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quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

FÉRIAS ESPÍRITAS


Por Leonardo Paixão (*)
Tema que sempre gera polêmica na época do fim de ano e do verão é a questão de se parar na Casa Espírita com esta ou aquela atividade. Não se há férias na Casa Espírita, pois o significado de férias é o de descanso coletivo e, em regra, isso não ocorre na Casa Espírita, há sim os irmãos e irmãs que viajam no verão e em festas de fim de ano, porém, isso não representa a Casa Espírita fechar as portas.
Trabalho é que não falta nas agremiações espiritistas seja em que época do ano for. No entanto, por ausência de trabalhadores, algumas atividades poderão não ter como se lhes dá continuidade. Assim como, por decisão da direção da Instituição, pensando o momento, certos trabalhos poderão ter um intervalo neste período. Consideramos que as palestras públicas, a permanência de uma atividade de estudo, especialmente, das Obras Básicas, é o que não se deverá parar, e outros trabalhos como os de aconselhamento para os que recorrem aos núcleos espíritas amargurados, angustiados, questionadores.
Obviamente que o ideal seria que se desse continuidade a todas as tarefas que a Casa Espírita tem por proposta, se apresenta uma questão grave, porém: no nosso atual estágio evolutivo, estamos preparados para seguirmos sem uma parada com este ou aquele trabalho que voluntariamente aderimos? Quantos irmãos e irmãs por vezes nos dizem que, ao chegar esta época do ano se sentem exaustos, esgotados, bastante estressados?! Um período de repouso em algumas atividades e realização de outras seja na Casa Espírita ou nas localidades em que se estiver será que não poderão contribuir para um refazimento de energias, claro que não esquecendo da responsabilidade na conduta.
Claro que temos exemplos de trabalhadores incansáveis como Chico Xavier e Divaldo Pereira Franco, no entanto, percebemos que, mesmo nas esferas espirituais próximas à Terra, como a Cidade Espiritual Nosso Lar, os trabalhadores necessitam de descanso. Vejamos o que nos narra André Luiz no capítulo 36 do livro "Nosso Lar":
"Nada obstante o convite amável da genitora de Lísias para que voltasse a casa por descansar. Tobias pôs à minha disposição um apartamento de repouso, ao lado das Câmaras de Retificação, e aconselhou-me algum descanso. De fato, sentia grande necessidade do sono. Narcisa preparou-me o leito com desvelos de irmã.
Recolhido ao quarto confortável e espaçoso, orei ao Senhor da Vida agradecendo-Lhe a bênção de ter sido útil. A "proveitosa fadiga" dos que cumprem o dever não me deu ensejo a qualquer vigília desagradável" (Grifos nossos).
Percebe-se que a necessidade de repouso do corpo perispirítico ainda denso, como no caso de André Luiz, mesmo já trabalhando no auxílio aos enfermos de vária ordem se fez preciso.
Encontramos também em "Nosso Lar" a questão das férias propriamente ditas, narra André Luiz, no capítulo 8 - Organização de Serviços -, estes esclarecimentos de Lísias:
"- Ali vive o nosso abnegado orientador. Nos trabalhos administrativos, utiliza ele a colaboração de três mil funcionários; entretanto, é ele o trabalhador mais infatigável e mais fiel que todos nós reunidos. Os Ministros costumam excursionar noutras esferas, renovando energias e valorizando conhecimentos; nós outros gozamos entretenimentos habituais, mas o Governador nunca dispõe de tempo para isso. Faz questão que descansemos, obriga-nos a férias periódicas, ao passo que, ele mesmo, quase nunca repousa, mesmo no que concerne às horas de sono. Parece-me que a glória dele é o serviço perene. Basta lembrar que estou aqui há quarenta anos e, com exceção das assembleias referentes às preces coletivas, raramente o tenho visto em festividades públicas. Seu pensamento, porém, abrange todos os círculos de serviço, sua assistência carinhosa a tudo e a todos abrange" (Grifos nossos).
Não queremos aqui justificar a parada desta ou daquela atividade na Casa Espírita com o ensinamento dos Espíritos, mas eles, compreendendo a necessidade de repouso como Lei Natural (questões 682 e 683 de O Livro dos Espíritos), não deixam de a respeitar e praticam-na.
Outra questão muito levantada neste período em relação às atividades na Casa Espírita, é a referente às reuniões mediúnicas: deve-se parar ou não?
Antes de responder a esta questão deixemos aqui palavras do Dr. Bezerra de Menezes sobre esta questão ao narrar a História de Leonel e os Judeus no livro "Dramas da Obsessão" por Yvonne Pereira:
"Em verdade ser-nos-ia dispensável aquela reunião [mediúnica]. Resolveríamos, sim, o lamentável drama espiritual, dispensando o concurso humano. Mas três fatores existiam, poderosos, que nos animavam ao feito: - ensinamento e aprendizado para os próprios homens, que urgentemente necessitam conhecer os grandes dramas da Humanidade distendidos para o Além-Túmulo; ensejo para os médiuns e cooperadores terrestres nos setores da Fraternidade, que assim se habilitariam à prática de inestimável feição de Beneficência, e mais facilidade para a conversão dos endurecidos Espíritos diante do fenômeno mediúnico-espírita, cujo aspecto impressionante é de grande importância para um desencarnado" (Grifos nossos).
Diante destes esclarecimentos do Dr. Bezerra de Menezes, ficamos a pensar que se passaram dezoito séculos sem que houvessem reuniões mediúnicas de desobsessão e, por isso, este trabalho não era realizado no Além? Pelo contrário, Dr. Bezerra deixa bem claro em sua afirmação: "Resolveríamos, sim, o lamentável drama espiritual, dispensando o concurso humano", deixando claro que os Espíritos possuem recursos, inclusive o da mediunidade no Além, conforme narrado em livros como "Memórias de um Suicida" e nas obras de André Luiz e Manoel Philomeno de Miranda, respectivamente. Portanto, mediunidade é de ensinamento e aprendizado para nós, é onde aprendemos a enxergar de perto as consequências de nossos atos bons ou ruins.
Em se falando de reuniões mediúnicas e período de férias, preciso é se pensar naqueles companheiros (as) que se comprometeram com seus filhos a levá-los a este ou aquele local em viagem no verão; daqueles que aproveitam este período para visitar parentes distantes, muitos estando até enfermos; nos cabe aqui a compreensão para com eles e lembramos aqui do capítulo 22 - Ausência Justificada - do livro "Desobsessão", de André Luiz:
"Frequentemente, surge o caso da impossibilidade absoluta de comparecimento desse ou daquele companheiro às atividades predeterminadas.
Uma viagem rigorosamente inadiável...
Um problema caseiro de grave expressão...
Exigência profissional inopinada...
Enfermidade súbita...
Que o amigo numa situação assim não olvide o compromisso em que se acha incurso na obra de desobsessão e expeça um aviso direto, sempre que possível com antecedência mesmo de horas ou minutos, ao dirigente da reunião, justificando a ausência, para evitar indisciplinas que ocorrerão fatalmente, no campo mental do grupo, através de apreensões e considerações descabidas.
De qualquer modo, ainda mesmo com número reduzido de participantes, a reunião pode ser efetuada".
Seria ideal não se parar com tal atividade, mas, se a direção da Casa decide por parar, isto nos deixaria sem trabalho? E os estudos? as palestras públicas? Os passes? Os aconselhamentos? Tudo isso não é trabalho? Também não é mediunidade em ação pelas vias da intuição? Não seria apego aos trâmites fenomênicos àqueles que insistem em que tal atividade não pode parar? O que é essencial: a reforma moral ou a mediunidade? Reflitamos.
Seria  e é muito nobre a Casa que não para com nenhuma de suas atividades. repetimos, este o ideal, porém, que não julguemos o que isto realizam, pois, como falamos acima, há atividades que não deixam de ser realizadas.
Encerrando este artigo, deixamos aqui a mensagem Férias Espíritas, do Espírito Albino Teixeira, psicografia de Chico Xavier e que consta no livro "Caminho Espírita", lição 77. Os Espíritos atentos a este período não nos deixaram órfãos de Instrução.
FÉRIAS ESPÍRITAS 

