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terça-feira, 25 de agosto de 2009

ANTE O SUICÍDIO – ALGUMAS CONSIDERAÇÕES ESPÍRITAS



Em recente reportagem, divulgou-se que uma jovem, de 15 anos, suicidou-se com um tiro de revolver, dentro de uma escola, em Curitiba. Não houve grito nem pedido de socorro. Em silêncio, ela entrou no banheiro e se trancou em uma das cinco cabines reservadas. Sentada sobre o vaso sanitário, disparou contra a boca. Suicídios desse gênero (tiro especialmente), em escolas brasileiras, não são comuns. "Três meses antes da tragédia, a jovem procurou os pais e pediu para que eles a levassem a um psicólogo. Dizia sentir-se triste e desmotivada. O pai passou a pegá-la na aula de pintura e levá-la, semanalmente, a um psiquiatra. No inquérito policial sobre o suicídio, apurou-se que ela tomava benzodiazepínicos (soníferos) para dormir, e outros fármacos para controlar a ansiedade que sentia". (1) Diante do dilema, indagamos: Como os pais podem proteger os filhos ante os desequilíbrios emocionais que assolam a juventude de hoje? Obviamente, precisam estar atentos. Interpretar qualquer tentativa ou anúncio de suicídio do jovem como sinal de alerta. O ideal é procurar ajuda especializada de um psicólogo e, para os pais espíritas, os recursos terapêuticos dos centros espíritas. Aproximar-se, mais amiudemente, do filho que apresenta sinais fortes de introspecção ou depressão. O isolamento e o desamparo podem terminar com aguda depressão e ódio da vida.É evidente que sugerir serem os pais os únicos responsáveis pelo autocídio de um filho(a), é algo muito delicado e preocupante, pois, trata-se um ato pessoal de extremo desequilíbrio da personalidade, gerado por circunstâncias atuais ou por reminiscências de existências passadas. Se há culpa dos pais, atribui-se à negligência, à desatenção, a não perceber as mudanças no comportamento de um filho(a) e a tudo que acontece à sua volta. Sobre isso, estamos convictos de que a sociedade, como um todo, é, igualmente, culpada. Inobstante colocarem o fardo da culpa nos pais em primeiro lugar, reflitamos: quem pode controlar a pressão psicológica que uma montanha de apelos vazios faz na cabeça dos jovens, diariamente? O suicídio é um ato exclusivamente humano e está presente em todas as culturas. Suas matrizes causais são numerosas e complexas. Os determinantes do suicídio patológico estão nas perturbações mentais, depressões graves, melancolias, desequilíbrios emocionais, delírios crônicos, etc. Algumas pessoas nascem com certas desordens psiquiátricas, tal como a esquizofrenia e o alcoolismo, o que aumenta o risco de suicídio. Há os processos depressivos, onde existem perdas de energia vital no organismo, desvitalizando-o, e, conseqüentemente, interferindo em todo o mecanismo imunológico do ser.Em termos percentuais, 70% das pessoas que cometem suicídio, certamente sofriam de um distúrbio bipolar (maníaco-depressivo); ou de um distúrbio do humor; ou de exaltação/euforia (mania), que desencadearam uma severa depressão súbita, nos últimos minutos que antecederam aos de suas mortes. O suicídio pode ocorrer, tanto na fase depressiva, quanto na fase da mania, sempre conseqüente do estado mental. O suicida é, antes de tudo, um deprimido, e a depressão é a doença da modernidade. O suicida não quer matar a si próprio, mas alguma coisa que carrega dentro de si e que, sinteticamente, pode ser nominado de sentimento de culpa e vontade de querer matar alguém com quem se identifica. Como as restrições morais o impedem, ele acaba se autodestruindo. Assim, "o suicida mata uma outra pessoa que vive dentro dele e que o incomoda, profundamente. Outra coisa que deve ser analisada é a obsessão que poderia ser definida como um constrangimento que um indivíduo, suicida em potencial ou não, sente, pela presença perturbadora de um obsessor.A religião, a moral, todas as filosofias condenam o suicídio como contrário às leis da Natureza. Todas asseveram que ninguém tem o direito de abreviar, voluntariamente, a vida. Entretanto, por que não se tem esse direito? Por que não é livre o homem de pôr termo aos seus sofrimentos? Ao Espiritismo estava reservado demonstrar, pelo exemplo dos que sucumbiram, que o suicídio não é uma falta somente por constituir infração de uma lei