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quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

A Manifestação da vida


José Sola
São Paulo


José Sola
O Universo manifesta-se dentro de um princípio de unicidade no absoluto, não se divide. Embora se apresente no relativo, nas infinitas modalidades de ser, encontra-se sempre a si mesmo, num todo completo.


O Universo é um eterno vir a ser, onde os fenômenos da natureza, nas suas multiformes manifestações no relativo, acontecem-nos mais variados pontos do mesmo, permitindo-nos, ser possível observar, os fenômenos que nos deram origem. Se os mesmos não se repetissem, no infinito da eternidade, em toda a parte, não teríamos como conceber o princípio da vida, a razão de ser, pois os fenômenos que nos deram origem ter-se-iam modificado, eliminando desta forma nossa possibilidade de observação.

A unidade de princípio do Universo está na razão, de ser Deus, a fonte única originária da vida, o Eu diretor que se manifesta em inteligência e amor, nos infinitos fenômenos que o mesmo encerra.·

Esta inteligência suprema causa primária de todas as coisas; esta fonte inesgotável de amor e vida se manifesta no Universo, insuflando a substância, plasma divino do mesmo, com seus atributos.

A substância é a essência constitutiva de matéria e energia; matéria é energia em movimento, em aceleração, energia é matéria degradada, decomposta. As partículas que constituem a substância são os átomos, nas suas infinitas modalidades de ser.

O átomo é um micro universo, que encerra em si potencialidades infinitas, potencialidades estas que encerram o eterno vir a ser do Universo. "Os extremos se tocam; a grande respiração do Universo é dada pela respiração do átomo".(1)

Sendo o átomo, a partícula elementar da substância, em sua modalidade matéria, tanto quanto, energia; o vamos encontrar na condensação da nebulosa, quando esta se solidifica, a partir do hidrogênio, primeiro elemento na escala de peso atômico, denominado pai da matéria.

Outros elementos de maior peso atômico compõem a matéria, hélio, lítio, berílio, etc., até o urânio, que é o último elemento de peso atômico, onde a partir de então a matéria passa a viver os processos da radioatividade e se desintegra(2)

O encontramos na energia, pois o Universo espaço-tempo, que se supunha, fosse uma abstração, sabe se hoje que este espaço é constituido de prótons, neutrons, elétrons, neutrinos, mésons e outras partículas que ainda não pudemos descobrir; tanto quanto, de anti-partículas tais como; positron ou anti-elétron, anti-próton, anti-neutron, anti-neutrinos, anti-méson e evidentemente outras que nos escapam a concepção.

Sabemos que o átomo, abastecido de energia, é a fonte principal da irradiação, é a agitação causada no espaço pelos mesmos. A esta agitação que se propaga em forma de movimento, para todos os lados, chamamos de ondas.

Jogamos uma pedra dentro d'água, e esta provoca uma agitação, que se propaga em forma de movimento, que chamamos ondas; quando batemos palmas, causamos inquietação no ar, esta se propaga em forma de ondas sonoras.

Corpos sólidos agitam-se em ondulações, pontes oscilam, copos vibram, terremotos propagam-se do centro de suas origens em ondas. Temos ondas curtas, médias e longas, no entanto, todas elas se propagam com a mesma velocidade, que é a da luz.

A quantidade de ondas que saem por segundo da estação emissora, chama-se a freqüência ou número de oscilações, o cumprimento da onda e a freqüência, são inversamente proporcionais, pois quanto mais curtas forem as ondas, maior será o número de ondas para atravessar determinada unidade do trajeto, enquanto que, as ondas longas carecem de um menor número.

As mais compridas ondas que os átomos podem produzir, são aquelas que movimentam átomos inteiros ou moléculas. As ondas atômicas longas, causadas pela excitação dos átomos e moléculas, geram calor.

Existem substâncias combustíveis, em que automaticamente se propaga uma oscilação de átomos e moléculas, uma vez nelas iniciada; este acompanhamento oscilatório chama-se ressônância. Transmitindo-se ondas atômicas ao átomo, os elétrons do átomo, começam a oscilar no ritmo dessas ondas, tornando-se excitados, uma vez excitados emitem os mesmos comprimentos de ondas, excitando os átomos vizinhos, propagando desta forma a oscilação.

A luz que nos vem do Sol, devemo-la ao fato, que os átomos de gás na sua superfície, oscilam excitados por oscilações que o atingem, provenientes do interior do Sol. Reações que se propagam automaticamente são chamadas de reações em cadeia; o fogo é uma reação em cadeia.(3)

Depois de havermos visto, o átomo e as moléculas se movimentarem, gerando as ondas longas, o calor, vamos agora ver a luz, as ondas atômicas de comprimento médio causadas pelos saltos dos elétrons dentro dos átomos.

O impulso inicial da luz é denominado de salto quântico, onde no átomo "excitado" por suprimento de energia., o elétron, amplia sua trajetória e sobe a degraus de energias mais elevados, voltando a sua primitiva posição de determinado comprimento. Os saltos quânticos afastam o elétron do núcleo atômico, segundo o quadrado dos números cardinais.

Quanto mais distante de seu núcleo, mais longo será o salto, mais comprida será também a onda produzida, portanto de pouca energia. Quanto mais próximo do núcleo estiver os elétrons, ao saltarem de suas órbitas, irradiarão ondas mais curtas e de maior energia.

A luz é, portanto, uma oscilação eletromagnética de comprimento de onda médio, que se irradia dos átomos, quando os elétrons, elevados a órbitas mais altas pelo suprimento de energia, recaem sobre suas órbitas primitivas, transmitindo sua energia de queda.

Mas para conseguir raios de energia, de comprimento de onda muito curto, as chamadas ondas curtas, é preciso suspender de suas órbitas os életrons das órbitas interiores dos grandes átomos. Para que os elétrons saltem das órbitas interiores dos grandes átomos, estes são levados a temperaturas muito altas, onde se obtêm oscilações curtas de alta frenqüência e de energia correspondentemente elevada.

A válvula de Roentengen é o aparelho clássico para a excitação de oscilações curtas, em que um forte feixe de elétrons é lançado sobre uma chapa de platina (78) ou tungstênio(74); em conseqüência, os elétrons desses grandes átomos, são fortemente excitados, até que saltam das órbitas internas, fornecendo assim oscilações muito mais curtas que as da luz, ondas estas, chamadas de raio x por seu descobridor, o físico alemão Roentengen.

As ondas atômicas curtas, causadas pelos saltos dos elementos internos dos grandes átomos, os chamados raios x, ou Roentengen, penetram matérias leves, madeira, couro, vestimentas e também o corpo humano.

Os raios-X, tem sido de grande utilidade para a medicina, pois, com as chapas radiográficas, tem se diagnosticado úlceras, cálculos renais, tumores internos ao organismo, etc.,tem sido aplicado também na tecnologia com o nome de roentgenografia, como um valioso meio auxiliar no ensaio de materiais.

Os raios Roentengen, não permitiram somente a radioscopia dos materiais contra os quais eram dirigidos, mas algo de importância maior, a da própria matéria da qual provem, pois foi nos raios Roentengen, que se conseguiu reconhecer as leis dos saltos quânticos e a mudança dos degraus da energia.

No entanto, temos ondas atômicas mais curtas, causadas pela agitação dos núcleos atômicos; ao fazer-se oscilar o núcleo do átomo, provoca-se as oscilações muito mais curtas do que aquelas que se manifestam nos raios de Roentengen e portanto, mais rica de energia, os raios gama.

Os raios gama, por aumentarem a energia na proporção do número de oscilações, possuem energia elevada e, são capazes de fazer oscilar não somente átomos leves, mas também átomos pesados. Estes raios penetram e atravessam muros de pedra, tanto quanto a parede da câmara de aço, que encerra um preparado de rádio.

Apenas o átomo de chumbo (82), o de número mais elevado e o mais pesado dos átomos inertes, não lhe sofre as oscilações, por isso que se encerram e transportam os preparados que fornecem raios gama, em cartuchos ou invólucros de chumbo.