Dedicamos aos companheiros espíritas algumas sugestões para o tempo de férias.
*
Viajar, se possível, no rumo de instituição consagrada à assistência, cooperando, por alguns dias, no tratamento de irmãos em provas maiores que as nossas como sejam; os obsidiados em posição difícil ou os doentes semidesamparados.
*
Devotar-se à pregação ou a conversação doutrinária, nos lares de caridade pública, onde estejam irmãos hansenianos, tuberculosos ou portadores de moléstias que requisitem segregação.
*
Auxiliar, de algum modo, aos que jazem nos cárceres.
*
Ensinar os princípios espíritas, evangélicos, nas organizações doutrinárias mais humildes, comumente sediados na periferia de cidade ou vilas, colaborando na sementeira da Nova Revelação.
*
Executar um programa de visitas fraternas aos paralíticos, cegos, enfermos esquecidos ou agonizantes no local de residência.
*
Observar com respeito e discrição o ambiente doméstico das viúvas em abandono,
enumerando sem alarde as necessidades materiais que aí se destaquem e atendendo-as,
quanto seja possível.
*
Contribuir com algum serviço pessoal para a segurança e conforto do templo espírita que nos beneficiam, quais seja; a pintura ou renovação de paredes, a restauração de utilidades, a reparação de livros edificantes ou tarefas concernentes à ordem e à limpeza em geral.
*
Reunir material de instrução doutrinária, tais como; jornais e impressos espíritas, distribuindo-os através de prisões e hospitais, onde permanecem irmãos desejosos de mais
amplos conhecimentos.
*
Costurar para os necessitados, principalmente no sentido de melhorar a rouparia de
orfanatos, creches e lares outros de assistência espírita-cristã.
*
Preparar o enxoval para algum pequenino, em vias de renascer nos distritos de penúria e sofrimento.
*
Criar a alegria de um enfermo, largado ao próprio infortúnio, ou de uma criança que a provação situou em constrangedoras necessidades.
*
Pense nas suas férias e não permita que a sua oportunidade de elevação venha a escapar.
Albino Teixeira 
(*) Leonardo Paixão é trabalhador espírita em Campos dos Goytacazes, RJ, colaborando com um grupo de amigos de ideal no Grupo Espírita Semeadores da Paz.

