José Sola
São Paulo
Os
geneticistas desenvolveram um projeto de decodificação, projeto este que lhes
permite anteciparem através da análise do DNA, a intervenção no tratamento de
várias doenças.
A
triagem neonatal, conhecida como o teste do pezinho, realizada na própria
maternidade, entre o terceiro e o sétimo dia de nascimento da criança,
extraindo da mesma, gotinhas de sangue de seu calcanhar, que permite aos
médicos preverem através da triagem básica, a fenilcetonúria e o
hipotireoidismo congênito.
A
triagem ampliada, inclue o exame para outras doenças, que se tratadas e
controladas poderão evitar sérios problemas futuros.
Através
do exame de DNA, descobrimos a paternidade de uma criança, o que deixa evidente
o fator hereditário que é transferido de pais para filhos; e sem duvida alguma,
muitas doenças são hereditárias.
Compreendemos,
entretanto, que a hereditariedade se demora no campo biológico, se transfere de
pais para filhos, e para os descendentes futuros, definindo os caracteres
físicos, tais como a cor dos olhos, tamanho da boca, cor da pele, e, em algumas
oportunidades os traços característicos que dão aos filhos uma similitude maior
com o pai ou com a mãe.
Mas
alguns psicólogos e psicanalistas, entre estes alguns espíritas, tem
apresentado o vicio das drogas, do alcoolismo, etc. como uma resultante
de células que trazem esta tendência, entretanto esta possibilidade atende
apenas aos cientistas ateístas, não aos espiritualistas, e muito menos aos
espíritas.
Em
o livro, Missionários da Luz, de André Luiz, psicografado por Francisco
C. Xavier, o mentor Alexandre nos apresenta através da reencarnação de
Segsmundo, um estudo dos mapas cromossômicos, afirmando que estes mapas são a
geografia dos genes da hereditariedade distribuídos nos cromossomos,
informando-nos ainda que determinadas células, se responsabilizariam em
originar de futuro um distúrbio cardíaco ao reencarnante, neste caso Alexandre
não estava se utilizando do processo de decodificação, não estava partindo dos
efeitos para concluir a causa, estava desenvolvendo um projeto de codificação,
explicando a causa do magnífico fenômeno da vida biológica.
Não ignoramos
a hereditariedade, entendemos que espírito e a matéria se complementam em simbiose
absoluta, pois o espírito oferece ao homem a configuração humanóide,
cabeça, tronco e membros, e, a matéria oferece os detalhes hereditários, cor da
pele, dos olhos, tamanho da boca, etc.
Neste
mesmo capitulo supra citado, somos informados, que o espírito é o eu diretor do
corpo, é a fonte de todas as nossas sensações e manifestações, e é o
perispirito, o responsável pela organização celular do corpo físico.
Se
espírito, perispirito, ou corpo energético e corpo material, se demoram em
simbiose, é natural que o espírito ao formar o corpo, transfira suas anomalias,
seus desajustes emotivos, a constituição celular, se o espírito trouxer
tendências viciosas de reencarnações anteriores, vai sem duvida alguma
interiorizar essas deficiências a matéria, portanto, um espírito que haja
vivido o vicio das drogas, do alcoolismo, etc., vai inserir este desajuste
aos genes, elaborando células que realmente vão se ativar, favorecendo a
manifestação do vicio, entretanto a causa não esta na célula, esta no espírito.
Aceitando
a possibilidade de ser a vicissitude a resultante de uma hereditariedade, temos
que aceitar com os ateitas a hipótese de que a inteligência é um atributo das
células neuroniais; será?
Espíritas,
se fizermos uso da lógica e da razão, verificaremos que se esta hipótese fosse
verdadeira, o espírito estaria subordinado a matéria, pois a tendência
hereditária apresentaria uma vontade determinante, projetando o espírito
fatalmente ao vicio.
Podereis
apresentar-me como tese de defesa, que sucumbir ao vicio, ou superá-lo, vai
depender de sua vontade, se for um espírito evoluído vai resistir, e então
perguntamos, qual a necessidade de um espírito que já se superou nos vícios,
que trás uma evolução maior, estar reprisando uma experiência viciosa; vai torná-lo
mais evoluído?
E,
não estaremos ignorando a Lei Divina, pois nós sabemos que homens
viciados no alcoolismo e nas demais drogas, são levados em muitas
oportunidades a praticar o crime, existem jovens usuários de drogas, que quando
estão vivendo a ansiedade e a angustia, provocada pelo vicio, matam para obter
dinheiro e adquirir a mesma; qual a responsabilidade de culpa deste individuo?
Se
a Lei Divina os "punir", estará sendo injusta, pois o individuo
estará sendo "punido" por uma atitude que lhe foge a determinação e a
vontade, mas por outro lado, se não aferir esta transgressão, demonstrara
falhas em sua aplicação, e, pelo que apreendemos na doutrina espírita, a Lei
Divina é perfeita, é imutável, eqüitativa e amorosa.
