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sexta-feira, 29 de novembro de 2013

O ABORTAMENTO NUMA EXPECTATIVA DE TÉTRICA CRONOLOGIA NA PÁTRIA DO EVANGELHO. (Jorge Hessen )

Jorge Hessen
http://aluznamente.com.br
Evidenciaremos algumas históricas táticas (arapucas abortistas) arquitetadas  sob macabra cronologia (anos após anos) na Pátria do Evangelho. Não será difícil identificarmos as ofensivas das fundações abortistas internacionais, da manipulada ONU, dos mal-intencionados governos brasileiro e das ONGs (criadas no Brasil como estratégias abortistas, patrocinadas por instituições estrangeiras), mirando, desde 1988, a implementação de uma agenda externa e financiamento milionário, no intuito  de simplificar o “assassinato de bebês” no útero materno. 
Na “Pátria do Evangelho e Coração do Mundo”, o trabalho sistemático para hasteamento da flâmula abortista iniciou-se no final dos anos 80, como disse acima, sempre  patrocinado por capital  estrangeiro para criação de redes de ONGs pró-aborto no Brasil.  Uma das aberturas para a prática do extermínio de bebês no útero foi levada a cabo há mais de 20 anos na  implantação do primeiro serviço de abortos (em casos de estupro) em São Paulo. 
Em 1990, através da abjeta Fundação MacArthur, dos  (EUA), assessorada por incautos professores da UNICAMP (alguns, membros do Population Council das organizações Rockefeller), iniciou-se o  cronograma de trabalho alvitrando a exclusão do Código Penal de todos os dispositivos que penalizam o abortamento no Brasil. 
Na década de 1990, a Fundação Ford instituiu o emblemático conceito de “direitos sexuais e reprodutivos” e passou a organizar várias ONGs feministas e promotoras do ideário do assassinato de bebês no ventre materno, inclusive infligindo a nova ideologia da morte na Organização das Nações Unidas, que por sua vez deliberou reconhecer,  na Conferencia do Cairo, os “direitos sexuais e reprodutivos” e em 1995  aceitou , na Conferência de Pequim, os conceitos fundamentais da “ideologia de gênero”, passando a pressionar todos os países (que ainda não haviam legalizado o aborto) a liberalizarem a pena do morte do bebê no ventre materno,  denunciando-os de violarem o direito das mulheres sobre seus corpos.
Em 1998, o governo brasileiro sancionou a norma técnica sobre os serviços de assassinatos de bebês no útero. O regulamento, em vez de ser denominada Norma técnica sobre procedimentos de aborto em casos de estupro, recebeu o “romântico” epíteto de Norma técnica sobre o tratamento dos agravos à violência contra a mulher. A nova regra permitiu e estendeu o aborto (em casos de estupro) do terceiro até o quinto mês da gravidez. A famigerada norma estabeleceu que  para a realização do homicídio do indefeso bebê no útero  basta a apresentação de um “B.O.” boletim de ocorrência policial da suposta vítima de “estupro”. 
Na ocasião, com o apoio financeiro da execranda Fundação MacArthur, foram inaugurados os "Foruns anuais interprofissionais para implementação do atendimento ao aborto previsto na norma técnica", congregando todos os profissionais envolvidos nos serviços de assassinatos de bebês no ventre (em casos de abuso sexual).  
Em 2005 o governo encaminhou projeto que propunha matar o neném na barriga materna , por qualquer motivo, durante todos os nove meses da gravidez. Contudo o abominável projeto foi reprovado em 2008, considerado inconstitucional na Comissão de Constitucionalidade da Câmara dos Deputados. 
Em 2012, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu pela legalização da interrupção da gravidez em caso de fetos anencefálicos.  Obviamente os magistrados da suprema corte desconhecem que um feto, ainda que "anencéfalo", não pode perder a dignidade nem o direito de (re)nascer.
Os causídicos abortistas do "anencéfalo" alegam que nele não há um ser humano. Porém, esse juízo jamais poderia ser aplicado ao "anencéfalo", "que se compõe em um organismo humano vivo, e por isso a única atitude ajustada com o Direito à vida  é a da compaixão, da indulgência, para com o feto de má formação encefálica. 
Ainda que o feto seja portador de outras lesões graves e irreversíveis, físicas ou mentais, o corpo é o instrumento de que o Espírito necessita para sua evolução, pois que somente na experiência reencarnatória terá condições de reorganizar a sua estrutura desequilibrada por ações que praticou em desacordo com a Lei Divina. Dá-se, também, que ele se programe em um lar cujos pais, na grande maioria das vezes, estão comprometidos com o drama e precisam igualmente passar por essa experiência reeducativa. 
Em março de 2013, o governo apresentou, para votação urgente e imediata, como uma “homenagem” ao Dia Internacional da Mulher, um projeto de lei sobre o "Tratamento dos agravos à violência contra a mulher". No dia 1º. de agosto de 2013, o governo sancionou a Lei 12.845/2013, conhecida como “Lei Cavalo de Tróia”, tornando a prática do aborto obrigatória, em todos os hospitais da rede do SUS.  
Retomando a discussão sobre a legitimidade, ou não, do aborto, quando a gravidez é consequente a um ato de violência sexual, compreendemos que quando a mulher não se sinta com estrutura psicológica para gestar e criar o filho, a lei deveria facilitar e estimular a adoção da criança após nascida, ao invés de promover covardemente o seu extermínio no útero. 
O Espiritismo, considerando o lado transcendente das situações humanas, estimula a mãe a levar adiante a gravidez e até mesmo a criação daquele filho, superando o trauma do estupro, porque aquele Espírito reencarnante terá possivelmente um compromisso passado com a genitora.
Seria de boa lembrança o governo ter departamentos especializados de amparo material e psicológico a todas as gestantes, em especial, às que carregam a sobrecarregada prova do estupro. Portanto, é perfeitamente lógico que o aborto em decorrência de estupro não deva ser autorizado, porque o bebê não pode ser punido por fatos não almejados que determinaram sua gênese. 
Outra questão defendida pelos homicidas de bebês  é o aborto “terapêutico”. Se o aborto, em tempos remotos, era cometido a pretexto de “terapia”, obviamente devia-se à ignorância médica. O aborto, ainda que supostamente “terapêutico”, é crime. Ademais, por que obstruir o método reparador que as Leis do Criador infligem ao espírito que se reencarna com deficiência? Será lícito tolher-lhe a caminhada evolutiva, em razão  da insensatez dos exterminadores de bebês no útero?
O que expõe o Espiritismo  sobre as consequências para o Espírito abortado? Explicam-nos os Benfeitores do além,  que é uma existência nulificada e que ele (o abortado) terá que recomeçar o processo reencarnatório. Destarte a provocação do aborto, em qualquer período da gestação é delito gravíssimo, é uma transgressão a lei de Deus. 
Uma mãe, ou quem quer que seja, cometerá crime sempre que tirar a vida a uma criança antes do seu nascimento, por isso que impede uma alma de passar pelas provas a que serviria de instrumento o corpo que se estava formando. A exclusiva e peculiar ressalva seria quando a gravidez pusesse em risco a vida da mãe, nesse caso não haverá dolo em sacrificar-se o bebê para salvar a mãe, pois preferível é se sacrifique o ser que ainda não existe a sacrificar-se o que já existe. ”(1)
Não nos enganemos,  se no Brasil for legalizada a prática do aborto, a “Pátria do Evangelho” sofrerá, os ressaibos amargosos ante a Lei de Ação e Reação, e todas as demais consequências funestas  sobrevindas de  tal flagelo moral.