Fazer o Bem é contagiar o outro e assim o Bem se estender.
Leonardo Paixão

segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Parábola da Candeia (Lucas, 08:16-18)

Arnaldo Rocha 

Ninguém acende uma candeia
E acaba agindo desse jeito:
Ocultando-a com um vaso,
Ou a colocando sob o leito;

Põe-na sobre um velador
Para que possa iluminar
A todos que na residência
Estejam, ou vierem a entrar.

Porque nada há de secreto
Que não venha a ser divulgado,
E, também, nada há de oculto
Que não venha a ser revelado.

Portanto, vede como ouvis,
Pois, ao que tem, ser-lhe-á dado,
E, ao que não tem, até o que tem,
Certamente, ser-lhe-á tirado.

sábado, 26 de dezembro de 2015

OREMOS, SABENDO QUE A OMISSÃO É A MAIOR INIMIGA DA PAZ (Jorge Hessen)


Jorge Hessen

Rui Barbosa dizia que a mais trágica ditadura de um país é a do judiciário, pois contra ela não há para onde recorrer. De fato, quando a “Carta Magna” é desrespeitada não há salvação. Expunha o “Águia de Haia” que “de tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto”. (Grifei)

O atual panorama político do Brasil é preocupante para a paz. Sob o guante dessa debilitada conjuntura, o brasileiro vem suportando, no limítrofe do suportável , os escombros de um projeto de um grupo de “salvadores da pátria” absolutamente  cleptocrata. Festeja-se hoje a  gestão pública estouvada. Governo que não se constrange ao nulificar a lei de responsabilidade fiscal. O “incomodado” e “acomodado” povo brasileiro está testemunhando o mais profundo colapso moral desde o “descobrimento” do País.

Refletindo os atuais noticiários e os manifestos populares contra a desmoralização judiciária e a corrupção generalizada, possuímos armas poderosas. Sim! Empunhemos a arma da tolerância (sem omissão) e do amor (sem acomodação), até porque se não orarmos, se não exorarmos a intervenção amorosa de Jesus, possivelmente em pouco tempo, todos estaremos sob o tacão de chumbo da agourenta ditadura unipartidária RUBRA.

Nesse sentido, em face da ditadura e endeusada vocação “vermelha”, uma das consequências imediatas será a privação de liberdade. Sim, os cristãos e por consequência os espíritas seremos proibidos de praticar o Espiritismo. É verdade! Hoje é proibida a prática espírita no mundo comunista da República Popular da China, da Coreia do Norte, da República Socialista do Vietname, da República Democrática Popular de Laos, e com extremas restrições em República de Cuba, e Venezuela. Além dos supracitados, há alguns estados pluripartidários que atualmente possuem partidos comunistas no poder cerceando liberdades. Como o Chipre e o Nepal.

Em verdade os tradicionalmente radicais militantes políticos comunistas (ateus), não têm compromissos com o Evangelho, são hostis, erigem facções (suprapartidárias), aparelham (adornam) os poderes (executivo, legislativo e principalmente o judiciário) e conquistam foros de absoluto poder (cada vez mais possante e contraditório) sob as bênçãos sacrossanta das falcatruas e aniquilamento da ética já institucionalizadas.

Em nosso país, conquanto as rédeas do poder “democrático” conservam-se, desde os meados da década de 1980, nas mãos de alguns políticos que não têm nenhum escrúpulo e nem compromisso com a honra, não podemos jamais desanimar das virtudes, nem zombar da honestidade e muito menos nos envergonharmos de agir patrioticamente. Por isso, não podemos silenciar diante da deterioração do judiciário e do patético panorama social, político e econômico que ora estamos amargando.
Repetimos que o magnífico povo brasileiro é  o povo “incomodado” mais “acomodado” do mundo. Isso não é bom! Nossa omissão pode ser catastrófica, pois toda omissão é criminosa, por isso é insensato cruzarmos os braços, sentarmos no sofá “deleitosamente”, acreditando que os “anjos celestiais” (Benfeitores) irão aprovisionar a solução que nos compete providenciar.