moral - consideração, essa, de pouco peso para certos indivíduos - mas, também, um ato estúpido, pois que nada ganha quem o pratica. Antes, o contrário, é o que se dá com eles, na existência espiritual, após ato tão insano. Temos notícia, não somente, pelo que lemos nos livros da Doutrina Espírita e que nos advertem os Espíritos Superiores, mas pelos testemunhos que nos dão esses infelizes irmãos, narrando tristes fatos que eles mesmos nos põem sob as vistas, em sessões de orientação às entidades sofredoras. Sob o ponto de vista sociológico, o suicídio é um ato que se produz no marco de situações anômicas, (2) em que os indivíduos se vêem forçados a tirar a própria vida para evitar conflitos ou tensões inter-humanas, para eles insuportáveis.O pensador Émile Durkheim teoriza que a "causa do suicídio, quase sempre, é de raiz social, ou seja, o ser individual é abatido pelo ser social. Absorvido pelos valores [sem valor], como o consumismo, a busca do prazer imediato, a competitividade, a necessidade de não ser um perdedor, de ser o melhor, de não falhar, o jovem se afasta de si mesmo e de sua natureza. Sobrevive de ‘aparências’, para representar um ‘papel social’ como protagonista do meio. Nessa vivência neurotizante, ele deixa de desenvolver suas potencialidades, não se abre, nem expõe suas emoções e se esmaga na sua intimidade solitária." (3)O Espiritismo adverte que o suicida, além de sofrer no mundo espiritual as dolorosas conseqüências de seu gesto impensado, de revolta diante das leis da vida, ainda renascerá com todas as seqüelas físicas daí resultantes, e terá que arrostar, novamente, a mesma situação provacional que a sua flácida fé e distanciamento de Deus não lhe permitiram o êxito existencial.É verdade que após a desencarnação não há tribunal nem Juízes para condenar o espírito, ainda que seja o mais culpado. Fica ele, simplesmente, diante da própria consciência, nu perante si mesmo e todos os demais, pois nada pode ser escondido no mundo espiritual, tendo o indivíduo de enfrentar suas próprias criações mentais. "O pensamento delituoso é assim como um fruto apodrecido que colocamos na casa de nossa mente. A irritação, a crítica, o ciúme, a queixa exagerada, qualquer dessas manifestações, aparentemente sem importância, pode ser o início de lamentável perturbação, suscitando, por vezes, processos obsessivos nos quais a criatura cai na delinqüência ou na agressão contra si mesma." (4)A rigor, não existe pessoa "fraca", a ponto de não suportar um problema, por julgá-lo superior às suas forças. O que de fato ocorre é que essa criatura não sabe como mobilizar a sua vontade própria e enfrentar os desafios. Joanna de Angelis assevera que o "suicídio é o ato sumamente covarde de quem opta por fugir, despertando em realidade mais vigorosa, sem outra alternativa de escapar".(5) Na Terra, é preciso ter tranqüilidade para viver, até porque, não há tormentos e problemas que durem uma eternidade. Recordemos que Jesus nos assegurou que "O Pai não dá fardos mais pesados que nossos ombros" e "aquele que perseverar até o fim, será salvo". (6)Jorge Hessenhttp://jorgehessen/.jorgehessen@gmail.comFonte:1. Disponível em http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI73803-15228,00- NO+BANHEIRO+DA+ESCOLA+UM+TIRO.html2. O sociólogo acredita que, quando o indivíduo resolve tirar a própria vida, ele está em estado de anomia, que significa "falta de valores". "Uma situação anômica é a ausência ou desintegração de normas. Quando ocorrem perturbações da ordem coletiva, o número de suicídios tende a se elevar"(3) Durkheim, Emile. Título: El suicidio. P.imprenta: Tlahuapan, Puebla. Premiá. 1987. 343 p. Edición; 2a ed. Descriptores: Suicidio. Sociología. Aspectos psicológicos(4) Mensagem extraída do livro "PACIÊNCIA", de Emmanuel; psicografado por Francisco Cândido Xavier(5) Franco, Divaldo, Momentos de Iluminação, Ditado pelo Espírito Joanna de Angelis, RJ: ed. FEB(6) MT 24:13

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Analise imparcial das obras do Carlos Baccelli



Para quem gosta de fazer uma analise imparcial das obras do Carlos Bacceli recomendo uma leitura "calma", "tranquila", "sem traumas" e sossegadamente aprender com o Ex-Reitor da Universidade Federal de Juiz de Fora: Confrade Jose Passini.

