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domingo, 27 de janeiro de 2013

Dependências. Grupo de Estudos

LUIZ CARLOS FORMIGA
Rio de Janeiro/Brasil
Luiz Carlos Formiga


O Centro Espírita Jacques Chulam criou nova equipe, para o estudo das dependências humanas. O enfoque é o alcoolismo, rotulado “dependência química”. Estratégia de ensino apoiada nos “12 passos do AA”. Encontros semanais. No mês, quatro dias para estudar e discutir cada passo. 

A criação nos faz refletir sobre a questão do equilíbrio e das interferências adversárias. Assim, em 12 de janeiro, surgiu a ideia da realização de uma “construção coletiva”, visando refletir sobre os principais passos para o adequado funcionamento do grupo, por longo prazo. 

Considerando que os níveis de trabalho acumulado e de experiência são diferentes entre pessoas; que democracia espiritual não significa que todos têm igual peso, necessariamente; que se a democracia impedisse o processo de liderança dos mais experientes, o grupo se nivelaria por baixo e teria apenas a força do mais fraco dos seus elos, enumeramos 12 passos: 

1. Atuar de modo que a estrutura coletiva mantenha o estado hígido, organizando estrutura de poder que seja coerente com a busca espiritual. 

2. Acreditar que a força de uma instituição está na clareza e na nobreza de suas metas; na eficiência dos seus métodos; na intensidade do seu trabalho e na confiança recíproca dos seus membros; 

3. Usar ciência e da arte de formar cidadãos conscientes, saudáveis e equilibrados nos seus atos pessoais e sociais; 

4. Afastar-se do poder coercitivo, mecanismo doentio, privilegiar o poder solidário. Aquele que se organiza para facilitar a ajuda mútua; 

5. Exercitar a capacidade do trabalho em equipe, procurando se motivar para objetivos e metas do grupo; 

6. Desenvolver a inteligência espiritual. Na espiritualidade o ideal é uma individualidade ética, capaz do diálogo, com consciência crítica, livre, criativa e responsável; 

7. Liberte-se da ilusão de possuir grande saber, da infalibilidade. Liberte-se também do apego aos cargos. 

8. Persevere mantendo foco no objetivo da missão pessoal, lembrando que Jesus lecionou no sentido do atemporal e ilimitado; 

9. Assuma a postura de parceiro, voltado para a formação de novos líderes. Com o tempo, a liderança se torna cada vez mais interior e se refere menos aos procedimentos externos, salvo em certos momentos decisivos; 

10. Lembre-se que “autoridade” é crédito de competência, oferecido a quem o merece por direito. Ninguém "se torna" autoridade; a pessoa "é tornada" autoridade; 

11. Constitua um grupo de trabalho onde a unidade se dê em torno do objetivo comum, onde cada um seja estimulado no seu potencial e nunca se coloque superior ao grupo. Na casa espírita, o modelo é Jesus; 

12. São indispensáveis para iluminar o conceito de democracia: conhecimento, trabalho e intenção solidária. 

Links consultados. Tese X Antítese = Síntese. 



O adendo abaixo foi incluído, em seguida. 

Considerando que o espírita deve lutar contra a imprudência, a negligência e a imperícia, lembramos que esta reflexão visa promover o desenvolvimento e aperfeiçoamento da conduta espírita, de modo a que venhamos exercer a cidadania com nível de consciência, cada vez, mais alto. 

Consciente da responsabilidade, não só pelo mal produzido, mas também pelo bem não realizado (LE), o espírita valoriza a prudência e o domínio cognitivo; a diligência e o domínio afetivo e ainda a perícia e o domínio psicomotor. 

Nessa questão do aperfeiçoamento da prática sócio-afetiva Jesus afirmou: "Os meus discípulos serão conhecidos por muito se amarem". Isto é lição de que o progresso do conhecimento é estimulado pelo regime de diálogo franco e aberto. É convite à fraternidade, ao amor em ação, na aceitação da diversidade e no relacionamento pacífico entre os diferentes. 

Tornando relativo o conhecimento humano, de modo geral, e, em particular, o das coisas espirituais, a lição nos faz suspeitar que a coexistência pacífica, proporcionada pela fraternidade autêntica, é ambiente mais favorável à produção intelectual e à tolerância das nossas diferenças, que podem ser exibidas sem conflitos, inibindo o autoritarismo, o fanatismo, o preconceito e a exclusão. "Amai-vos e Instruí-vos" indicou que o segundo verbo é adequado, quando apoiado pelo primeiro. 



Entramos em contato com uma Professora Universitária, PhD, que lidera um grupo de pesquisas com reconhecimento internacional (*). Enviei-lhe a contribuição do psicólogo Maslow sobre a hierarquia das necessidades humanas. 