Polemizando
esta questão com um amigo psicólogo e espírita, ele me apresentou como tese de
defesa de seu ponto de vista, Kardec em o livro A Gênese, capitulo I, questão
55, vejamos:
"Caminhando
de par com o progresso, o espiritismo jamais será ultrapassado, porque, se
novas descobertas lhe demonstrassem estar em erro acerca de um ponto qualquer,
ele se modificaria nesse ponto. Se uma verdade nova se revelar, ele a
aceitara".
Concordo
plenamente com Kardec, pois o Espiritismo é uma doutrina eclética, não é
dogmática, e embora seja perfeita em seu postulado, é estudada e extrapolada
por homens, espíritos ainda imperfeitos que somos; mas será que Kardec nos
pediu nestas palavras a que aceitemos tudo o que a ciência discorda do
espiritismo?
Creio
que não, pois teríamos que deixar de crer em Deus, acreditar na casualidade,
este é o primeiro e mais forte ponto de divergência da ciência com o
espiritismo.
Allan
Kardec nos pede, para que estejamos analisando, aquilo que a ciência apresente,
colocando a premissa, a luz da lógica e da razão, se responder a esta aferição,
e ficar demonstrado que estamos equivocados, então mudemos nossos conceitos.
A
ciência é sem duvida alguma, um dos mais evidentes instrumentos da evolução,
a ela devemos o avanço tecnicológico, e cultural, a mesma nos
trouxe o conforto e o bem estar, nos mais variados setores da vida, entretanto,
também é trabalhada por mentes, e mãos humanas, nem todos os cientistas são um
Einstein, um Newton, um Galileu, um Arquimedes, etc., como existem os místicos
no espiritismo, também os temos na ciência; isto dito, não pretendo afirmar que
os geneticistas estão equivocados, no trabalho que desenvolvem, pois fizeram
descobertas maravilhosas, descobertas que favorecem a humanidade no campo da
saúde, apenas discordo dos mesmos seja o fator hereditário a causa dos
vícios, como já o explicitei.
Os
geneticistas estão corretos quanto ao estudo da decodificação, entretanto,
quanto a conclusão final estão equivocados, pois acreditar que os vícios
tenham como causa a hereditariedade, é defender o axioma da casualidade, como
dito este axioma responde aos ateísta, não aos espíritas, pois nós espíritas
compreendemos que todo efeito tem uma causa, todo efeito
inteligente, necessariamente, a que ter uma causa inteligente, não
dá para acreditarmos, que os distúrbios da psique, tenham uma célula como
causa.
Embora
respeitável a ciência, como vimos, André Luiz nos trouxe em o livro
“Missionários da Luz” revelações genéticas explicando também o fator
hereditário, entretanto, deixando evidente que, a causa primeira da vida
humana, e de sua manifestação inteligente, é o espírito; ah eu ia me
esquecendo, como a morte não existe e a vida continua, temos cientistas
despojados do corpo físico, e André Luiz é um deles.
Mas
não satisfeito, com estas argumentações, meu amigo espírita e psicólogo,
argumentou ainda comigo, haver verificado através de tratamentos realizados em
seus pacientes, que a maioria dos casos de alcoolismo, traziam sempre, pais,
avos, ou bisavós, que haviam possuído o vicio de beber, narrando-me o
tratamento de um garoto que bebia, seu bisavô, seu avo, bebiam o pai do
rapaz não tinha o vicio, mas que com certeza ele o herdara dos antepassados.
Não
existe hereditariedade espiritual, pois somos os construtores de nosso próprio
destino, somos herdeiros de nossas próprias obras, reencarnamos junto a
determinados pais por lei vibracional, lei de afinidade, é mesmo estranho que
alguns espíritas acreditem em hereditariedade espiritual, a célula que seria a
responsável pelo desenvolvimento do vicio, pode estar presente no DNA,
entretanto, se o espírito já superou este momento evolutivo, não haverá campo
para a manifestação dessa célula, basta lembrar que na reencarnação de
Segsmundo, Alexandre esclarece André Luiz que dependendo da conduta do
reencarnante, poderia ser suavizado, e mesmo eliminado, o problema de origem
cardíaca que se manifestaria durante a sua existência na terra; o garoto
supostamente herdeiro, pode ter sido a reencarnação de seu bisavô, carregando
ainda as tendências viciosas do passado.
Lembremos
que é impossível a um papai ou mamãe, transferir luz e amor, a um filho que se
encontre em trevas, sendo impossível essa transferência, é também impossível a
hereditariedade, pois herdar é receber algo de alguém, e, no que respeita os
valores legítimos, este são inalienáveis, são intransferíveis; somos herdeiros
do Criador, individualidades, participantes do universo, concebidos por
Deus, dotados de inteligência e de amor, nos é facultado o livre arbítrio,
e nos transformamos em construtores de nosso próprio destino.
Amigos,
o que tínhamos que herdar, já o possuímos, em potenciação no núcleo da alma, possuímos
um patrimônio eterno, na condição de um eterno vir a ser, compete-nos entretanto maturar essas
potenciações, manifestando a força de vontade, aproveitando as oportunidades
que Deus nos oferece na vida, através das reencarnações, entretanto não nos esqueçamos, somos
herdeiros de nossos próprios atos.
Sola
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