gerações.

Pensando na responsabilidade civil o IBAMA exige detalhamento e cuidados que podem ser demorados. Um rápido exame dos princípios de proteção do meio ambiente pediria a diminuição dos exageros da retórica.
Os Princípios são o sustentáculo do Direito Ambiental.

São elementos vitais do próprio Direito.

A Constituição da República instituiu como principio da ordem econômica a defesa do meio ambiente. Todos temos direito a um meio ambiente ecologicamente equilibrado.

Estamos diante do Principio da Ordem Econômica e o do Desenvolvimento Sustentável impondo a utilização não predatória dos recursos ambientais. Desta forma o desenvolvimento sustentável trazendo implícito o desenvolvimento científico, a preservação ambiental e a sadia qualidade de vida, extrapola o âmbito do próprio Direito Ambiental para tornar-se uma meta a ser perseguida por todas as nações do mundo.

Hoje o meio ambiente ocupa entre nós um novo patamar. O de um valor fundamental que considera, como Emmanuel, a subjetividade humana, o social e o ambiental. Isso nos faz refletir sobre a necessidade de se colocar freios nos supostos avanços industriais, de modo a que não venham a ser um perigo para a sobrevivência.
Como instrumentos de defesa surge a tutela do meio ambiente no âmbito administrativo com o estudo prévio de impacto e o licenciamento ambiental. A tutela civil vai tratar da responsabilidade dos causadores dos danos ambientais.

O estudo do impacto ambiental e o licenciamento é realizado por equipe multidisciplinar, responsável civil e criminalmente pela emissão de atestados.

Muitos juristas entendem que qualquer impacto deve ser considerado, uma vez que todo dano é capaz de causar uma significativa degradação ambiental. No entanto, há uma resolução do CONAMA que dispõe sobre licenciamento ambiental em empreendimentos elétricos com pequeno potencial de impacto.

Esta é uma atividade que também requer atenção redobrada. O licenciamento somente poderá ser revogado se verificado algum vício insanável.

Entendemos que é ato a ser presidido pelos princípios de proteção.

Especialistas em Saúde Pública apontam a degradação ambiental como fator desencadeante de doenças emergentes ou re-emergentes. Eles temem que uma mudança global do ambiente possa trazer severas conseqüências microbiológicas.

Estas alterações poderiam ter reflexo no Direito Internacional, onde as doenças infecciosas causam problemas diversos, como por exemplo no comércio e nos direitos humanos. As leis do comércio internacional lidam com medidas-restritivas também no campo veterinário, aquelas que os Estados justificam com base em saúde-pública.

As de controle de doenças infecciosas restringem os direitos humanos como aprendemos com a epidemia de AIDS.

Podemos até nos queixar que uma obra possa demorar, mas devemos considerar que o Principio da Cooperação Internacional, referido na ECO 92, diz que “o Estado tem a responsabilidade de assegurar que as atividades sob sua jurisdição, ou controle, não causem danos ao meio ambiente de outros Estados.”

Outro postulado também ajudaria, mesmo num improviso, se fosse levado em conta o Princípio do Meio Ambiente Ecologicamente Equilibrado. Este principio impõe ao Poder Público e à coletividade o dever de defender o meio ambiente e de preservá-lo para os presentes e para as futuras gerações.

Não se pode permitir a extinção de espécies animais, o que poderia desencadear a superpopulação de outras.
Como o dano ambiental possui as características de irreversibilidade e irreparabilidade o Principio da Prevenção (Precaução ) é aclamado. Colocado na Lei em 1981, referendado em 1988 torna-se norma obrigatória em 1994.

Reflexão próxima a anterior é a preservação da diversidade biológica. Aqui o Poder Público se encontra diante do dever de preservar a diversidade e a integridade do seu patrimônio genético e de fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e a manipulação deste material. É o Princípio da proteção da Biodiversidade.

As legislações de proteção ambiental são um avanço para o país. Não podemos perder oportunidades para informar sobre princípios. O Principio da Educação Ambiental foi negligenciado.

Este principio é imperativo constitucional, mas, antes de tudo, uma obrigação individual porque não é apenas o Poder Público que deve promover a informação ambiental, pois o meio ambiente é um bem de toda a coletividade. Sua integridade é base para que o homem possa perseguir e sonhar com o seu bem estar físico, psíquico e social.

Um meio ambiente ecologicamente equilibrado é fundamental para saúde que desabrocha no Princípio da Sadia Qualidade de Vida e vida é direito fundamental do homem não abolido por emenda constitucional.

Para uma boa qualidade de vida necessitamos de meio rural e cidades saudáveis o que aponta na direção da função social da propriedade. Dentre os requisitos exigidos está a utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio ambiente, cabendo a propriedade rural o respeito pelo meio ambiente ecologicamente equilibrado.

Embora deva ser feito por competente equipe multidisciplinar, o Estudo e o Relatório de Impacto Ambiental deverá ter o seu conteúdo exposto a todos os interessados em audiência pública.

Aparentemente longe do editorial do JB dois outros princípios podem ser lembrados. O Principio do Poluidor Pagador e o da Participação Popular. O segundo encontra relação direta com o Princípio da Educação Ambiental, aquela que oferecerá como produto um melhor eleitor.

Este eleitor consciente não levará ao poder o político que comprará cotas de poluição pela certeza da impunidade.
Como acelerar os estudos e relatórios sobre impactos ambientais?

Este tema merece ampla divulgação. Ficamos felizes ao tomar conhecimento da palestra “A Exigência da Compensação Ambiental no Âmbito do Licenciamento Ambiental” realizada dia 17 de setembro, na Escola da Magistratura do Estado do Rio de janeiro.

Afinal, o meio ambiente pode ter poderosas influências sobre a personalidade.


http://www.jornaldosespiritos.com2007.3col49.7.htm
dr. LUIZ CARLOS D. FORMIGA é professor universitário da UFRJ e UERJ, aposentado.




A Ecologia à luz do Espiritismo

Izabel Gurgel

I - INTRODUÇÃO

A partir do momento da criação do mundo passaram-se muitos milhões de anos até que a configuração do planeta Terra assumisse a forma que nós conhecemos hoje.

Isso já deixa antever que a Criação não permite que a Natureza dê saltos , o que dificultaria, desta maneira, a evolução lenta e progressiva pela qual passaram os diferentes seres dos diferentes reinos que estão neste planeta, não só no que diz respeito à crosta terrestre propriamente dita, bem como tudo aquilo que compõe o quadro natural , além das interelações intrínsecas, entre a camada gasosa que envolve a terra , conhecida como atmosfera e, este mesmo planeta.

Em nossos dias, o desenvolvimento científico e tecnológico, nos permite saber que esta configuração não foi e nem é definitiva e mais, que ela está em constante modificação, ao longo do tempo e do espaço, segundo uma dinâmica própria em consonância com o planejamento dos Arquitetos Siderais, em função do equilíbrio cósmico.

A Natureza como um todo, e todo o Cosmos, segue o seu curso evolutivo e, esse ambiente do planeta Terra que foi destinado ao Homem para que nele desenvolvesse também o seu caminho lento e progressivo de evolução, em equilíbrio com tudo aquilo que está à sua volta, e sobretudo , com a grave responsabilidade de conviver pacífica e harmoniosamente com seus semelhantes e com este ambiente que o cerca.

Hoje em dia , neste final de século, em que o clamor de boa parte da humanidade ainda se volta para a saúde e o pulsar do planeta, verificamos que a espécie Homo sapiens , da qual o homem é o seu representante de topo, esta longe o bastante para que se possa dizer que este mesmo homem procurou conservar o seu patrimônio natural que lhe foi posto à disposição para os anos a seguir.

Por outro lado, pelo menos desde que os profetas, avatares e principalmente Jesus, vieram trazer os ensinamentos necessários para conduzir a mente do homem também para as coisas do Pai , desde Moisés que ,muito tempo antes da vinda de Jesus , mesmo que ainda predominasse a Lei de talião, do “Olho por Olho e Dente por Dente”, que vem a Humanidade sendo preparada para se colocar numa posição hominal, não só em relação à sua estatura bípede (a qual já a possuía há muitos tempo), mas sobretudo em relação à elevação de seus pensamentos para Deus e para as coisas do Espírito, através do Amor Crístico Universal.

Jesus, quando de sua descida à Terra, estabeleceu a Escola Iniciática na Doutrina do Amor , tendo dito que trazia um único Mandamento : “ Amem a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmos”, pela caridade, pela fraternidade , pelo amor ilimitado e que só assim o Reino de Deus estaria com suas portas abertas para todos aqueles que, desta forma, passassem a conduzir suas vidas, sendo esta a grande orientação deixada por Ele para toda a humanidade.

Ao findar o Segundo Milênio, vê-se que o homem pouco apreendeu, ou sequer colocou em prática tais ensinamentos representados por essa grande síntese proposta por Jesus. E se não foi capaz de amar a seu Deus, como teria sido capaz de amar a si próprio e ao próximo como a si mesmo?

Considerando que ele próprio vem permitindo degradar sua matéria pelo uso abusivo dos prazeres da matéria e as ilusões que só as artificialidades da personalidade, de seu Ego super dimensionado trazem para si, pode-se imaginar os danos que este mesmo Ser humano vem causando ao ambiente natural que o cerca.

II- O QUE É ECOLOGIA?

Antes de continuarmos, devemos saber qual o significado do termo Ecologia:

oikos , em grego, quer dizer “casa”, “lugar onde se vive” e logos, também do grego, significa, “estudo de”.

Ecologia, de forma literal, pode ser entendida como “o estudo dos organismos em sua casa”.

Mas, como definição, podemos ter como sendo o estudo dos organismos ou de grupos de organismos em relação ao seu ambiente. Ou ainda, a ciência das interelações entre os organismos vivos e seu ambiente.

Considerando-se que a ecologia esta relacionada com a biologia de grupos de organismos e com processos funcionais nas terras, oceanos e águas doces é mais acurado dizer-se que ecologia é o estudo da estrutura e funções da natureza (admitindo-se que a humanidade é parte integrante dela), ou ainda: é a ciência do “ambiente vivo” ou simplesmente “da biologia ambiental”.

Pelo que pode-se ver do que foi dito acima em termos de conceituações, o Homem tem-se interessado pela Ecologia de uma forma prática, nada pragmática, desde muito cedo em sua História. Nas sociedades primitivas, cada indivíduo, para sobreviver, precisou ter um conhecimento definido do seu ambiente, isto é, para saber valer-se dele, precisou compreender as forças da Natureza , dos seus diferentes reinos, quer dizer: dos minerais, vegetais e demais animais.