Espirita tem que estudar muito para divulgar Espiritismo:

Podem repassar para suas listas de amigos:

http://www.oconsolador.com.br/5/especial.html

http://www.oconsolador.com.br/10/especial.html

http://www.oconsolador.com.br/14/especial.html

http://www.oconsolador.com.br/19/especial.html

http://www.oconsolador.com.br/23/especial.html

http://www.oconsolador.com.br/27/especial.html

http://www.oconsolador.com.br/32/especial.html

http://www.oconsolador.com.br/35/especial.html

http://www.oconsolador.com.br/39/especial.html

http://www.oconsolador.com.br/47/especial.html


Muito agradecido pela humilde atenção dos confrades e confreiras
Abraços fraternais
Jorge Hessen

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

EXPULSAR JESUS DO ESPIRITISMO?


EXPULSAR JESUS DO ESPIRITISMO?

Por inacreditável possa parecer, ainda encontramos irmãos supostamente "espíritas" que questionam o aspecto religioso da Terceira Revelação. Negam a excelsitude de Jesus com febril descontrole emocional, referindo-se ao Mestre como se Ele fosse um homem vulgar. Para esses confrades atoleimados em suas fanfarras imaginárias, alertamos o seguinte: Espiritismo religioso, Sim! Acompanhemos o raciocínio de Emmanuel Somente o Cristianismo restaurado pode salvar o mundo que se perde. Nossa missão é essencialmente religiosa, na restauração da fé viva e na revivência das tradições simples dos tempos apostólicos. Não temos a presunção de pedir o atestado de óbito das escolas religiosas, nem desejamos estabelecer a luta dogmática e o sectarismo. Desejamos tão-só reavivar a crença pura, a fim de que o homem, na qualidade de herdeiro divino, possa entrar na glória espiritual da compreensão de Jesus Cristo.
Se aceitamos os preceitos da Doutrina Espírita, não podemos negar-lhes fidelidade absoluta. Prevendo esses estranhíssimos movimentos em nossas hostes, Chico Xavier há 21 anos advertia as falanges das trevas são muito poderosas, organizadas. O que elas desejam é expulsar Jesus do Espiritismo e se tirarem Jesus do Espiritismo este desaparecerá. Têm surgido, ultimamente, muitas práticas estranhas no movimento kardeciano. Estou alertando vocês porque eu tenho pouco tempo de vida e vocês devem defender esse tesouro.
Posteriormente, numa entrevista cedida a confrades de Uberaba, Chico reafirma: Se tirarmos Jesus do Espiritismo, vira comédia. Se tirarmos Religião do Espiritismo, vira um negócio. A Doutrina Espírita é ciência, filosofia e religião. Se tirarmos a religião, o que é que fica? Jesus está na nossa vivência diária, porquanto em nossas dificuldades e provações, o primeiro nome de que nos lembramos, capaz de nos proporcionar alívio e reconforto, é JESUS..
Alguns "espíritas", distantes de quaisquer argumentos inteligíveis persistem em disseminar a desgastada cantilena de que se é preciso fugir do Cristo, do religiosismo, do igrejismo no Espiritismo e transformá-lo numa academia de notáveis. Sob o viés dessa esdrúxula fábula conceitual, escrevem livros, artigos, fazem palestras, escravizados aos impulsos telepáticos dos "gênios das trevas".
Desta forma, pela tendência desses estranhos irmãos "espíritas", percebe-se que o Evangelho ainda encontrará, por algum tempo, a resistência das trevas, da má-fé, da ignorância, apesar de representar a grande síntese de todas as propostas filosóficas que visam aprimorar o homem.
Esses desarrazoados pregoeiros de idéias vãs esquecem-se de que o Cristo é o modelo de virtudes sobre-humanas. É incomparável a dedicação e a santidade que Ele dispensa à Humanidade. Nós, que ainda estamos mergulhados no vício da corrupção, não temos parâmetros para avaliarmos a Sua magna importância para o Espiritismo, porque a Sua perfeição se perde na noite indevassável dos séculos.