1. comida, água e moradia; 

2. segurança e proteção; 

3. pertencimento e amor (sentimento de pertencer a um nicho, onde é amado e acolhido); 

4. autoestima (necessidade de sentir-se valorizado, tratado com respeito, apreciado, encorajado); 

5. autorrealização (tornar-se o melhor que pode ser , alcançar a própria excelência ) 

Pedi-lhe que listasse principais atitudes, comportamentos, que contribuíram, para que o grupo, sob sua liderança, pudesse obter resultados tão satisfatórios, reconhecidos por seus pares mais exigentes. 

A escolha recaiu nesta liderança, porque somos testemunha ocular de que sua vivência se inicia como aluna de graduação, em estágio no grupo no início de formação, culminando no doutorado, com grau máximo, e consequente coordenação do grupo de origem. A trajetória que teve início na década de 1980 se estende e continua em evolução, nos dias de hoje. Enviamos também a prece, atribuída ao espírito André Luiz, intitulada “Dai-me forças, senhor!” 


Abaixo vamos encontrar as orientações que foram extraídas dos comentários oferecidos, por e-mail, pela docente-pesquisadora: 

1. Nunca abandonar um membro da equipe e mostrar que confia nele. 

2. A amizade entre os membros do grupo ajuda a suprir as necessidades dos itens 3 e 4. 

3. Apenas com humildade alcançamos o item 5. 

4. Os itens 3 e 4 são os mais difíceis de conquistar não havendo fórmula para chegar ao coração do outro, pois quando achamos que estamos no caminho certo, acontece uma “catástrofe”. No entanto, um simples gesto pode mudar tudo para o bem. 

5. Quando o “entendimento” acontecer devemos fazer tudo para mostrar como isso foi bom para nós. 

6. Na relação professor aluno demonstrar respeito e sobretudo cumplicidade. 

7. Procurar dar exemplo de comportamento ético com os colegas e pacientes. 

8. Fazer questão de demonstrar que não domina todo o saber de sua especialidade. 

9. Sentar com eles e pedir que lhe ensinem o que sabem mais do que o professor. 

10. Amar o que faz; dedicar-se e sentir prazer em contribuir para o bem comum. 

11. Nos momentos de decisão, lembrar alguém com “autoridade”, mesmo que este não tenha exercido o poder. 

12. Chegar a um nível de consciência que o faça perceber a influência exercida sobre o aluno (modelo de bem ou mal) 

Embora os encontros já tenham se iniciado, acreditamos que devemos continuar refletindo sobre o equilíbrio do grupo. 

Que possamos usar da criatividade e oferecer novas contribuições. A criatividade “consiste em ver o que todo mundo vê, mas pensar e fazer o que ninguém pensou e fez”. 

Façamos mudanças e acrescentemos novas contribuições. O texto, diante da fatalidade evolutiva, neste momento, poderá já estar como “uma velha roupa colorida”, de Belchior, imortalizada por Elis Regina: 

“Você não sente, não vê, mas, não posso deixar de dizer, meu amigo. Uma nova mudança em breve vai acontecer. O que há algum tempo era jovem hoje é antigo. Precisamos todos rejuvenescer.“ 

______________________ 

(*) Experts in Corynebacterium diphtheria. 



Leitura complementar sugerida 

2. Incentivar a pesquisa: Universidades brasileiras negligenciam a pesquisa 
http://www.espiritualidades.com.br/Artigos/F_autores/formiga_Luiz_incentivar_pesquisa.htm
3. Universidade da Alma 
4. Ensino, Pesquisa e Ética na Microbiologia Médica 
5. Universidade e Espiritualidade 
Centro Espírita Jacques Chulam. Rua Visconde de Itamarati 63, Maracanã, RJ, RJ. CEP 20550-140. 


Nota.
Enfatizamos que o Projeto "DOZE PASSOS E DEPENDÊNCIAS NA VISÃO ESPÍRITA", que esta sendo desenvolvido no CEJC tem por objetivo"Estudar e buscar compreender como a aplicação dos 12 Passos pode efetivamente ajudar na superação de nossos desequilíbrios (dependências/compulsões). Essa superação certamente será facilitada pela espiritualidade internalizada através da Doutrina Espírita.". Em outras palavras - não estamos nos fixando apenas na dependencia do alcool,  mas em toda e qualquer dependencia, seja ela fisica/quimica ou emocional/psicologica.

1 Comentários:

  • Eu e a minha esposa com objetivo de ajudar algumas pessoas visitamos por três vezes um dos AA, é um trabalho muito bom e que está ajudando muitas pessoas e vimos que o Espiritismo pode contribuir muito para esse trabalho com os Dependentes de modo geral e estamos mentalizando uma tarefa no Centro Espírita com esse fim e esse artigo colaborou bastante.
    Vamos em frente.
    Marcos Fonseca

    Por Blogger Marcao, às 7 de setembro de 2013 às 05:26  

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