Não nos devemos permitir eximir de participar, seja pelas redes sociais, seja pelos manifestos populares pacíficos e outros legítimos mecanismos de pressão popular, a fim de cooperar com coragem, amor e ação no bem, visando uma Pátria livre e honrada, administrada com responsabilidade, auxiliando, com nossas orações, os que têm o compromisso político para construção de uma sociedade mais harmônica, organizada sob a bandeira da sagrada LIBERDADE.

Allan Kardec consultou os Espíritos sobre um universo de questões que sempre inquietaram o pensamento humano: Deus, alma, origem da vida, homem na condição de espírito imortal e pluriexistencial, morte, problemas sociais e familiares, liberdade, sofrimento, destino e felicidade, entre outros. 

O legado do Codificador impõe-nos a necessária e constante renovação íntima, e, forçosamente, uma nova mentalidade de cada "praticante espírita”, sobretudo daqueles que, ainda, exercitam um Espiritismo, apenas, nos limites dos fenômenos mediúnicos nos Centros Espíritas. Outrossim, é necessária uma efetiva participação dos Espíritas nas discussões sobre as questões sociais que afligem a população brasileira, ainda que sem a absoluta necessidade de militância político e partidária.


Os filhos desta abençoada Nação não podem se ajoelhar diante da putrefação moral e da corrupção que sangra o pretenso “Coração” da suposta “Pátria do Evangelho”. Urge implorar ao Governador do Planeta e rogar-Lhe que interceda a favor dos brasileiros incorruptíveis de hoje e das futuras gerações de brasileirinhos que haverão de reencarnar para a consubstanciação da moralização e da liberdade de consciência no Brasil.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

Parábola do Filho Pródigo (Lucas, 15:11-32)


Arnaldo Rocha

Esta linda parábola
Nos fala do amor,
Da imensa bondade
E da misericórdia do Senhor.

Havia um bom homem
Que dois filhos gerou,
E o mais moço deles
Disse ao pai, que o criou:

− Pai, dá-me a parte
Do que há de me tocar
De todos os teus bens
Para que eu possa gozar...

E o pai, generoso,
Prontamente repartiu
Com seus dois únicos filhos
Os bens que adquiriu.

Alguns dias depois,
Levando o que herdou,
O filho mais novo
Para outro lugar viajou.

Chegou a uma terra distante,
De um país muito diferente,
E lá dissipou seus haveres,
Vivendo dissolutamente.

Depois de ter dissipado
Tudo aquilo que era seu,
Uma grande fome
Naquele país sucedeu.

Logo, ele começou
A sentir muita privação
E procurou um serviço,
Passando a ter patrão.

Este, porém, o enviou
Para fora da cidade
A apascentar os porcos
De sua propriedade.

Ali, desejou consumir
O que os porcos comiam;
Mas as pessoas do local
Nem isso lhe permitiam.

Enfim, caindo em si, pensou:
- Quanta fartura de pão
Há na casa de meu pai,
E eu aqui nesta precisão.

Lá, até os serviçais
Vivem na abundância,
E eu aqui perecendo
De fome, nesta estância.

Eis, agora, o que farei:
Daqui, levantar-me-ei,
Irei ter com o meu pai
E, humildemente, lhe direi:

− Pai, pequei contra o céu,
Como também diante de ti,
E, arrependido de tudo isso,
Agora estou aqui.

Já não sou digno
De teu filho ser chamado;
Trata-me, enfim, meu pai,
Como a um teu empregado...

Levantou-se prontamente
E, resoluto, se encaminhou
Para a casa de seu pai,
Que um dia ele deixou.

Vinha ele ainda longe
Quando seu pai o avistou,
E, tomado de compaixão,
Correndo, o abraçou e beijou.

E o filho, emocionado,
Finalmente a seu pai disse
O que falou que diria
Quando este o revisse:

− Pai, pequei contra o céu,
Como também diante de ti,
E, arrependido de tudo isso,
Agora estou aqui.

Já não sou digno
De teu filho ser chamado...
E, antes que tudo falasse
Do jeito que havia planejado

O seu pai dirigiu-se, alegre,
Aos servos da casa dele:
− Tragam-lhe a melhor roupa
E depressa vistam-na nele;

Ponham-lhe sandálias nos pés
E um lindo anel no dedo;
Preparem um novilho gordo,
Que hoje teremos folguedo;

Porque este meu filho
Estava morto e ressuscitou,
Tinha-se perdido, e achou-se;
Regozijemo-nos, pois, feliz estou!

E começaram a festejar
O grande acontecimento
Da volta do filho pródigo
Naquele exato momento.

O filho mais velho,
Que no campo se encontrava,
Ouviu música e viu as danças
Quando para casa voltava.