O Espiritismo sem Jesus pode alcançar as melhores expressões acadêmicas, mas não passará de atividade destinada a modificar-se ou desaparecer, como todas as conquistas transitórias do mundo. E o espírita, que não cogitou da sua iluminação com o Evangelho Dele, pode ser um intelectual, um doutor e um filósofo, com as mais elevadas aquisições culturais, mas estará sem bússola e sem roteiro no instante da tempestade inevitável da provação.

Jorge Hessen é professor de História, orador, escritor, articulista espirita há 33 anos. Escreve semanalmente para o DM. Site http://jorgehessen.net , email jorgehessen@gmail.com

terça-feira, 11 de agosto de 2009

FENÔMENOS DO ARREPENDIMENTO EM FACE DA CULPA E DA EXPIAÇÃO


FENÔMENOS DO ARREPENDIMENTO EM FACE DA CULPA E DA EXPIAÇÃO




Para o dicionarista Aurélio Buarque de Holanda Ferreira "arrependimento" é uma insatisfação causada por violação de lei ou de conduta moral, e que resulta na livre aceitação do castigo e na disposição de evitar futuras violações.(1) Essa é a definição da ética, e se refere mais particularmente à lei e à moral humanas. No aspecto religioso definine-se pela intensificação dos matizes de remorso que se instala na consciência ao ensejo de erro cometido e que pode impulsionar ao desiderato de mudança de comportamento e ao desejo de penitenciar-se.(2)

Pela invigilância precipitamos nas síndromas de culpa [considerada aqui como uma falta voluntária a uma obrigação, ou a um princípio ético](3) irrompendo de súbito o remorso tisnado de múltiplos aspectos, impondo manchas de sombra à tessitura sutil do perispírito. Este estado de contrição, incessantemente potencializado pelo pulsar das reminiscências denegridas, consubstancia-se num vórtice mental, intoxicando-nos, pouco a pouco, espraiando ao nosso redor um halo contaminado pela desarmonia íntima, corrompendo, não raro, a psicosfera espiritual de quem compartilha nossa companhia. Este fenômeno psíquico se constitui do martírio da consciência e, por essa razão, densas e sombrias forças de angústias se insinuam.

Diversas pessoas moderadas, muitas vezes, por invigilância, tornam vítimas quase inermes do pensamento impetuoso, tornando-os mais acicatados na consciência do que os imprudentes. Muitas vezes sob o guante da excitação momentânea, que caracteriza a impulsividade, deixam-se abater por inconsolável arrependimento ,dando azo a um angustioso impacto de inquietação da consciência ante a condição tardia para desfazer o equívoco consumado.

É importante também sabermos que após cometermos um erro conscientemente, este pode propagar em nós a possibilidade de reabilitação, razão pelo qual não devemos nos entregar apáticos ao desalento ou remorso anestesiante. Por todos os motivos possíveis precisamos nos acautelar contra as atitudes intempestivas. Fujamos dos propósitos inferiores sob pena de mais tarde inevitavelmente sermos consumidos pela aflitiva sensação de contrição psíquica.

Ajuizemos quanto à direção dos próprios passos, de maneira a evitarmos o nevoeiro da aflição sob o acicate do pesar profundo que permanecerá em nós, advertindo sobre o mal praticado. Urge, desse modo, a busca do autoperdão, da auto-aceitação, da auto-estima estimulado pelo esforço de reequilibro espiritual, a fim de minimizar os reparos dos danos causados.

Os reveses da vida física podem significar penitências dos equívocos do passado e, ao mesmo tempo, experiências provacionais presentes, delineando o porvir. Desse modo, depreende-se que da dimensão de tais desventuras se possa inferir qual gênero foi a jornada reencarnatória anterior. Freqüentemente é isso possível, pois que cada um é corrigido naquilo por onde errou. Todavia, não há como interpretar daí uma regra universal. As tendências e fortes pendores instintivos constituem indício mais seguro, posto que os testemunhos por que passa o Espírito o são, tanto pelo que tange ao passado, quanto pelo que toca ao futuro.

Consoante as lições kardecianas , a duração da expiação, para qualquer transgressão, é indeterminada e está atrelada ao arrependimento do culpado com o conseqüente retorno ao bem. A punição permanece de acordo com a obstinação no mal, e seria infindo se a obstinação fosse permanente ; e de rápida duração se o arrependimento surge imediatamente. Diante disso, e como a consciência nunca dorme, somos constrangidos a ser juizes da própria sorte, podendo abreviar o suplício ou prolongá-lo indefinidamente. Nossa felicidade, ou infelicidade depende da vontade de fazermos o bem. E, nesse contexto, a submissão paciente aos sofrimentos da vida é atitude de alto relevo para a consumação da quitação do débito contraído.