Os raios gama são fatais aos seres vivos; por serem ondas muito curtas, provocam oscilações fortes dos átomos nos tecidos vivos, estes por sua vez, emitem como irradiação secundária, ondas térmicas de efeito escaldante, provocando uma espécie de calor frenação, que faz com que os tecidos do sangue, fervam e coagulem.

Mas temos ainda a irradiação cósmica, originada por partículas atômicas vindas do Universo. Einsten, com sua célebre equação da teoria da relatividade, afirmava que matéria era energia e que energia era matéria, em outras palavras, que a substância que origina matéria e energia é única. No entanto, os cientistas da época, por não poderem comprovar a priori, de forma matemática a tão questionada fórmula, onde (E=)energia é igual (M) massa vezes (C2) a velocidade da luz ao quadrado, refutavam esta hipótese. Porém vinte e cinco anos depois, quando os físicos se aperceberam que a pedra de rádio exteriorizava energia é que a teoria de Einsten foi aceita.

No entanto, o Universo, pretendia colaborar também com Einsten e sua relatividade, pois a partir dos estudos realizados pelo físico alemão Gockel a radiação cósmica foi descoberta.

A radiação cósmica é a energia resultante, de partículas de núcleos atômicos, prótons, que vindo do Universo, penetram a atmosfera, induzindo nos átomos do ar, fortíssimas oscilações de comprimento de onda muito curto. Os feixes de energia dessas oscilações, são chamadas de fótons, são frenados pelos átomos do ar e transformam-se em pares gêmeos de elétrons, positivos e negativos, bem como num feixe de mésons.

Esses mésons ao serem frenados, transformam-se novamente em irradiação aparecendo um fóton, que por sua vez se dissolve em elétrons e mésons. Esse processo de transformação de matéria em radiação e de radiação em matéria se repete por muitas vezes até que seja atingindo o solo, ai, os mésons e os elétrons, perfuram tudo o que se lhes opõe e a sua presença, ainda pode ser comprovada a grande profundidade da terra; portanto a radiação cósmica é a onda mais curta que conhecemos.(4)

Já vimos que o átomo, abastecido de energia, é a fonte principal da irradiação, esta irradiação é causada no espaço pelos mesmos. É o átomo ao mesmo tempo, o elemento constitutivo da energia com que se abastece, tanto quanto, ao sofrer a agitação que é causada no espaço por si mesmo, vive uma mutação, passando a ser fonte principal da irradiação. No entanto, não existem oscilações de átomos, ou ondas, sem que haja uma fonte que provoque uma agitação.

Deus é o centro da irradiação de todas as manifestações que a vida apresenta, nas suas infinitas modalidades de ser.

Deus é a fonte geratriz da energia, que se manifesta em forma de ondas, a partir da maturação da substância, na exteriorização do psiquismo, que é a individualização desta energia.

Sendo a substância, plasma divino do Criador, está a mesma, impregnada de vida imanente, que Dele se manifesta, como inteligência, amor e sexo, sendo desta forma fonte de abastecimento de energia, tanto quanto, fonte de irradiação da vida, a exteriorizar-se na maturação desta mesma substância, no despontar do psiquismo.

Sendo eterna a fonte geratriz da vida, pois em o tema "Concepção de Deus", falamos com clareza, da eternidade de Deus(5); não há como haver interrupção, na exteriorização da irradiação psíquica, ou da manifestação da centelha divina do Criador, que acontece a partir da maturação da substância.

O Universo é eterno, tanto quanto Deus, pois para que o Universo houvesse sido criado em um determinado momento na eternidade, Deus teria que haver-se demorado encrustado em si mesmo, sem manifestar seus atributos divinos de inteligência e de amor(6).

No entanto, a própria razão nega-se a conceber Deus sem Universo, tanto quanto, Universo sem Deus, pois o infinito. "espaço-tempo", sabemos hoje ser energia, constituida de partículas atômicas, algumas já conhecidas pela ciência, outras que ainda não podemos conceber.

Mesmo no que diz respeito ao Universo matéria, na constituição de planetas e sóis, não há como imaginar-se o Universo "espaço-tempo", existindo sem que estes existissem, hoje sabe-se com Einsten que a matéria é a energia em movimento, em aceleração, em outras palavras, a matéria é a condensação da energia.

Aceitando a hipótese, de que por um período da eternidade, os mundos e sóis, não existiram, temos que adotar como premissa, que as leis que regem os destinos da vida no Universo, hajam deixado de se manifestar, onde o processo de evolução que se faz apresentar na condensação da energia, tanto quanto, na decomposição da matéria, que tem como resultante a maturação da substância e o despontar do psiquismo, neste período da eternidade não haja acontecido.

Mas, mesmo que o Universo matéria, não existisse desde a eternidade, como entender Deus, ausente ao Universo infinito, ou seja, "espaço-tempo"?

Se o Universo infinito é constituido de átomos e estes átomos são as partículas que formam a substância, plasma divino do Criador, não seria este, o "corpo" energético em que o mesmo atua?

Pelo que podemos ver, para que aceitemos a hipótese de que Deus criou o Universo em um determinado momento na eternidade, temos que aceitar a teoria do nilismo, onde nada existia e a partir deste nada, Deus criou o Universo e a vida, no entanto, o nada é inconcebível.

O psiquismo, ou centelha divina, se demora latente nas mais variadas modalidades de ser da matéria, pois é ele a gênese do espírito, o eu diretor da mesma, animando-a numa simbíose fecunda; a matéria freme insuflada de vida pelo impulso psíquico.

A partir do reino mineral, o psiquismo, resultante de um processo de maturação da substância, depois de haver se demorado por bilênios muitos, ora como matéria, ora como energia, caminha de encontro a individualização, mas é equivoco afirmar que nossa vida tenha inicio no reino do minério, pois a mesma já estava contida em Deus, e embora vivamos a nossa individualidade, infinita e eternamente, nos mantemos, contidos em Deus, pois Ele é a vida do universo.

O psiquismo que tem como fonte de irradiação a energia, não conhece limites de espaço ou de tempo, é a resultante das mutações infinitas que se fazem na substância, no eterno vir a ser que esta encerra acontencendo a todos os momentos, nos variados pontos do mesmo, é a manifestação da centelha divina, ou eu diretor, que assimila as vivencições da substância, ora como matéria ora como energia, pois não houvesse esse eu inteligente, não aconterceria mutação alguma na substancia, em suas infinitas mutações de matéria para energia e vice versa.

No reino minério o psiquismo se demora em estado latente, manifestando as forças de atração e coesão com que as moléculas se ajuntam em sistemas cristalográficos característicos.

No reino vegetal, o psiquismo mostra maiores aquisições, onde a sensibilidade neste reino desperta, pois as plantas memorizam, sentem a sensação da dor, manifestam o amor, tanto quanto, a inteligência No reino animal, o psiquismo amplia suas potencialidades, somando a sensibilidade, a inteligência e ao amor, o instinto. Os animais sentem a dor, manifestam a inteligência, vivem o amor e atuam em grande parte de suas experiências, guiados pelo instinto.

No reino hominal, esta irradiação psíquica, depois de haver se manifestado por bilênios e bilênios, arquivando experiências, apresenta ao Universo a obra prima do Criador, "o espírito", fruto da elaboração da vida no seio da natureza. No entanto esta onda (espírito) que tem como fonte de irradiação "Deus" é eterna.

O espírito, resultante da maturação da irradiação psíquica, é eterno, tanto quanto infinito em suas potencialidades, encerra em si um eterno vir a ser, nos atributos divinos, herdados do Criador.

Tendo o psiquismo como fonte de irradiação "Deus", percorre pelos reinos inferiores da natureza, a partir da maturação da substância, um caminho que o leva a individualização.

No entanto, esta individualização, não ímplica em dissociação ou rompimento com a fonte originária; houvesse esta dissociação e dar-se-ia a morte do mesmo.

