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sexta-feira, 29 de abril de 2011

Conflito - Ciências Biomédicas X Ciências Jurídicas



Palavras chave: células embrionárias humanas, início da vida, identidade genética individual, progresso científico, dogmatismo religioso, bioética, biodireito.

Luiz Carlos D. Formiga

A opinião do advogado geral do Tribunal de Justiça Europeu, abril 2011, é contrária a autorizar patentes de invenções baseadas em células-tronco embrionárias humanas (*).

Será o fim das pesquisas européias, que poderiam servir para curar doenças degenerativas como Parkinson?

Respondendo ao recurso apresentado pelo titular de um patente alemã, o advogado Geral disse “não”. Sua sentença, no entanto, é sem caráter vinculativo para o Tribunal de Justiça.

Ele afirmou que deveriam proibir o processo de patentear invenções que utilizem células-tronco embrionárias, pois sua aplicação industrial vai contra a ética e a ordem pública, porque significaria utilizar embriões humanos como matéria banal. No entanto, disse ainda, que elas poderiam ser patenteadas se não houvesse detrimento de um embrião.

Cientistas dizem que essa opinião legal poderá encerrar pesquisas européias sobre células embrionárias. A opinião do advogado geral é ameaça para as pesquisas e para a ciência. As patentes são essenciais para produtos novos com fins médicos e permitiria aos Estados Unidos e a outros países explorar as invenções européias.

Quem está com a razão? As Ciências Biomédicas ou as Jurídicas?

O que se quer é desumanizar o embrião? (**)

O espírita deve esperar para que “alguém” responda por ele?

Num nível alto da “Inteligência Espiritual” (1) as decisões de uma pessoa são guiadas por princípios éticos selecionados por ela própria, como justiça, reciprocidade, igualdade e respeito pela dignidade do ser humano.

Antes de responder você pode ler mais:

(1) Por que considero inteligente, o Cândido, Francisco Xavier? Revista Internacional de Espiritismo. http://www.larchicoxavier.com.br/diversos/artigo/art0007.htm

(2) Seminário “Células Tronco” Abordagem científica, jurídica e espírita.Centro Espírita Amaral Ornellas, Rio de Janeiro, RJ. http://www.espiritualidades.com.br/Artigos/F_autores/formiga_Luiz_estudo_celulas_tronco.htm

(3) DIGNIDADE para a mulher. É necessário restabelecer a igualdade entre cidadãos. http://www.jornaldosespiritos.com/2007.3/col49.17.htm

(*) http://noticias.terra.com.br/ciencia/noticias/0,,OI5099460-EI238,00-Cientistas+criticam+opiniao+de+juiz+sobre+celulastronco.html

(**) O que se quer é desumanizar o embrião http://www.jornaldosespiritos.com/2007.3/col49.2.htm http://aje-alagoas.blogspot.com/2011_04_01_archive.html

quinta-feira, 28 de abril de 2011

PSEUDO-JORNALISMO ESPÍRITA - ATÉ QUANDO?


Amigos;
O meu compadre "Fulano" pensou em realizar um Pinga Fogo, mas infelizmente realizou um Pinga Mel, pois o Baccelli não respondeu nada, e o Fulano calou, e calou porque "Fulano", pois no meu conceito você sabe que o que foi respondido pelo Baccelli ao questionamento apresentado, não estava correto, não tinha nada a ver, meu amigo.
"Fulano", você encontrou, em o livro "Evolução Anímica", de Gabriel Delanne, ou no livro Mundo Maior, de André Luiz, algo que justifique a reencarnação no mundo espiritual?
Se encontrar, nos informe, apresentando o capitulo, e um tópico, pequenino, que pelo menos deixe duvida a respeito dessa possibilidade, pois não existe em parte alguma da doutrina, qualquer informação a respeito.
"Fulano", você falou no seu programa, a respeito da lógica doutrinaria do espiritismo, mas logo em seguida, você se contradiz, pois aceita o que o Baccelli afirma, sem qualquer preocupação com a lógica, a razão e o bom senso, o mesmo nada explicou, e você não questionou coisa alguma, disse amem a tudo.
Amigo "Fulano", você esta me decepcionando, pois eu o tinha como um estudioso, que busca a verdade, o parabenizei mesmo, em algumas de suas polemicas, com o Bispo e com o nosso amigo Protestante, mas eu entendo amigo, que o Ante-Cristo, não esta nas outras religiões, e que os irmãos de outras seitas, não causam tanto prejuízo a doutrina, quanto estes que mistificam, utilizando o nome da doutrina, como é o caso do Baccelli, pois ele não explica nada do que diz, ou escreve; se estiver enganado, me esclareça, explique o que ele quer dizer, pois não vejo nada.
Meu querido amigo se você quiser me responder, faça-o, mas não adianta falar do livre arbítrio, dizer que temos o direito de dizer e agir como quisermos, pois eu assim entendo, desde que não estejamos falando em nome da doutrina, pois ela tem um postulado lógico e racional, e temos que nos ater a ele, se o amigo Baccelli quiser dizer todas essas asneiras, ele o pode, desde que funde um movimento religioso.
"Fulano" te considero um espírita esclarecido, e lhe peço, para que você não se omita, se você achou lógica nas expressões do nosso amigo, explique as, pois pelo menos eu, não vi nada de reencarnação, e eu entendo não deva aceitar nada, que não tenha coerência, que seja completamente irracional, pois eu não estou polemizando a letra, estou polemizando um conceito, que não se sustenta na doutrina.
Estou em seu aguardo, não se omita responda-me."

Abraço.
"Betrano"





Ao depoimento contido na mensagem acima (endereçada ao senhor "Fulano"...... e amigos), firmada pelo senhor "Beltrano", o jornalista Astolfo Olegário, Diretor-fundador da Revista Eletrônica O Consolador , comentou o seguinte:








"Meu caro , Betrano

Chamar a esse programa de Pinga-Fogo é um insulto ao criador do programa da TV Tupi que tornou Chico Xavier conhecido no país inteiro.
Aquilo foi, em verdade, um bate-papo entre compadres, entre pessoas que querem apenas agradar e não sabem o que é jornalismo sério.
É por causa desse tipo de jornalismo que grassa em nosso meio essa confusão que prejudica, em especial, os neófitos em Espiritismo e fornece argumentos aos detratores da doutrina espírita.
Nossa sorte - embora a palavra sorte não devesse ser por nós usada - é que os velhos detratores do Espiritismo não tomaram ainda conhecimento do conteúdo dessas tolices de origem supostamente mediúnica.
Imagine, caro amigo, o que aconteceria se alguém ligado à família de Carlos Chagas viesse a público para dizer que o filme "Nosso Lar" baseia-se numa farsa, que o grande médico não teve filhas, que não deixou crianças órfãs, que sua esposa não se casou segunda vez e que, por fim, havendo falecido em 1934 e tendo passado 8 anos no Umbral (como o próprio André Luiz diz numa das obras do Baccelli), não poderia ter visto e acompanhado os primeiros momentos da 2a. Guerra Mundial, iniciada, como todos sabem, em 1939.
O que acontece, caro amigo, é que nós espíritas damos mais valor a uma suposta amizade do que à responsabilidade que temos quando na condição de jornalistas, palestrantes ou dirigentes espíritas.
Por amizade temo-nos calado, silenciado e feito um jornalismo acrítico, que só aplaude, só elogia, só tece loas, e fecha os olhos para os equívocos que podem prejudicar, e muito, a própria expansão das atividades espíritas.