Chamou um dos servos
E perguntou, admirado:
− O que está acontecendo
Na casa de meu pai amado?

O servo lhe respondeu:
− Foi o teu irmão que voltou,
E teu pai mandou festejar,
Pois com saúde o recuperou...

Ele muito se indignou
E não queria se aproximar;
Mas o pai solicitou-lhe
Para a residência adentrar.

Porém ele ao pai respondeu:
− Desde quando aqui estou,
Há tantos anos te sirvo...
E, magoado, continuou:

− Jamais eu transgredi
Uma ordem tua, qualquer;
E para festejar com amigos,
Nunca me destes um cabrito, sequer;

No entanto, ao regressar
Esse teu outro filho,
Que esbanjou os teus bens,
Mandaste preparar um novilho.

Ele, que foi leviano,
Estando até com meretrizes,
Não seguindo, como eu sigo,
Todas as tuas diretrizes.

Então, respondeu-lhe o pai:
− Meu filho, meu grande amigo,
Tudo o que é meu é teu,
Pois sempre estiveste comigo;

Por outro lado era preciso
Que nos banqueteássemos
Com a volta do teu irmão,
E, também nos rejubilássemos,


Porque este teu irmão
Estava morto, e ressuscitou;
Encontrava-se perdido,
E, graças a Deus, se achou.





domingo, 20 de dezembro de 2015

ENTRE A FÉ E A FANTASIA

Margarida Azevedo
Frequentou Universidade Nova de Lisboa
Mora em Sintra/Portugal

Se partirmos do princípio de que provar a não existência de Deus é bem mais difícil do que o contrário, verificamos que a fé em Deus não faz qualquer sentido.

Por natureza, somos levados a uma anterioridade, isto é, a questão de “Quem foi que fez”, ou “Alguém fez antes de nós” confronta-nos com a situação de que se o mundo existe é porque algo/alguém o construíu. É facto que podemos falar do princípio do mundo das mais diversas maneiras, mas somos remetidos, inevitavelmente, para a questão de que algo/alguém preside à sua feitura.

Isto significa que somos herdeiros de algo organizado, do qual fazemos parte, que nos programa para um sentido que nos é imposto. Esta constituição não é consciente, pré-consciente ou inconsciente, tal como ser bípede, ter uma temperatura de 37º ou defender a vida; ela faz parte integrante de nós, é a nossa própria natureza, o mecanismo das nossas acções. Dito de outro modo, não podemos ser outros. Contudo, somos o que somos numa eterna modificação por um mais que seja capaz de ultrapassar a nossa situação de problematicidade. Qual? A de querermos usar os nossos mecanismos em prol de uma vivência mais feliz.

Esse algo/alguém construiu algo organizado, com um propósito, um objectivo … que desconhecemos. De facto, não sabemos de onde viemos, para onde vamos; nem sabemos onde estamos. A nossa parca noção do aqui/agora assenta em cálculos baseados em linhas imaginárias que nos dão a ilusão de sabermos alguma coisa. Na falta desse imaginário o edifício dos saberes cairia por terra, a noção de estabilidde perder-se-ia, e o pior, perderíamos a identidade. O imaginário tem este papel espectacular de não nos deixar cair na perdição, no vazio. Somos, efectivaamente, seres fantasiosos. É a fantasia que nos diz que não estamos perdidos no mundo, “só” estamos ignorantes na existência.

Por outro lado,vejamos: se não conseguimos ter um conhecimento objectivo do nosso passado; se a nossa estrutura psicológica é demasiado frágil, não o suportaria, então como tê-lo face à construção do mundo? Alguém o fez, alguém preside, alguém construíu leis imutáveis, perfeitas e sábias, todo-poderosas… e já nos basta. Ora, face a isto a fé perde o sentido, porque ninguém crê numa evidência. O evidente não carece de fé. O evidente admira-se, vive-se nele, somo-lo. Podemos não ter mais evidências, podemos temê-las e considerá-las um atentado contra a ciência, mas esta temos: algo/alguém fez o mundo.

Porém, se tudo o que existe desenvolve-se, isto é, está submetido a um crescimento tal que inevitável e inefavelmente se torna outro mantendo-se substancialmente o mesmo, então precisamos da fé. Olhar para uma rocha e pensar que será um arcanjo, pela lei triunfante da modificação regeneradora e transformadora da natureza, é, efectivamente, um acto grandioso de fé. Mas mesmo assim só até certo ponto, porque nós ainda estamos muito, demasiado, próximos do barro. A vida foi-nos acrescentada, soprada pelas narinas (Gn 2:7). O ente que somos é o resultado de materialidades convergentes, o barro e o ar, que se implicam mutuamente.