O espírito é eterno, porque tem em Deus, a fonte infinita de irradiação, e sustentação da vida, somos vidas irradiadas da suprema vida, fossemos uma criação como acreditam os monoteístas, a partir do reino do minério e não seriamos eternos, mas toda manifesatação da vida é eterna, pois mesmo a matéria é eterna em sua essencia, quando do momento denominado morte de um corpo, seja ele um sol, um planeta, outro corpo qualquer de matéria, inclusive o corpo humano, não acontece a morte, conforme as informações da física, a matéria se desentegra, e os elementos físicos e químicos que compunham esses corpos, vão formar outros corpos, nada morre, tudo se modifica e se transforma. Mesmo as formas, as configurações de que o psiquismo ou espirito se reveste não morrem, pois estas configurações ficam arquivadas no inconsciente passado, tanto é assim que no momento da reencarnação, vivemos uma auto regressão de memória, e o embrião, rememora as fases em que o eu inteligente, ou espírito, viveu nos reinos inferiores da natureza, não vou me aprofundar em detalhes, pois detalhei esta questão em o tema manifestação da consciência. Analisando a manifestação do psiquismo, no fenômeno da vida, em que ele insufla a matéria na formação dos mais variados seres, no caminho que percorre rumo a individualização, que principia no animal para completar-se no homem, nos apercebemos que esta irradiação é única.Qualquer livre pensador, que se proponha auscultar, os fenônemos que a natureza nos apresenta, sem pensamentos pré-concebidos, se aperceberá do seqüencial evolutivo no campo da inteligência, do amor, da sensibilidade e do sexo, onde a irradiação psíquica amplia suas potencialidades, numa linha diretiva única. Sem que nos apercebamos, ao defendermos a tese de iniciação da vida humanóide, isto é, do espírito no seu despertar para a razão, na condição de uma monada, ou energética sublimada, estamos criando duas linhas paralelas na evolução.

Ambas têm como fonte de irradiação Deus, que como visto é eterno, no entanto, uma chega a um patamar evolutivo e estaciona, esta irradiação psíquica é o animal; a outra, parte da mesma fonte, no entanto, num patamar evolutivo superior ao do animal, esta vai ao infinito em evolução, é o homem.

Suster essa irradiação imanente de Deus que é a fonte originária da vida, onde o princípio evolução fosse cerceado na condição animal, seria matar o psiquismo. A evolução, mecanismo que determina a Lei Divina, pelos princípios da paligênesia ou reencarnação, não se firmaria, pois se demoraria comprometida por uma dissociação caprichosa e parcial, onde o animal, dotado dos atributos, da sensibilidade que lhe propicia a dor, da inteligência, do amor e do sexo, tanto quanto, o homem, somente que em menor potencial, estaria fatalizado a ser sempre, um ser irracional; enquanto que, ao homem, seria concedido o favoritismo de iniciar a vida, com a vantagem da inteligência desenvolta, agraciado ainda da benção de evoluir ao infinito.

A Lei Divina, para ser sábia, amorosa e eqüitativa, não pode manifestar-se com parcialidade, sustentando duas linhas paralelas de evolução, no entanto, tão diferentes de ser uma da outra.

A manifestação da vida se faz a partir da irradiação psíquica na maturação da substância, onde o átomo é ao mesmo tempo energia e irradiação; quando em forma energia é a fonte de alimentação, no entanto, ao sofrer a agitação que é causada no espaço por si mesmo, passa a ser a fonte principal da irradiação.

No entanto, estes átomos que compõem a substância, não atuam no Universo, impulsionados por uma força cega, casual, estão eles submetidos a um princípio inteligente, princípio este que absorve todos os elementos que constituem a vida, sendo que o átomo, nas suas infinitas modalidades de ser, compõe estes elementos.

Relembramos a analogia apresentada por Kardec em "Ä Genese", quando diz que o Universo está para Deus, tanto quanto nosso corpo está para nosso espírito, destacando, no entanto, a analogia entre a substância e o plasma sangüineo.

A substância está para Deus, tanto quanto, o plasma sangüineo está para o homem; os elementos que formam nosso plasma sangüineo são os glóbulos vermelhos (hemáceas), os glóbulos brancos (leucócitos), e plaquetas; os elementos que constituem a substância, emanação de Deus na vida, são os átomos.

Vós sois deuses, disse nos Jesus; sim nós somos deuses atuando no micro universo que é o ser, constituido de espírito, corpo energético e matéria. O espírito (deus) é a fonte geratriz das manifestações inteligentes, amorosas, sensuais, sensitivas, etc...; que no homem se manifesta.

Não existem dois espíritos, (7) alimentando, dando vida e inteligência a matéira, tampouco existem dois "Deuses" a insuflar o Universo de vida. Assim sendo, só existe uma inteligência a fazer se aplicável nos designios do Universo e da vida, determinando desta forma um princípio de unidade em que o pensamento de Deus se manifesta em princípio de lei.

Somos vidas, irradiadas da suprema vida, onde na maturação da substância, a irradiação psíquica, a partir da manifestação da vontade do criador, inicia seu ciclo de evolução, na estrada eterna da vida, que nos conduz a perfectibilidade infinita.

Não existem duas linhas paralelas de evolução, a evolução se faz nas experiências por que passa o psiquismo, ou centelha divina, nos ensaios diversos em que este se demora, no reino mineral, no reino vegetal, no reino animal, no reino humanóide, indo, porém ao infinito evolutivo.

Repetimos com Denis: A alma dormita na pedra; sonha no vegetal; agita-se no animal; desperta no homem.


Referências:

(1) -Grande Sintese de Pietro Ubaldi
(2) -Não falamos da constituição do átomo, principalmente porque o artigo não comporta e também porque livros de física e química o fazem de forma didática e precisa; seria repetitivo.
(3) Eliminamos detalhes e exemplos, pois livros didáticos o demonstram com baatante propriedade.
(4) Sintetizamos, apresentando somente os dados que dão noção da matéria, pois existem livros didáticos a respeito.
(5) Ver o tema "Concepção de Deus".
(6) Ver o tema "O Universo é infinito"
(7) Existem casos, em que dois espíritos reencarnam, disputando o mesmo vaso de carne, (um corpo, suportando duas cabeças), no entanto, o centro de irradiação das manifestações e sensações do ser, é inconfundível, se manifesta individualizado.

"INDRISO INDIGNADO"

Luiz Carlos Formiga
Rio de Janeiro

Luiz Carlos Formiga

Encontramos perplexidade e solidariedade diante das tragédias e mortes anunciadas.
Frases desgastadas acordam a indignação. “Rigorosa apuração da culpa” e "medidas enérgicas de segurança".
Punição pífia é esperada no incêndio de Santa Maria. Os responsáveis não serão presos, poderão cumprir a pena prestando serviços comunitários e pagando cestas básicas, se forem condenados por homicídio culposo.
O Direito Penal brasileiro é benevolente com réus, despreza vítimas e famílias. (1)
Podemos nos sentir ingênuos quando pensamos em“prevenção”. “Setenta por cento (70%), das contaminações de mulheres por HIV decorrem de casos extraconjugais de seus companheiros".
Cuidado no carnaval. (2)
Fatalidade é quase sempre uma forma eufemística de mascarar responsabilidades. Cabe um indriso (3) indignado.
"Santas MARIAS"
Perplexidade, solidariedade, indignação

Tragédias e mortes. Anunciação
"Rigorosa apuração"? 
*
"Medidas enérgicas de segurança"? Pífia prevenção
Serviços comunitários, cestas básicas, sem prisão
Frases desgastadas. Pífia punição?
*
Relações extraconjugais. Mulheres soro-conversão
*
Agentes de contaminação!