O fruto de suas próprias observações levou esse homem primitivo a observar os astros em seu deslocamento pelo céu, os ventos, a chuva, as variações de temperatura, as correntes marinhas, as marés, as estações do ano, as plantas a serem cultivadas, por exemplo, e assim, empiricamente, mas perfeitamente integrado com tudo o que a natureza se lhe apresentava permitiu que sua trajetória evolutiva se processasse e chegasse onde estamos hoje, quando a Ciência e a Tecnologia contemporânea, já permitiram levar o Homem a explorar espaços e planetas outros que a Terra, tendo há trinta anos atrás, sido-lhe permitido pisar o solo lunar e retornado à Terra, são e salvo.

Só que o descompasso havido ao longo do tempo, levou o nosso planeta à situação em que se encontra em nossos dias, não precisando acrescentar as crises e os problemas que o próprio homem criou, mas que não se preocupou muito em resolvê-los, pelo menos, de forma objetiva e concreta.

Se considerarmos que as crises morais, sociais e filosóficas engendradas pelo Homem vieram refletir-se , de forma inexorável, sobre o meio que o cerca, como podemos esperar, por mais auto-regenerador que seja o Sistema de Gaia, que o Homem encontre um caminho pacífico e obedecendo os princípios básicos da Natureza para resolver tais conflitos?

“A pressão sobre o meio ambiente é, ao mesmo tempo, causa e efeito de tensões políticas e conflitos militares. As nações freqüentemente lutaram para ter ou manter o controle de matérias primas , suprimento de energia, terras, bacias fluviais , passagens marítimas e outros recursos ambientais básicos. Esses conflitos tendem a aumentar à medida que os recursos escasseiam e aumenta a competição por eles”, este trecho é encontrado na página 325 do relatório BRUNDTLAND, de 1988, da Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, no livro “Nosso Futuro Comum”, vindo corroborar o que foi dito acima.

Se hoje podemos compreender que a religião é a re-ligação do Homem com Deus Criador, reconectar-se com a Teia da Vida significa, dentro da observância da Lei de Evolução, construir e alimentar comunidades sustentáveis nas quais podemos satisfazer nossas necessidades a aspirações, sem diminuirmos as chances das gerações futuras, tentando o homem de todas as formas possíveis minimizar os efeitos, por mais nefastos que sejam, das disputas políticas entre as nações, sobre o meio ambiente .

Por causa disso, precisamos reaprender alguns princípios básicos de Ecologia.

Considerando-se que, basicamente todos os sistemas vivos exibem os mesmos princípios de organização, todas as comunidades são redes organizacionalmente fechadas, mas abertas a fluxos de energia e de recursos.

Por causa disso, o Homem precisa entender que apenas compreender os ciclos da natureza não lhe basta mais; faz-se necessário que ele traga isso para todas as experiências por que passa ao longo de sua vida. Além do princípio da interdependência, isto é, a dependência mútua de todos os processos vivos uns aos outros, que é a natureza de todo relacionamento ecológico que precisa ser igualmente incorporada, há a necessidade de o homem compreender porque determinadas crises ocorrem em certas regiões da Terra, como conseqüência de sua inadequada prática do uso da terra, por exemplo.

Compreender a interdependência ecológica significa compreender o relacionamento das partes com o todo, dos objetos com os relacionamentos, do conteúdo aos padrões.

III- A ECOLOGIA À LUZ DO ESPIRITISMO

Encontramos no livro “O Consolador”, pelo Espírito Emmanuel, psicografado por Francisco Cândido Xavier, as questões de número 27, 28 e 121, em que se lê:

“Como devemos compreender a Natureza?” e a resposta de Emmanuel foi a seguinte: “A Natureza é sempre o livro divino, onde a mão de Deus escreveu a história de sua sabedoria, livro da vida que constitui a escola de progresso espiritual do homem evoluindo constantemente com o esforço e a dedicação de seus discípulos”.

Em seguida, foi perguntado a Emmanuel:As manifestações de vida dos vários reinos da Natureza, abrangendo o Homem, significam a expressão do Verbo Divino, em escala gradativa nos processos de aperfeiçoamento da Terra? Ao que foi por ele respondido: “Sim em todos os reinos da Natureza palpita a vibração de Deus, como o Verbo Divino da Criação Infinita; e, no quadro sem-fim do trabalho de experiência, todos os princípios, como todos os indivíduos, catalogam os seus valores e aquisições sagradas para a vida imortal.

A pergunta 121 é a seguinte: “O meio Ambiente influi no Espírito?” e Emmanuel responde: “O meio ambiente em que a alma renasceu, muitas vezes constitui a prova expiatória; com poderosas influências sobre a personalidade, faz-se indispensável que o coração esclarecido coopere na sua transformação para o bem, melhorando e elevando as condições materiais e morais de todos os que vivem na sua zona de influência”.

Pelo exposto, podemos ver que a Ecologia à luz do Espiritismo , certamente diz respeito à uma ecologia mais profunda, da consciência ecológica que deve vir do respeito à qualquer forma de preservação da vida, do respeito pela vida, que vem do religare espiritual.

É intenção de Deus de que todos os Seus filhos sejam felizes e, mesmo que nossa Humanidade atual, esteja neste planeta em fase de provas e expiações, com tudo isso nosso Deus, nos deu, por empréstimo um mundo muito belo, como um verdadeiro caleidoscópio de ambientes, com relevo, rios, montanhas, grutas, vales, florestas, cachoeiras, desertos, regiões cobertas de gelo, sendo as temperaturas muito baixas, fatores limitantes para qualquer forma de vida, onde apenas aquelas que possuam as precondicionantes e que foram sofrendo adaptações lentas e progressivas ao longo do tempo geológico, aperfeiçoaram-se de forma a viver em locais muito inóspitos e assim, para todas as demais formas de vida distribuídas pelas diferentes regiões biogeográficas de nosso planeta.

Se a intenção de Deus tivesse sido apreendida ao longo do tempo, sobretudo, no último século, pelos habitantes da Terra, não estaríamos diante dos descalabros que constatamos hoje em dia.

Naturalmente a Terra foi passando por transformações ( algumas quase imperceptíveis, enquanto outras, com características catastróficas) e os agentes naturais da Natureza, foram fazendo o seu trabalho, todos eles regidos pela batuta invisível dos Engenheiros Siderais.

As paisagens foram se sucedendo e com isso, muitas delas foram desaparecendo num lugar e aparecendo outras, em outros locais, e com elas todo o conjunto de formas vivas igualmente passaram pelo mesmo processo, que é sempre de cunho evolutivo, provendo assim, um saneamento de algumas regiões .

Entretanto, o que se apresenta no mundo atual, resguardadas algumas paisagens naturais que o Homem ainda não conseguiu modificar de forma muito indecorosa, o Continente Antártico sendo um desses exemplos, denota a total incúria e desrespeito, sobretudo do Homem contemporâneo, à Natureza que o cerca , sobretudo vindo a desestabilizar os ciclos biogeoquímicos do planeta, destruindo a camada de Ozônio que a protege da incidência muito acentuada dos raios ultra violeta, o efeito estufa, acrescido do lançamento cada vez maior de CO2 e outros gases que aceleram o efeito estufa, da utilização de defensivos agrícolas que, em nome de um melhor rendimento de safras e com conseqüências danosas para todos os sêres vivos, estão poluindo as terras e os rios , e que, por sua vez irão poluir os mares; e o efeito do “El Ninõ e La Niña”,aí também estão como exemplos muito nefastos.

Hoje , sabemos que estamos na iminência de catástrofes ecológicas de conseqüências imprevisíveis, caso o Homem não desperte rápido do seu sonho destrutivo, em nome do progresso e do desenvolvimento, de um condomínio que esta sob nossa responsabilidade e guarda ,mas que pertence a nosso Deus Criador apenas para quadro de nossa evolução e para ver se despertamos e nos religamos às realidades da Criação.

IV- PERSPECTIVAS

Mahatma Gandhi disse certa vez: “Nós precisamos ser a mudança que nós queremos ver no mundo”.

De certa forma é a constatação do que foi dito acima com relação à pergunta de número 29 feita ao Espírito Emmanuel, mas sobretudo em sua resposta, no que tange a própria transformação do Homem para o bem , melhorando e elevando as condições materiais e morais de todos aqueles que vivem em sua esfera de interferência.

E essência do que Gandhi quis dizer foi que, antes que o homem deseje modificar o mundo , ele deve, antes de mais nada, começar por modificar-se a si próprio.

Essa modificação se realiza em dois sentidos: de dentro para fora, isto é, em seus próprios pensamentos, em suas palavras e em suas ações, em relação a ele mesmo e projetando isso para o seu mundo exterior, e, por sua vez, recebendo dele todas as informações necessárias para se engrandecer em conhecimentos, em experiências , sobretudo se modificar para melhor e, por conseguinte, SER aquilo que queremos para o nosso mundo, para o meio, com todo o seu conjunto de funções e de estruturas, mas admitindo que não é a sua vontade pessoal que deve imperar , mas sim o bem estar da humanidade, dotada da mesma paz, equilíbrio e auto-conhecimento que ele próprio.

Através da Educação , que é uma espécie de jornada para dentro do próprio “eu”, certamente o desejado equilíbrio, necessário para que haja uma ação mais efetiva do homem em busca da sua própria evolução, se dará através da busca do equilíbrio saudável dos elementos no ambiente global e que também se aplicam ao equilíbrio saudável das forças que constituem os sistemas políticos. Em outras palavras, é através do auto-conhecimento consciente e disciplinado que poderá o homem chegar ao cerne deste processo, que é eminentemente educativo.

Al Gore disse em seu livro “O Equilíbrio da Terra”, de 1992, “que não surpreende que tenhamos nos tornado tão desconcertados com o mundo natural - e é incrível que ainda sintamos alguma conexão com nós mesmos. Acostumamo-nos com a idéia de um mundo sem futuro. As engenhocas de distração estão gradualmente destruindo a ecologia interior da experiência humana. O essencial para esta ecologia é o equilíbrio entre o respeito pelo passado e a fé no futuro, entre a crença no indivíduo e um compromisso com a comunidade, entre o nosso amor pelo mundo e o nosso medo de perdê-lo. Um equilíbrio, em outras palavras, do qual o ambientalismo espiritual depende”.