Referência bibliográfica:
(1) Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos, questões 357 , 358 e 359, RJ: Ed. FEB, 2001

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

O Papa Francisco e os tabus: em questionário enviado às paróquias de todo o mundo, preparatório para a Assembleia de Bispos de 2014, ele toca em temas tabus como o casamento gay e a contracepção

FRANCiSCO FORA DA BOLHA -- O papa sabe que a salvação da Igreja passa pela compreensão do que os fiéis desejam e o que os incomoda — mas sem mexer na doutrina católica, evidentemente (Foto: AFP / Getty Images)
FRANCISCO FORA DA BOLHA — O papa sabe que a salvação da Igreja passa pela compreensão do que os fiéis desejam e o que os incomoda — mas sem mexer na doutrina católica, evidentemente (Foto: AFP / Getty Images)

Reportagem de Adriana Dias Lopes, com colaboração de Álvaro Leme e Renata Lucchesi, publicada em edição impressa de VEJA
O PASTOR VAI AO REBANHO
A Igreja de Francisco é definitivamente outra. Em questionário enviado às paróquias de todo o mundo, preparatório para a Assembleia de Bispos de 2014, ele toca em temas tabus como o casamento gay e a contracepção. É o papa de pés no chão

Não há atitude do papa Francisco que escape à sua intenção de demonstrar humildade. Às 4 horas da tarde de 7 de outubro, o pontífice entrou em seu carro particular, um Ford Focus azul, e saiu do Vaticano, sem comitiva nem escolta ostensivas. Menos de dez minutos depois, chegou à Rua da Conciliação, número 34, sede da Secretaria do Sínodo dos Bispos.
Ali, um pequeno grupo de prelados começava a elaborar as questões sobre os desafios pastorais da Igreja acerca da família católica. Era o documento preparatório da III Assembleia-Geral Extraordinária do Sínodo dos Bispos, reunião marcada para outubro do próximo ano.
Francisco quis bater à porta para reforçar um pedido. Para ele, as perguntas – depois encaminhadas para mais de 5.000 bispos do mundo inteiro, que consultarão os católicos como se aplicassem uma pesquisa de opinião pública – teriam de ser redigidas de forma direta, sem gongorismo, de modo a evitar respostas esquivas.
Cerca de duas semanas depois, o texto de dez páginas e 38 questões tinha sido concluído e distribuído. E a Santa Sé divulgou oficialmente a enquete (na internet e com direito a alerta no Twitter do Vaticano). Ela impressiona pela clareza e pela coragem histórica das indagações.
Trata de casamento de pessoas do mesmo sexo, de adoção por casais homossexuais, de divórcio, de matrimônios reconstruídos e muito mais daquilo tudo que, na Igreja, sempre foi tabu.
Francisco não tem medo. O pastor sabe que o único caminho é se aproximar, verdadeiramente, do rebanho. “A postura pastoral que Francisco tanto defende e pratica terá expressão privilegiada no Sínodo, depois dessa ampla consulta”, diz monsenhor Antonio Luiz Catelan Ferreira, teólogo da Pontifícia Universidade Católica do Paraná.
Para saber o que os fiéis pensam sobre alguns dos problemas propostos pelo Vaticano, especialmente os mais delicados, VEJA publicou parte da enquete em seu site na semana passada, enviou e-mail aos leitores, e dessa consulta extraiu uma pequena e relevante amostra dos humores dos católicos diante das exigências do mundo moderno.
O questionário não pressupõe nenhum gesto estrondoso de Francisco a partir de seus resultados. Servirá apenas para entender o que aproxima e o que afasta as famílias do catolicismo.
Mas é extraordinário, porque nunca se conversou com tanta sinceridade. “Como um bom jesuíta, o papa já sabe o que fazer, mas ouvirá a todos para ter respaldo em suas decisões”, diz Afonso Soares, professor de ciência da religião da PUC-SP.
O que o papa quer, no intuito de fortalecer a Igreja Católica, de se aproximar dos fiéis, está ancorado em uma de suas máximas: “O diálogo nasce de uma atitude de respeito pela outra pessoa”. É sempre bom um passeio histórico para entender um momento que soa renovador.
É comum um sínodo ter um questionário preparatório. Nenhum até hoje, porém, foi elaborado de forma tão eloquente. Compare-se com o texto do sínodo de 1980, de João Paulo II, cujo tema também foi a família.
Os bispos receberam um calhamaço de 46 páginas sobre o assunto. As perguntas eram pouco objetivas. Antes de cada questão, um texto introdutório discorria vagamente sobre o tema abordado. Dizia o capítulo sobre o divórcio: “Segundo estatísticas, em algumas regiões um terço dos matrimônios termina em divórcio. As causas desse fenômeno são muitas. Por exemplo, o aumento da longevidade humana. Por isso, é necessário uma educação dos cônjuges ainda mais apurada para que a vida conjugal seja mais prolongada”. Só então era feita a pergunta: “O que dizer sobre a situação da família nos diversos países no ponto de vista pastoral?”. Francisco, ao contrário, é direto: “Os separados e divorciados recasados constituem uma realidade pastoral relevante na Igreja?”.