É preciso dar um basta a esse tipo de jornalismo! Chega de boletins oficiais!
Chega de programas, revistas ou jornais que apenas repetem mensagens mediúnicas, e deixam de discutir os verdadeiros problemas que acometem a sociedade e o mundo em que vivemos."


Forte abraço

Astolfo O. de Oliveira Filho
Diretor da Revista Eletrônica O Consolador


segunda-feira, 25 de abril de 2011

Sexto Sentido – Bom Negócio




Luiz Carlos D. Formiga

"O dinheiro é bom servidor, mas mau senhor"

A revista ÉPOCA, maio 2003, trouxe artigo que recebeu o título: "O Fenômeno Gasparetto. Conheça a Família que Transformou o Espiritismo e a Mediunidade num Negócio Milionário". Nela soubemos que a orientação partiu do filho que melhor sintonizou o mentor capitalista.

"O velho por não poder, o moço por não saber, deitam as coisas a perder".

Referindo-se a essa capacidade de multiplicar dólares, encontrada num neo-sincretismo, pode-se usar a palavra "i-dolar-tria"(2).

No caso do neo-sincretismo é importante interpretar a Bíblia ao pé da letra. Para a obtenção de bons lucros, tanto no neo-sincretismo, quanto na exploração de um "sexto sentido" é importante a construção de uma imagem de líder espiritual abençoado pelas forças dos céus. Nas questões que envolvem dinheiro, é necessário encontrar alternativas para exercer o controle pessoal. No passado, comunicações com espíritos geraram discussões e até proibições.

Antes da codificação de Kardec, as primeiras manifestações inteligentes (6, 8) se produziam por meio de mesas que se levantavam e, com um dos pés, davam certo número de pancadas, respondendo desse modo — sim, ou — não, conforme fora convencionado, a uma pergunta feita. Obtiveram-se depois respostas mais desenvolvidas com o auxílio das letras do alfabeto: dando o móvel um número de pancadas correspondente ao número de ordem de cada letra, chegava-se a formar palavras e frases que respondiam às questões propostas. A precisão das respostas e a correlação que denotavam com as perguntas causaram espanto.

Foi um desses seres invisíveis que aconselhou a adaptação de um lápis a uma cesta ou a outro objeto. Colocada em cima de uma folha de papel, a cesta é posta em movimento pela mesma potência oculta que move as mesas; mas, em vez de um simples movimento regular, o lápis traça, por si mesmo, caracteres formando palavras, frases, dissertações de muitas páginas sobre as mais altas questões de filosofia, moral, metafísica, psicologia, etc., e com tanta rapidez quanto se escrevesse com a mão. O conselho foi dado simultaneamente na América, na França e em diversos outros países.

Reconheceu-se que a cesta e a prancheta não eram, realmente, mais do que um apêndice da mão; e o médium, tomando diretamente do lápis, se pôs a escrever por um impulso involuntário e quase febril.

Naqueles dias a experiência deu a conhecer muitas outras variedades e se constatou até a escrita direta dos Espíritos, que ocorre sem o concurso da mão do médium, nem do lápis.

Tudo parece indicar que o médium é a única fonte produtora de todas as manifestações, que as toma ao meio ambiente. Pode-se evidenciar, que certas comunicações do médium são completamente estranhas aos pensamentos, aos conhecimentos, às opiniões mesmo de todos os assistentes, que essas comunicações freqüentemente são espontâneas e contradizem todas as idéias preconcebidas.

Por que estranha coincidência milhares de médiuns espalhados por todos os pontos do globo terráqueo, e que jamais se viram, acordaram em dizer a mesma coisa?

"Zibia Gasparetto foi uma espírita tradicional durante anos. O filho Luiz foi o guia na transição da caridade para o business, hoje nem fala em mediunidade, preferindo sexto sentido" (1).

"Zibia empatou com Luís Fernando Veríssimo, vendeu mais de 5 milhões de livros e está há 10 anos na lista dos mais vendidos. Sem pretensões literárias, conta histórias recheadas de diálogos, falando como uma tia, pronta a dar conselhos. Com os livros pode faturar R$ 17 milhões por ano, sem contar a gráfica, que presta serviço a editoras, como a Siciliano e Saraiva."(1)

As ciências ordinárias assentam nas propriedades da matéria, que se pode experimentar e manipular livremente, mas os fenômenos espíritas (6, 8) repousam na ação de inteligências dotadas de vontade própria e que nos provam a cada instante não se acharem subordinadas aos nossos caprichos.

Estamos diante de algo novo, "desde que se trata de uma manifestação que se produz com exclusão das leis da Humanidade, ela escapa à competência da ciência material, visto não poder explicar-se por algarismos, nem por uma força mecânica. Quando surge um fato novo, que não guarda relação com alguma ciência conhecida, o sábio, para estudá-lo, tem que abstrair da sua ciência e de idéias preconcebidas" (6, 8).


O cepticismo, no tocante ao fenômeno, quando não resulta de uma oposição sistemática por interesse, origina-se quase sempre do conhecimento incompleto dos fatos, o que não obsta a que alguns cortem a questão como se a conhecessem a fundo. Um fato demonstrado pela observação (6, 8) e confirmado pelos próprios Espíritos é o de que os Espíritos inferiores muitas vezes usurpam nomes conhecidos e respeitados. Essa é uma das dificuldades do "sexto sentido".

Com o ego brilhando após o verniz e sem esforço para dominar inclinações menos éticas, podemos acabar nas mãos de entidades especialistas na produção de máquinas de fabricar dinheiro e ilusões.

"Zibia fez uma opção clara pelo mercado a partir de 1995, quando se afastou da militância religiosa. Ela deixou o comando do centro espírita, que desenvolvia obras sociais na periferia de São Paulo e atendia mil pessoas por dia, para dedicar-se a uma editora própria que se tornou uma das maiores do ramo no país" (1).

Os espíritas dizem que é moralmente questionável ganhar dinheiro com esse tipo de livro. Chico Xavier nunca embolsou um tostão.

"Zibia define-se hoje como espírita independente e transfere a responsabilidade para os espíritos que lhe recomendaram abrir uma gráfica e deixar outras pessoas assumirem as obras sociais"(1).

Com Chico Xavier (3) centenas de autores voltariam. Traduzidos em diversas línguas estrangeiras, milhões de exemplares foram vendidos em todo o mundo. Apesar de altamente lucrativos, Chico nunca aceitou qualquer dinheiro dos livros. Tudo era revertido em benefício de obras de caridade.

"Mais vale o pouco com justiça do que muitos ganhos sem direito".

Qual o significado de tantos anos de mediunidade?

Chico contou: "um amigo espiritual em se comunicando aqui, numa página que considero muito interessante, contou que um guia espiritual perguntou a um mentor das esferas mais altas, o que significam 60 anos de trabalho espiritual ininterrupto, e, o outro respondeu que para Jesus significaria seis minutos."

Kardec diz que o primeiro indício da falta de bom-senso está em crer alguém infalível o seu juízo.

Com corpo esculpido por horas de balé, Luiz possui casa em Los Angeles, onde compra suas roupas. Só anda com motorista e aposta na imagem: "sou a pessoa mais interessante que conheço" (1).