V - BIBLIOGRAFIA
  • ARAÚJO, H.L. - “ALGUÉM VELA POR VOCE”, ALIANÇA DA FRATERNIDADE. 1995.
  • XAVIER,F.C. ( EMMANUEL).- “O CONSOLADOR”, FEB, 1940.
  • NOSSO FUTURO COMUM. RELATÓRIO DA COMISSÃO MUNDIAL SOBRE O MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO. ED. DA FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS. 1988
  • ODUM,E.P.- FUNDAMENTALS OF ECOLOGY. 2nd. EDITION. 1959
  • PLANETA -” MEDITAÇÃO. - VAMOS SALVAR A TERRA?” . número 13. 1999.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

COMPORTAMENTOS QUE PODEM ANTECIPAR OU ADIAR A DESENCARNAÇÃO





Quando alguém tem propensão para pessimismo, ressentimento e/ou desamor, cargas tóxicas são, de pronto, ativadas e interferem, substancialmente, no metabolismo orgânico, acarretando-lhe inúmeros males, ainda que se lhe oponham mecanismos de defesa, encarregados de preservar-lhe a organização somática. Igualmente, as disposições otimistas e afetuosas produzem energias revigorantes, que recuperam os desarranjos momentâneos dos órgãos que constituem o arcabouço fisiológico. Em verdade, nosso corpo é um laboratório de gigantescas possibilidades, sempre suscetível de autodesarranjar-se ou autocompor-se, conforme as vibrações emitidas por nosso estado mental. A rigor, a mente representa o centro de controle, que envia as mensagens mais diversas para todos os pontos da estrutura carnal. Uma emoção qualquer ocasiona descargas de adrenalina na corrente sangüínea, produzindo sensações equivalentes ao tipo de agente desencadeador. Destarte, encefalinas e endorfinas são secretadas pelo cérebro sob estímulos próprios, produzindo imediatos efeitos no aparelho físico. Enzimas diversas são produzidas com cargas positivas ou negativas, conforme a ordem mental, que contribuem para a manutenção da saúde ou a piora da enfermidade.
Em entrevista à Revista "Isto é", de maio de 2009, Jan Garavaglia, chefe do Departamento de Medicina Legal da Flórida, nos EUA, afirma que a maioria das mortes podem ser evitadas e que morremos por causas tolas que podem ser prevenidas. Para a legista o corpo conta a história de como alguém viveu, morreu e de que forma a morte poderia ter sido evitada. Lembra que "certa pessoa um dia subiu os degraus de seu apartamento com algumas compras na mão e, quando entrou, sentou no sofá e morreu. A autópsia mostrou alterações há muito existentes no seu coração e rins e uma hemorragia no cérebro. Tudo causado por pressão alta, uma doença facilmente tratável que o morto julgava não sofrer, por isso não se tratava." (1) Outro caso narrada pela médica foi uma autópsia em um senhor que foi encontrado morto no quintal de casa. Nesse caso Garavaglia percebeu como a dieta ocidental, pobre em fibras, havia devastado o cólon (2) daquele homem, causando uma inflamação gravíssima que teve como resultado a sua morte. A dificuldade em enriquecer a alimentação com frutas e verduras nos leva a situações como essa, em que expomos o corpo a perigos desnecessários, segundo Jan.
É impossível escapar da morte, explica a pesquisadora, porém, podemos impedir que ela chegue, prematuramente, com atitudes simples. Pode-se optar em abusar do álcool, usar drogas e dirigir em alta velocidade, porém, precisamos estar conscientes de que esses comportamentos podem matar, da mesma forma que, se não cuidarmos do peso, se não fizermos atividade física ou se nos alimentarmos mal. A vida é uma série de escolhas. Somadas à genética e à "sorte", elas determinam nosso destino. A pesquisadora elucida que "se pode controlar o que come, a velocidade com que se dirige, pode escolher se vai ou não abusar das drogas ou da bebida etc. Enfim, tomar as decisões corretas pode dar a oportunidade de se viver por mais tempo. Nenhum medicamento é 100% seguro para todo mundo. Nos Estados Unidos, 40% das mortes ocorrem por doença prematura, ou seja, são previsíveis. Outros 40% são por acidentes, 10% são por suicídios e outros 10% por homicídios." (3)
É importante destacar que não se preocupar com a saúde é um tipo de suicídio indireto. Explicamos o porquê disso: Sabemos que suicídios existem classificados, no mundo espiritual, como suicídio indireto (inconsciente): característico daqueles casos de morte prematura, onde o indivíduo vai minando as suas reservas orgânicas, em função de excessos, de abusos, de vícios ou mesmo de imprudência. Na vida física, há muitas viciações que levam as criaturas à morte prematura, o que vem provocar processos degenerativos e desajustes nos centros essenciais do corpo perispiritual (perispírito), notadamente naqueles que comandam as estruturas funcionais: do córtex encefálico, das glândulas endocrínicas, da organização emotiva e do sistema hematopoético. (4)
Com o impacto da desencarnação, prematuramente provocada, os recursos do complexo psicossomático entram em colapso, sob traumatismo profundo, para o qual não há termo correlato na diagnose humana. A prática de comportamentos de risco à saúde e à própria vida (inatividade física, tabagismo, dieta inadequada, abuso de bebidas alcoólicas e conduzir veículos automotores de forma imprudente, etc.) é responsável por uma significativa aceleração do tempo, antecipando a morte física. Cometem o que poderíamos nominar de "suicídio não intencional", os que se entregam a todos os tipos de vícios; são ainda suicidas involuntários os glutônicos, ocasionando acúmulo de substâncias deletérias ao organismo (colesterol, glicose, lipídios, etc.), ensejando o desencadeamento de doenças (arteriosclerose, diabete, obesidade, etc.), com todas as suas sequelas, e que levam, inevitavelmente, ao óbito antecipado.
Mas, diante da temática proposta, cabe trazer ao debate que o tempo médio de vida que o homem terá na Terra é determinado, anteriormente, mas esse tempo (como vimos) poderá sofrer várias modificações, para mais ou para menos. Entretanto, ouçamos Emmanuel: "com exceção do suicídio, todos os casos de desencarnação são determinados previamente pelas forças espirituais que orientam a atividade do homem sobre a Terra."(5) O pensamento emmanuelino vem ao encontro das idéias basilares apresentadas por Kardec: "fatal no verdadeiro sentido da palavra, só o instante da morte. Chegado esse momento, de uma forma ou de outra, a ele não podeis furtar-vos."(6) "É na morte que o homem é submetido, de uma maneira absoluta, à inexorável lei da fatalidade, porque ele não pode fugir ao decreto que fixa o termo de sua existência, nem ao gênero de morte que deve interromper-lhe o curso."(7)
Observamos, pelo exposto, que o momento da morte e o seu gênero, é previsto pelo Espírito reencarnante ou por seus avalistas antes do mergulho na carne. O tempo médio de vida, as doenças que com maior possibilidade poderiam levá-lo ao desencarne, e outras condições relacionadas à morte, são previamente determinadas. No entanto, do fato de essas condições serem previamente programadas, não significa que não possam vir a ser modificadas, obviamente. Quando Kardec indagou aos Espíritos se o homem, por sua vontade e pelos seus atos, poderia evitar acontecimento que deveria realizar-se, os protetores disseram que "sim, desde, é claro, que este desvio aparente pudesse caber na ordem geral da vida que ele escolheu." (8) Isto significa que uma pessoa poderá, por esforço da própria vontade, "retardar o momento da morte, em dadas condições, pode prolongar a existência corporal a fim de terminar instruções indispensáveis - é uma concessão que se lhe pode fazer... como provação, ou no interesse de missão a concluir os órgãos depauperados, podem receber um suplemento de fluido vital que lhes permita prolongar de alguns instantes a manifestação material do pensamento."(9)
Em verdade, a morte prematura, tanto pode estar vinculada a erro grave desta existência, ou a faltas de existência pretérita. A exemplo das almas culpadas, que transgrediram a Lei geral que vige os destinos das criaturas e retornam à carne, para recomporem a consciência ante o deslize, neste caso encontram-se, irrefutavelmente, os ex-suicidas (conscientes ou inconscientes) que necessitam do contato com os fluidos materializados do planeta, para refazerem a sutil estrutura eletromagnética de seu corpo espiritual.
Ressaltamos, aqui, o seguinte: "aquele que desencarna de forma violenta, em circunstâncias alheias à sua vontade, registra em seu perispírito marcas e impressões relacionadas com o tipo de desencarne que sofreu e pode ficar em estado de perturbação um longo período, dependendo de sua elevação moral. "(10) Todavia, há "aquele que já está depurado, que se reconhece quase imediatamente [após o desencarne], porque se desprendeu da matéria durante a vida corpórea." (11) Não podemos esquecer que há casos de desencarnações precoces que não estão inseridos no processo de resgate do passado delituoso e configuram, sim, ações meritórias de Espíritos missionários que renascem para viverem poucos anos em contato com a carne, em função de tarefas espirituais relevantes. É o que afirma André Luiz: "Conhecemos grandes almas que renasceram na Terra por brevíssimo prazo, simplesmente com o objetivo de acordar corações queridos para a aquisição de valores morais, recobrando, logo após o serviço levado a efeito, a respectiva apresentação que lhes era costumeira." (12)
A Doutrina Espírita nos traz a proposta da disciplina mental para a plenitude do ser, dizendo que ela começa no momento do auto-encontro da criatura, quando identificamos a consciência e despertamos para a realidade espiritual que somos, transmitindo àqueles que conosco vivem, aprendizes que somos todos uns dos outros, o contributo da nossa mensagem positiva, alimentadora de esperanças, enriquecedora de valores. Nesse sentido, a Doutrina Espírita faz um grande apelo, quando nos propõe educar a mente, direcionar o instinto, coibir o abuso, disciplinar as tendências negativas, as más inclinações, e trabalhar, concomitantemente, para o desenvolvimento intelecto-moral e, desta forma, percebermos que somos uma criatura por Deus criada, com uma finalidade específica, que é a felicidade total. Quando essa arte de uma vida saudável for conhecida, cumprida e praticada, o homem ocasionará no mundo hábitos de ordem e de previdência para si mesmo e os seus, de respeito por tudo o que é respeitável, hábitos que lhe permitirão atravessar, menos penosamente, os maus dias inevitáveis. Esse é o ponto de partida, o elemento real do bem-estar, a garantia da segurança de todos.