Mesmo com tanto espaço para divagação, o sínodo de João Paulo II teve um papel crucial para as famílias católicas, abrindo espaço na Igreja para os casais em segunda união. Do encontro nasceu a Pastoral Familiar, com um setor dedicado a recasados.
Também com base no sínodo, Karol Wojtyla publicou, em 1981, o documento “Familiaris consortio”, no qual pedia um “empenho pastoral ainda mais generoso e prudente às famílias em circunstâncias particulares”.
Uma reação naturalmente tolerante em relação aos casamentos de mesmo sexo, por exemplo, como indica a consulta preliminar de VEJA, terá influência no sínodo de 2014? Sim, mas apenas do ponto de vista do respeito integral ao direito de escolha, não importa qual seja a opção de vida. Ou, como disse Bergoglio na hoje célebre conversa com o rabino argentino Abraham Skorka, “Deus deixou em nossas mãos até a liberdade de pecar”.
Há limites para quem quer mudar algo na Igreja – até mesmo para Francisco. Diz o cardeal dom Odilo Scherer, arcebispo de São Paulo: “O sínodo não vai alterar a palavra de Deus, da qual a Igreja é fiel depositária”. Portanto, o casamento indissolúvel, formado da união entre um homem e uma mulher, como mandam as Escrituras, permanecerá intocado.
Se a doutrina não muda, o tom pode mudar. Por isso Francisco decidiu pôr a mão na mais doída das feridas: a do catolicismo que some do cotidiano das famílias. Daí a convocação aos bispos, daí a consulta direta às paróquias.
Como um sínodo é convocado pelo papa, a quem cabe também a escolha do tema, tem-se ao final dele um conjunto de conclusões de grande força moral. Um sínodo, ressalve-se, tem poder meramente consultivo. Nenhuma decisão que surja desse tipo de encontro, portanto, é lei na Igreja.
Os sínodos foram criados durante o Concílio Vaticano II, a assembleia religiosa que marcou a modernização litúrgica e doutrinal da Igreja, realizada entre 1962 e 1965. As decisões de um concílio são deliberativas. Francisco tem tanta força que, em seu papado, por ora, as decisões consultivas têm quase poder deliberativo.
“A gente não vive em pecado. Nós somos uma família, e a Igreja pode vir a entender isso” (Foto: Ernani D'Almeida)
“A gente não vive em pecado. Nós somos uma família, e a Igreja pode vir a entender isso” (Foto: Ernani D’Almeida)
É com a voz embargada que a confeiteira carioca Juliana Luvizaro, de 33 anos (à direita na foto), lembra o dia em que um diácono recusou dar a bênção a ela e a sua companheira, a psicóloga Cristiana Serra, de 39, só porque estavam de mãos dadas. As duas mudaram para uma paróquia mais liberal e até hoje assistem à missa juntas – de mãos dadas.
Elas pensam em ter filhos, que pretendem batizar. Ao se descobrir gay, Cristiana passou três anos sem comungar. Juliana, dez. Desde 2012, participam de um grupo de apoio a homossexuais que buscam a inclusão na Igreja, o Diversidade Católica. “A gente não vive em pecado. Nós somos uma família, e a Igreja pode vir a entender isso”, defende a psicóloga.
"Ele não sabia se seria possível um novo matrimônio na Igreja tendo quatro filhos do primeiro casamento" (Foto: Antonio Milena / Milenar)
“Ele não sabia se seria possível um novo matrimônio na Igreja tendo quatro filhos do primeiro casamento” (Foto: Antonio Milena / Milenar)
Juntos há mais de vinte anos, os médicos João Luiz Duarte, de 69 anos, e Mabel Pereira, de 48, casaram-se na Igreja apenas em 2007. O motivo? “Ele não sabia se seria possível um novo matrimônio na Igreja tendo quatro filhos do primeiro casamento”, conta Mabel.
Desde que foi morar junto, o casal ficou afastado da Igreja até 2004, quando o único filho dos dois, Lucas, decidiu fazer catequese. “Fomos muito bem acolhidos”, conta o médico. Por sugestão do padre, Duarte entrou com o pedido de nulidade do primeiro casamento.
“Discordar de um dos preceitos católicos não nos afasta da Igreja” (Foto: Ernani D'Almeida)
“Discordar de um dos preceitos católicos não nos afasta da Igreja” (Foto: Ernani D’Almeida)
As tatuagens do empresário Pedro Salomão, de 33 anos, são o sinal mais visível de quão católico ele é: a imagem de Nossa Senhora no braço direito e um trecho da Oração de São Francisco nas costelas.
Mesmo levando a religião muito a sério, sua mulher, a psicóloga Marília Paiva, de 28 anos, tomou pílula anticoncepcional até o fim do ano passado. “Discordar de um dos preceitos católicos não nos afasta da Igreja”, diz Salomão.