Ser um arcanjo uma pedra transformada, perceber, não só que o elemento primordial é o mesmo mas que a actividade pensante é o resultado de uma força a que chamamos energia, permeável a todos os seres, é apelar a uma fé que transporta montanhas. Só que esta fé nada tem a ver, pela sua própria natureza, com o “quem” e o “porquê”, mas com mudança de lugar; a fé é um veículo invisível para o qual a densidade não é obstáculo. Este Ser é de uma perfeição que, ao construir o universo e a nós mesmos, consequentemente, deu-nos a capacidade de mudar o que está feito se soubermos dominar a natureza, antítese de destruição e descoberta da nossa força interior a que, justamente, chamamos fé; é a outra face de nós, volátil, aquilo em nos assemelhamos ao Criador (Gn 1: 26-28).

Não estamos inertes no mundo, transformamo-lo com a nossa criatividade. Sobrepondo-nos aos animais, que nada mudam, o humano ama na directa proporção em que transforma. Quando mudarmos o lugar das coisas, não mais que o nosso lugar, sermos outros pela força da fé, a própria fé perde o seu sentido. Simplificando: temos fé porque há não-fé; o resultado triunfante da fé é a sua superação. A compreensão das coisas virá depois.

Realmente, se a fé fosse do tamanho de um grão de mostarda dir-se-ia a um monte “Ergue-te e lança-te no mar,” (Mc11: 23), mas se ela não chega a essa dimensão porque impregnada de dúvida, como poderemos ultrapassar o lugar de problema para o de felicidade? Se é facto que o nosso corpo físico ainda é tão denso, se ainda vivemos dramaticamente na rocha, como des-cobrir o que a montanha oculta? A fé vocacionada para outras realidades ainda é uma quimera; possuímos apenas a fé na transformação de todas as coisas, sem que consigamos explicar nem o factor mudança nem o factor permanência das mesmas. O ser de Parménides e o de Heraclito são a nossa dor de cabeça. Nem um nem outro são objecto de fé, a fé é que existe porque não os conseguimos explicar. O algo/alguém é o móbil, a mudança ou a imobilidade são geração sua, não se engendraram a si mesmas. É Ele o não engendrado, e só Ele, o Ser que motoriza tudo o que existe.

A fé milagrisa o mundo, torna possível transformações que superam o mais comum acontecer. Na sua imemorialidade, a fé é uma construção sem tempo e sem espaço que, independentemente de tudo, se manifesta como uma voz superior residente em todas as almas. Por isso, as montanhas aguardam, pacientemente, que um Dia sejam transportadas para o mar pela força de um simples grão de mostarda.

Margarida Azevedo

Bíblia citada: Bíblia Sagrada, trad. de João Ferreira de Almeida.
Bíblias consultadas: Bíblia Sagrada, trad. de João Ferreira de Almeida.
La Bible, TOB (Traduction Oecuménique de la Bible), Biblio, Société Biblique Française/Les Éditions du Cerf, Paris,2010.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

ISOLAMENTO SAUDÁVEL (Joge Hessen)

Jorge Hessen

Define o dicionarista a “solidão” como um estado de quem se sente ou está só. Para os psicólogos a solidão é uma “moléstia astuciosa” que nenhum instrumento médico consegue identificar, o que resulta , quase sempre , em determinados reflexos comportamentais , a saber: isolamento, inabalável esmorecimento, irreprimível indisposição, tristeza sem causa, baixa autoestima. 

O psicólogo John Cachopo, após 6 anos de estudos com 2 mil pessoas, afirma que os solitários correm mais risco de falecer do que os outros. É que a solidão eleva a pressão arterial e, logo, aumenta também os riscos de infartos e derrames. Além disso, o isolamento enfraquece o sistema imunológico e piora a qualidade do sono. 

Não ignoramos que hoje em dia muitas pessoas moram sozinhas e levam uma vida relativamente serena. Não se pode dizer que são pessoas “doentes” se as mesmas se sintam bem nessa circunstância. Até porque, a sensação de isolamento pode estar presente em qualquer lugar ou situação, como numa festa com os amigos, no trabalho e até mesmo dentro de casa com a própria família. 

Experimenta-se atualmente a sediciosa sensação de insulamento na multidão. Indivíduos cercados por pessoas em ônibus, metrôs, aviões, estádios, avenidas, ruas, contudo, nessa avalanche de gente avultam os solitários na multidão. E quanto mais são cercados de pessoas, de barulho, de tarefas, mais se agrava a sensação de que estão sozinhos. Parece contraditório. Será a “tal solidão” a ausência de companhia? Consistiria em fuga da civilização?

Há os que defendem que solidão seja a arte do encontro com o vazio existencial. Esse vazio é de mão dupla. Uma é o da existência, da busca de um significado metafísico; a outra é o da ausência, da perda de algo importante. A liberdade é uma descoberta solitária e por isso muitos tentam evitá-la. Garantem tais estudiosos que a solidão é boa, que ficar sozinho não é vergonhoso. Todas as pessoas deveriam ficar sozinhas de vez em quando, para estabelecer um diálogo interno e descobrir sua força pessoal. Na solidão, o indivíduo entende que a harmonia e a paz de espírito só podem ser encontradas dentro dele mesmo.