Jorge Hessen
E-Mail: jorgehessen@gmail.com
Site: http://jorgehessen.net
FONTES:
(1) Disponível em http://www.terra.com.br/istoe/edicoes/2058/morremos-de-causas-idiotas-a-chefe-do-departamento-de-medicina-131842-1.htm
(2) parte final do intestino grosso
(3) Disponível em http://www.terra.com.br/istoe/edicoes/2058/morremos-de-causas-idiotas-a-chefe-do-departamento-de-medicina-131842-1.htm
(4) formação e desenvolvimento das células sanguíneas
(5) Xavier, Francisco Cândido. O Consolador, ditado pelo Espírito Emmanuel, Rio de Janeiro: Ed FEB, 2000, questão 146]
(6) Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos, RJ: Ed FEB, 1999, questão 853
(7) Idem, questão 872
(8) Idem, questão 860
(9) Kardec, Allan. O Céu e o Inferno, RJ: Ed FEB, 1999, 2ª parte cap. III
(10) Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos, RJ: Ed FEB, 1999, questão 163
(11) Idem, questão 164
(12) Xavier, Francisco Cândido. Entre a Terra e o Céu, ditado pelo Espírito André Luiz, Rio de Janeiro: Ed FEB, 1988

A ARTE ESPÍRITA É DIVINA POR EXCELÊNCIA





A arte foi um dos primeiros meios de comunicação entre os homens. A arte é um aglomerado de ciência, magia e técnica, uma janela para o conhecimento sensível do mundo. Em sua polissemia, revela a diversidade da natureza, suas singularidades, sendo avessa a resultados orientados pela medida e pela utilidade. O artista traduz o mundo sensível e imaterial em formas, sabores, cores, texturas, volumes e odores. A arte é capaz de extrair formas outras daquilo que se mostra aparente, de mergulhar no que é mais desconhecido, de romper a mera percepção e de considerar a imaginação como capacidade humana para a criação. Porém, ela só pode ser essencial, se puder contribuir para a elevação do ser humano como ser imortal.
Em toda a história da humanidade, é marcante a evidente participação da arte no contexto social. Na pré-história, ela fora utilizada como instrumento mágico, ajudando o homem a garantir a sobrevivência da raça, por meio de desenhos nas paredes das cavernas e grutas, quando, mais tarde, por sons rítmicos e movimentação corporal. O ser humano foi desenvolvendo, gradualmente, sua capacidade criativa e artística ao longo dos tempos. Na Idade Média, a arte reflete as potências latentes do ser espiritual e imortal da época. Com a chegada da Idade Moderna, novos caminhos a orientam e ela resplandece em liberdade de temas e técnicas. Surge a figura do artista, em sua majestosa veste de núpcias, aproximando o divino celeste à natureza humana. Os séculos vindouros reinventam o fazer artístico. Os movimentos, oriundos das quebras conceituais, que surgem no início do século XX, perfazem uma arte que questiona a vida e a própria arte. Das vanguardas, resultam os conceitos referentes ao que denominamos, hoje, de arte contemporânea, alvo de calorosas discussões acerca de suas verdades.
Nesse contexto, temos uma grande variedade de conceitos, porque são diferenças resultantes da pluralidade cultural e da liberdade de nossos pensamentos. Alguns respiram poéticas intuitivas e espirituais, outros, respiram pensamentos menos transcendentes e buscas sensoriais. Dentre os conceitos filosóficos transcendentais e atuais, a Arte Espírita se compromete a restaurar os princípios iluminativos nas manifestações artísticas. Ressalte-se o termo "Arte Espírita", embora entenda que seja um termo de difícil definição, evocamos a tese do termo para que o movimento doutrinário, no Brasil, possa, definitivamente, consolidar a efetiva "arte espírita". Até porque, o artista espírita não veio negar o acervo atribuído ao longo dos séculos, pois, também, utiliza-os em suas variadas linguagens. Seus conceitos, estes sim, estão definidos de acordo com a causa que abraçam.
"A arte pura é a mais elevada contemplação espiritual por parte das criaturas. Ela significa a mais profunda exteriorização do ideal, a divina manifestação do "mais além", que polariza as esperanças das almas. O artista verdadeiro é sempre o "médium" das belezas eternas, e o seu trabalho, em todos os tempos, foi tanger as cordas vibráteis do sentimento humano, alçando-o da Terra para o infinito e abrindo, em todos os caminhos, a ânsia dos corações para Deus, nas suas manifestações supremas de beleza, sabedoria, paz e amor. "(1)
A Arte Espírita não deve agir, apenas, no contexto das casas espíritas, ou ter um específico público para dialogar. Ela deve ir além, a todo coração que se dispuser a conhecer suas verdades, sejam simpatizantes ou, simplesmente, indiferentes à Doutrina Espírita. Sobre a prática artística e sua atuação no Espiritismo, é preciso romper com velhos preconceitos, ainda existentes no movimento doutrinário. Toda arte de sentimentos nobres é grande vôo da criação, capaz de nos atingir, profundamente, e, nesse contexto, recordemos que o Brasil é o país que abriga a maior quantidade de artistas e de produções de artes espíritas.
A criatividade artística é sempre um processo inacabado, um eterno vir-a-ser, uma idéia em expansão. O artista deforma a realidade, transmutando-a em artifícios que desestruturam a fixidez das sociedades, desintegram o pensamento ortodoxo, e que se quer único. É preciso não esquecer que a arte é um eterno diálogo entre artista e público. As relações que os unem têm duplo sentido: o artista inspirando seu público e o público, por sua vez, reagindo sobre o artista, impondo-lhe seus gostos e seus desejos.
"A estética religiosa criou obras primas em todos os domínios; teve parte ativa na revelação de Arte e de beleza que prossegue pelos séculos além. A Arte grega criara maravilhas; a Arte cristã atingiu o sublime nas catedrais góticas, que se erguem, bíblias de pedra, sob o céu, com as suas altaneiras torres esculpidas, as suas naves imponentes, cheias de vibrações dos órgãos e dos cantos sagrados, as suas altas ogivas, de onde a luz desce em ondas e se derrama pelos afrescos e pelas estátuas." (2) Cremos que a estética espírita deve limitar-se a enunciar julgamentos da realidade, a estudar as correlações entre as formas artísticas e as formas espirituais e sociais, sem tanger o sectarismo e os dogmas normativos, que, obviamente, dizem respeito à teologia e à filosofia.
O Espiritismo, moralizando os homens, exerceu, exerce e exercerá uma grande influência sobre a arte em si e, particularmente, a música. Produzirá mais compositores virtuosos, que comunicarão as suas virtudes, fazendo ouvir as suas composições. André Luiz descreve, em sua obra Nosso Lar, (3) o Campo da Música, em cujas cercanias há Luzes de indescritível beleza, banhando extenso parque, onde se ostentam encantamentos de verdadeiro conto de fadas. Fontes luminosas traçam quadros surpreendentes de um espetáculo paradisíaco.
André comenta, em suas narrativas sobre a Colônia Espiritual, que, em gracioso coreto, um corpo orquestral de reduzidas figuras executa música ligeira. Nas extremidades do Campo da Música, há certas manifestações que atendem ao gosto pessoal de cada grupo dos que, ainda, não podem entender a arte sublime; mas, no centro, ouve-se a música universal e divina, a arte santificada, por excelência. Platão já ensinava que "a música é uma lei moral. Dá alma ao universo, asas ao pensamento, saída à imaginação, encanto à tristeza, alegria e vida a todas as coisas. Ela é a essência da ordem e eleva em direção a tudo o que é bom, justo e belo, e do qual ela é a forma invisível mas, no entanto, deslumbrante, apaixonada... eterna."
"Assim como a arte cristã sucedeu a arte pagã, transformando-a, a arte espírita será o complemento e a transformação da arte cristã". (4) Posto que a arte espírita é, por definição e por princípio, a arte universal, a rigor, onde reflita a beleza da harmonia Divina, podemos identificar a arte espírita na essência. Sobretudo, quando ela atinge o objetivo de levar à humanidade o consolo, o desejo de auto-reforma, o bem, a caridade, o amor. Pintores, escultores, compositores, poetas, rogarão as suas inspirações ao Espiritismo, e ele as fornecerá, porque é rico, é inesgotável. Muito mais importante do que o auxilio que a arte pode oferecer ao Espiritismo, é a transformação que a Doutrina Espírita causará, e já está causando, na arte. (5)
As primeiras expressões artísticas identificadas com a doutrina espírita surgem em 1858, pouco após o lançamento de O Livro dos Espíritos. Observa-se, nesse primeiro período, uma forte identificação entre arte e mediunidade. A edição de maio, de 1859, da Revista Espírita, traz uma matéria sobre o fragmento de uma sonata atribuída ao espírito de Mozart, pelo médium Bryon-Dorgeval. (6) Em 1860, Kardec utiliza, pela primeira vez, a expressão Arte Espírita, propondo-a como o terceiro elemento de uma tríade formada, também, pela arte pagã e pela arte cristã. O Espiritismo não poderia negar ou dispensar a atividade artística; ao contrário, os conceitos e concepções que traz, ajudam-nos a ampliar nossa visão acerca da arte, vista como elemento importante no movimento de elevação das almas, rumo ao porvir feliz e venturoso de equilíbrio espiritual.
É perfeitamente possível e verdadeiro o propósito de sensibilizar corações com a mensagem espírita, através da arte. Para isso, entretanto, é preciso se assumir o compromisso de FIDELIDADE com o Espiritismo. O espírita precisa burilar, incansavelmente, as obras artísticas de qualquer gênero e colaborar na Cristianização da Arte, sempre que se lhe apresentar ocasião, lembrando que a Arte deve ser o Belo, criando o Bem. "O artista espírita deve preferir as composições artísticas de feitura espírita integral, preservando-se a PUREZA DOUTRINÁRIA. A arte enobrecida estende o poder do amor." (7) (destaque meu)
A arte é excelente ferramenta para trabalhar a intuição e a sensibilidade, além de promover a inter-relação alegre e harmoniosa entre as pessoas. É, sem dúvida, expressão de harmonia, de aprimoramento e de beleza. Quem a transmite consegue estabelecer contato com a natureza e com o seu Criador. Nós vamos entender que Deus, ao criar a vida, não se afastou da beleza, da harmonia e da perfeição.
Que o Espiritismo seja a base das apresentações artísticas para quem trabalha com arte voltada para a divulgação e engrandecimento, posto que, é através da arte que o ser interage com o ambiente em que vive; e, principalmente, como forma de expressão, de materialização de idéias, sentimentos e percepções, em consonância com o patamar evolutivo em que se encontra.
Diante do exposto, convidamos os artistas espíritas a estudarem, mais profundamente, a maravilha de doutrina que temos ao nosso alcance, para dar a qualidade devida à Arte Espírita. Aos literatos e poetas, que refinem a poesia; aos pintores, que burilem a pintura; aos músicos, aos atores e aos dançarinos, que aperfeiçoem seus talentos, incansavelmente. Dessa forma, a Arte, aliada ao Espiritismo, assentará seus pilares e consolidará seu lugar, para fortalecer, ainda mais, o movimento espírita brasileiro, espalhando mais talentos por todos os cantos do mundo, sem jactâncias, sem pieguismos, sectarismos, fanatismos e tantos "esquisitismos" estranhos que teimam invadir nossas hostes através dos misticismos inócuos.

Jorge Hessen
E-Mail: jorgehessen@gmail.com
Site: http://jorgehessen.net
FONTES:
(1) Xavier, Francisco Cândido. O Consolador, ditado pelo Espírito Emmanuel, Rio de Jeneiro: Ed FEB , 2001, pag. 100, perg. 161
(2) Denis, Léon. O Problema do Ser, do Destino e Da Dor, Rio de Janeiro: Ed FEB , 1999
(3) Xavier , Francisco Cândido. Nosso Lar, ditado pelo Espírito André Luiz, Rio de Janeiro: Ed FEB 2001, Cap. 45
(4) Kardec, Allan. Obras Póstumas, Rio de Janeiro, Ed FEB, 1992
(5) Artigo de Flávio Fonseca editado na Revista Cristã de Espiritismo nº 1
(6) Kardec, Allan. Revista Espírita, edição de maio de 1859, Brasília: Edicel, 2001,
(7) Vieira ,Waldo. Conduta Espírita, ditado pelo Espírito André Luiz, Rio de Janeiro: Ed FEB, 1992

AMOR, CIÚME E PAIXÃO - ALGUMAS CONSIDERAÇÕES CRISTÃS.