O que dizem os católicos

VEJA submeteu parte do questionário do Vaticano que antecipa o Sínodo de 2014 a um grupo de leitores, por meio de enquete no site da revista e envio de e-mails.
A grande maioria dos 443 entrevistados que informaram ser católicos (casados, com ensino superior completo) apontou um caminho de bom-senso: a modernização do cotidiano pastoral da Igreja Católica, mas sem abandonar os preceitos religiosos em torno de questões fundamentais para a instituição, como o casamento indissolúvel, a procriação e a vida em família.
O levantamento foi conduzido pelo Departamento de Pesquisa e Inteligência de Mercado da Editora Abril.
Acompanhe a seguir seis perguntas enviadas pela Santa Sé com o texto original levemente adaptado, uma rápida explicação de VEJA e os comentários dos fiéis consultados.

Tempos modernos
1. Quais são os fatores culturais que impedem a plena aceitação do ensinamento da Igreja sobre a família?
Explicação: a questão contempla um grande problema da Igreja atual – o relativismo, doutrina para a qual os valores morais não apresentam validade universal e absoluta. Nesse contexto, a Igreja quer conhecer os apelos da sociedade moderna que questionam a moral cristã.

- “O relativismo moral e a falta de conhecimento sobre os verdadeiros ensinamentos da Igreja.”
- “A modernidade dos costumes. Ela impede que os jovens absorvam os valores da vida cristã. Cabe à família, portanto, a árdua tarefa de transmiti-los, dando murro em ponta de faca.”
- “Os dogmas da Igreja têm de se adaptar à nova realidade da sociedade sem perder sua essência.”

Casamento
2. Quando a celebração do matrimônio é pedida por batizados não praticantes, ou que se declaram não crentes, como enfrentar os desafios pastorais que disso derivam?
Explicação: aqui se trata do fiel não praticante ou do que não é membro da Igreja, mas deseja celebrar o matrimônio. De todos os católicos batizados, em média, estima-se que apenas 10% frequentem a Igreja assiduamente.

A Igreja quer um fiel praticante, envolvido com a sua fé. Um fiel, portanto, que não migra para outras religiões facilmente. Que conheça sua doutrina sobre o matrimônio e sobre a família, disposto a praticá-la.
- “O casamento é um rito social, perdeu quase todo o seu caráter de sacramento religioso.”
- “A Igreja tem de estar sempre de portas abertas para os cristãos, praticantes ou não. Os que se declaram não crentes, com certeza em algum momento da vida vão encontrar quem os faça mudar de opinião.”
- “A Igreja deve aceitar esse desafio porque é uma forma de resgatar pessoas que estavam afastadas. Tem de recuperar as ovelhas desgarradas.”

Casamento gay
3. Que atenção pastoral é possível prestar às pessoas que escolheram viver em conformidade com esse tipo de união (união de pessoas do mesmo sexo)?
4. No caso de uniões de pessoas do mesmo sexo que adotaram crianças, como é necessário comportar-se pastoralmente, em vista da transmissão da fé?
Explicação: a Igreja está atenta e preocupada com as pessoas que convivem em formações diferentes da família tradicional. A mudança de tom em relação a elas está ancorada em uma ideia: abrir espaços institucionais, dentro do catolicismo, de modo a abraçar essas minorias. O acolhimento poderia incluir a criação de uma pastoral especial para homossexuais que os acompanhasse, como já ocorre com os casais em segunda união.

- “A Igreja deve prestar a mesma atenção a todos os fiéis, pois Cristo nunca fez diferença ou discriminou qualquer pessoa.”
- “Particularmente, não aprovo esse tipo de comportamento. É uma questão melindrosa para o catolicismo. A atenção que a Igreja poderia prestar a essas pessoas seria mais psicológica que espiritual.”
- “Como o próprio Jesus era sempre dedicado às minorias da época, como cobradores de impostos e adúlteras, precisamos repensar de que forma poderíamos acolhê-los na Igreja.”
- “No caso da adoção, o problema é bem maior. Como ficará a cabeça de uma criança que vai ter dois pais ou duas mães dentro de casa? Como será a formação dela?”
- “Dar assistência à criança, mas sem abrir mão da postura da Igreja de reprovação da conduta dos pais.”
- “Garantir que os princípios cristãos e de cidadania estejam sendo passados para as crianças de pais homossexuais é vital.”

Matrimônios irregulares
5. Como as igrejas vão ao encontro da necessidade dos pais dessas crianças (provenientes de matrimônios irregulares) de oferecer uma educação cristã para os próprios filhos?
Explicação: este é um dos pontos seminais para a Igreja. Como evangelizar os filhos de quem não segue os preceitos cristãos, como os casais unidos sem a união católica ou as mães solteiras. Em maio, o papa já havia defendido o batismo de filhos de mães solteiras durante homilia em missa no Vaticano.

- “Deve-se aceitá-los na Igreja, colocá-los nas pastorais. Todo mundo tem o direito de errar e tentar novamente.”
- “Matrimônio irregular não existe, isso é algo criado. O amor é a força maior e que deve reger a relação”
- “O tratamento deve ser sem distinções. O que importa é a presença da família na Igreja, e não sua rotina e passado familiar.”

Métodos contraceptivos
6. Que métodos naturais são promovidos por parte das igrejas, para ajudar os cônjuges a pôr em prática a doutrina “Humanae vitae”?
Explicação: a doutrina “Humanae vitae” é da encíclica do papa Paulo VI publicada em 1968 e trata do tema da natalidade. O documento define a proibição do uso da contracepção artificial. Esta, no entanto, é uma questão que pouco a pouco vem mudando na Igreja Católica. O papa Bento XVI tratou da questão sob outro aspecto.