Humildade é a virtude que nos dá o sentimento da nossa insignificância, nesse ponto as diferenças entre os médiuns são gritantes.

Chico, certa vez, comentou os elogios a seu respeito: "cada carta, cada mensagem, que criam destaques em torno de meu nome, é um convite a que eu seja o que ainda não sou e que devo ser, que preciso ser, e que peço a Deus ser algum dia" (3). Apresentado por Emmanuel a Jesus, possuía uma "mediunidade vacinada" (4,5).

Pascal (Sens, 1862) escreve que se os homens amassem com mútuo amor, a caridade seria mais bem praticada; porém, para isso, seria necessário o esforço por largar a couraça que cobre os corações. A rigidez mata os bons sentimentos. O Cristo jamais se escusava. Ele nos pergunta, quando o tomaremos por modelo de nossas ações? Ensina que não devemos nos preocupar com os que nos olham com desdém, deixando a Deus o encargo de fazer toda a justiça.

O mentor conclui que o egoísmo é a negação da caridade e que sem ela não haverá segurança para a sociedade humana. Com o egoísmo e o orgulho de mãos dadas, a vida será sempre uma carreira, uma luta de interesses, em que vencerá o mais esperto (7).

"No passado, Luiz Gasparetto emprestou as cordas vocais ao francês Toulouse-Lautrec para que desse uma entrevista na TV Cultura. Mas hoje ele dá pouca atenção a espíritos de mestres como Leonardo da Vinci, porque está dividido entre atividades mais rentáveis. Se eu tenho o dom, por que não vou ganhar dinheiro com isso? Hoje não tenho religião" (1)

O comentário pode gerar outra interpretação: quem dá pouca atenção a quem?

Emprestei a revista e depois ouvi o desabafo: "ainda bem que ele não se diz espírita!"

"Pop Star Mediúnico (1), Luiz faz programas no rádio, shows na TV, escreve livros de auto-ajuda e pinta quadros. Pode ganhar R$ 40 mil em um único dia de curso. Com 53 anos, fez carreira internacional. Possui um índice de produtividade de fazer inveja a qualquer artista vivo ou morto, já pintou mais de 30 mil telas. Chegou ao recorde pessoal de concluir seis obras em apenas 15 minutos".

Diz o ditado: "melhor é ter pouco numa das mãos, com paz de espírito, do que estar sempre com as duas mãos cheias de trabalho, tentando pegar o vento".

Observando determinados comportamentos no movimento espírita ficamos com uma dúvida: será que pessoas que se dizem espíritas, de forma "velada", estão fazendo algo semelhante aos Gasparetto?

E Jesus nem tinha onde reclinar a cabeça!

Espíritas não podem ser profissionais da religião ou da mediunidade, mas não é só isso.

Referências.

  1. Revista Época, 261: 68-73, 2003.
  2. http://www.espirito.org.br/portal/artigos/neurj/sequestro-e-idolartria.html
  3. http://www.espirito.org.br/portal/artigos/neurj/talento-extraordinario.html
  4. http://www.espirito.org.br/portal/artigos/neurj/por-que-considero-inteligente.html
  5. http://www.espirito.org.br/portal/artigos/diversos/assistencia/vacinacao.html
  6. Kardec, A. 1857. O livro dos espíritos. Introdução. FEB.
  7. Kardec, A. 1866. O Evangelho Segundo o Espiritismo. Cap XI, item 12. FEB.
  8. Médium: “Cuidado Perigo!” Revista Internacional de Espiritismo, número 3, Matão, Abril, 1999.
    (http://www.espirito.org.br/portal/artigos/neurj/mediuns-perigo.html)

Luiz Carlos D. Formiga (formigalcd@hotmail.com)

quinta-feira, 21 de abril de 2011

“SEXO PODRE E PEDOFILIA”




Luiz Carlos D. Formiga

Caminho longo o da razão à região dos lagos, do coração. Nos “feriados da vida”, o trânsito é sempre lento. Há retenção no vão central, na longa ponte razão-afetividade.

“Falando Sério”, o Rei cantou que não queria relacionamento por uma noite apenas. Deveria haver mais sentimento, a existência daquele caráter erótico em que se vivencia a cumplicidade, a troca, o envolvimento (1).

O sexo se define por atributo não apenas respeitável, mas profundamente santo da Natureza, exigindo educação e controle. Através dele dimanam forças criativas, às quais devemos, na Terra, o instituto da reencarnação, o templo do lar, as bênçãos da família, as alegrias do afeto e o tesouro inapreciável dos estímulos espirituais (2).

“Sexo Artigo de Compra e Venda” é artigo publicado na revista Fraternidade (Lisboa), 419 (maio): 149-154, 1998.(1) Nele encontramos referências relatando resultados de pesquisas. Prostituição. “O discurso de quem se vende e o silêncio do seu comprador” e A Afetividade (Editorial)”, ambos na Revista Brasileira de Doenças Sexualmente Transmissíveis.

Quando o espírito, mesmo em corpo velho, está num nível evolutivo baixo, sua consciência dorme e se torna difícil frear instintos. Nas "casas de compra e venda", pedagogos e psicólogos pesquisadores verificam que os homens casados se sentem pouco à vontade para oferecer resposta à questão: “O que busca ao relacionar-se?”

Li na WEB, abril 2011, que delegado de 48 anos (fisiologicamente adulto), com adolescente de 16 anos em motel foi preso (emocionalmente infantil). O casal ainda estava com uma viatura da corporação. Segundo informações da polícia, a denúncia foi anônima (3). Advogados de defesa dizem que foi armação. Alegam que o delegado foi vítima e que foi enganado pela jovem, que teria dito ter mais de 18 anos. O governador anunciou a exoneração e haverá processo interno (4).

Os homens demonstram sua posição na escala evolutiva pelas decisões que tomam diante da vida. Em muitos a consciência ainda não despertou para os verdadeiros valores. De posse de liberdade relativa demonstram pouca responsabilidade. Antes de governar, parecem governados pelos instintos.

“Aqueles que compram-vendem, vivenciando o êxtase do aqui e agora, vão se distanciando cada vez mais de si mesmos e a dicotomia existente entre corpo x mente se fortalece cada vez mais, de modo a não provocar inquietações. Tanto um como o outro perpetuam o monótono círculo vicioso que o mundo do faz-de-conta lhes possibilita, fingindo que esse é um dos modos de serem felizes."

Uma das vendedoras fez a síntese: "É um sexo podre". Não há encontro porque não há disponibilidade mútua, não há envolvimento mútuo possibilitando confirmação mútua.

Emmanuel (2) diz que não é adequado subtrair as manifestações do sexo aos seres humanos, a pretexto de elevação compulsória, de vez que as sugestões da erótica se entranham na estrutura da alma. No entanto, diz também que seria absurdo deslocá-lo de sua posição venerável, a fim de arremessá-lo ao campo da aventura menos digna, com a desculpa de se lhe garantir a libertação.

O benfeitor espiritual leciona que o sexo é espírito e vida, a serviço da felicidade e da harmonia do Universo. Reclama responsabilidade e discernimento, onde e quando se expresse. Deveremos saber o que fazer com as energias genésicas, observando como, com quem e para que. Afinal, todos os compromissos na vida sexual estão subordinados à Lei (de Causa e Efeito, também).