Realmente há quem use a prodigiosa solidão como tempo de inspiração, análise e programação. Quando fazemos silêncio exterior, damos vazão ao mundo interno, intenso e palpitante. Há tanta gente mergulhada em alaridos indigestos, dominada por conversas maledicentes ou pelo estrondo de risadas burlescas; há tanta gente rodeada de pessoas, mas com a alma amargurada, oprimida, oca. Lembremos que tudo tem o seu tempo determinado, conforme narra o Eclesiastes. 

“Há tempo de nascer e tempo de morrer; tempo de plantar, tempo de colher, tempo de chorar e tempo de sorrir; tempo de falar e tempo de silenciar também.” [1] Então, por que temer a frutífera solidão? Se a vida nos oferece ocasiões de solidão, saibamos abrigá-la como um tesouro. Aproveitemos cada instante para meditações. 

Obviamente o “isolamento absoluto” é contrário a lei da Natureza, somos seres sociais e por instinto buscamos a sociedade e devemos concorrer para o seu progresso, auxiliando-nos mutuamente. Completamente isolados não dispomos de todas as faculdades. No isolamento incondicional ficamos brutalizados e morremos. Por essas razões é importante caracterizar as distintas solidões – aquela que significa fuga deliberada do convívio social daquela outra que nos abastece a alma. 

A solidão com o serviço aos semelhantes gera a grandeza. A rocha que sustenta a planície costuma viver isolada e o Sol que alimenta o mundo inteiro brilha sozinho. Emmanuel ensina que “Jesus escalou o Calvário, de cruz aos ombros feridos e ninguém o seguiu na morte afrontosa, à exceção de dois malfeitores, constrangidos à punição, em obediência à justiça. [2]

Não esperemos pelos outros, na marcha de sacrifício e engrandecimento. “E não olvidemos que, pelo ministério da redenção que exerceu para todas as criaturas, o Divino Amigo dos Homens não somente viveu, lutou e sofreu sozinho, mas também foi perseguido e crucificado...” [3]

Referências bibliográficas; 

[1] Eclesiastes 3:1-8
[2] Xavier, Francisco Cândido. Fonte Viva , ditado pelo Espírito Emmanuel, cap. 70, RJ: Ed. FEB, 1999
[3] Idem

terça-feira, 15 de dezembro de 2015

O cérebro e o véu

Jane Maiolo(*)

Porque não faço o bem que quero, mas o mal que não quero esse faço.[ 1 ]