No livro Luz do Mundo, no qual conversou sobre diversos temas com o jornalista alemão Peter Seewald, o pontífice falou sobre a possibilidade de uma pessoa infectada com o vírus HIV, causador da aids, usar o preservativo. Este é um marco difícil de ser ultrapassado.
- “A Igreja deve aceitar as opções que cada casal escolher. Acho que não deve interferir nessas questões.”
- “É uma questão difícil de conciliar com o avanço tecnológico que vivemos. Soa como tentar ajudar as pessoas a abandonar a luz elétrica e utilizar lampiões e querosene.”
- “A Igreja deve fornecer o ensinamento segundo suas crenças, as pessoas devem saber de suas responsabilidades e ter liberdade de usar qualquer método contraceptivo, ainda que reprovado pela religião, se assim o decidirem.”

terça-feira, 26 de novembro de 2013

Em severa crítica à Igreja, papa apresenta maior reforma do Vaticano em meio século

Em seu documento, ele volta a defender os “mais fracos”, os “sem-teto, os dependentes de drogas, os refugiados”


Exortação Apostólica "Evangelii Gaudium" apresentada hoje é o primeiro documento do novo papa e traça o caminho para a Santa Sé nos próximos anos. Documento propõe "nova etapa de evangelização" e "conversão" da Igreja


Em reforma, papa ataca modelo atual de missa e confissão (© Rex Features)
Rex Features
Cidade do Vaticano – Jorge Bergoglio lança um projeto de “conversão do papado”, propõe a “descentralização” da Igreja e apresenta o plano da maior reforma feita no Vaticano em pelo menos meio século. No primeiro documento de seu próprio punho apresentado hoje, o papa Francisco explica em mais de 200 páginas seu projeto para o futuro da Igreja, lançando duros ataques contra sacerdotes e denunciando a guerra pelo poder dentro dos muros da Santa Sé.
“Desejo dirigir-me aos fiéis cristãos para convidá-los a uma nova etapa de evangelização marcada por esta alegria e indica direções para o caminho da Igreja nos próximos anos”, escreveu em sua Exortação Apostólica publicada hoje, o Evangelii Gaudium do Santo Padre Francisco aos Bispos, Presbíteros, Diáconos às pessoas consagradas e aos fiéis laicos sobre o Anúncio do Evangelho no Mundo Atual. “É uma nova evangelização no mundo de hoje, insistindo nos aspectos positivos e otimismo”, explicou o cardeal Rino Fisichella, presidente do Conselho Pontifical para a Nova Evangelização e que admite que o papa é “franco”. “O centro é o amor”, insistiu. “Sem isso, a Igreja é um castelo de cartas  e isso é o nosso maior perigo”, declarou.
Em seu texto, Francisco apela à Igreja a “recuperar a frescor original do Evangelho”, mas encontrando “novas formas” e “métodos criativos”. “Precisamos de uma conversão pastoral e missionária, que não pode deixar as coisas como elas são."
Uma parte central de seu trabalho será o de “reformar as estruturas eclesiais” para que “todas se tornem mais missionárias”.
O recado é claro: promover uma “saudável descentralização” na Igreja, num gesto inédito vindo justamente da pessoa que representou por séculos a centralização da instituição e sempre lutou contra repartir poderes. A esperança é de que as conferencias episcopais possam contribuir para “o sentido de colegialidade”.
A descentralização apontaria até mesmo para a abertura de espaços para diferentes formas de praticar o catolicismo. “O cristianismo não dispõe de um único modelo cultural e o rosto da Igreja é multiforme”, escreveu. “Não podemos esperar que todos os povos, para expressar a fé cristã, tenham de imitar as modalidades adotadas pelos povos europeus num determinado momento da história”. Para o papa, teólogos precisam ter em mente “a finalidade evangelizadora da Igreja”.
Nem o próprio papa estaria isento da reforma. Sua meta é a de promover uma “conversão do papado para que seja mais fiel ao significado que Jesus Cristo lhe quis dar e às necessidades atuais da evangelização”.
A burocracia e a aristocracia da Santa Sé também precisa ser revista. “Nesta renovação não se deve ter medo de rever costumes da Igreja não diretamente ligados ao núcleo do Evangelho, alguns dos mais profundamente enraizados ao longo da história”.
Bergoglio insiste que prefere “uma igreja ferida e suja por ter saído às estradas, em vez de uma igreja preocupada em ser o centro e que acaba prisioneiras num emaranhado de obsessões e procedimentos”.

Abertura – Um dos pontos centrais é ainda a abertura da Igreja aos fiéis. “Precisamos de igrejas com as portas abertas” para evitar que aqueles que estão em busca de Deus encontrem “a frieza de uma porta fechada”. “Nem mesmo as portas dos Sacramentos se deveriam fechar por qualquer motivo”, escreveu.

A escolha dos fiéis que deveriam comungar também é atacado pelo papa. “A Eucaristia não é um prêmio para os perfeitos, mas um generoso remédio e um alimento para os fracos”, alertou.

Poder – O documento ainda lança severas críticas a padres e sacerdotes. O papa pede que se evite as “tentações” do individualismo e alerta que “a maior ameaça é o pragmatismo incolor da vida cotidiana da Igreja, quando na realidade a fé se vai desgastando”.

Pedindo uma “revolução de ternura”, o papa critica “aqueles (religiosos) que se sentem superior aos outros” e que apenas fazer obras de caridade não seria o suficiente. O papa também ataca os sacerdotes que “em vez de evangelizar, classificam os outros”, adotando um “certo estilo católico próprio do passado”.
Bergoglio também ataca os religiosos que tem “um cuidado ostensivo da liturgia, da doutrina e do prestígio da Igreja, mas sem que se preocupem com a inserção real do Evangelho” às necessidades das populações. “Esta é uma tremenda corrupção com a aparência de bem. Deus nos livre de uma igreja mundana sob cortinas espirituais ou pastorais."
As batalhas por poder dentro do Vaticano também são alvos de ataques do papa contra a Igreja. Ele apela para que as comunidades eclesiais “não caiam nas invejas e ciúmes”. “Dentro do povo de Deus, quantas guerras”, lamenta o argentino. “A quem queremos evangelizar com estes comportamentos?”, atacou, indicando um “excesso de clericalismo”.
O papa ataca o “elitismo narcisista” entre os cardeais. “O que queremos? Generais de exércitos derrotados? Ou simplesmente soldados de um esquadrão que continua batalhando?”, questionou.
Até mesmo as homilias (sermão feito nas missas) são alvos de ataque do papa. “São muitas as reclamações em relação a este importante ministério e não podemos fechar os ouvidos." Bergoglio insiste que ela não deve ser nem uma conferência e nem uma aula. “Temos de evitar uma pregação puramente moralista”.
Um ataque especial vai também aos religiosos que não se preparam devidamente para as missas. “Um pregador que não se prepara não é espiritual, é desonesto e irresponsável”, escreveu. Quanto às confissões, o argentino é ainda mais duro: “não se trata de uma câmara de tortura”.