Por que homens e mulheres são capazes de transformar o Amor, o mais sublime dos sentimentos, em combustível de um crime? Será crível que uma pessoa possa matar por Amor? Será o crime passional um tipo de reação violenta ao fim do “Amor”? Qualquer pessoa que se apaixone pode ter uma reação passional, pois a paixão é um sentimento intrínseco do ser humano. Contudo, isso pode ser perfeitamente controlado. Numa violência passional, perde-se a razão e, por via de conseqüência, o controle de si mesmo. Indubitavelmente, a paixão nos torna agressivos e perigosos. É a erupção do lado primitivo do ser, e muitos são passíveis disso quando não vigiam os sentimentos. Uma coisa, no entanto, é certa: a sensação de posse é a causadora da maioria das tragédias passionais.
Para os espíritas, o crime passional pode ser definido como um processo de obsessão ou possessão anímica, isto é, o criminoso é subjugado por entidade desencarnada ou por sua personalidade arcaica, em razão da falência de sua personalidade atual no cipoal e delírio das sensações inferiores. Os crimes de “Amor” nada têm a ver com o Amor. A rigor, são conseqüências de desregramentos sensoriais, com perda do equilíbrio emocional e perturbações espirituais. As Obsessões estão relacionadas à ansiedade criada em resposta a uma situação muito estressante, esmagadora e dolorosa. A frustração Amorosa e o conseqüente sentimento de perda, de autodesvalorização, criam perturbações obsessivas e um transtorno de Amor obsessivo vinculados a um ciúme patológico. A necessidade obsessiva cria mecanismos e estratégias para seduzir o outro, originando numa atração fatal que busca a possessão de forma a incluir o outro em sua própria vida, tentando o máximo de controle, pois a falta deste irá provocar intensa dor. Podem ocorrer manifestações de ciúmes patológicos onde as conexões entre fantasias e realidades se perdem, facilitando episódios psicóticos em que a ação se torna real. A pessoa propensa a um Amor obsessivo tem dificuldades de relacionamento saudável, ligando-se a comportamentos complicados, repletos de brigas, desconfianças e ciúmes, muitas vezes com desfechos tensos e violentos. O transtorno obsessivo compulsivo é um distúrbio debilitante e destrutivo. No entanto, ele pode ser minimizado com a terapia medicamentosa e psicoterapia cognitivo-comportamental e pelos recursos espíritas da desobsessão.
O ciúme (1) voraz é o grande motivo de muitas dores morais. Em verdade, esse sentimento egoístico está presente em nossas vidas tanto quanto a dor, ou seja, quase todo ser humano sente. Toda vez que uma dor nos espicaça o ser é porque há algo errado conosco, e o mesmo acontece com o ciúme: alguma coisa está errada em nós mesmos, no outro ou na relação. A expressão "o pecado do Amor" é tão absurda quanto o ilogismo: "matar por Amor". Enquanto não formos capazes de discernir juízos opostos e continuarmos a confundi-los, não estaremos em condições de reformular nossa concepção do legítimo sentido do Amor.
Pasmem! Há quem defenda que “matar por Amor não é crime”. Creem alguns que o princípio do ser humano é o sentimento, e quando essa emoção é traída, aviltada, ele pratica, então, esses atos chamados criminosos. E nessa confusa tese, afirma-se que o “Amor é a maior fraqueza do ser humano”, argumenta-se que tanto o honesto, o trabalhador, o culto, não importa, todos são passíveis de um único crime: de “Amor”. Não comungamos nessa cartilha, obviamente, pois que ninguém mata por Amor, mas por ódio. Estudos apontam que o criminoso passional não tem raça, credo, faixa etária ou classe social, mas na imensa maioria dos casos tem sexo: o masculino. Diz-se que a impulsividade do homem, ao matar, é cultural, uma vez que no sistema patriarcal, há cinco mil anos, e durante muito tempo, o marido tinha o direito de bater na mulher, de puni-la, de matá-la e isso era muito comum.
Uma criatura que ama não agride e nem fere o ser amado, que é para ela objeto de veneração. O ciúme não procede do Amor, mas do apego animal ao plano sensorial. O animal é que ataca e fere por ciúme, nunca o homem, pois, nele, o Amor se manifesta em ternura, adoração e consciência do valor do ser amado. As criaturas de sensibilidade humana não se deixam arrastar pelas paixões, que pertencem ao plano dos instintos.
Luiz de Camões dizia que o “Amor é um fogo que arde sem se ver”. (2) Segundo Aurélio Buarque “o Amor pode ser um sentimento que predispõe alguém a desejar o bem de outrem, ou de alguma coisa. Pode ser um sentimento terno ou ardente de uma pessoa por outra, e que engloba também atração física, ou ainda inclinação ou apego profundo a algum valor ou a alguma coisa que proporcione prazer; entusiasmo, paixão”. Podemos considerar o Amor como uma forma de energia cósmica ainda não pesquisada e conhecida pelas Ciências. Porém, e o Amor ao próximo? Bem, esse é um sentimento de dedicação absoluta de um ser a outro ser ou a uma coisa; devoção extrema. Tudo o que possamos idealizar sobre o Amor pode se consubstanciar como parcela deste sentimento, mas ele é muito maior e mais abrangente, até porque, o bem-querer, toda a bondade, a tolerância, a alegria, a proximidade, só poderão ser um fragmento do Amor quando não tiverem laços no apego, na imperiosa necessidade de permuta, no egoísmo que exige sempre condições e regras.
Preocupados com o Amor humano, psicólogos e filósofos até hoje se interessam, quase que exclusivamente, por essa forma lírica e dramática do Amor entre duas criaturas. A Psicanálise, nos primórdios da teoria freudiana, colocou o problema do Amor na dimensão do patológico. Em verdade, Freud teve de entrar no estudo e na pesquisa do Amor pelo subsolo da psicopatologia. O aspecto patológico é o mais dramático do Amor e o que mais toca o interesse humano. "O Amor é a força mais abstrata e, também, a mais poderosa que o mundo possui.” (Mahtama Gandhi).
Em face dos conceitos espíritas, aprendemos que, nos albores de sua evolução, predominam no homem as cargas instintivas. Na medida em que avança na escala da evolução, surgem as sensações. Com o passar dos milênios, irrompem os sentimentos - ponto fundamental para o desabrochar do Amor. Isto posto, analisemos os sentimentos que advêm das tendências eletivas e o das afinidades familiares. Na primeira condição, estão as expressões complexas do desejo, do sensualismo; na outra situação, sedimentam-se a fraternidade e o enlevo conjugal, numa simbiose mágica, químio-eletro-magnética, na entranha do ser.
Na questão 938-a, de "O Livro dos Espíritos", aprendemos o seguinte: "A natureza deu ao homem a necessidade de amar e de ser amado. Um dos maiores gozos que lhe são concedidos na Terra é o de encontrar corações que com o seu simpatizem”. (3) O Amor deve ser o objetivo excelso no roteiro humano para a conquista da paz na sua expressão apoteótica. Porém, diversas vezes, o nosso sentimento é meramente desejar, e tão-somente com o "desejar", desfiguramos, instintivamente, os mais promissores projetos de vida.
Nos dias de hoje, fala-se e escreve-se muito sobre sexo e pouco sobre Amor. Certamente, porque esse sentimento não se deixa decifrar, repelindo toda tentativa de definição. Por isso, a poesia, campo mítico por excelência, encontra, na metáfora, a tradução melhor da paixão, como se esta fosse o Amor. O desenvolvimento dos centros urbanos criou a "síndrome da multidão solitária". As pessoas estão lado a lado, mas suas relações são de contigüidade.
A paixão é exclusivista, egoísta, dominadora, é predominantemente desejo. Para alguns pensadores, esse sentimento é a tentativa por capturar a consciência do outro, desenvolvendo uma forma possessiva, onde surge o ciúme e o desejo de domínio integral da pessoa "amada". O legítimo Amor é o convite para sair de si mesmo. Se a pessoa for muito centrada em si mesma, não será capaz de ouvir o apelo do outro. Isso supõe a preocupação de que a outra pessoa cresça e se desenvolva como ela é, e não como queiramos que ela seja. O Amor representa a liberdade, e não o psicótico sentimento de posse. É a lei de atração e de todas as harmonias conhecidas, sendo força inesgotável que se renova sem cessar e enriquece, ao mesmo tempo, quem dá e quem recebe.


Jorge Hessen
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Referências:
(1) Cf. Aurélio – “Sentimento doloroso que as exigências de um Amor inquieto, o desejo de posse da pessoa amada, a suspeita ou a certeza de sua infidelidade fazem nascer em alguém”. Receio de perder alguma coisa; cuidado, zelo (nesta acepção. é mais usado no plural)
(2) Cf. (Luís de Camões, Rimas, p. 135);
(3) Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos, Rio de Janeiro: Ed. FEB ed. 2002, questão 983-a

Leia mais: http://jorgehessenestudandoespiritismo.blogspot.com/2009/09/amor-ciume-e-paixao-algumas.html#ixzz0rhTXpyiK