O nobre codificador da Doutrina , Allan Kardec,  lançava no ano 1857,  a primeira edição de O Livro dos Espíritos, contendo em sua primeira edição  apenas com 501 questões. Uma das obras mais fantástica de Filosofia Espiritualista, o Livro dos Espíritos enfatiza a imortalidade da alma, a natureza dos Espíritos e suas relações com os homens, as leis morais, a vida presente, a vida futura e o porvir da humanidade,  segundo o ensinamento dos Espíritos superiores, através de diversos médiuns, colaboradores e pesquisadores.
Ante o convite à renovação dos valores imortais do espírito nos deparamos face a face com uma obra que traz na sua intimidade um clarão luminoso indicando roteiros e diretrizes seguras para espiritualização do Ser.
A inteligência humana conquistou novos espaços que nos leva ao despertar da nossa Consciência Cósmica.
A cultura avança incólume frente a novos paradigmas para o comportamento do homem moderno.
A Ciência desvenda a cada segundo uma particularidade do Universo deixando perplexos os seus pesquisadores.
A linha divisória entre o finito e o infinito torna-se uma realidade inconteste.
A Física Quântica, ciência surgida nos meandros do século XX , como   tentativa de explicar a natureza naquilo que ela tem de menor: os constituintes básicos da matéria e tudo que possa ter uma dimensão  igual ou menor ,é capaz de desmaterializar  a matéria e comprovar que há  matéria tão quintecenssiada que nossa limitada e acanhada visão não é capaz de registrar, comprovando que somos muito mais que corpos.
 O evangelista Mateus registra em suas anotações: “Eis que o véu do santuário se rasgou em duas partes de alto a baixo; tremeu a terra, fenderam-se as rochas” [2 ].Abertas as cortinas do desconhecido, chegando as informações entre o céu e a terra, achamo-nos em um momento precioso para rever o nosso modus vivendi.
Afirma-nos o nobre benfeitor espiritual André Luiz ,que escrevia pela psicografia de Francisco Cândido Xavier,na obra Libertação no capítulo primeiro que : “ sabemos hoje que o espírito humano lida com a razão há, precisamente, quarenta mil anos... Todavia, com o mesmo furioso ímpeto com que o homem de Neandertal aniquilava o companheiro, a
golpes de sílex, o homem da atualidade, classificada de gloriosa era das grandes potências, extermina o próprio irmão a tiros de fuzil.”[3 ]
A evolução do pensamento humano é um dos mais notáveis acontecimentos do orbe, basta analisarmos a maneira amorosa e cuidadosa que Deus permitiu que fôssemos nos desenvolvendo.
 Anota  a ciência terrestre que o cérebro humano,  evoluiu ao longo de milhões de anos. Alguns estudiosos teorizam que estes três cérebros operam como três computadores biológicos interconectados, cada um com sua inteligência especial, sua própria subjetividade, seu próprio senso de tempo e lugar e sua própria memória. Seriam eles o cérebro reptiliano, o cérebro intermediário (onde surge o sistema límbico) e o cérebro racional.
O cérebro reptiliano é a parte mais antiga do cérebro. É responsável pelo comportamento instintivo, ou seja, pelas funções sensório-motoras, pelo controle dos reflexos e das funções automáticas e outras.
O cérebro límbico ou cérebro emocional-cognitivo, é responsável pelas emoções e pela memória, trazendo à cena o relacionamento com outros seres.
O cérebro racional  é fundamental como precursor da fala e do pensamento, capaz de produzir uma linguagem simbólica. É onde acontece o processamento da informação, desempenhando um papel fundamental na memória, na atenção, na percepção consciente, no pensamento, na linguagem e na consciência. Esta máquina perfeita de evolução nos proporciona  as emoções e a memória e habilidades evolutivas avançadas, como o intelecto, a imaginação e a criatividade.
Além dos três cérebros já mencionados,  detectou-se um quarto e último cérebro adicionado pela evolução: a área cortical pré-frontal, o maior dos lobos cerebrais e que nos eleva acima dos outros animais. Uma formação recente na evolução das espécies, considerado a sede da personalidade e da vida intelectiva, modula a energia límbica e possibilita criar comportamentos adaptativos, ao tomar consciência das emoções. Ele é produto e, ao mesmo tempo, produz o amor e o altruísmo, ou seja, o amor por si e pelos demais seres. [ 4 ]
Se assim é, podemos dizer em termos do processo evolucionário: o universo evoluiu, em bilhões de anos, até produzir no cérebro, o instrumento que capacita o ser humano perceber a presença de Deus que sempre esta aqui embora não percebível conscientemente.
Os cientistas descobriram que temos um "ponto de Deus" no cérebro, uma área nos lobos temporais que nos faz buscar um significado e valores para nossas vidas. A existência deste "ponto Deus" representa uma vantagem evolutiva de nossa espécie homo, freando em nós instintos destrutivos e transformando nossas ações para o bem , fugindo do que é contrário a Lei de amor ,ainda que soframos para cessar esses comportamentos como nos ensina O Convertido de Damasco em sua epístola aos Romanos :Porque não faço o bem que quero, mas o mal que não quero esse faço.
Realizar o bem  hoje é o que há de mais racional que nossa espécie pode fazer, expressando nossas matrizes divinas e agindo como verdadeiros filhos de Deus.
Conforme nos anota o mestre lionês , na questão 642 de O Livro dos Espíritos “para agradar a Deus e assegurar nossa posição na vida futura não basta não fazer o mal, é preciso fazer o bem no limite de nossas forças,porquanto responderemos por todo mal que haja resultado de não haver praticado o bem.[6 ]
Não há mais nenhum véu que nos impede de ver a realidade da vida , como ela é, cheia de possibilidades e de majestosas oportunidades.

Referências bibliográficas

[ 1 ] Romanos 7:19
[ 2] Mateus  27. 50-51
[3] XAVIER, Francisco Cândido. Libertação, ditado pelo André Luiz , cap. 01, 15ª edição       Brasilia /DF- Ed FEB, 1949.
[5] Pesquisa Google :www.monikavonkoss.com.br/expansao-consciente/o-cérebro-humano-estruturas-e-funcinalidades.
[6] KARDEC, Allan Kardec. O Livro dos Espíritos, Rio de Janeiro: Ed FEB , 2007. Perg 642



*Jane Maiolo – É professora de Ensino Fundamental, formada em Letras e pós-graduada em Psicopedagogia. Dirigente da USE Intermunicipal de Jales. Colaboradora da Sociedade Espírita Allan Kardec de Jales. Pesquisadora do Evangelho de Jesus. Colaboradora da Agenda Brasil Espírita- Jornal O Rebate /Macaé /RJ – Jornal Folha da Região de Araçatuba/SP e do Blog do Bruno Tavares –Recife/PE -Apresentadora do Programa Sementes do Evangelho da Rede Amigo Espírita. janemaiolo@bol.com.br -