A Lei pode ser considerada cruel, desumana ou degradante, como alguns se referem a do projeto de lei em tramitação no Senado (552/2007). Nele se prevê acréscimo ao Código Penal, art. 216-B, redação: “Nas hipóteses em que o autor dos crimes tipificados nos arts. 213, 214, 218 e 224 for considerado pedófilo, conforme o Código Internacional de Doenças, fica cominada a pena de castração química.”

1. http://www.jornaldosespiritos.com/2007.3/col49.23.htm

http://www.geocities.com/neurj/artigos/Sexo-compraevenda.doc

http://www.espirito.org.br/portal/artigos/neurj/sexo--artigo-de-compra-e-venda.html.

2. Vida e Sexo. Emmanuel, psicografia de Francisco Cândido Xavier. Editora FEB.

3. Disque Denúncia. Nacional 100; RJ (21)2253-1177; SP 181; Brasília (61)3323-8855; Salvador (71)3235-0000.

4. http://noticias.terra.com.br/brasil/noticias/0,,OI5087329-EI5030,00-Delegado+e+preso+com+adolescente+de+anos+em+motel+no+AP.html

JOSÉ PASSINI APOIA NOSSOS ARGUMENTOS CONTRA CONGRESSOS ESPÍRITAS GRANDIOSOS



Caro Irmão,

Recebo, como você, grande quantidade de emails, e nem sempre há possibilidade de lê-los todos.
Hoje, repassando alguns, deparei-me com esse artigo seu, "INDUSTRIALIZAÇÃO DE EVENTOS ESPÍRITAS "GRANDIOSOS".
Deveria ser eternizado em placa de bronze e distribuído às instituições espíritas.
Você acertou em cheio no monstro que desgraçadamente cresce em nosso meio. Há pouco, escrevi a uma irmã nossa que fundou um curso de filosofia espírita, que me parece ter as piores perspectivas, pois aparecerão mestre e doutores, talvez até com distintivo na lapela...
Parabéns. Não desanimemos.
Grande abraço,
José Passini

NOSSO ARTIGO REFERIDO POR JOSE PASSINI SEGUE ABAIXO:

INDUSTRIALIZAÇÃO DE

EVENTOS ESPÍRITAS

"GRANDIOSOS”

Allan Kardec escreveu na RE de novembro de 1858, que "jamais devemos dar satisfação aos amantes de escândalos. Entretanto, há polêmica e polêmica. Há uma ante a qual jamais recuaremos — é a discussão séria dos princípios que professamos. " É isto o que chamamos polêmica útil, pois o será sempre que ocorrer entre gente séria, que se respeita bastante para não perder as conveniências. Podemos pensar de modo diverso sem diminuirmos a estima recíproca.

Que os dirigentes espíritas, sobretudo os comprometidos com órgãos “unificadores”, compreendam e sintam que o Espiritismo veio para o povo e com ele dialogar, conforme lembrava Chico Xavier. Devemos primar pela simplicidade doutrinária e evitar tudo aquilo que lembre castas, discriminações, evidências individuais, privilégios injustificáveis, imunidades, prioridades, industrialização dos eventos doutrinários.

Os eventos devem ser realizados, gratuitamente, para que todos, sem exceção, tenham acesso a eles. Os Congressos, Encontros, Simpósios, etc., precisam ser estruturados com vistas a uma programação aberta a todos e de interesse do Espiritismo, e não para servirem de ribalta aos intelectuais com titulação acadêmica, como um "passaporte" para traduzirem "melhor" os conceitos kardecianos. Não há como “compreender o Espiritismo sem Jesus e sem Kardec para todos, com todos e ao alcance de todos, a fim de que o projeto da Terceira Revelação alcance os fins a que se propõe.” (1)

"A presença do elitismo nas atividades doutrinárias (...) vai expondo-nos a dogmatização dos conceitos espíritas na forma do Espiritismo para pobres, para ricos, para intelectuais, para incultos.” (2) Infelizmente, alguns se perdem nos labirintos das promoções de shows de elitismo nos chamados “Congressos”. Patrocinam eventos para espíritas endinheirados, e, sem qualquer inquietação espiritual, sem quaisquer escrúpulos, cobram altas taxas dos interessados, momento em que a idéia tão almejada de “unificação” se perde no tempo. Conhecemos Federativa que chega a desembolsar R$. 90.000,00 (noventa mil reais); isso mesmo! 90 mil, para promover evento destinado a 3, 4, 5.000 (cinco mil) pessoas. A pergunta que não quer calar é: será que o Espiritismo necessita desses eventos "grandiosos"? Cobrar taxa em eventos espíritas é incorrer nos mesmíssimos e seculares erros da Igreja, que, ainda, hoje, cobra todo tipo de serviço que presta à sociedade. É a elitização da cultura doutrinária.

Sobre isso, Divaldo Franco elucida na Revista O Espírita, edição de 1992, o seguinte: “é lentamente que os vícios penetram nos organismos individuais e coletivos da sociedade. A cobrança desta e daquela natureza, repetindo velhos erros das religiões ortodoxas do passado, caracteriza-se ambição injustificável, induzindo-nos a erros que se podem agravar e de difícil erradicação futura. Temos responsabilidade com a Casa Espírita, deveres para com ela, para com o próximo e, entre esses deveres, o da divulgação ressalta como uma das mais belas expressões da caridade que podemos fazer ao Espiritismo, conforme conceitua Emmanuel, através da mediunidade abençoada de Chico Xavier. Nos eventos essencialmente espíritas, deveremos nós, os militantes na doutrina, assumir as responsabilidades, evitando criar constrangimentos naqueles que, de uma ou de outra maneira, necessitem de beneficiar-se para, em assimilando a doutrina, libertarem-se do jogo das paixões, encontrando a verdade. O dar de graça, conforme de graça nos chega, é determinação evangélica que não pode ser esquecida, e qualquer tentativa de elitização da cultura doutrinária, a detrimento da generalização do ensino a todas as criaturas, é um desvio intolerável em nosso comportamento espírita.” (3)

As Federativas Espíritas devem envidar todos os esforços para que não haja a necessidade de qualquer cobrança de taxa de inscrição dos participantes de Congressos, exceto em casos extremos (o que não é desejável obviamente), procurando fazer frente aos custos do evento. Para esse mister devem buscar viabilizar, previamente, os recursos financeiros através de cotização espontânea de confrades bem aquinhoados. Realizar promoções, doutrinariamente, recomendáveis para angariar fundos. Os dirigentes devem preservar o Espiritismo contra os programas marginais, atraentes e, aparentemente, fraternistas, que nos desviam da rota legítima para as falsas veredas em que fulguram nomes pomposos e siglas variadas.