(1) Wellington Saraiva, Conselheiro do CNJ.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

DISGRAFIA, UM PROBLEMA PSIQUIÁTRICO DE SOLUÇÃO POLITICA




A minha fotografia


Mem Martins, Sintra, Portugal


Portador de problema e complexidade, o ser humano transporta consigo várias formas de os manifestar, formas essas que são inatas, intransmissíveis, irrepetíveis, portanto únicas. A Ciência, obviamente, agrupa-as segundo apresentações semelhantes, baseada em análises quantitativas, como por exemplo a indispensável leitura estatística.

Contudo, na impossibilidade de contabilizar parte significativa das nuanças mais singulares, estatisticamente pouco ou nada relevantes, um número considerável de problemas ficam sem resposta. A disgrafia é um deles.

Em que consiste? A disgrafia consiste na total ilegibilidade da letra.

Trata-se de um sintoma bastante perturbador uma vez que não depende de medicação (não há fármacos para ter uma letra legível), torna o paciente duplamente rejeitado pois que veio agravar a sintomatologia, tornando-se mais um problema, além de complexo, inesperado e fora de controlo.

A disgrafia, que vai muito para além do que o senso comum chama “escrever mal”, é sintoma de que alguma coisa não está bem no indivíduo e que carece de análise pormenorizada, atenta e rápida. Quanto mais depressa for detectada melhor e mais eficazmente pode ser ultrapassada.

Por exemplo, se o corpo, através da singularidade dos seus traços e linhas como são a configuração das unhas, o tipo de pele, mais húmida, mais ou menos seca, mais macia ou mais áspera; a massa muscular mais densa ou mais franzina, mais ou menos flácida, características que dividem os indivíduos em endomorfos (muito gordos), mesomorfos (quantidade de massa muscular mediana) e hectomorfos (massa muscular muito reduzida ou indivíduos excessivamente magros); se a linguagem e o gesto constituem igualmente um vasto material auxiliar de análise, pois são formas de “mostrar” um psiquismo que de alguma forma traduz o modo como o indivíduo está no mundo, como o define, como se relaciona com ele afectivamente, não são os únicos e como tal não abrangem a totalidade da observação. Outros elementos terão que ser introduzidos, sendo imperioso que o analista desperte para novas observações.

Dito de outro modo, a disparidade de traços psíquicos que se manifesta no “desenho” físico de cada indivíduo não é apenas visível por meio de nuanças da voz, elementos lexicais e gesticulares, humor, ou por aquilo a que o senso comum vulgarmente chama “feitio”. A sua grafia é uma mostra tão importante como qualquer outra. 

Tratando-se de uma situação de total ilegibilidade, se não for corrigida a tempo, fica para o resto da vida. Não tem que ver com o tipo de vocábulos, técnica linguística, maior ou menor clareza de linguagem. Esses aspectos, entre outros, são igualmente representativos das características psíquicas do indivíduo, mas nem sempre são visíveis. Grandes escritores há que, portadores de aprimorada técnica redactorial, têm quadro de psicose, depressão, ou outros.

O quadro de disgrafia, que muito contribui para a mostragem do tipo de personalidade do indivíduo e seus problemas, e que nos últimos anos tem sido alvo de pesquisa científica, ainda que um pouco tímida quando comparada com as demais áreas, começa agora a ser analisado com a objectividade que merece, segundo determinados parâmetros que agrupamos do seguinte modo:
1. meio familiar, escolar e profissional - externos ao indivíduo;
A disgrafia surge como resultante de uma variedade enorme de situações, que, apesar de comezinhas para qualquer indivíduo, são, no entanto, intransponíveis para o paciente. Na óbvia impossibilidade de as descrever todas, fiquemo-nos pela desintegração escolar de alguns alunos em resultado de diferentes áreas de interesse das da maioria dos colegas, ou dificuldade em acompanhar o ritmo de trabalho no exercício da profissão. Estes elementos traumáticos, muito criticados pelo meio e criadores de estigma, conduzem a picos de angústia que culminam em grafias completamente ilegíveis, resultado de reacções tais como: recalcamento, revolta contra si próprio e contra o meio, sintoma de exclusão, introversão/isolamento bastante perigosos (o indivíduo pode desenvolver ideias de tal modo angustiosas que podem conduzir ao suicídio); auto-rejeição em situações como por exemplo, ser obrigado a estudar piano, porque os pais a isso o obrigam, quando gostaria de praticar karaté.

Na escola, o aluno depara com a falta de tempo para a realização das provas (para o paciente disgráfico o tempo é sempre insuficiente pois não consegue controlar/ordenar o fluxo de ideias que lhe surgem abruptamente) culminando em baixo rendimento. Quando isso acontece, o problema agrava-se na medida em que o paciente auto-culpabiliza-se, revolta-se, isola-se. Perante este quadro, a situação pode evoluir para situações drásticas, uma vez que o aluno não consegue o feedback. 

No caso de um trabalhador o problema está um pouco mais disfarçado dado que, se tiver uma profissão em que esteja ao computador, a disgrafia só se manifesta quando tiver que assinar documentos ou quando, esporadicamente, tiver que manuscrever um texto.

Um outro aspecto de capital importância tem a ver com factores de violência doméstica. Crianças que viveram em lares de grandes confrontos físicos entre adultos, ou que foram espancadas com extrema violência, que eram vulgarmente mandadas calar por serem mais novas, ou simplesmente por serem crianças; a desatenção para com as manifestações de desagrado da criança por alguma coisa que tenha acontecido e que para ela era importante, mas irrelevante para o adulto, pode conduzir a distúrbios de ordem gráfica. 

Estes e outros factores são geradores de processos de clivagem, ruptura com o meio, desintegração e isolamento, marginalização, evoluindo para quadros depressivos e de ansiedade que se manifestam, entre outros, em indisciplina; no ambiente de trabalho, o indivíduo torna-se de difícil trato, nada está bem, tudo critica.
2. afectividade, objectivos, os mecanismos de concretização dos mesmos - internos ao indivíduo.
Na sequência do que acabámos de referir, há indivíduos que tomam uma atitude diferente. Verificam que a grafia piora, esforçam-se por corrigi-la, porém não o conseguem. Sem o saber, estão a combater o resultado, não a raíz do problema. Daí que, como em qualquer outra sintomatologia, não cabe ao paciente “tratar” o problema, nem tão pouco desenvolver a capacidade de viver com ele, se tal for imperioso. Tudo isso requer meios técnicos levados a efeito por especialistas. A acção da vontade é sempre insuficiente. Ela é apenas, e já não é pouco, um móbil da acção terapêutica, mas não o tratamento na sua totalidade. Factores inconscientes impõem-se e o paciente precisa de todo o apoio. Essa tarefa é para o analista.

Outro factor insere-se directamente com a vivência afectiva. O indivíduo não consegue relacionar-se com ninguém, possui uma baixa autoestima, autoexcluindo-se; por outro lado, tomando uma aparência contrária, desenvolve traços de inacessibilidade social ao criar padrões de uma suposta autoestima aparentemente tão elevada que chega a atingir capacidades de chefia e liderança inaceitáveis pelos colegas, que transformou em subalternos silenciados. São as vulgares apresentações de indivíduos que pretendem exibir-se, sobrepor-se, evidenciar-se, pôr-se em relevância sempre que o meio lhes pareça favorável, mas sem que o factor competência, formação ética, respeito, etc., sejam tidos em consideração. São os falsos líderes.