Nunca será redundante repetir-se que, assim como pensamos e agimos, edificaremos a existência, vivendo-a de conformidade com o comportamento elegido. Suportar a dor da culpa e aproveitá-la para meditar, para orar, para se aproximar de Deus é a expressão da sabedoria, até porque Jesus nunca nos abandona, e espera de nós a atitude mais austera e sincera. Sofrendo a punição, que suplanta o orgulho, o egoísmo podemos ter a certeza de estarmos galgando superiores degraus na escala do crescimento espiritual. (4)

Lembremo-nos, em suma, do ensinamento do Mestre, "vigiando e orando, para não sucumbirmos às tentações, de vez que mais vale chorar sob os aguilhões da resistência que sorrir sob os narcóticos da queda".(5) Arrostemos, pois, o tormento do remorso, da consciência culpada, com denodo, resignação e sobretudo comprometidos com a reforma íntima. É tarefa fácil?... não! É difícil?... bastante! Um dos grandes desafios para nós. Mas é justamente no momento de acérrimas expiações que demonstramos ao Senhor da Vida a expressão do avanço moral sob o influxo da resignação que nos conduzirá à placidez da consciência retificada.

Jorge Hessen
E-Mail: jorgehessen@gmail.com

Site: http://jorgehessen.net


FONTES:
1- Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa, editora Nova Fronteira, 2004.
2- "O Livro dos Espíritos, QUESTÃO. 999". "O arrependimento auxilia a melhora do Espírito, porém, o erro deve ser expiado".
3- Culpa e arrependimento geralmente estão associadas aos conceitos de castigos ou recompensas de acordo com a idéia de Deus incutida em nossa mente, por causa da educação religiosa que recebemos.
4- Na q. 171 de "O Livro dos Espíritos", os Espíritos superiores nos dizem que "o bom pai deixa sempre aberta a seus filhos uma porta para o arrependimento". Assim, podemos conceber que Deus também nos oferece todas as ferramentas necessárias para refazermos o caminho, e buscarmos a nossa felicidade.
5- Xavier, Francisco Cândido. Fonte Viva, ditado pelo Espírito Emmanuel, RJ: Ed. FEB, 2004, Cap.110

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

A CAMINHO DO BISTURI COMO O BOI PARA O MATADOURO?