Mulher – O papa volta a defender um maior papel da mulher dentro da Igreja. “Ainda há necessidade de se ampliar o espaço para uma presença feminina mais incisiva na Igreja, nos diferentes lugares onde são tomadas decisões importantes”, defendeu. “As reivindicações dos direitos legítimos das mulheres não se podem sobrevoar superficialmente”, apontou.

Bergoglio deixa claro a posição da Igreja contrária ao aborto. “Entre os fracos que a Igreja quer cuidar estão as crianças em gestação, que são as mais indefesas e inocentes de todos, às quais hoje se quer negar a dignidade humana”, escreveu.
“Não se deve esperar que a Igreja mude a sua posição sobre essa questão. Não é progressista fingir resolver os problemas eliminando uma vida humana”, declarou.

Economiae política – Bergoglio ainda destina uma parte importante de seu texto à situação mundial e não deixa de atacar o modelo econômico que prevalece. “O atual sistema econômico é injusto pela raiz”, declarou. “Esta economia mata porque prevalece a lei do mais forte”.

“Os excluídos não são explorados, mas lixo, sobras”, atacou. “Vivemos uma nova tiraria invisível, por vezes virtual, de um mercado divinizado onde reinam a especulação financeira, corrupção ramificada, evasão fiscal egoísta”. O dinheiro, segundo ele, deve servir, e não dominar.
Para ele, esse modelo estaria promovendo uma “crise cultural profunda” nas famílias. “O individualismo pós-moderno e globalizado promove um estilo de vida que perverte os vínculos familiares”, alertou.
O papa ainda apela para que a Igreja não tenha medo de se envolver nos debates políticos e que faça parte da luta por influenciar grupos políticos para garantir maior justiça social. Para ele, os pastores tem “o direito de emitir opiniões sobre tudo o que se relaciona com a vida das pessoas”, escreveu. “Ninguém pode exigir de nos que releguemos a religião à secreta intimidade das pessoas”, declarou.
Sua luta contra a pobreza também fica claro no documento. “Até que não se resolvam radicalmente os problemas dos pobres, não se resolverão os problemas do mundo”, declarou, fazendo um apelo aos políticos. Em seu documento, ele volta a defender os “mais fracos”, os “sem-teto, os dependentes de drogas, os refugiados” e apela a países que promovam uma “abertura generosa” aos imigrantes. Para ele, existem “muitos cúmplices” nesses crimes.
O argentino, porém, não deixa de apelar “humildemente” aos países muçulmanos que garantam a liberdade religiosa para os cristãos, “tendo em conta a liberdade de que gozam os crentes do Islã nos países ocidentais”. “Uma adequada interpretação do Corão se opõe a toda a violência”, defendeu. Bergoglio, porém, insiste na necessidade de fortalecer o diálogo e a aliança entre crentes e não-crentes.
Apesar dos desafios, o papa insiste que os fiéis não devem desistir. “Se eu conseguir ajuda pelo menos uma única pessoa a viver melhor, isto já é suficiente para justificar o dom da minha vida”, concluiu.

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

O ATEÍSMO MUNDIAL EM NÚMEROS INQUIETANTES (Jorge Hessen )