Porém, a disgrafia não surge apenas em pacientes que manifestam um quadro depressivo, de ansiedade, de frustração, dislexia, falta de afecto, etc. Ela resulta, nalguns casos, da própria medicação. O tratamento psiquiátrico não provoca apenas sintomas como aumento de peso, sonolência, alterações psico-motoras, reflexológicas, cognitivas, etc. A medicação pode provocar também alterações da grafia. Como? Inserida no quadro de contraindicações ou efeitos colaterais do medicamento. Exemplo: O paciente está a fazer determinada medicação ansiolítica. Um dos efeitos secundários é a sonolência impedindo-o de conduzir, estudar, trabalhar, etc., culminando em índices reduzidos de produtividade. Vendo-se limitado para atingir os objectivos que lhe são naturalmente exigidos ou que ele próprio se auto-propôe, entra em angústia. É o caso de alunos que, ao dormirem 12 a 15 horas diárias, baixam as notas porque não conseguem acompanhar o ritmo das aulas, por um lado, e por outro o punho não acompanha o turbilhão de ideias que surgem em catadupa, desordenadas e fugazes, de tal forma que o escrevente começa a redigir demasiado depressa para que as ideias não escapem (de um modo geral escreve textos muito riscados, com letras muito grandes e irregulares, muito juntas ou muito espaçadas).

Outro exemplo muito comum é o do indivíduo com quadro de alucinação ou de problemas com a realidade. Quando não consegue superar as barreiras do meio; quando a integração no ambiente familiar, escolar ou profissional falha, conduzindo-o ao isolamento; quando tem dificuldade em concretizar objectivos tais como fazer-se aceitar na sua singularidade, gostos e tendências; quando não satisfaz espectativas ou possui comportamentos fora da norma, o modo de escrever pode evoluir para um quadro disgráfico.
Assim, através da grafia o indivíduo fala muito de si próprio, dos seus recalcamentos, insegurança, remete o analista para o seu passado, mais ou menos recente, entre outros, mas sempre para características particulares e que terão escapado aquando da observação de outros elementos da análise.

Quais as saídas possíveis para a disgrafia, socialmente falando?

Seja uma situação inata ou adquirida, e com o objectivo de colmatar o problema da forma mais eficaz, os alunos disgráficos deviam fazer os testes e os exames por computador. Aliás, com disgrafia ou não, é para essa realidade que nós caminhamos. Se tudo está a ser processado por computador, as receitas médicas, os processos dos tribunais, não se percebe porque é que os testes e exames não o são ainda. Além de ser mais fácil e rápido de ler, facilita uma maior justiça na classificação. 

Ora, esta resolução passa pelas políticas educativas que, paradoxalmente, ainda não despertaram com veemência para a informatização, apesar de a implementarem. Se se pretende uma Escola inclusiva, se o Ensino está ao serviço de todos os cidadãos, independentemente das suas particularidades, então há que implementar uma filosofia de escola onde todos se sintam inseridos.

Isto significa que, ao fazerem o exame por computador, todos os alunos estão em idênticas circunstâncias, ninguém é penalizado por causa da letra e o aluno disgráfico, concretamente, não se sentirá discriminado.

Por outro lado, escrever por computador jamais irá anular o indispensável manuscrever. Sabendo utilizar os meios técnicos adequadamente, esse problema nem se coloca.

Em suma, a vontade política deve impor-se na defesa de uma sociedade de diferentes e onde as minorias têm cada vez mais expressão. Todos sabemos que a Escola é um espaço pluralista onde se começa a construir a consciência da cidadania.

domingo, 27 de janeiro de 2013

Dependências. Grupo de Estudos

LUIZ CARLOS FORMIGA
Rio de Janeiro/Brasil
Luiz Carlos Formiga


O Centro Espírita Jacques Chulam criou nova equipe, para o estudo das dependências humanas. O enfoque é o alcoolismo, rotulado “dependência química”. Estratégia de ensino apoiada nos “12 passos do AA”. Encontros semanais. No mês, quatro dias para estudar e discutir cada passo. 

A criação nos faz refletir sobre a questão do equilíbrio e das interferências adversárias. Assim, em 12 de janeiro, surgiu a ideia da realização de uma “construção coletiva”, visando refletir sobre os principais passos para o adequado funcionamento do grupo, por longo prazo. 

Considerando que os níveis de trabalho acumulado e de experiência são diferentes entre pessoas; que democracia espiritual não significa que todos têm igual peso, necessariamente; que se a democracia impedisse o processo de liderança dos mais experientes, o grupo se nivelaria por baixo e teria apenas a força do mais fraco dos seus elos, enumeramos 12 passos: 

1. Atuar de modo que a estrutura coletiva mantenha o estado hígido, organizando estrutura de poder que seja coerente com a busca espiritual. 

2. Acreditar que a força de uma instituição está na clareza e na nobreza de suas metas; na eficiência dos seus métodos; na intensidade do seu trabalho e na confiança recíproca dos seus membros; 

3. Usar ciência e da arte de formar cidadãos conscientes, saudáveis e equilibrados nos seus atos pessoais e sociais; 

4. Afastar-se do poder coercitivo, mecanismo doentio, privilegiar o poder solidário. Aquele que se organiza para facilitar a ajuda mútua; 

5. Exercitar a capacidade do trabalho em equipe, procurando se motivar para objetivos e metas do grupo; 

6. Desenvolver a inteligência espiritual. Na espiritualidade o ideal é uma individualidade ética, capaz do diálogo, com consciência crítica, livre, criativa e responsável; 

7. Liberte-se da ilusão de possuir grande saber, da infalibilidade. Liberte-se também do apego aos cargos. 

8. Persevere mantendo foco no objetivo da missão pessoal, lembrando que Jesus lecionou no sentido do atemporal e ilimitado; 

9. Assuma a postura de parceiro, voltado para a formação de novos líderes. Com o tempo, a liderança se torna cada vez mais interior e se refere menos aos procedimentos externos, salvo em certos momentos decisivos; 

10. Lembre-se que “autoridade” é crédito de competência, oferecido a quem o merece por direito. Ninguém "se torna" autoridade; a pessoa "é tornada" autoridade; 

11. Constitua um grupo de trabalho onde a unidade se dê em torno do objetivo comum, onde cada um seja estimulado no seu potencial e nunca se coloque superior ao grupo. Na casa espírita, o modelo é Jesus; 

12. São indispensáveis para iluminar o conceito de democracia: conhecimento, trabalho e intenção solidária. 

Links consultados. Tese X Antítese = Síntese. 



O adendo abaixo foi incluído, em seguida. 

Considerando que o espírita deve lutar contra a imprudência, a negligência e a imperícia, lembramos que esta reflexão visa promover o desenvolvimento e aperfeiçoamento da conduta espírita, de modo a que venhamos exercer a cidadania com nível de consciência, cada vez, mais alto. 

Consciente da responsabilidade, não só pelo mal produzido, mas também pelo bem não realizado (LE), o espírita valoriza a prudência e o domínio cognitivo; a diligência e o domínio afetivo e ainda a perícia e o domínio psicomotor. 

Nessa questão do aperfeiçoamento da prática sócio-afetiva Jesus afirmou: "Os meus discípulos serão conhecidos por muito se amarem". Isto é lição de que o progresso do conhecimento é estimulado pelo regime de diálogo franco e aberto. É convite à fraternidade, ao amor em ação, na aceitação da diversidade e no relacionamento pacífico entre os diferentes. 

Tornando relativo o conhecimento humano, de modo geral, e, em particular, o das coisas espirituais, a lição nos faz suspeitar que a coexistência pacífica, proporcionada pela fraternidade autêntica, é ambiente mais favorável à produção intelectual e à tolerância das nossas diferenças, que podem ser exibidas sem conflitos, inibindo o autoritarismo, o fanatismo, o preconceito e a exclusão. "Amai-vos e Instruí-vos" indicou que o segundo verbo é adequado, quando apoiado pelo primeiro. 



Entramos em contato com uma Professora Universitária, PhD, que lidera um grupo de pesquisas com reconhecimento internacional (*). Enviei-lhe a contribuição do psicólogo Maslow sobre a hierarquia das necessidades humanas. 

1. comida, água e moradia; 

2. segurança e proteção; 

3. pertencimento e amor (sentimento de pertencer a um nicho, onde é amado e acolhido); 

4. autoestima (necessidade de sentir-se valorizado, tratado com respeito, apreciado, encorajado); 

5. autorrealização (tornar-se o melhor que pode ser , alcançar a própria excelência ) 

Pedi-lhe que listasse principais atitudes, comportamentos, que contribuíram, para que o grupo, sob sua liderança, pudesse obter resultados tão satisfatórios, reconhecidos por seus pares mais exigentes. 