Ressurge, nas hostes espíritas, a fascinação pela procura de médiuns incorporadores de "médicos" do além, à moda "Zé Arigó" [alguns nem utilizam instrumentais cirúrgicos]. Em que pese existirem médiuns não-espiritas sérios, e que nada cobram dos pacientes, há aqueles que jamais recomendaríamos. Sabemos da intervenção dos desencarnados nos processos terapêuticos na Terra, mas não se pode dar ênfase a esse tipo de trabalho, na suposição de consolar almas desvalidas ou na falsa idéia de fortalecimento do Espiritismo por esses meios. Temos exemplos tristes dessa prática dispensável nos meios espíritas. Leitor amigo, procure se informar qual foi o destino do Zé Arigó, em Minas; do Edson Queiróz, em Pernambuco, e do Rubens Faria, no Rio de Janeiro.Há, no interior de Goiás, um médium conhecido (principalmente, fora do Brasil) que atende cerca de 2000 pessoas por dia. Na sua instituição, vende-se um frasco, contendo cápsulas, à base de maracujá, no valor de R$ 10,00 (dez reais). Se, na ponta do lápis, somarmos o montante dessas vendas, com outras despesas que o centro acaba impondo aos seus assistidos, chegaremos, facilmente, a cifras de milhões de reais por ano. Por essas e outras muitas razões, certa vez, perguntaram ao Chico Xavier: "Têm surgido muitos médiuns e curadores por este Brasil afora, que receitam remédios e, até, operam os doentes. Qual a maneira de se identificar o verdadeiro do falso?" Chico responde: "EU CREIO QUE ISTO DEVA SER FRUTO DA EDUCAÇÃO DO SERTANEJO, ACREDITAR QUE, PAGANDO BEM, IRÁ CONSEGUIR CURAS ESPIRITUAIS. O VERDADEIRO ESPIRITISMO NÃO PODE COBRAR, NEM MESMO OS REMÉDIOS QUE RECEITA AOS DOENTES.Chico evitava as queixas e escrevia sem parar, apesar das dores que sofria por causa de um tumor localizado na próstata. Agüentou o sofrimento enquanto pôde, mas a cirurgia era inevitável. Zé Arigó, o médium que incorporava o Dr. Fritz, e realizava cirurgias sem anestesia, ofereceu-se para operar o colega. Chico, humildemente, recusou a oferta e preferiu se internar numa clínica, em São Paulo. Antes, tomou o cuidado de entregar ao Dr. Elias Barbosa documentos particulares, pois "Ninguém sabe o que pode acontecer", disse ele. Uma vez optando pelos médicos da matéria, sua atitude provocou uma grande polêmica no meio espírita. Por que não aceitou a oferta do Dr. Fritz, tão requisitado na época? Ele duvidava do poder dos Espíritos? O protegido de Emmanuel se limitou a repetir a resposta dada a Arigó: COMO EU FICARIA DIANTE DE TANTO SOFREDOR QUE ME PROCURA E QUE VAI A CAMINHO DO BISTURI, COMO O BOI PARA O MATADOURO? E EU VOU QUERER FACILIDADES? EU TENHO QUE ME OPERAR COMO OS OUTROS, SOFRENDO COMO ELES. Anos mais tarde, num desabafo, Chico deixaria de lado a diplomacia e disse: SOU CONTRA ESSA HISTÓRIA DE METER O CANIVETE NO CORPO DOS OUTROS SEM SER MÉDICO. O MÉDICO ESTUDOU BASTANTE ANATOMIA, PATOLOGIA E, POR ISSO, ESTÁ HABILITADO A FAZER UMA CIRURGIA. POR QUE EU, SENDO MÉDIUM, VOU AGORA PEGAR UMA FACA E ABRIR O CORPO DE UM CRISTÃO SEM SER CONSIDERADO UM CRIMINOSO? (1)Sempre obediente aos conselhos do seu guia espiritual, explicava: "EU JA ME OPEREI 5 VEZES, E VÁRIOS MÉDIUNS ME OFERECERAM SEUS SERVIÇOS. O ESPÍRITO EMMANUEL ME DISSE: VOCE DEVERIA TER VERGONHA ATÉ DE PENSAR EM RECEBER ESTE TIPO DE CURA, PORQUE TODOS OS OUTROS DOENTES VERTEM SANGUE, ATÉ TOMAM DETERMINADOS REMÉDIOS PARA MELHORAR. COMO VOCE PRETENDE SE CURAR NUMA CADEIRA DE BALANÇO?". Daí, perguntaram-lhe: Chico, como conciliar os recursos da medicina terrestre, especialmente na área da cirurgia, com a correção de anomalias orgânicas em criaturas com processos de resgates cármicos? Chico Xavier, então, respondeu: "NÃO IMPORTA QUE A CIRURGIA FAÇA DESAPARECER ANOMALIAS INIBIDORAS OU DEFORMANTES DE IMPLEMENTOS SOMÁTICOS. O PERISPÍRITO CONSERVARÁ A DEFICIENCIA, QUE VAI SE PROJETAR PARA REENCARNAÇÕES FUTURAS, A NÃO SER QUE O ESPÍRITO DEVEDOR SE AJUSTE COM A LEI DA JUSTIÇA, COBRINDO COM AMOR A "MULTIDÃO DE PECADOS", SEGUNDO O EVANGELHO. A CIRURGIA CORRIGE TRANSITÓRIAMENTE AS DEFICIENCIAS FÍSICAS. O AMOR, TRABALHANDO NOS TECIDOS SUTIS DA ALMA, PURIFICA E REDIME PARA A ETERNIDADE." (2) O que a medicina dos homens não conseguiu curar foi o problema da visão do Chico. Ele deu, mais uma vez, prova de que não