Jorge Hessen
http://aluznamente.com.br

A propagação do ateísmo e do materialismo é inquietante. Nos dias atuais tem crescido o número de pessoas que se declaram sem religião. No Brasil, até os anos 70, elas eram menos de 1% da população. Nos anos 90, 5,1%; em 2013 mais de 15 milhões de brasileiros dizem não ter religião conforme o IBGE. Segundo dados da Enciclopédia Britânica, em 1994 cerca de 240 milhões de pessoas declaravam-se ateístas e mais de 900 milhões diziam-se não religiosas. Hoje o grupo dos que se declaram ateus, agnósticos (1) ou sem religião em todo o mundo só fica atrás daqueles que se dizem cristãos (2 bilhões de pessoas) e muçulmanos  (1,2 bilhão de pessoas).
Na era do “homo tecnologicus”, os ateus, agnósticos ou não filiados a alguma religião formam 16,3% da população mundial (aproximadamente 1,2 bilhão de pessoas), percentual superior ao de hindus (15%), budistas (7,1%), seguidores de religiões étnicas ou folclóricas (5,9%) e judeus (0,2%).
Crer ou não crer? - Os números do ateísmo no mundo são os seguintes: Na Suécia, 85% da população não acredita em Deus; na Dinamarca, 80%; na Noruega, 72%; no Japão, 65%. A China ocupa o 36º lugar no ranking de países com mais percentual de ateus (14%). Em números absolutos, porém, é onde vivem mais pessoas sem crença; na Rússia, 69 milhões; no Vietnã, 66 milhões; na Alemanha, 40 milhões, na França, 32 milhões; nos EUA, 26,8 milhões; na Inglaterra, 26,5 milhões. (2)
O teórico ateu Mikhail Bakunin, da Rússia, afirmava que "a ideia de Deus implica a abdicação da razão e da justiça humanas; é a negação mais decisiva da liberdade humana e, necessariamente, termina na escravização do homem. Bakunin inverteu o aforismo voltairiano – “se Deus não existisse, seria preciso inventá-lo” – afirmando que se “Deus realmente existisse, seria necessário aboli-lo”. Não é por acaso que significativa parte dos que se declaram ateus, agnósticos ou sem religião estão em países comunistas ou ex-comunistas, onde tradicionalmente a religião foi rejeitada em grande medida.
Não cremos que haja ateus na essência, embora entendamos que existam pessoas que divergem das concepções equivocadas acerca de um deus (minúsculo), criado pela teologia que foi formando na dinâmica dos evos. Porém, ateus convictos, isto é, fundamentados com contextos validos, não acreditamos que existam. A todo pensamento lógico, Deus surge, na verdade jamais como importância negativa, mas como positiva, fundamentante, como o Ser que torna plausível todo o existir.
O complexo ideológico ateísta esbarra no problema do “mal” no contexto das revelações inconsistentes e no argumento da descrença. Outros assuntos do universo ateísta são de cunhos filosóficos, sociais e históricos. Os ateus tendem ao ceticismo em relação a afirmações sobrenaturais, citando a falta de evidências empíricas que provem sua existência (os materialistas têm alergia ao mundo espiritual). A demanda racionalista de Kant e do Iluminismo só acolhe o conhecimento deduzido pelo racionalismo lógico. Esta forma de “ateísmo” afirma que as divindades não são perceptíveis como uma questão de princípio e, portanto, sua existência não pode ser conhecida. O ceticismo, baseado nas ideias de Hume, por exemplo, afirma que a certeza sobre qualquer coisa é impossível, por isso nunca se pode saber da existência de um Deus.
A obra “Essência do Cristianismo” publicada em 1841, por Ludwig Feuerbach, entusiasmou filósofos como Engels, Marx, David Strauss e Nietzsche. Feuerbach considerava que Deus é uma invenção humana e que as atividades religiosas são usadas para a realização de desejos. (3) Karl Marx e Friedrich Engels argumentaram que a crença em Deus e na religião são funções sociais, utilizadas para narcotizar a mente. Marx procurou “alforriar” o homem de Deus, entretanto, algemou-o a um outro deus (terrível, cruel e alienante), ou seja, o “estado totalitário”, cuja individualidade se torna volátil e aprisionada ideologicamente para escorar a grande máquina fabricante de abastanças para pequenos clãs dirigentes.
Nietzsche regurgitava que Deus foi a maior ameaça do homem. O ceticismo nietzschiano do século XIX almejou “matar” Deus a fim de introjetar a ideia de um “Super-Homem”, ou seria o precursor do Clark Kent do planeta diário? Vamos raciocinar um pouco. De que maneira o irrequieto filósofo poderia proclamar a “morte” de um ente que, segundo expunha, inexistia? A “morte” de Deus nos termos em que se exprimem os nietzschianos (se possível distantes das “kryptonitas”), culmina na confissão de sua existência, exceto se pudéssemos “matar” o nada.
É por essas e outras que Louis Pasteur afirmava no século XIX que “um pouco de ciência nos afasta de Deus. Muito, nos aproxima”. Esse pensamento induz a ideia de que uma noção científica pouco profunda serve tão somente para distanciar o homem de Deus e, em sentido contrário, leva à conclusão de que todos os profundos conhecedores da Ciência estão adjuntos de Deus.
Por mais que os materialistas procurem justificar seu ateísmo, este só pode subsistir em palavras desocupadas, ocas, desprovidas de qualquer substância moral, filosófica e científica. Os Espíritos asseguram que “nunca houve povos de ateus. Todos seres compreendem que acima de tudo há um Ente Supremo.” (4) Para Allan Kardec, “sempre houve e haverá cada vez mais espiritualistas do que materialistas e mais devotos do que ateus.”. (5) Certa vez, o mestre de Lyon consultou a condição espiritual de um ateu desencarnado. Este revelou o seu estado psicológico no além, nos seguintes termos: “Sofro pelo constrangimento em que estou de crer em tudo quanto negava. Meu Espírito está como num braseiro, horrivelmente atormentado”. (6)
A prova da existência de Deus está no axioma que aplicamos às ciências. Não há efeito sem causa, logo, tudo o que não é obra do homem a razão responderá. Para crer-se em Deus, basta se lance o olhar sobre as obras da Criação. O Universo existe, logo tem uma causa. Duvidar da existência de Deus é negar que todo efeito tem uma causa e avançar que o nada pôde fazer alguma coisa. Todos nós trazemos na consciência a certeza da existência de Deus que não poderia ser fruto da educação ou resultado de ideias adquiridas, pois se assim fosse por que existiria nos selvagens esse sentimento inato?
É verdade! “Se o sentimento da existência de um ser supremo fosse tão-somente produto de um ensino, não seria universal e não existiria senão nos que houvessem podido receber esse ensino, conforme se dá com as noções científicas.”. (7)


Referências bibliográficas:

(1)            Enquanto os ateus negam a existência de Deus, os agnósticos garantem não ser possível provar a existência divina.
(2)            Pesquisas de Phil Zuckerman (2007), Richard Lynn (2008) e Elaine Howard Ecklund (2010), ONU, adherents.com, American ReligiousIdentification Survey, The Pew Research Center, Gallup Poll, The New York Times, Good, Nature, Live Science e Discovery Magazine.
(3)            Disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/Ate%C3%ADsmo  acesso em 24/11/2013
(4)            Kardec Allan. O Livro dos Espíritos, questão 651 , RJ: Ed FEB, 2001
(5)            Kardec Allan. A Gênese, Cap. XI item 4  RJ: Ed FEB, 2001.
(6)            Kardec Allan. O Céu e o Inferno Segunda Parte, Cap. V , RJ: Ed FEB, 2001
(7)            Kardec Allan. O Livro dos Espíritos, questões 4,5 e 6 , RJ: Ed FEB, 2001

sábado, 23 de novembro de 2013

Decomposição da Natureza - publicado na Revista O Consolador

Decomposição da Natureza - publicado na Revista O  Consolador
Publicado na revista O Consolador

JORGE HESSEN
jorgehessen@gmail.com
Brasília, Distrito Federal (Brasil)