A Doutrina Espírita é o convite à liberdade de pensamento, tem movimento próprio, por isso, urge deixar fluir naturalmente, seguindo-lhe a direção que repousa, invariavelmente, nas mãos do Cristo. Chico Xavier já advertia, em 1977, que "É preciso fugir da tendência à ‘elitização’ no seio do movimento espírita (...) o Espiritismo veio para o povo. É indispensável que o estudemos junto com as massas mais humildes, social e intelectualmente falando, e deles nos aproximarmos (...). Se não nos precavermos, daqui a pouco, estaremos em nossas Casas Espíritas, apenas, falando e explicando o Evangelho de Cristo às pessoas laureadas por títulos acadêmicos ou intelectuais (...).” (4)

Não reprovamos os Congressos, Simpósios, Seminários, encontros necessários à divulgação e à troca de experiências, mas, a Doutrina Espírita não pode se trancar nas salas de convenções luxuosas, não se enclausurar nos anfiteatros acadêmicos e nem se escravizar a grupos fechados. À semelhança do Cristianismo, dos tempos apostólicos, o Espiritismo é dos Centros Espíritas simples, localizados nos morros, nas favelas, nos subúrbios, nas periferias e cidades satélites de Brasília; e não nos venham com a retórica vazia de que estamos propondo, neste artigo, alguma coisa que lembre um tipo de “elitismo às avessas”. Graças a Deus (!), há muitos Centros Espíritas bem dirigidos em vários municípios do País. Por causa desses Núcleos Espíritas e médiuns humildes, o Espiritismo haverá de se manter simples e coerente, no Brasil e, quiçá, no Mundo, conforme os Benfeitores do Senhor o entregaram a Allan Kardec. Assim, esperamos!

Jorge Hessen
http://jorgehessen.net/
jorgehessen@gmail.com

Fontes:
(1) Cf. Entrevista concedida ao Dr. Jarbas Leone Varanda e publicada no jornal uberabense O Triângulo Espírita, de 20 de março de 1977, e publicada no Livro intitulado Encontro no Tempo, org. Hércio M.C. Arantes, Editora IDE/SP/1979
(2) Editorial da Revista O Espírita, ano 11 numero 57-jan/mar/90.
(3) Revista O Espírita/DF, ano 1992- Página “Tribuna Espírita” –Divaldo Responde- pag. 16
(4) Entrevista concedida ao Dr. Jarbas Leone Varanda e publicada no jornal uberabense O Triângulo Espírita, de 20 de março de 1977, e publicada no Livro intitulado Encontro no Tempo, org. Hércio M.C. Arantes, Editora IDE/SP/1979.

POLÍTICA - UM EXEMPLO DA HISTÓRIA

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Paulo Roberto dos Santos

Sociólogo, especialista em Política e Sociedade,
professor,
articulista e escritor, ex-presidente do Centro
Espírita Estudantes do Evangelho, em Divinópolis/MG.

O mês de Abril possui uma data importante para os brasileiros: no dia 21 comemora-se o dia do alferes Xavier - o Tiradentes (1). Um nome que se destaca dentre muitos outros na história nacional. É este o ponto que pretendemos analisar com o leitor.
Será que a história do Brasil é feita apenas de nomes, heróis e mártires, datas e mitos discutíveis? Será que a história brasileira é uma história sem povo? Certamente, não. As inúmeras rebeliões e movimentos populares ao longo do tempo o demonstram. O problema é que a versão oficial da História, é a versão dos vencedores, dos donos do poder. Alguma vez você já se perguntou sobre a Guerra do Paraguai, na visão dos paraguaios vencidos?

A "Inconfidência Mineira" (2) é apenas um desses episódios mitificados. Os "Autos da Devassa", - documento básico para a maioria dos estudiosos, foi escrito pelos representantes da Corte portuguesa, nos termos e interpretação dados pelas autoridades da época. Portanto, não se pode afirmar que é um documento indiscutível.
A conspiração ocorrida em Minas na década de 1780, com seu ponto máximo em Maio de 1789, foi um episódio de largo alcance. Muita gente de várias capitanias da Colônia se envolveu na trama. Havia a promessa de apoio político dos EUA, recém-libertados da Inglaterra, e militar da França. O número de envolvidos era enorme. Os Autos da Devassa registraram 84 pessoas tidas como principais responsáveis.
O governador da capitania mineira, naqueles tempos, recebia um sem-número de cartas anônimas falando da rebelião, preparada para o dia da "Derrama", - cobrança compulsória de impostos atrasados (3). Ele só deu crédito a algumas, especialmente à de Silvério dos Reis, datada e assinada em Março de 1789, dando nomes e detalhes da conspiração.
Com isso, suspendeu a Derrama e começou a desmontar a trama. Expediu ordens de prisão para toda a região e comunicou a outros governadores e à Corte portuguesa. Em Maio de 1789 efetivaram-se dezenas de prisões. Seguiram-se interrogatórios, depoimentos, torturas, defecções, mortes, assassinatos, exílios etc. Foram três anos de processo terríveis para os indiciados.
E o alferes (4) Xavier - o Tiradentes? Foi preso também, pois falava por toda parte sobre a rebelião. Na prisão, no início do processo, cumpriu o acordo de negar tudo. Afinal, percebendo que a ira da Corte só se aplacaria com sangue, atraiu para si toda a culpa e responsabilidade, passando-se por líder único da conspiração. Está aí o mérito do alferes: sua coragem e inteligência, em perceber que muitos mais morreriam se a Corte não tivesse seu bode expiatório. O resto da história o leitor já conhece.
Mas, é importante que os formadores de opinião, especialmente professores e meios de comunicação, procurem interpretar a realidade dos fatos históricos, que não são consumados exclusivamente por pessoas isoladamente, mesmo que excepcionalmente carismáticas, mas também pelo povo que - em última instância - é que dá seu sangue pelos grandes ideais.
Muitas das injustiças sociais e desarranjos políticos e econômicos dos tempos da Inconfidência perduram até hoje no Brasil. Os governantes se sucedem dentro do mesmo caldo de cultura estabelecido nos tempos da Colônia, e que excluía o povo das principais e mais importantes decisões nacionais. Acostumamo-nos a esperar que os que exercem o transitório poder terreno decidam sobre nosso futuro, de forma apática e conformada, como se nada se pudesse fazer para mudar o rumo das coisas. Ainda acreditamos que a história nacional se faz sem a presença popular; uma história sem povo, o que não é verdade.
Cidadania é a consciência dos direitos e deveres que temos perante a sociedade que nos recebe pelo período da reencarnação e mesmo quando desencarnados, já que formamos grandes grupos-nações, grandes famílias nacionais irmanadas por características que perduram por séculos.
A comunidade espírita, por exemplo, é uma comunidade menor inserida numa comunidade maior, com responsabilidades enquanto comunidade. E os espíritas, quem são? São Espíritos reencarnados, oriundos de várias partes e culturas e que, por agora e talvez por algum tempo, ligam-se aos ensinos espíritas com a finalidade de aperfeiçoamento pessoal e auxílio no desenvolvimento social. A terceira parte de O Livro dos Espíritos (Leis Morais) contém uma síntese do entendimento espírita acerca das questões sociais, econômicas e políticas do homem na Terra.
Uma leitura, mesmo ligeira dessa parte de O Livro dos Espíritos, demonstra que temos responsabilidades sociais e que o individualismo levado ao extremo dentro de uma interpretação equivocada da "reforma íntima" é um erro grave que nos isola do conjunto social. O movimento espírita padece desse isolamento que pode ser constatado pela escassa participação dos espíritas nas grandes questões nacionais. Votam por obrigação e esquecem o resto e as conseqüências.
O sacrifício dos "inconfidentes" e de tantos outros que ainda hoje como em outros tempos se sacrificaram pela criação de um país mais justo, permanecerá como esperança remota, até que todos - espíritas ou não - se envolvam mais com as questões de alcance geral, para impedir que leis que atendem a interesses particulares ou de grupos, que a vontade pessoal de um ou outro representante do povo prevaleça sobre as reais necessidades da nação.
A omissão equivale a conivência e em certas circunstâncias pode ganhar os contornos de cumplicidade. Uma cumplicidade que compromete a saúde social e de cada membro. O Brasil permanece rico e injusto como há séculos. Sobra fome e falta (?) terra num país de dimensões continentais. Até quando?