EVANGELHO INSTRUMENTO SUBLIME PARA VENCER AS TREVAS



Em face da ausência de maior vigília para prática cristã que venha nortear nossas ações e reações, permanecemos num patamar inferior de angustias. Há um esforço cada vez mais intenso dos obsessores para manter a vida na Terra em seu primarismo instintivo e as nossas tendências funcionando como antenas receptoras mentais para as vis conexões com as suas artimanhas. É bom que se diga que essa conjugação também se dá ao nível de encarnados para encarnados e destes para desencarnados.
No que reporta aos problemas de influenciações espirituais, Allan Kardec interroga aos mentores espirituais: "Influem os espíritos nos nossos pensamentos e ações?"
Os veneráveis benfeitores elucidam que "(...) sua influência é maior do que pensais, pois muitas vezes são eles que vos dirigem."(1)
A propósito, lembremos que o alcoolismo, o uso de drogas, os desvarios sexuais, o tabagismo, criam condicionamentos ao encarnado e atingem também o desencarnado que vê-se atormentado por irresistível desejo. Na impossibilidade de satisfazerem-se na dimensão espiritual, os viciados do além procuram os viciados encarnados para estabelecerem um processo de simbiose psíquica. Por isso, não é raro o viciado sentir-se nervoso, descontrolado, por passar algum tempo sem realizar seu desejo. Normalmente, isso é sintoma da influencia dos obsessores, que lhe cobram a satisfação de suas necessidades.
Sabemos que os algozes reagentes do plano extrafísico (desencarnados) são os mesmos encarnados de outrora que, por má-vontade, permanecem imantados aos planos da materialidade, do sensualismo, da violência e que se agarrando, fortemente ao campo físico não desgrudam dos encarnados que com eles se afinizam.
Portanto, por insinceridade, em nosso tênue esforço para a reforma moral, obstamos as relações equilibradas e equilibrantes conosco e com o próximo. Toda nossa desarmonia leva a desenvolver sintonias viciosas com outras mentes doentias, sejam de desencarnados ou encarnados, o que aguça sobremaneira nosso próprio desarranjo interior, resultando daí as ingentes dificuldades para nos libertar das algemas em que nos aguilhoamos ante as garras do mal.
Urge pondera que, na medida que a idéia negativa é facilitada, os espíritos vão dominando nossa personalidade, exercendo influencia cada vez mais consistente. As motivações deliberadas para agirmos em padrão de inferioridade moral sofrem potencialização impressionante, pois os obsessores atuam, emitindo forças mentais quais dardos venenosos que nos destroem aos poucos. Porém, não podemos esquecer que a obsessão é um importante fator que amplia os impulsos que nos são próprios onde infere-se que a obsessão é apenas uma questão de afinidade moral. "Cada um de nós forma a sua atmosfera moral, dentro da qual somente podem penetrar espíritos da nossa natureza, que são os únicos que a podem respirar."(2)
A Obsessão configura-se toda vez que alguém, encarnado ou desencarnado, exerça sobre outrem constrição mental negativa por qualquer motivo, através de simples sugestão, indução ou coação , objetivando domínio. A rigor "a obsessão ocorre porque os seres humanos ainda carregam em suas almas uma taxa mais elevada de sombras que de luz.!"(3)
Evidentemente que a peça mais importante para avitória sobre as trevas está reservada ao obsidiado. A terapêutica doutrinária é a do convite para auto-análise sincera, para destruir em definitivo as tendências negativas , numa estóica busca do Evangelho como alavanca de ligítima libertação.

Jorge Hessen
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(*) Artigo publicado na Revista O Espirita / 1º Semestre de 2005, Pg.6

FONTES:
(1) Kardec, Allan. O Livro dos Espiritos, Rio de Janeiro: Ed. FEB, 2001, questão 459
(2) Menezes, Bezerra. A Loucura Sob Novo Prisma, Rio de Janeiro: Ed. FEB, 1984, pag 158
(3) Shubert, Suely Caldas. Obsessão e Desobsessão, Rio de Janeiro: Ed. FEB 1981, pag. 31

O PENSAMENTO ESPIRITA É O ALICERCE PARA A TRANSFORMAÇÃO SOCIAL




No transcurso dos milênios, o homem foi descobrindo fórmulas para lidar com a natureza ante os impositivos da sociedade. Dominou o fogo, adaptou a roda, inventou a pólvora, conquistou a escrita, materializou a representação artística, inventou a luz elétrica, criou o avião, aprimorou as comunicações, desenvolveu o supercondutor, construiu o computador e mais uma imensa lista de invenções e inovações que melhoram a qualidade de vida terrena. Nesse percurso, as idéias dos pensadores (1) foram ditando preceitos, alterando o formato de percepção do mundo, da vida após a morte e da noção de destino.
Pesquisadores atuais afirmam que a "trajetória humana é repleta de mudanças, justamente pelo fato de o homem ter a capacidade de guiar sua história no campo das idéias, que são agentes transformadores poderosos.” (2) Realmente, o mundo é reflexo das idéias, todavia, nem sempre percebemos quais delas estão por trás de comportamentos e situações cotidianas. A rigor, o que existe são múltiplas idéias e/ou "filosofias” (3), isto é: várias concepções diferentes sobre a existência.
Na Grécia clássica, Sócrates forjou o pensamento de Platão, que influenciou a mente de Aristóteles, que foi mestre de Alexandre, “O Grande” macedônico. Decorrido um milênio e meio pós-Sócrates, o Sacerdote Tomás de Aquino retomou o trabalho de Aristóteles, adaptando-o ao Cristianismo. Séculos depois, o filósofo Descartes, arauto do “Cogito, ergo sum”, debruçou nos escritos de Aquino, filosofou na matemática, sendo, hoje, considerado um dos pensadores mais importantes e influentes da História do Pensamento Ocidental. (4) A rigor, as idéias subsistem, vivem, alteram-se, adaptam-se. Elas são forjadoras de incalculáveis impactos das circunstâncias sobre as utopias e os sonhos humanos. A maioria das pessoas, em quase todos os contextos históricos, vê o estoque acumulado dos ideários de uma civilização como legados que podem torná-las melhores.
Alguns homens realizaram façanhas que afetaram as vidas de milhares e/ou milhões de pessoas. Em certos casos, o impacto de tais influências só tem maior importância em relação àquele momento específico, e, em outros casos, o impacto transcende e se faz sentir por muitas gerações, chegando a ser decisivo em tudo o que ocorre daquele momento em diante. Os exemplos de Moisés, Jesus, Buda, Gutenberg, Lutero e Kardec, por exemplo, permanecem, ainda hoje, como paradigmas a serem seguidos pela humanidade. Já as influências de Hitler, Stálin e Mao Tsé-Tung, que, também, são lembradas, representam o destroço da liberdade e da vida de milhões de pessoas. Graças a Deus (!), os ditadores desencarnam, as armas se enferrujam, porém, ninguém pode destruir os sonhos de quem ama a liberdade.
Karl Marx asseverou que: "Os filósofos limitaram-se a interpretar o mundo de diferentes maneiras; era preciso, porém, transformá-lo." Com a publicação de O Livro dos Espíritos, em meados de Século XIX, surge a proposta de uma filosofia transformadora e, de certa forma, revolucionária, propondo nova reflexão sobre os fundamentos da existência de Deus, do Ser, do destino e da dor. O Espiritismo, portanto, inaugurou outra etapa do pensamento filosófico. É, efetivamente, um novo paradigma do conhecimento, possuindo sólido alicerce de idéias concretas, sem se tornar, no entanto, temporalizado, hermeticamente fechado, pois que acompanha o avanço das novas informações e saberes, na medida em que busca explicar a realidade através da razão, da lógica e da fé, utilizando-se de discurso científico, filosófico e religioso, que se justifica com base nos fatos.
Allan Kardec foi o maior livre-pensador do movimento de idéias progressistas e transformadoras, jungidas aos temas sociológicos, ontológicos, transcendentes e espirituais. O genial lionês percebeu o projeto doutrinário como nova visão histórica do mundo, que revolucionaria os debates filosóficos com seus princípios e suas propostas libertárias. Urge, porém, reconhecermos que a construção mental [modo de pensar] de Kardec [o bom senso encarnado, segundo Flammarion] foi decisiva e determinante para contribuir com a nova ordem dos acontecimentos sociais posteriores ao Século XIX. O ex-druida concebeu um novo modelo de princípio filosófico, de profundas conseqüências éticas e morais, sem as amarras separatistas das religiões, o que faz, atualmente, da Doutrina Espírita, uma das propostas mais consistentes de transformação social jamais vistas na História.
O Codificador consultou os pensadores do além (Espíritos) sobre um universo de questões que sempre inquietaram o pensamento humano: Deus, alma, origem da vida, homem na condição de espírito imortal e pluriexistencial, morte, problemas sociais e familiares, liberdade, sofrimento, destino e felicidade, entre outros. O legado de Rivail, no entanto, impõe-nos a necessária e constante renovação íntima, e, forçosamente, uma nova mentalidade de cada "praticante espírita”, sobretudo daqueles que, ainda, exercitam um Espiritismo, apenas, nos limites dos fenômenos mediúnicos nos Centros Espíritas. Outrossim, é necessária uma efetiva participação dos Espíritas nas questões sociais do país, ainda que sem a absoluta necessidade de militância de partidos políticos, até porque, para esse escopo, a nossa política é a do Evangelho e.... PONTO FINAL...!!
Allan Kardec explica que o objetivo pragmático de O Livro dos Espíritos: "é propor guiar os homens que desejam esclarecer-se, mostrando-lhes, nos estudos, um fim grandioso e sublime: o do progresso individual e social e o de lhes indicar o método que conduz a esse fim.” (5)
O Codificador chama-nos a atenção para um ponto fundamental, que é o seguinte: Não podemos supor que a natureza humana possa transformar-se de imediato, por efeito das idéias espíritas. Até porque, a influência transformadora que elas exercem não é idêntica, nem do mesmo grau em todos os espíritas. Contudo, qualquer que seja o resultado dessa influência, ainda que extremamente fraca, representa, sempre, uma melhora, principalmente, no que tange a dar prova da existência de um mundo extra-físico, o que implica a negação das doutrinas materialistas.
O Espiritismo "caminha de par com o progresso e jamais será ultrapassado, porque, se novas conquistas [científicas e filosóficas] lhe demonstrarem estar em erro acerca de um ponto qualquer, ele se modificará nesse ponto. Se uma verdade nova se revelar, ele a aceitará.” (6).
Distantes, pois, dos conflitos ideológicos, consequentes de discussões estéreis no campo intelectual, com o objetivo de entronizar o pensamento racionalista, embasado nas "certezas" decantadas pelas ciências exatas, que teimam em se confrontar com as ciências humanas, os Pensamentos do Cristo, difundidos pela Doutrina dos Espíritos, representarão o asilo dos aflitos, sobretudo, para os que ouvirem aquela misericordiosa exortação: "Vinde a mim, vós que sofreis e tendes fome de justiça e Eu vos saciarei." (7) Porém, para isso, é necessário que estejamos dispostos a seguir o Mestre, tomando-Lhe a cruz, acompanhando-Lhe os passos.

Jorge Hessen

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FONTES:

(1)Subconjunto especial de homens que pensa de forma diferente.