se desviaria dos ensinamentos de Emmanuel ao recusar, em 1969, a oferta do médium Zé Arigó, que desejava operar, espiritualmente, seus olhos, dizendo-lhe o seguinte: "A DOENÇA É UMA PROVAÇÃO DO ESPÍRITO QUE DEVO SUPORTAR". (3)Diante disso, e movido por justa preocupação, porquanto, há mais de trinta anos, laborando no jornalismo espírita, deliberei escrever, há dois anos, o seguinte: A revista Veja, de 14/06/2000, pág. 68, traz longa reportagem intitulada "Não ajuda em nada", demonstrando que pesquisas confirmam uma realidade preocupante, ou seja, que tratamentos alternativos (místicos), quase sempre, são ineficazes no restabelecimento da saúde de pacientes, especialmente, com câncer. É lastimável sabermos que existem, ainda, em nossas hostes, espíritas que evocam "Espíritos", para que lhes atendam como cirurgiões do "além", que vão retalhando corpos em nome de "operações espirituais"; que lhes prescrevam medicamentos alopáticos, fitoterápicos (ervas "milagrosas") e chás de "coisa nenhuma" ou, ainda, que lhes forneçam dietas para emagrecimento. O Espírito André Luiz adverte: "Aceitar o auxílio dos missionários e obreiros da medicina terrena, não exigindo proteção e responsabilidade exclusivos dos médicos desencarnados". (4) A tendência de subestimar a contribuição da medicina humana, entregando nossas enfermidades aos Espíritos milagreiros do além (de preferência cirurgião com nome germânico ou hindu, como se isso impusesse maior credibilidade), para que "curem" complexos processos de metástases, por exemplo, é uma atitude equivocada. Os conceitos espíritas nos remetem à certeza de que a matriz das doenças está fincada no estado mental do enfermo, ou seja, o espírito é o verdadeiro responsável pelas enfermidades. Portanto, a rigor, não serão os agentes externos que proporcionarão a cura daqueles que teimam em permanecer entorpecidos, na condição de revoltosos ou hesitantes diante dos códigos de justiça, vigentes nos Estatutos Divinos, mas a mudança de comportamento, pois o equilíbrio das forças mentais impede que invasores se nutram das energias debilitadas. Não podemos, porém, ignorar, de forma alguma, as heranças que provêm das Leis de Causa e Efeito. As enfermidades que se alongam, por toda uma vida, são expiações decorrentes de profundas raízes de natureza moral, que só se extinguirão mediante o fim do resgate, pois, "A doença pertinaz leva à purificação mais profunda". (5) Os Espíritos não estão à nossa disposição para promoverem curas de patologias que, não raro, representam providências corretivas para o nosso crescimento espiritual no buril expiatório. Nesse sentido, os dirigentes de núcleos espíritas deveriam promover bases de estudos e reflexões sobre as propostas filosóficas, científicas e religiosas do Espiritismo, ao invés de encetarem trabalhos espirituais para os inócuos "curandeirismos".Os preceitos doutrinários nos esclarecem que devemos "Aproveitar a moléstia como período de lições, sobretudo como tempo de aplicação de valores alusivos à convicção religiosa. A enfermidade pode ser considerada por termômetro da fé". (6) Desta forma, são inoportunas certas manifestações de "promessas de cura das obsessões" com sessões da famosa corrente magnética brasiliense (prática "inventada" em Brasília, por grupos que seduzem empolgados "filantropômanos", através do apelo assistencialista, inoculando estranhas práticas doutrinárias) como a magnetização "desobsessiva" para afastar Espíritos aos moldes de como se espantam moscas das feridas expostas. Para consubstanciar esse objetivo, recorrem ao auxílio da varinha de condão, do chamado "choque anímico", com o qual os enfermos se "libertam" dos obsessores, conforme promete livro (7) publicado pelos seguidores desse movimento equivocado. Há, ainda, outros núcleos que propõem aplicações de luzes coloridas (cromoterapias) para higienizar auras humanas e curar (pasmem): azia, cálculo renal, coceiras, dores de dente, gripes, soluços em crianças, verminose, frieiras, conforme propaga literatura específica. (8) Acreditem! Se não bastasse, recomenda-se, até, carvãoterapia (?!) para neutralizar "maus-olhados". Nesse sentido, segundo crêem, é só colocar um pedaço de tora de carvão debaixo da cama e estaremos imunes ao