* * *

NOTAS DO A ERA DO ESPÍRITO

(1) O nome do líder da Inconfidência Mineira era Joaquim José da Silva Xavier. Nasceu na Vila de São Jose Del Rei (atual cidade mineira de Tiradentes) em 1746, porém foi criado na cidade de Vila Rica (atual Ouro Preto). (FONTE: SUAPESQUISA.COM)

(2) INCONFIDÊNCIA - Falta de fidelidade. Revelação de segredo confiado. (FONTE: Dicionário completo da Língua Portuguesa (Folha da Tarde) - Melhoramentos)

(3) No final do século XVIII, o Brasil ainda era colônia de Portugal e sofria com os abusos políticos e com a cobrança de altas taxas e impostos. Além disso, a metrópole havia decretado uma série de leis que prejudicavam o desenvolvimento industrial e comercial do Brasil. No ano de 1785, por exemplo, Portugal decretou uma lei que proibia o funcionamento de industrias fabris em território brasileiro.

Vale lembrar também que, neste período, era grande a extração de ouro, principalmente na região de Minas Gerais. Os brasileiros que encontravam ouro deviam pagar o quinto, ou seja, vinte por cento de todo ouro encontrado acabava nos cofres portugueses. Aqueles que eram pegos com ouro “ilegal” (sem ter pagado o imposto”) sofria duras penas, podendo até ser degredado (enviado a força para o território africano)


Com a grande exploração, o ouro começou a diminuir nas minas. Mesmo assim as autoridades portuguesas não diminuíam as cobranças. Nesta época, Portugal criou a Derrama. Esta funcionava da seguinte forma: cada região de exploração de ouro deveria pagar 100 arrobas de ouro (1500 quilos) por ano para a metrópole. Quando a região não conseguia cumprir estas exigências, soldados da coroa entravam nas casas das famílias para retirarem os pertences até completar o valor devido.


Todas estas atitudes foram provocando uma insatisfação muito grande no povo e, principalmente, nos fazendeiros rurais e donos de minas que queriam pagar menos impostos e ter mais participação na vida política do país. Alguns membros da elite brasileira (intelectuais, fazendeiros, militares e donos de minas), influenciados pela idéias de liberdade que vinham do iluminismo europeu, começaram a se reunir para buscar uma solução definitiva para o problema: a conquista da independência do Brasil. (FONTE: SUAPESQUISA.COM)

(4) Antigo posto militar. No Brasil, ao ser instinto em 1905, foi substituído pelo de aspirante oficial. (FONTE: Dicionário completo da Língua Portuguesa (Folha da Tarde) - Melhoramentos)

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terça-feira, 19 de abril de 2011

DEUS – A RAZÃO PERFEITA



A nossa compreensão de Deus muda na mesma proporção em que a nossa percepção sobre a vida se amplia. É uma tarefa espinhosa, quando o limitado intenta alcançar o Ilimitado, ou o finito entender o Infinito. Da megaestrutura dos astros à infra-estrutura subatômica, tudo está mergulhado na substância viva da mente do Criador da vida. O físico americano Paul Davies no seu livro intitulado Deus e a Nova Física afirma categoricamente que “o universo foi desenhado por uma consciência cósmica.”(1)

O cientista brasileiro Marcos N. Eberlin, professor doutor titular da Universidade Estadual de Campinas, membro da Academia Brasileira de Ciências e comendador da Ordem Nacional do Mérito Científico, ressalta que, na condição de químico, estuda a arquitetura da matéria, como foram formados os átomos, as moléculas, quais são as leis que regem o mundo atômico e molecular e suas transformações. Quando essa arquitetura é observada “mais de longe”, superficialmente, já se mostra extremamente bela, complexa, simétrica, sincronizada, uma obra de arte, um esplendor absoluto. Percebe-se uma riqueza extraordinária de detalhes, uma arquitetura constituída das mais diferentes formas geométricas, lindas, harmônicas, periódicas, perfeitas. “Como a água, com sua estrutura angular simples, mas única, que rege suas propriedades também únicas, impressionantes, e que forma lindos cristais de gelo, de um design sem igual; os átomos e o balé sincronizado de seus elétrons em orbitais; as proteínas, outro espetáculo, uma arquitetura química tridimensional e com pontos de encaixe engenhosamente posicionados que confere a essas moléculas propriedades diversas, uma eficiência extraordinária como aceleradores de reações jamais igualada por qualquer outra espécie química, explica Eberlin”(2)

Do micro para o macrocosmo, sabe-se que as últimas descobertas da cosmologia moderna mostram que o Universo tem lançado enigmas maiores e mais profundos sobre sua verdadeira essência, desconsertando a lógica da inteligência humana. Na obra “A Partícula de Deus”, o físico Leon Lederman, ganhador do Prêmio Nobel, em 1988, defende a tese de que Deus existe e está na origem de todas as coisas. O comportamento de pesquisa do físico holandês, Willem B. Drees, autor do livro “Além do Big Bang - Cosmologia Quântica e Deus”, demonstra claramente que há um interesse crescente pela investigação científica, baseado na certeza da existência de Deus.


O Espírito Emmanuel narra que “ante a estupenda obra do Criador o homem observa as dimensões diminutas do Lar Cósmico [Terra] em que se desenvolve. Descobre que o Sol tem um volume de 1.300.000 vezes maior; a Lua dista mais de 380.000 quilômetros; Marte, distante de nós cerca de 56.000.000 de quilômetros na época de sua maior aproximação, Capela é 5.800 vezes maior, Canópus tem um brilho oitenta vezes superior ao Sol".(3)

O Sistema Solar possui apenas 9 planetas, com 57 satélites, no total de 68 corpos celestes. E para que tenhamos noção de sua insignificância diante do restante do Universo, nosso Sistema Solar compõe um minúsculo espaço da pequena da Via Láctea"(4), ou seja, um aglomerado de cerca de 100 bilhões de estrelas, com pelo menos cem milhões de planetas e, segundo Carl Seagan, no mínimo cem mil deles com vida inteligente e mil com civilizações mais evoluídas que a nossa.(5)

Pesquisadores que se prenderam ao materialismo, herdeiros diretos do atomismo materialista de Demócrito, Leucipo e Lucrécio, têm zombado da fé ingênua e primitiva, escravizadas aos prosélitos dos religiosos, destarte, esforçam-se para aniquilar histórica e emocionalmente a entronização contumaz desse Deus criado pela teologia humana, por ser incompatível com a racionalidade acadêmica.

Voltaire, em êxtase, afirmou que não acreditava nos deuses criados pelos homens, mas sim no Deus criador do homem. Sócrates nomeava Deus como "A razão perfeita"; o seu discípulo, Platão, O designava por "Idéia do bem"."A dedução que se pode tirar da certeza inata que todos os homens trazem em si, da existência de Deus, é a de que Ele existe; pois, donde lhes viria esse sentimento, se não tivesse uma base?"(6) E podemos encontrar a prova da existência de Deus no axioma que aplicamos às nossas ciências terrenas, de que não há efeito sem causa, logo, “procuremos a causa de tudo o que não é obra do homem e a nossa razão nos responderá".(7)

Jorge Hessen

http://jorgehessen.net

Referências bibliográficas:

(1) Davies, Paul. Deus e a Nova Física, Lisboa: Edições 70, 1986, p. 157.