A escolha recaiu nesta liderança, porque somos testemunha ocular de que sua vivência se inicia como aluna de graduação, em estágio no grupo no início de formação, culminando no doutorado, com grau máximo, e consequente coordenação do grupo de origem. A trajetória que teve início na década de 1980 se estende e continua em evolução, nos dias de hoje. Enviamos também a prece, atribuída ao espírito André Luiz, intitulada “Dai-me forças, senhor!” 


Abaixo vamos encontrar as orientações que foram extraídas dos comentários oferecidos, por e-mail, pela docente-pesquisadora: 

1. Nunca abandonar um membro da equipe e mostrar que confia nele. 

2. A amizade entre os membros do grupo ajuda a suprir as necessidades dos itens 3 e 4. 

3. Apenas com humildade alcançamos o item 5. 

4. Os itens 3 e 4 são os mais difíceis de conquistar não havendo fórmula para chegar ao coração do outro, pois quando achamos que estamos no caminho certo, acontece uma “catástrofe”. No entanto, um simples gesto pode mudar tudo para o bem. 

5. Quando o “entendimento” acontecer devemos fazer tudo para mostrar como isso foi bom para nós. 

6. Na relação professor aluno demonstrar respeito e sobretudo cumplicidade. 

7. Procurar dar exemplo de comportamento ético com os colegas e pacientes. 

8. Fazer questão de demonstrar que não domina todo o saber de sua especialidade. 

9. Sentar com eles e pedir que lhe ensinem o que sabem mais do que o professor. 

10. Amar o que faz; dedicar-se e sentir prazer em contribuir para o bem comum. 

11. Nos momentos de decisão, lembrar alguém com “autoridade”, mesmo que este não tenha exercido o poder. 

12. Chegar a um nível de consciência que o faça perceber a influência exercida sobre o aluno (modelo de bem ou mal) 

Embora os encontros já tenham se iniciado, acreditamos que devemos continuar refletindo sobre o equilíbrio do grupo. 

Que possamos usar da criatividade e oferecer novas contribuições. A criatividade “consiste em ver o que todo mundo vê, mas pensar e fazer o que ninguém pensou e fez”. 

Façamos mudanças e acrescentemos novas contribuições. O texto, diante da fatalidade evolutiva, neste momento, poderá já estar como “uma velha roupa colorida”, de Belchior, imortalizada por Elis Regina: 

“Você não sente, não vê, mas, não posso deixar de dizer, meu amigo. Uma nova mudança em breve vai acontecer. O que há algum tempo era jovem hoje é antigo. Precisamos todos rejuvenescer.“ 

______________________ 

(*) Experts in Corynebacterium diphtheria. 



Leitura complementar sugerida 

2. Incentivar a pesquisa: Universidades brasileiras negligenciam a pesquisa 
http://www.espiritualidades.com.br/Artigos/F_autores/formiga_Luiz_incentivar_pesquisa.htm
3. Universidade da Alma 
4. Ensino, Pesquisa e Ética na Microbiologia Médica 
5. Universidade e Espiritualidade 
Centro Espírita Jacques Chulam. Rua Visconde de Itamarati 63, Maracanã, RJ, RJ. CEP 20550-140. 


Nota.
Enfatizamos que o Projeto "DOZE PASSOS E DEPENDÊNCIAS NA VISÃO ESPÍRITA", que esta sendo desenvolvido no CEJC tem por objetivo"Estudar e buscar compreender como a aplicação dos 12 Passos pode efetivamente ajudar na superação de nossos desequilíbrios (dependências/compulsões). Essa superação certamente será facilitada pela espiritualidade internalizada através da Doutrina Espírita.". Em outras palavras - não estamos nos fixando apenas na dependencia do alcool,  mas em toda e qualquer dependencia, seja ela fisica/quimica ou emocional/psicologica.

sábado, 26 de janeiro de 2013

SIMPLESMENTE KARDEC



Não devo, entretanto, omitir uma censura que me foi endereçada: a de nada fazer para trazer de novo a mim as pessoas que se afastam. Isso é verdadeiro e a reprovação fundamentada. Eu a mereço, pois jamais dei um único passo nesse sentido e aqui estão os motivos de minha indiferença.

Aqueles que de mim se aproximam, fazem-no porque isto lhes convém; é menos por minha pessoa do que pela simpatia que lhes desperta os princípios que professo.
Os que se afastam fazem-no porque não lhes convenho ou porque nossa maneira de ver as coisas reciprocamente não concorda. 

Por que, então, iria eu contrariá-los, impondo-me a eles?
Parece-me mais conveniente deixa-los em paz. Ademais, honestamente, carece-me de tempo para isto.

Sabe-se que minhas ocupações não me deixam um instante em repouso.
Além disso, para um que parte, há mil que chegam. Julgo um dever dedicar-me, acima de tudo, a estes e é isso que faço.

Orgulho? Desprezo por outrem? Oh! Não! Honestamente, não!
Eu não desprezo ninguém; lamento os que agem mal, rogo a Deus e aos Bons Espíritos que façam nascer neles melhores sentimentos. E isso é tudo.
Se retornam, são sempre recebidos com júbilo. Mas correr ao seu encalço, isso não me é possível fazer, mesmo em razão do tempo que de mim reclamam as pessoas de boa vontade, e, depois, porque não empresto a certos indivíduos a importância que eles a si próprios atribuem... 

(Allan Kardec)

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Comprovação da imortalidade pelos fenômenos de efeitos físicos; materializações