(2)Segundo o historiador, Felipe Fernández Armesto, professor da Universidade de Londres

(3)considerando um conjunto de saberes, uma visão de mundo ou um modelo explicativo da vida

(4)Descartes, por vezes chamado de "o fundador da filosofia moderna" e o "pai da matemática moderna"

(5)Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos, Rio de Janeiro: Ed. FEB, 2001- Introdução, item XVII

(6)Kardec, Allan. A Gênese, Rio de Janeiro: Ed. FEB, 2000-item 55 do Cap. I,

(7)Cf. Mateus 11:28

TODA DOENÇA SEMPRE SERÁ REFLEXO DO ESTADO MENTAL DO DOENTE



Em caso raro, ocorrido no Japão, falha no sistema imunológico do bebê fez as células cancerígenas da mãe, de 28 anos, serem transferidas para a criança ainda no útero. Os pesquisadores detectaram que células de leucemia tinham atravessado a placenta da gestante e afetado a saúde de seu bebê. Por esse motivo, equipe do Instituto de Pesquisa do Câncer, da Universidade de Londres, trabalhando em conjunto com médicos japoneses, tem se esforçado para apresentar mais provas, a fim de demonstrar que o câncer pode ser transmitido durante a gestação.
Um mês após o nascimento do bebê, a mãe foi diagnosticada em estágio avançado de leucemia e faleceu. Quando o bebê completou 11 meses de idade, foi levado ao hospital com a face direita do rosto inchada. Exames mostraram que a criança tinha um tumor em seu maxilar e o câncer já havia se espalhado para os pulmões. Os médicos japoneses suspeitaram de uma ligação com a leucemia que levou sua mãe a óbito. Foram examinados os genes das células cancerosas no bebê e encontraram uma mutação, ou seja, um “apagamento” em uma região do DNA que controla a expressão do lócus principal de histocompatibilidade (1), que é responsável pela imunidade do indivíduo. Essa falha, para os médicos, impediu que o sistema imunológico do bebê reconhecesse que as células de câncer eram “invasores” e, por isso, elas não foram destruídas.
As conclusões foram publicadas em um artigo da revista Proceedings of the National Academy of Sciences, no qual os pesquisadores explicam como usaram a genética para demonstrar que as células do câncer vieram da mãe. O que há de mais instigante no câncer é que, em tese, ele é parte do nosso próprio corpo - uma parte que resolveu se “rebelar” contra o resto. As células cancerosas se tornam "traiçoeiras" ao sofrerem mutações em seu DNA. Várias das mutações que levam a um câncer são bem conhecidas e estão relacionadas a danos em genes responsáveis pela capacidade das células de controlar sua multiplicação.
No que se refere ao bebê em questão, considerando os mecanismos da reencarnação, transmitindo-se, ou não, células malignas materna, durante a gestação, indiferentemente, a doença se instalaria, ou não, pois toda patologia sempre será reflexo do estado mental do doente. No caso analisado, se há cumplicidade entre a mãe e o bebê, obviamente, o roteiro da existência seguirá consoante a Lei de Ação e Reação. Ora, se o bebê não trouxesse uma pendência do passado fincada ao câncer, por exemplo, não ocorreria a transmissão de célula cancerosa da mãe para a criança na vida intra-uterina, porém, ainda que eventualmente ocorresse essa transmissão, as células doentes não se desenvolveriam no corpo do rebento, pis não teria campo para isso. É a Justiça da Lei de Deus! Até porque, das patologias humanas, o câncer é o mais, fortemente, enraizado aos erros morais do passado (recente ou remoto).
O conhecimento espírita nos auxilia a transformar a carga mental da culpa, incrustada no perispírito, e nos possibilita maior serenidade ante os desafios da doença. Isso influenciará no sistema imunológico. Os reflexos dos sentimentos e pensamentos negativos que alimentamos se voltam sobre nós mesmos, depois de transformados em ondas mentais, tumultuando nossas funções orgânicas.
Todavia, será crível que a carga mental positiva, por meio de um estado psicológico ou emocional, tem a capacidade de curar doenças? Para alguns, o fato de as pessoas com câncer estarem otimistas ou pessimistas, em relação à cura, não influencia, diretamente, nas chances de sobrevivência à doença. Evidentemente, discordamos desses argumentos, uma vez que diversas provas registram que, no caso de doenças graves, a mente pode influenciar no resultado de recuperação.
Em que pese considerarmos a importância dos médicos e o valioso contributo da ciência, quando não apoiados na mudança de comportamento mental do doente, somente o bom relacionamento médico-paciente é limitado e insuficiente para atacar as causas da doença e a angústia dela decorrente. O paciente, ao chegar ao hospital, traz consigo, além da doença, sua trajetória de vida atual e passada. O seu estado emotivo é resultante de alguns vetores como a estrutura da personalidade, interpretação e vivência dos acontecimentos, considerando aspectos do imaginário e do real, além de outras variáveis de causas patogênicas.
Os espíritas sabem que a matéria mental é criação de energia que se exterioriza do Espírito e se difunde por um fluxo de partículas e ondas, como qualquer outra forma de propagação de energia existente no Universo. Pensar é um processo de projeção de matéria mental e essa matéria é o instrumento sutil da vontade, atuando nas formações da matéria física, gerando as motivações de prazer ou desgosto, alegria ou dor, otimismo ou desespero, saúde ou doenças, que não se reduzem, efetivamente, a abstrações, por representarem turbilhões de forças em que a alma cria os seus próprios estados de mentação indutiva, atraindo, para si mesma, os agentes [por enquanto imponderáveis], de luz ou sombra, vitória ou derrota, infortúnio ou felicidade, conforme conceitua o Espiritismo.
Nesse aspecto, o estado mental, fruto das experiências de vida passada e presente, deixa de ter uma dimensão intangível para se consubstanciar na condição de matéria em movimento. Muitos pacientes, diante do diagnóstico da doença, transformam a dor em esperança e despertam, neles, a vontade de lutar por uma vida melhor. Outros, porém, desistem e se entregam, admitindo que estão sob uma sentença de morte. Cada caso é um caso e, a cada um, a vida responde segundo seus merecimentos.
Do exposto, urge que busquemos, acima de tudo, os hábitos salutares da oração, da meditação e do trabalho, procurando enriquecer-nos de esperança e de alegria, para nunca desanimarmos diante dos desafios de qualquer doença, ainda que sob o guante de nossos delitos do passado “esquecido”. Lembremos, sempre, que o Evangelho do Senhor nos esclarece que o pensamento puro e operante é a força que nos arroja das trevas para a luz, do ódio ao amor, da dor à alegria.
Para todos os males e quaisquer doenças, centremos nossos pensamentos em Jesus, pois nosso remédio é, e será sempre, o Cristo. Ajustemo-nos ao Evangelho Redentor, pois o Mestre dos mestres é a meta de nossa renovação.
Jorge Hessen
http://jorgehessen.net
jorgehessen@gmail.com


Nota
1 Compatibilidade de tecidos; grau de similitude de seus caracteres antigênicos, de que depende a não-rejeição de enxertos e transplantes de órgãos.

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terça-feira, 22 de junho de 2010

SUICÍDIO - UM MERGULHO NO ESCURO SOBRE UM PRECIPÍCIO DE BRASAS




Sob o ponto de vista sociológico, o suicídio é um ato que se produz no marco de situações anômicas, em que os indivíduos se vêem forçados a tirar a própria vida para evitar conflitos ou tensões inter-humanas, para eles insuportáveis. Émile Durkheim registra que a causa do suicídio quase sempre é de matriz social, ou seja, o ser individual é abatido pelo ser social. Absorvido pelos valores (sem valor), como o consumismo, a busca do prazer imediato, a competitividade, a necessidade de não ser um perdedor, de ser o melhor, de não falhar, o homem se afasta de si mesmo e de sua natureza. Sobrevive de "aparências", para representar um "papel social" como protagonista do meio. Nessa vivência neurotizante, ele deixa de desenvolver suas potencialidades, não se abre, nem expõe suas emoções e se esmaga na sua intimidade solitária.(1)
A simples idéia, e uma vez contínua, leva o indivíduo à fascinação, à subjugação, e, por fim, ao suicídio. Emmanuel ensina que o suicídio é como alguém que pula no escuro sobre um precipício de brasas. Após o ato, sobrevêm ao infeliz a sede, a fome, o frio, o cansaço, a insônia, os irresistíveis desejos carnais, a promiscuidade e as tempestades com constantes inundações de lamas fétidas.
Refletindo sobre a questão 945 de "O Livro dos Espíritos", que pensar do suicídio que tem por causa o desgosto da vida? Os Espíritos responderam: "Insensatos! Por que não trabalhavam? A existência não lhes seria uma carga!"(2)
Sabemos que o suicida, além de sofrer no mundo espiritual as dolorosas conseqüências de seu gesto impensado, de revolta diante das leis da vida, ainda renascerá com todas as seqüelas físicas daí resultantes, e terá que arrostar, novamente, a mesma situação provacional que a sua flácida fé e distanciamento de Deus não lhe permitiram o êxito existencial.
É preciso ter calma para viver, até porque, não há tormentos e problemas que durem para sempre. Recordemos que Jesus nos assegurou que "O Pai não dá fardos mais pesados que os ombros".
O suicídio é a mais desastrada maneira de fugir das provas ou expiações pelas quais devemos passar. É uma porta falsa em que o indivíduo, julgando libertar-se de seus males, precipita-se em situação muito pior. Arrojado violentamente para o Além-túmulo, em plena vitalidade física, revive, intermitentemente, por muito tempo, os acicates de consciência e sensações dos derradeiros instantes, além de ficar submerso em regiões de penumbras, onde seus tormentos serão importantes para o sacrossanto aprendizado, flexibilizando-o e credenciando-o a respeitar a vida com mais empenho.
A religião, a moral, todas as filosofias condenam o suicídio como contrário às leis da Natureza. Todas asseveram, de primeiro, que ninguém tem o direito de abreviar, voluntariamente, a vida. Entretanto, por que não se tem esse direito? Por que não é livre o homem de pôr termo aos seus sofrimentos? Ao Espiritismo estava reservado demonstrar, pelo exemplo dos que sucumbiram, que o suicídio não é uma falta somente por constituir infração de uma lei moral, consideração de pouco peso para certos indivíduos, mas, também, um ato estúpido, pois que nada ganha quem o pratica, antes o contrário é o que se dá, como no-lo ensinam, não a teoria, porém os fatos que ele nos põe sob as vistas.
Não há como falar do assunto sem evocarmos o sociólogo Emile Durkheim, que afirma existirem homens capazes de resistir a desgraças horríveis enquanto outros se suicidam depois de aborrecimentos ligeiros. Seria importante investigar a causa desta resistência diversa e o que contribui para essa estrutura maior ou menor. Interessante anotar que é nas épocas em que a vida é menos dura que as pessoas a abandonam com mais facilidade.(3)
Considerada a doença do século, responsável por muitos dos suicídios, a depressão tem preocupado os especialistas. Os psiquiatras estimam que de cada grupo de 100 pessoas, 15 têm a probabilidade de desenvolver a depressão, e que é um distúrbio que ocorre por causa da alteração de substâncias como a serotonina e a noroadrenalina. O quadro depressivo é gerado por mudanças na produção e utilização dos neurotransmissores cerebrais (noradrenalina, interferona, serotonina e dopamina - atualmente, já são conhecidas 64 substâncias do cérebro). Quando sua produção ou forma de produção se altera, pode gerar a depressão e, daí, para o suicídio é uma porta escancarada.
O suicida é, antes de tudo, um deprimido, e a depressão é a doença da modernidade. O suicida não quer matar a si próprio, mas alguma coisa que carrega dentro de si e que sinteticamente pode ser nominado de sentimento de culpa e vontade de querer matar alguém com quem se identifica. Como as restrições morais o impedem, ele acaba se autodestruindo. Assim "o suicida mata uma outra pessoa que vive dentro dele e que o incomoda profundamente.A obsessão poderia ser definida como um constrangimento que um indivíduo, suicida em potencial ou não, sente, graças à presença perturbadora de um ser espiritual. Vale a pena ler a descrição feita por Allan Kardec.(4)
Diversas são as obras que comentam o assunto. Temos como exemplo: "O Martírio dos Suicidas", de Almerindo Martins de Castro, e "Memórias de um Suicida", de Yvonne A. Pereira. Por outro lado, não podemos esquecer que Allan Kardec, em o livro "O Céu e o Inferno" ou "A Justiça divina segundo o Espiritismo", deixa enorme contribuição em exame comparado das doutrinas sobre a passagem da vida corporal à vida espiritual e, especificamente, no capítulo V, da Segunda parte, onde aborda a questão dos suicidas.
É verdade que após a desencarnação não há tribunal nem Juízes para condenar o espírito, ainda que seja o mais culpado. Fica ele, simplesmente, diante da própria consciência, nu perante si mesmo e todos os demais, pois nada pode ser escondido no mundo espiritual, tendo o indivíduo de enfrentar suas próprias criações mentais.