(2) Marcos N. Eberlin, professor doutor titular da Universidade Estadual de Campinas, membro da Academia Brasileira de Ciências, comendador da Ordem Nacional do Mérito Científico. Entre as pesquisas realizadas, destacam-se os estudos de reatividade de íons na fase gasosa, que levaram à descoberta de vários novos íons e novas reações com diferentes aplicações analíticas e sintéticas. Uma dessas reações hoje leva seu nome: Reação de Eberlin.

(3) XAVIER, Francisco Cândido. Roteiro. Ditada pelo Espírito Emmanuel. Rio [de Janeiro]: FEB, 1994, Cap. 1.

(4) As últimas observações do telescópio Hubble (em órbita), mostram o número de galáxias conhecidas de 50 milhões.

(5) Em 1991, em Greenwich, na Inglaterra, o observatório localizou um quasar (possível ninho de galáxias) com a luminosidade correspondente a um quatrilhão de sóis

(6) Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos, Rio de Janeiro: Ed. Feb, 2004, item 58

(7) idem, Questão 42

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Lírios de Esperança na visão de JOSÉ PASSINI




José Passini
passinijose@yahoo.com.br


Os livros psicografados por Wanderley Soares de Oliveira demonstram ter origem comum com os de Carlos Antônio Baccelli. Nas suas obras, o Espírito que se intitula Ermance Dufaux demonstra conviver com outros Espíritos que, como ele, procuram, por todos os meios, diminuir o valor do trabalhador espírita, do Movimento Espírita, notadamente a Unificação.
Nas páginas de suas obras, aparece o mesmo “Dr. Inácio” irreverente, debochado, rude nas suas expressões. Há um abuso do nome de Maria Modesto Cravo, tanto na nesta obra quanto naquela intitulada “Mereça ser Feliz”, cuja análise está, há tempos, à disposição de quem a queira ler. Nesta obra, é afirmado que o diretor do Hospital Esperança é Eurípedes Barsanulfo. Em suas obras, o “Dr. Inácio” diz que é ele próprio o diretor, e até se queixa da tarefa: “(...) grande hospital, cuja direção, no Mais Além, estava sob minha responsabilidade (eu não sei quando é que vou me livrar desse carma!)” “Na Próxima Dimensão”, pág. 12)
Os trechos citados foram copiados ipsis verbis, em negrito, inclusive com as muitas falhas gramaticais.
Dona Modesta, depois de sentida prece, notificou a todos, pela sua mediunidade, que a Equipe Verdade velava pelo nosso encontro. (32)
Que Equipe Verdade seria essa? Aquela que dialogou com Kardec na elaboração de “O Livro dos Espíritos”? Estariam esses Espíritos Superiores e Eurípedes atuando no mesmo círculo onde se processavam todos os descalabros verbalizados pelo “Dr. Inácio”? E essa “Dona Modesta” seria aquela que atacou rude e zombeteiramente os espíritas na parte final da obra “Mereça ser Feliz”? Além do mais, num ambiente onde trabalhasse um Espírito debochado, irreverente, agressivo fanfarrão, zombeteiro como esse que se apresenta como “Dr. Inácio Ferreira” seria esse ambiente digno de receber a visita de Maria, mãe de Jesus, conforme relatado às pags. 40/41?
– Modesta, você sabe há, quanto tempo, espero para levar ao plano físico um noticiário franco e destemido sobre a situação dos espíritas nesta casa. Adoraria assustar um bocado de gente... (43)
Uma afirmativa dessas seria compatível com a elevação e a seriedade dos Espíritos acima citados? É um esforço tremendo esse que as Trevas fazem, pela boca desse e de outros Espíritos, buscando desvalorizar o empenho dos espíritas no sentido de se melhorarem. Segundo ele, a maioria dos espíritas chega lá, sofrendo grande perturbação.
Tenho certeza, Inácio, de que sua ligação com o médium uberabense será o caminho certo para os recados mais “diretos” Essa será a vertente a seguir. (46)
Por aí se vê que “Ermance Dufaux”, “ Dr. Inácio Ferreira” e “Maria Modesto Cravo” são os nomes que esse ou esses Espíritos fascinadores usam, tanto através de Carlos Antônio Baccelli, quanto de Wanderley Soares de Oliveira.
No entanto, o meu amigo terá tempo bastante para descobrir que, o farto material
sobre a vida imortal destinado aos homens, por André Luiz, representa minúsculo grão de areia na praia infinita das verdades espirituais. (60)
Vê-se aí, numa fala atribuída a Cícero Pereira, uma tentativa de diminuir o valor da obra de André Luiz, insinuando que eles seriam os complementadores.
Eis a razão de se rasgar o véu e apresentar, aos nossos parceiros de causa, o mundo espiritual despido de inverdades alimentadas pela obsessão da ignorância e do preconceito que ainda carregam. Urge levar-lhes a mensagem de que as esferas da vida imediatas à morte não são tão diversas quanto se imagina, na qual os efeitos de nossas ações se prolongam natural e claramente em regime de continuidade. (62)
O dito acima foi dirigido a um dirigente espírita desencarnado, que dedicara mais de quarenta anos ao trabalho espírita na Terra, numa tentativa de mostrar-lhe que aquilo que aprendera até então sobre o mundo espiritual estava cheio de inverdades. Quem nos revelou o Mundo Espiritual com detalhes? Vê-se, de novo, uma tentativa de minimizar a obra de André Luiz.
Acreditei que a morte me livraria desse mau humor de alguns espíritas de topete. Chego a pensar se não foi uma grande ilusão ser espírita. (65)
Mais uma mensagem de descrédito ao Espiritismo.
Amigo, vou lhe dizer uma verdade sobre a Verdade: os espíritas estão doentes de soberba ao imaginarem que sabem tudo sobre vida espiritual. (85)
“Dr. Inácio” não disse de onde tirou essa “verdade”, mas fica a mensagem desmerecedora...
Infelizmente, o movimento espírita está tomado por uma crise epidêmica. (108)
Mais uma frase de desapreço ao Movimento Espírita.
Só hoje visitei, por três vezes, a Terra. Não reclamo de nada, mas se tivesse meu cigarrinho de volta, acho que trabalharia mais quinze horas sem mau humor... (128)
Será que essa é a postura de um Espírito que diz trabalhar com Eurípedes Barsanulfo? Em que círculo espiritual trabalha um Espírito que fala, sem nenhuma ressalva do seu antigo hábito de fumar? Do seu mau humor? Será que tudo isso é compatível com a postura que deve ter um diretor de clínica espiritual?
– Houve um outro, um desses “enciclopedistas espíritas” que leram tudo sobre a doutrina, que ainda zombou de mim um dia desses. Passava por um corredor já cansado, com mau humor pior que o habitual, depois de quase vinte horas de trabalho, e sabe o que ele me disse?
– O quê?
– Doutor Inácio, que cara é esta? Até parece que o senhor está cansado?! Espírito superior não cansa, ouviu?! Aprenda a usar sua mente!
– E você...
– Eu lhe dei o troco merecido. Disse a ele que não estava cansado, estava arrependido de ter morrido. Devia ter ficado na Terra uns mil anos para não encontrar mais com religiosos. No sanatório espírita de Uberaba, pelo menos, essa segurança eu tinha. Não era obrigado a lidar com as tricas e futricas do movimento doutrinário!
– E ele?...
– Ele ainda me perguntou se tinha algo me incomodando.