José Sola
São Paulo

Os artigos antecedentes demonstram a imortalidade do ser, apresentando-nos como fonte originária da vida; Deus.
O acontecer do psiquismo na maturação da substância, a evolução desse psiquismo em sua passagem pelo reino mineral, vegetal, animal, atingindo em fim o reino humanóide; esta caminhada multimilenar realizada pelo eu individualizado, que segue seu curso na eternidade em busca de novas conquistas, firmam a imortalidade.
Estaremos, porém, demonstrando a imortalidade do ser, na condição de espíritos eternos a caminho da luz.
Comprovaremos, através dos fenômenos de materializações, a imortalidade da alma, que conquistou os patrimônios da vida nas experiências muitas por que passou, pelos reinos que a antecederam.
Importa primeiramente, comprovar a veracidade das materializações, pois embora sendo um fenômeno de ordem científico, trata-se de um fato extraordinário, incomum e por isso mesmo de difícil aceitação.
A ciência hodierna, orgulhosa tal como se demora, tem feito alguns ensaios no campo da parapsicologia, no entanto, suas conquistas não passaram da exteriorização do ectoplasma doada da parte do sujet (médium).
O que tem levado a ciência a demorar-se refratária a aceitação dos fenômenos de materializações, é a ojeriza que sentem os cientistas pelas coisas espirituais. Acham estes, ser antiético, estarem a procurar uma causa, onde não haja condições palpáveis, ou seja, onde não haja algo mensurável que lhes permita campo de análise e dedução.
No entanto, a ciência tem feito suas maiores descobertas pelo método intuitivo, para depois demonstrá-las pelas condições analíticas.
Quando da equação da relatividade, Albert Einstein, esteve embrenhado na mata em contato com a natureza, buscando intuitivamente a inspiração que lhe permitiu penetrar o âmago do fenômeno e só então, apresentou a tão afamada fórmula da grande equação.
A astronomia nos apresenta informações, cujos dados não podem ser constatados, pois embora os mundos e sóis, sejam mensuráveis, a distancia que nos separa destes não nos permite a observação precisa dos mesmos.
Ninguém mediu os quilômetros que separam a Terra do Sol, no entanto, sabe-se por métodos dedutivos, que esta distancia é de 150.000.000 Km.
Quando o astrônomo Edmond Halley, no ano de 1742 anunciou que, dezesseis anos depois, em 1758, estaria a acontecer à passagem do cometa que lhe leva o nome “Halley”, não possuía equipamentos científicos apropriados para a observação, enquanto que, com observatórios dotados de telescópios poderosos, como o da Califórnia, no ano de 1985, os astrônomos anunciaram que, o Cometa estaria a se apresentar com uma calda do comprimento de onze luas e seria visto a olho nu, o que não aconteceu.
Não combatemos a ciência, pois a ciência não se demora no estreito empirismo, que pretendem alguns homens retê-la.
Como também, não estão todos os cientistas, amarrados à ponta da corda do materialismo, vivendo o receio de romperem à corda e serem chamados de loucos.
O verdadeiro cientista há que ser antes de tudo, um livre pensador não deve julgar a priori, negando ou confirmando algo que não haja observado.
Felizmente, tivemos e temos livres pensadores, cientistas que romperam e que estão rompendo a corda, sem receio de receberem a pecha de loucos.
Entre os que desejaram a verdade e não se ativeram ao dogma do cientificismo empírico, temos William Crookes, o famoso químico e físico inglês.
As descobertas e feitos científicos de Crookes são notórios; descobriu ele, o quarto estado de matéria, a matéria radiante, que estudada e aperfeiçoada pelo casal Curie, permitiu a Roentgen descobrir os raios X ou raios roentgen.
Crookes, não cooperou apenas com a descoberta dos raios X, que permitem a radiografia utilizada pela medicina no diagnóstico de órgãos internos; descobriu ainda o processo de amalgamação do ouro e da prata. Cooperou também, na descoberta e aperfeiçoamento da fluorescência, que é utilizada para a iluminação; foram estas e muitas outras descobertas de Crookes, que o notabilizaram no meio científico. (1)
No entanto, há outras experiências vividas por William Crookes, que não constam nos anais da Ciência, estas causam ojeriza aos cientistas empíricos, pois fogem aos processos de manipulação e análise comum; as experiências de efeitos físicos e materializações.
Quando o ilustre membro da sociedade real anunciou no Quartely Journal of Science que ia se ocupar dos fenômenos chamados espíritas, a aprovação foi geral.
Estaria o sábio inglês, a explicar os supostos fenômenos, lançando por terra estas crendices e superstições, que como uma epidemia se alastrava, penetrando corações e mentes, não poupando nem mesmo ilustres sábios como: Wallace, Varley, César Lombroso, Charles Richet, Aksakof e muitos outros.
Entretanto, as disposições de Crookes eram as de descobrir a verdade; embora desacreditando da possibilidade de serem verídicos os ditos fenômenos, cauteloso como lhe convinha ser, utilizou-se de instrumentos elétricos, galvanômetros e outros aparatos, iniciando as tão polêmicas pesquisas.
Verificou ele, fenômenos em que objetos pesados foram levitados, entre estes estavam mesas e cadeiras; levitação de corpos humanos; movimento de diversos objetos sem contato; aparições luminosas; aparições de mãos luminosas por si mesmas; escrita direta; etc., a maior parte destas experiências se fizeram através dos médiuns Sr. Home e da Sra. Fox.
Mas, caberia a médium de efeitos físicos Florence Cook, que contava então seus quinze anos de idade, quase menina, o relevante papel de convencer William Crookes, quanto a sobrevivência da alma.
Por intermédio da médium Florence, William Crookes, obteve a materialização de Katie King, que afirmou ter se chamado Annie Owen, dizia-se filha de Henry Owen Morgan, entidade que se comunicava com o nome de John King, fora em uma encarnação passada, Henry Owen Morgan, governador da Jamaica e confirmava haver sido Annie Owen (Katie King), uma sua filha ilegítima.
Quem pense que William Crookes tenha relaxado as pesquisas, descuidando-se do rigor necessário nas experiências que fazia, engana-se.
Auxiliado por Varley e Luxmoore, utilizou-se de galvanômetros e outros aparelhos elétricos; amarrava as mãos de Florence separadamente usando uma corda de linho, em seguida lacrava os nós, depois as ligava com cordas compridas que enrolava do lado de fora da cabina, em um gancho preso a mesa a qual estava sentado, de maneira que a médium não podia mover-se sem transmitir movimentos à corda.
Nestas condições, William Crookes, obteve a materialização de Katie King, por diversas vezes, no entanto, ver o espírito materializado, não foi prova suficiente para convencer o sábio inglês; desejava ele uma prova mais evidente, ver a materialização de Katie King e, a médium ao mesmo tempo.
Vemos que a disposição de Crookes em crer na imortalidade, não era das melhores, pois enquanto Florence estava como vimos impossibilitada de mover-se sem transmitir movimentos a corda; Katie King, fora da cabina, movia os braços, andando, conversando e cumprimentando os assistentes, inclusive o próprio William Crookes.
Não houvesse esta impossibilidade de movimentos da parte da médium, o que deixava evidente a qualquer outro experimentador, não ser o fantasma de Katie uma impostura, havia ainda outros fatores que corroboravam ser o espírito materializado, uma personalidade distinta e independente da médium. Florence usava nas sessões de materialização, roupas de cor escura, e botas de amarrar, enquanto que, Katie King, usava sempre vestes brancas e a maior parte das vezes longas, e apresentava-se sempre descalça.
Às vezes, haviam se transcorrido alguns segundos após o desaparecimento de Katie, as cortinas eram abertas, e todos, inclusive o próprio Crookes, conforme suas próprias afirmativas podiam ver Florence que estava lentamente saindo do transe.
Era impossível que a médium pudesse, em tão curto espaço de tempo, trocar de roupa, calçar-se, esconder os vestidos brancos e flutuantes com o qual aparecera o espírito, e ainda, desfazer o penteado; o mais ágil prestidigitador estaria impossibilitado de realizar esta façanha.
No entanto, William Crookes, não poderia simplesmente aceitar; o compromisso maior de comprovar a verdade se impunha aos sentimentos, era preciso verificar a fundo o âmago do fenômeno, para só então apresentar seu veredicto final, quanto a veracidade ou não dos fatos.
A prova evidente que desejava obter Crookes, que era a de presenciar a médium e o espírito materializado de Katie ao mesmo tempo, lhe foi oferecida.
Em uma sessão realizada na casa de William Crookes, no dia 12 de março de 1874, após haver-se apresentado materializada aos assistentes, Katie entra na cabina onde a médium estava em transe, abre as cortinas, chama Crookes, pedindo que estivesse ajeitando a cabeça da médium, que havia escorregado e tocava o solo.
Para entrar na cabina, Katie que estava de pé junto a mesma, vestida com seu habitual traje branco, teve que dar passagem ao cientista; este entrou, ajeitou a cabeça da médium que se demorava em posição penosa, verificando que a mesma se detinha com seu vestido simples e escuro de veludo; segundo Crookes havia se passado apenas três segundos (2)