grande flagelo da humanidade - o "olho comprido"!Algumas instituições espíritas têm distribuído uma pomada "CURA TUDO" como se fosse "água benta". O que se nota, a bem da verdade, é que as instituições espíritas se desincumbem da vigilância para com a pureza doutrinária, tão necessária para o fiel desempenho dos trabalhos a que elas se destinam. O que se vê é um afrouxamento do rigor que se deve imprimir aos ideais sublimes. Abrir espaço para a liberdade de agir não significa aceitar as injunções pressionadoras de sistemas divergentes, nas casas espíritas, que teimam em se alojar aqui e ali, na tentativa de, pelo decurso do tempo, serem confundidos e aceitos como Espiritismo de fato, a exemplo do ramatisismo, armondismo, umbandismo etc, e mais, os apometristas, cromoterapistas, pomadistas, cepalistas etc. Que nos alcunhem de "fundamentalistas", por defendermos os "fundamentos" da Doutrina Espírita, que nada mais é que estarmos harmonizados com as Leis da Natureza e que a ninguém é dado o poder de modificá-las, o que é bem diferente de permanecermos retrógrados diante dessas evidências. As vozes dos "vendedores de ilusões" não podem ecoar mais forte que essas leis e de nossa advertência, JAMAIS!!! Se alguém tem que silenciar, que não sejam os sinceros adeptos do Evangelho, via ESPIRITISMO. Cremos que os que se incomodam com essas admoestações deveriam, por coerência e bom senso, buscar outras propostas doutrinárias afins, e deixarem o Espiritismo em paz, a seguir seu curso sem enxertos perigosos.O que queremos é a transparência doutrinária no movimento espírita, e não a confusão doutrinária; maior rigor para com os divergentes, a fim de que desanimem e se afastem de uma vez por todas. A vida moderna, globalizada ou não, está a pedir, isso sim, posicionamentos e comportamentos firmes e consentâneos com a proposta espírita. Como bem recomenda o ínclito Codificador, em Viagem Espírita 1862, pág. 33: "O excesso em tudo é prejudicial, mas, em semelhante caso, vale mais pecar por excesso de prudência do que por excesso de confiança". Sabemos que os que lêem estas linhas podem pensar que estamos revestidos de idéias ficcionais, mas podemos assegurar que não teríamos materiais tão imaginativos. Em recente entrevista ao jornal Alavanca - abril/maio-2000 - Divaldo Franco adverte sobre as "terapias alternativas", "curandeirismos" e a fascinação na prática mediúnica, apontando-as como fatores que têm desestabilizado o projeto da unidade doutrinária". É por essas e outras que a revista Veja, abril de 1999, registra que os médicos, da ala conservadora da psiquiatria, consideram os médiuns como dotados de neuroses, psicoses, desvios de personalidade, esquizofrenias, etc. Se pararmos para refletir, daremos uma certa razão para esses profissionais, até porque, muitos adeptos do Espiritismo não conhecem os livros de Allan Kardec, Emmanuel, André Luiz, Joanna de Ângellis, Bezerra de Menezes, Vianna de Carvalho e outros consagrados expoentes da difusão doutrinária e, lastimavelmente, estão aguilhoados nas práticas que comprometem todo o projeto doutrinário. O exercício dos Códigos Evangélicos nos impõem a obrigatória fraternidade e a compreensão aos adeptos dessas esquisitas práticas, o que não equivale dizer que devemos nos omitir quanto à oportuna admoestação, para que a Casa Espírita não se transforme em academia de andróides hipnotizados pela fantasia e ilusão.
Jorge HessenE-Mail: jorgehessen@gmail.comSite: http://jorgehessen.net/Blog: http://jorgehessenestudandoespiritismo.blogspot.com/ FONTES:(1) Souto Maior, Marcel As vidas de Chico Xavier / Marcel Souto Maior. 2. cd. rev. e ampl. São Paulo: Editora Planeta do Brasil, 2003.(2) disponível em http://ulyssesdorego.arteblog.com.br/38023/entrevista-e-video-com-chico-xavier, acessado em 25-07-09(3) Disponível em http://www.caminhosluz.com.br/detalhe.asp?codigo1=2639, acessado em 25-07-09(4) Vieira, Waldo. Conduta Espírita, Ditado pelo Espírito André Luiz, Cap.35. RJ: Editora FEB, 1977-5ª edição(5) idem(6) idem(7) Colegiado dos Vínculos Fraternais, Desobsessão por Corrente Magnética, 1ª edição Sociedade de Divulgação Espírita "Auta de Souza"-1996.DF(8) Nunes, René. Cromoterapia. A Cura Através da Cor. Editora Asa Sul./Brasília 1ª edição