– E você, naturalmente... – debochou Dona Modesta.
– Naturalmente, eu me calei, porque, se falasse naquela hora, seria um desastre! (128/129)
À medida que se vai lendo o livro, vai-se constatando que esse é o mesmo “Dr. Inácio” quem se apresenta pelo médium Baccelli. Os destemperos, os desacertos e as grosserias são iguais. É só comparar. Até “Dona Modesta” comparece com seu deboche...
O exercício mediúnico atravessa um grave processo deflagrado há algumas décadas, que conduziu ao rompimento com a espontaneidade. A título de se incluir cuidados que se fizeram necessários – fato que ninguém pode contestar – criaram-se normas e padrões muito rígidos. O exercício mediúnico precisa ser ressignificado. (149)
O que significa esse processo deflagrado há algumas décadas? Por quem? Será que ele critica os padrões rígidos fundamentados em “O Livro dos Médiuns”, em André Luiz e em outros autores sérios? Seria agora ressignificado (sic) pelo “Dr. Inácio” e “Dona Modesta”, através desse discurso que pretende ser humorístico?
– Os pacientes aqui alojados neste setor...
– São líderes da unificação. Com raras exceções, os amigos da unificação que aqui
aportam chegam cansados pelo peso das mágoas. Suas histórias, a exemplo da minha própria, quase sempre, são agravadas pela angústia, quando descobrem não serem tão essenciais o quanto imaginavam aos ofícios de Jesus. (228)
Agora ataca, não só os espíritas em geral, mas particularmente aqueles que trabalham pela unificação do Espiritismo.
– De onde viemos, Para onde vamos? O que fazemos na Terra? Célebres perguntas que necessitam ser reconsideradas em suas nuances. Que sabem os próprios espíritas reencarnados sobre elas, senão algumas informações periféricas?! Qual companheiro delides estará suficientemente instruído sobre as raízes espirituais de seu retorno à carne?De onde partiram? Com que programa? Qual era sua real condição moral e mental antes do retorno? Que causas anteriores os levaram a passar por esse ou aquele estado na erraticidade? (170)
Essas palavras, atribuídas a Cícero Pereira, induzem claramente o leitor a pesquisar o seu passado,o que se contrapõe frontalmente ao que Kardec ensina em “O Evangelho segundo o Espiritismo”,cap. V, item 11: “Havendo Deus entendido de lançar um véu sobre o passado, é que nisso hávantagem.”
Que informes possuem os amigos matriculados nas fileiras doutrinárias sobre o futuro que os aguarda na imortalidade Que cogitações ou probabilidades podem levantar sobre a sua chegada na vida imortal? Que vínculos guardam com o mundo dos espíritos? Quem são seus guias, seus espíritos familiares, suas afinidades e seus adversários? (170)
Perguntas capciosas, tendentes a confundir o leitor, pois quem estuda e segue os ensinamentos espíritas sabe perfeitamente o que o aguarda na imortalidade. Sabe os vínculos que mantém com o mundo dos espíritos. Não necessita saber a identidade de Espíritos protetores. Tem certeza de que, se estiver no caminho do Bem, nada deve temer, pois a Espiritualidade o protegerá.
Nota-se aí, claramente, o direcionamento para o desvio das atividades mediúnicas – que é principalmente o de evangelização de desencarnados – para um programa de consultas ao passado e previsões do futuro, tão a gosto de Espíritos levianos e palpiteiros, através de médiuns descompromissadoscom a Verdade. O restante do capítulo é a mesma cantilena de combate aos dirigentes e aos médiuns sérios.
– Eu mesmo, quando desencarnei fiz parte de grupo similar na erraticidade. Saudade do ambiente de unificação! Do movimento espírita com todas as sua querelas! (229)
– Parece que temos uma ilusão coletiva na seara em relação aos vultos do Espiritismo!
Não lhe (sic) supunha nessa condição.
– Não tenha dúvidas disso, Marcondes. Para sua reflexão vou lhe passar o que aprendi a esse respeito. Os vultos do Espiritismo cujos serviços mereceram biografias honrosas nem sempre estavam a serviço do Cristo. (...) Você constatará, inclusive, que por aqui alguns baluartes inesquecíveis da seara, credores das homenagens e biografias lavradas pelo movimento doutrinário na Terra, encontram-se em padecimentos atrozes nas mais conturbadas furnas de dor... (230/231)
Ao longo da obra, sempre o discurso repetitivo, atacando o Movimento Espírita, a Unificação e os próprios espíritas. Nenhuma palavra de apreço, de incentivo...
– Kardec fez o Espiritismo possível em seu tempo. Sem retirar-lhe a condição de missionário da Nova Era, o codificador foi um homem de seu tempo, sujeito à cultura de sua nação. Veja que os próprios livros da codificação contêm larga influência da corrente positivista e mesmo da igreja. Conquanto tenha sido um investigador incomparável, esteve submisso, como não poderia ser diferente, ao “caldo cultural” de sua época. Vindo para o Brasil, a doutrina assimilou, por sua vez, os traços religiosos e sociais do nosso país.
– O que a senhora quer dizer com isso?
– Que o Espiritismo chamado de puro é uma criação da cabeça humana, tomada pelo preconceito, e que os espíritas de hoje são um “novelo cultural católico”, um fenômenosocial e histórico. As práticas e conceitos doutrinários foram talhados pelo arcabouço milenar do homem religioso. (262)
Essa tentativa de minimizar a figura do Codificador não é exclusiva de “Dona Modesta”, pois encontra-se também na obra “Chico Xavier Responde”, psicografada por Carlos Antônio Baccelli. Fica patente, para quem analisa as duas obras, que a fonte da fascinação é a mesma.
É tamanha a leviandade com que esse ou esses Espíritos se referem ao Codificador e à Doutrina, que seriam necessárias muitas páginas para analisar suas afirmações. Preferimos deixar ao leitor a tarefa de tirar suas próprias conclusões.
O núcleo espiritista deve sair do patamar de templo de crenças e assumir sua feição de escola capacitadora de virtudes e formação do homem de bem, independentemente de fazer ou não com que seus transeuntes se tornem espíritas e assumam designação religiosa formal. (299)
Na conclusão do livro, há uma repetição, pela terceira vez, do trecho acima, que consta de um
pretenso Programa de Bezerra de Menezes, agora ampliado e colocado na boca de Cícero Pereira, que merece ser observado, por constituir-se em mais um ataque aos centros espíritas, pois não é verdade que as casas espíritas sejam consideradas templos de crenças e, muito menos, que nelas se procure fazer prosélitos.
Há, no momento, um justo desejo de homenagear Chico Xavier. Mas, qual será a melhor forma de demonstrar-lhe nosso apreço pelo seu trabalho, se não pelo estudo de suas obras? Lê-las, estudá-las será a melhor forma de homenageá-lo, ao tempo em que adquirimos conhecimentos capazes também de nos permitir análise justa e lúcida do que se produz no campo mediúnico da atualidade, a fim de que estejamos capacitados a rejeitar essas agressões ao bom senso do leitor e à dignidade da Doutrina Espírita, presentes nesta obra.