Mas, esta não haveria que ser a comprovação única em que Crookes presenciou a médium e o espírito materializado, em muitas outras, entrou na cabina e, presenciou a médium e o espírito ao mesmo tempo.
Além de haver obtido estas provas, William Crookes, obteve a maior prova que se pode obter da comprovação da imortalidade; a fotografia.
Conseguiu o sábio inglês, tirar quarenta e quatro fotos de Katie King materializada, sendo que numa delas aparece Florence e Katie King juntas.
Conseguiu ainda, o cientista inglês verificar a pulsação de Katie, o bater de seu coração, tanto quanto, presenciou a sua desmaterialização junto à luz de um lampião, como se fosse um bloco de neve que se derrete, sem deixar vestígios.
Caberia ainda a Crookes, a ser o último a ver Katie King materializada, quando esta, havendo cumprido sua missão, tinha que partir para esferas mais elevadas.
Nesta oportunidade, se dúvidas houvesse ainda da parte de Crookes, foram dissipadas por completo, pois esteve ele presenciando a despedida de Katie e Florence.
Katie chamou a médium Florence que estava em transe, dizendo-lhe; desperta, é preciso que eu me vá.
Florence despertou, e com lágrimas nos olhos, lhe pede que fique por mais tempo, ao que esta responde: “não posso querida, minha missão está cumprida”.
Ainda por um período de tempo, o diálogo entre as duas se fez demorar, no entanto, Florence, não suportando mais a emoção do momento, irrompe em pranto e perde os sentidos; foi então que Katie King chamou William Crookes, pedindo-lhe que socorresse a médium.
As luzes se acenderam, Florence acordou macambúzia, e a doce Cinderela, que por três anos consecutivos houvera desfilado aos olhos de Crookes, como de muitos outros cientistas, havia desaparecido para sempre do cenário da Terra; no entanto, deixou recordações e comprovações inconfundíveis da imortalidade.
Não fosse o orgulho da parte de alguns cientistas, tanto quanto, o apego ao dogmatismo das religiões, a humanidade estaria melhor informada quanto a sobrevivência do ser.
Cientistas e religiosos ortodoxos alegam que as materializações não passam de uma alucinação coletiva, vivida da parte dos experimentadores e assistentes.
Sabemos que, a alucinação acontece da parte daqueles que tragam a mente predisposta a devaneios ou fantasias, entregando-se a arrebatamentos que os faça ver imagens de objetos e seres inexistentes.
É concebível que, uma pessoa que deseje ardentemente ver, crie na mente imagens alucinatórias inexistentes, no entanto, como acreditar-se na possibilidade de haver William Crookes vivido uma alucinação, quando descria da imortalidade, tanto quanto, das materializações, pois ao iniciar as pesquisas sua intenção era provar o contrário.
Não houvesse ele, comprovado sua idoneidade, em outras variadas pesquisas que fez e, poderíamos admitir a hipótese de o mesmo ter sido ludibriado e sugestionado em suas análises; no entanto vimos com que relutância esteve ele a aceitar os fatos.
Mas, suponhamos que os sentidos de Crookes hajam sido afetados através de uma sugestão que o levou a alucinação vendo este o que não queria ver aquilo que propunha negar; mas, o que dizer da fotografia.
É admissível que a mente humana viva uma alucinação, criando imagens de objetos e seres inexistentes, entretanto, é inadmissível crer-se que uma chapa fotográfica, imprima uma imagem alucinatória, consolidando a presença de um ser materializado que contraria a vontade do experimentador.
Sabe-se que o pensamento é uma energia, energia esta que a ciência denomina de ideoplastia mental, e há a possibilidade de fotografar-se o pensamento, quando o sujet (médium), haja desenvolvido o poder da mente em potencial.
Nos anais da meta psíquica, temos relatos de sujets (médiuns), que fixando a mente em um objeto, plasmaram a idéia de forma a permitir fosse esta fotografada.
Entretanto, como admitir, fosse Katie a resultante de um pensamento plasmado da mente de William Crookes, quando este pensava em oposto à aparição?
Há ainda um outro, porém que elimina esta possibilidade, pois a fotografia do pensamento, não permite aconteçam o movimento do mesmo, a imagem é fixa, enquanto que a imagem de Katie tem movimentos, é independente e se individualiza.
Uma alucinação como o pretende os antagonistas, não poderia ter vontade própria, ser uma individualidade personificada a ponto de propor a Crookes determinadas normas para facilitar sua materialização, muito pelo contrário, teria que ser uma dependência da mente alucinada, sujeita portanto a vontade da mesma.
Uma vez que a percepção da imagem se fez, da parte de olhos que não queriam ver como os de Willian Crookes, e como visto esta imagem têm independência e personalidade próprias, como as de Katie, somando-se a isto tudo as fotografias, podemos afirmar que Katie era real.
Alguns cientistas, no entanto, pretendem explicar as materializações, como sendo fruto de um desdobramento do médium, ou seja, o espírito materializado não passa do duplo exteriorizado do médium.
Haviam como visto, diferenças anatômicas e psicológicas entre Katie e Florence, diferenças estas auscultadas por William Crookes; no entanto, para eliminarmos por completo, a possibilidade de ser Katie o duplo de Florence Cook, relembra-se o momento da despedida. Quando Katie acorda Florence, anunciando-lhe sua despedida, Florence pede a Katie que fique por mais algum tempo, ao que esta responde: “não posso querida, minha missão está cumprida”.
Fosse Katie o duplo desdobrado de Florence e, ao certo haveria concordâncias de idéias, tanto quanto, de vontade.
Por mais criatividade que se possa ter, no campo da psicanálise ou ainda da psicologia, não há como aceitar-se a possibilidade do duplo do médium contrariar a fonte originária, opondo-se a vontade desta.
Consegue-se através da regressão de memória, estar levando o sujet (médium), ao passado, buscando no inconsciente deste, experiências vividas; então quando da manifestação destas experiências altera-se a personalidade, no entanto, a personalidade psíquica sobrepuja a atual, enquanto que uma se manifesta a outra se inibe.
Porém, isto não aconteceu, não houve a inibição da personalidade inconsciente de Florence, para que a de Katie se manifestasse ambas se manifestam o que mais importante uma questionando a outra.
Uma vez que, o duplo de Katie era rebelde, opondo-se ao de Florence, não dá para aceitar fossem Florence e Katie uma única personalidade, vivendo momentos diferentes de ser; para admitirmos a possibilidade de ser Katie o desdobramento de Florence, haveria que existir da parte de ambas, concordância de pensamento e vontade.
Como visto a tese do duplo exteriorizado do médium na tentativa de explicar as materializações dos espíritos, não convence, pois a lógica e a razão não a favorece.
Resta-nos ainda, relembrar o fato de haver-se desmaterializado o fantasma de Katie, a luz de um lampião, como se fosse um bloco de neve, que se derrete ao calor do Sol.
Acreditar fosse à médium Florence que realizava esta façanha é ir longe de mais, pois a médium estava amarrada na cabina e, mesmo que não estivesse, teria que ser ela uma ilusionista de primeira, para estar primeiro: aparecendo com outras características físicas, outras vestes, etc.; segundo: desaparecer aos olhos de Crookes e dos assistentes como desaparece um bloco de neve, volvendo em questão de segundos para a cabina, deixando-se estar ali vestida e amarrada como a houveram deixado.
Por mais argumentem os ateístas, no intento de negar a veracidade destes fatos; fatos são fatos e, perante a evidencia de um fato analisado, constatado à luz da Ciência, como o foi por William Crookes, não pode haver refutação.
Nos propusemos a princípio, comprovar a imortalidade da alma, através das materializações, no entanto, importava primeiro comprovar a veracidade destas, pois embora hajam livros que descrevem estes fenômenos com muita propriedade, tanto quanto, descrevam, relatos dos cientistas diversos que o presenciaram, importava apresentar a nossa argumentação, que embora simples perante as já apresentadas da parte dos grandes vultos da ciência, vem somar junto a estas, a lógica e a razão que as corroboram.
Ao havermos comprovado o fenômeno de materialização, em que o espírito de Katie King, utilizando-se da faculdade de Florence, foi minuciosamente auscultado por William Crookes; comprovamos por conseqüência a imortalidade da alma.
Talvez, a humanidade jamais venha a presenciar um fenômeno como o da materialização de Katie King, provavelmente nenhum outro cientista terá a sublime oportunidade de William Crookes e, muito dificilmente aparecerá outra Florence na Terra, no entanto, o trabalho realizado da parte destes três personagens, imortalizou-se, autorizando-nos a dizer auto e bom som; não existe a morte; a vida continua; nada morre; tudo se modifica e se transforma; dos escombros da matéria, soergue-se a alma imortal para as glórias ascensionais da eterna vida.

Referências:
(1) Citamos apenas as experiências mais destacadas de Willian Crookes; para mais informações veja “Fatos Espíritas”.
(2) Para maiores elucidações e provas da imortalidade ver, o livro Katie King.