Jorge Hessen
E-Mail: jorgehessen@gmail.com
Site: http://jorgehessen.net
FONTES:
1-Durkheim, Emile. Título : El suicidio. P.imprenta : Tlahuapan, Puebla. Premiá. 1987. 343 p. Edición ; 2a ed. Descriptores: Suicidio. Sociología. Aspectos psicológicos
2-Kardec , Allan, O Livro dos Espíritos, RJ: Ed FEB, 2001, perg. 945
3-_______, Emile. Título : El suicidio. P.imprenta : Tlahuapan, Puebla. Premiá. 1987. 343 p. Edición ; 2a ed. Descriptores: Suicidio. Sociología. Aspectos psicológicos
4-Kardec , Allan, O Livro dos Médiuns, RJ: 44º ed. Ed FEB, 1981, cap. 23

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O CÂNCER - BREVES REFLEXÕES SOBRE O IMPACTO DO PENSAMENTO NO PROCESSO TERAPÊUTICO




É comum, depois de vencer um câncer, o paciente precisar de reforço emocional para voltar à rotina da vida, pois continua precisando de cuidados especiais, física e emocionalmente, sabendo-se que cada caso envolve aspectos específicos. Até porque, as etapas são muitas e penosas: diagnóstico, exames, investigação, cirurgia, quimioterapia, radioterapia e os outros procedimentos médicos, motivo pelo qual, a pessoa fica debilitada e exige um acompanhamento cauteloso.
Vencer um câncer e voltar imediatamente à ativa, embora não seja a regra, não significa dizer que a doença não possa ser vencida. Pelos relatos de pacientes, o sofrimento não vem apenas da doença em si, mas dos próprios tratamentos, normalmente marcados pelos efeitos colaterais. É comum observar seqüelas emocionais e mudanças no estilo de viver do paciente e da família. Para amenizar um pouco os traumas deixados pelo processo terapêutico, o amparo emocional alivia angústias e o medo da recidiva.
Os espíritas têm consciência de que o paciente, ao chegar ao hospital, traz consigo, além da doença, sua história de vida atual e passada. O seu estado emotivo é resultante de vetores como a estrutura da personalidade, interpretação e vivência dos acontecimentos, considerando aspectos do imaginário e do real, além de outras variáveis de causas da patologia.
A ciência e a tecnologia cada vez mais possibilitam o diagnóstico precoce e a terapêutica adequada das doenças, acompanhando sua evolução e, até mesmo, obtendo êxitos em muitos casos. Porém, mesmo com tais avanços científicos, muitas moléstias promovem alterações orgânicas, emocionais e sociais, que exigem constantes cuidados e, conseqüentemente, processos adaptativos. Lembrando, sobretudo, que "o valioso contributo da medicina acadêmica, quando não acompanhado por um bom relacionamento médico-paciente, resulta incompleto para atingir as causas excruciantes das doenças e angústias." (1)
Atualmente, estuda-se o otimismo, a espiritualidade, a criatividade, a fé religiosa e, sobretudo, o universo complexo do pensamento que têm sido associados ao bem-estar e à qualidade de vida de pessoas portadoras de doenças crônicas. Por outro lado, há pesquisa sobre a saúde humana que vem analisando se a mente, por meio de um estado psicológico ou emocional, tem a capacidade de curar doenças. Estudo esse, realizado por cientistas da Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, que tenta demonstrar que o fato de as pessoas com câncer estarem otimistas ou pessimistas em relação à cura não influencia diretamente nas chances de sobrevivência à doença.
Por razões consistentes, discordamos desses argumentos, uma vez que diversas provas apontam que no caso de doenças graves (como câncer avançado), a mente (a forma de pensamento) pode influenciar no resultado de cura, não se desconsiderando o valor dos médicos, obviamente. A rigor, a fé (no conceito do senso comum) não modifica as Leis da natureza, não faz "milagres", muito embora possa ajudar, concomitante, o trabalho de uma boa equipe médica, fazendo grande diferença no tratamento hospitalar. Urge considerar, por oportuno, que afirmar-se dotado de fé religiosa para "sentir-se" poderoso diante das doenças, não resolve a questão da dor, até porque, os "títulos de fé não constituem meras palavras acobertando-nos deficiências e fraquezas. Expressam deveres de melhoria a que não nos será lícito fugir, sem agravo de obrigações. Em nossos círculos de trabalho, desse modo, não nos bastará o ato de crer e convencer". (2)
Há especialistas que corroboram esta tese, ponderando que o olhar otimista sobre a doença, e o pensamento firme na cura, são mecanismos poderosos que podem ajudar os pacientes a lidarem melhor com os tratamentos do câncer e a retomarem uma vida normal. A exemplo disso, temos o que ocorre com o vice-presidente do Brasil - José Alencar. Atualmente, cada vez mais pessoas estão sobrevivendo ao câncer e essa sobrevivência deve-se, sem dúvida alguma, às emoções e pensamentos, ricos de conteúdos vibratórios entre o doente e o Criador. Muitos pacientes, diante do diagnóstico da doença, transformam a dor em esperança e despertam neles a vontade de lutar por uma vida melhor. Outros, porém, desistem e se entregam, admitindo que estão sob uma sentença de morte.
A respeito do processo do pensamento humano, a ciência acadêmica, materialista por excelência, estabelece que o fenômeno é meramente fisiológico, decorrente da incessante atividade neuronial. Porém, os espíritas sabem que a matéria mental é criação de energia que se exterioriza do Espírito e se difunde por um fluxo de partículas e ondas, como qualquer outra forma de propagação de energia do Universo. Tanto quanto no campo físico, o pensamento, em graus variados de excitação, gera ondas de comprimento e freqüência correspondentes ao teor do impulso criador da vontade ou do objetivo desejado.
Pensar é um processo de projeção de matéria mental e essa matéria "é o instrumento sutil da vontade, atuando nas formações da matéria física, gerando as motivações de prazer ou desgosto, alegria ou dor, otimismo ou desespero, que não se reduzem, efetivamente, a abstrações, por representarem turbilhões de força em que a alma cria os seus próprios estados de mentação indutiva, atraindo para si mesma os agentes [por enquanto imponderáveis], de luz ou sombra, vitória ou derrota, infortúnio ou felicidade." (3) Nesse aspecto, o pensamento deixa de ter uma dimensão intangível para se consubstanciar na condição de matéria em movimento.
Os reflexos dos sentimentos e pensamentos negativos que alimentamos se voltam sobre nós mesmos, depois de transformados em ondas mentais, tumultuando nossas funções orgânicas. Portanto, o pensamento, como uma modalidade de energia sutil, atuando em uma forma de onda, com velocidade muito superior à da luz, quando de passagem pelos lugares e criaturas, situações e coisas nos afetam integralmente a saúde. "Quando nos rendemos ao desequilíbrio ou estabelecemos perturbações em prejuízo contra nós (...), plasmamos nos tecidos fisiopsicossomáticos determinados campos de ruptura na harmonia celular, criando predisposições mórbidas para essa ou aquela enfermidade e, conseqüentemente, toda a zona atingida torna-se passível de invasão microbiana." (4)
Pelo pensamento de medo, angústia exacerbada, dissabor, escravizamo-nos nos troncos de suplício doloroso, sentenciando-nos, por vezes, a anos e anos de peregrinação nos trilhos da intranqüilidade espiritual. E, para abreviar o tormento que nos flagela de vários modos a consciência, é imprescindível atender à renovação mental, único meio de recuperação da harmonia espiritual e da saúde física.
Em face disso, procuremos adotar rígida disciplina de hábitos mentais e morais, estabelecendo como metas colocar os deveres que nos dizem respeito acima dos prazeres mundanos e mantenhamo-nos serenos com a oportunidade ímpar da atual experiência física, que nos favorece com a informação espírita.
Busquemos, acima de tudo, os hábitos salutares da oração, da meditação e do trabalho, procurando enriquecer-nos de esperança e de alegria, para nunca desanimarmos diante dos desafios de qualquer doença. "Devemos vigiar e orar para não cairmos nas tentações, uma vez que mais vale chorar sob os aguilhões da resistência do que sorrir sob os narcóticos da queda." (5)
Para todos os males e quaisquer doenças, centremos nossos pensamentos em Jesus, pois "nosso remédio é e será sempre Jesus. Ajustemo-nos ao Evangelho Redentor, pois o Cristo é a meta de nossa renovação. Regenerando a nossa existência pelos padrões dEle, reestruturaremos a vida íntima daqueles que nos rodeiam. O Evangelho do Senhor nos esclarece que o pensamento puro e operante é a força que nos arroja das trevas para a luz, do ódio ao amor, da dor à alegria." (6)

Jorge Hessen
E-Mail: jorgehessen@gmail.com
Site: http://jorgehessen.net
FONTES:
1- Franco Divaldo Pereira. Página ditada pelo Espirito Joanna de Ângelis, na sessão mediúnica da noite de 15/12/1997, no Centro Espírita Caminho da Redenção, em Salvador, Bahia. Texto retirado do prefácio do livro: Atendimento Fraterno ditado pelo espírito Manoel Philomeno de Miranda
2- Xavier, Francisco Cândido. Nos Domínios da Mediunidade, ditada pelo Espírito André Luiz, 14ª edição, Rio de Janeiro: Ed. FEB, 2001, páginas: 118 a 125
3- Xavier, Francisco Cândido. Mecanismos da Mediunidade, Ditado pelo Espírito André Luiz, RJ: Ed. FEB, 2001
4- Artigo "Uma Visão Integral do Homem", Grupo Espírita Socorrista Eurípides Barsanulfo disponível no site http://www.geocities.com/Athens/9319/chacras.htm, acessado em 25/04/2006
5- Xavier, Francisco Cândido. Fonte Viva, Ditada pelo Espírito Emmanuel, Rio de Janeiro: Ed. Feb, 2002, cap. 110
6- ________, Francisco Cândido. Nos Domínios da Mediunidade, ditada pelo Espírito André Luiz, 14ª edição, Rio de Janeiro: Ed. FEB, 2001, páginas: 118 a 125

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