Ao se desmatar as florestas, modificar cursos de rios, aterrar áreas alagadas e desestabilizar o clima, estamos destroçando as bases de uma rede de segurança natural extremamente sensível. Precisamos ficar atentos aos alertas dos peritos, pois já está demasiado claro que é apenas uma questão de tempo para as consequências funestas das previsões começarem a afetar, brutalmente, as nossas vidas e, principalmente, as vidas de nossos filhos e netos.
A Terra assemelha-se a um organismo vivo, com mecanismos para autorregular suas funções. (1) Nesses últimos anos, os Estados Unidos passaram pela pior seca em mais de um século. Grandes extensões de terra da Rússia também não tiveram chuva suficiente. Até mesmo as temporadas de monções na Índia têm sido profundamente afetadas. Na América do Sul, o índice pluviométrico tem permanecido abaixo da média histórica. (2)
Por que tanta ingratidão para com a Natureza, que trabalha sem cessar em nosso favor, oferecendo-nos recursos ilimitados? Lembremos que ela sofre e “reage” à agressão. No Sul do Brasil têm surgido com mais frequência inundações e ciclones quase sempre com cortejos de tragédias. Nos Estados Unidos os “tornados” vão estremecendo as estruturas da sociedade americana. Na Europa e em outras partes da Terra observamos o verão cada vez mais incandescente, causando incêndios em várias florestas, sem antecedentes na História.
Estudos atuais atestam que a “mudança climática tem levado à morte cerca de 300 mil pessoas por ano, de fome (3), de doenças ou de desastres naturais, e o número deve subir para 500 mil dentro de 15 anos”. (4) Estima-se que o problema do clima afete 325 milhões de pessoas anualmente, e que, em duas décadas, esse número irá dobrar, atingindo o equivalente a 10% da população mundial da atualidade. Kardec, ao questionar a espiritualidade em “por que nem sempre a terra produz bastante para fornecer ao homem o necessário?”, recebe uma resposta que exemplifica bem o que vivemos hoje: “É que, ingrato, o homem a despreza! Ela, no entanto, é excelente mãe. Muitas vezes, também, ele acusa a Natureza do que só é resultado da sua imperícia ou da sua imprevidência. A terra produziria sempre o necessário, se com o necessário soubesse o homem contentar-se”. (5) 
DESPERDÍCIO DA ÁGUA 
Os recursos "renováveis" que se consomem e sua influência sobre o equilíbrio ambiental não podem ser relegados a questões de pouca gravidade, mormente levando-se em consideração o desperdício na utilização da água potável e outros recursos naturais. Não é arriscado afirmar que nos dias vindouros esse manancial venha a ser o pretexto mais evidente de guerra no planeta.
Realmente há um gravíssimo problema a considerar: estamos usando mal a água potável. Sabe-se que no Brasil quase metade (isso mesmo, 50%) do volume recolhido nas fontes não chega até as torneiras das residências. Há, no meio do trajeto, vazamentos nos encanamentos, erros na medição do consumo e desvios provenientes de ligações clandestinas. O levantamento é do ISA (Instituto Socioambiental), organizador da campanha “De Olho nos Mananciais”, que tem por objetivo alertar a população para o uso racional da água. Essa realidade é verdadeiramente preocupante. Esse recurso está ficando cada vez mais escasso.
Segundo pesquisas atuais – é importante salientar – a perda de água nas capitais brasileiras é de 6,14 bilhões de litros por dia, ou seja, 2.457 piscinas olímpicas, a cada 24 horas. Isso equivale a 45% de toda a água retirada das fontes. A ONU recomenda o uso de 110 litros, por habitante, por dia. 
RECOMENDAÇÕES PARA USO DA ÁGUA NO DIA A DIA 
Aprendamos, pois, a economizar água nas diversas situações da vida cotidiana. A exemplo do banho diário, habituemo-nos a fechar a torneira enquanto nos ensaboarmos durante o banho. Quando escovarmos os dentes, molhemos a escova, fechemos a torneira e, ao enxaguarmos a boca, usemos um copo com água. Ao lavarmos as mãos, lavarmos o rosto, ou ao fazermos a barba, sejamos igualmente racionais. Mantenhamos a válvula da descarga bem regulada e reparemos quaisquer vazamentos, assim que forem identificados. Ao lavarmos a louça, primeiramente, limpemos os restos de comida contidos nos pratos e nas panelas, para em seguida usarmos a esponja com sabão, previamente molhada. Para finalizarmos a tarefa, abramos a torneira para enxaguá-los. Lavar roupa também exige disciplina. Deixemos acumular uma quantidade razoável de peças, lavando-as de uma só vez, pois assim estaremos usando racionalmente esse tão precioso líquido. Após colocarmos água no tanque, não há necessidade de mantermos a torneira aberta enquanto ensaboamos a roupa, e aproveitemos a água do enxágue para lavar o quintal. Dessa forma, estaremos economizando não somente água, mas energia elétrica (para quem usa máquina de lavar). Quanto aos jardins, molhemos as plantas, usando um regador, em vez de utilizarmos a mangueira. Ao limparmos a calçada, basta que usemos a vassoura. 
UM TERÇO DOS ALIMENTOS VAI PARAR NO LIXO 
É urgente que se crie uma mentalidade crítica que permita estabelecer novos comportamentos, de olho na sustentabilidade da vida terrena. A sociedade deve fundar novos modelos de convivência, lastreados na fraternidade e no amor à natureza. Existem variados tipos de desperdício de difícil quantificação, mas identificáveis pelas lupas dos estudiosos, seja na construção civil, no saneamento básico, no funcionalismo público etc.
Muitos de nós já presenciamos nas estradas brasileiras o desperdício de grãos transportados nas carrocerias dos caminhões que, numa rápida passada de olho, parece-nos “insignificante.” No entanto, esse desperdício representa uma significativa perda para os cofres públicos, que poderia ser evitado não fosse o descaso das autoridades competentes, em nossas rodovias, quanto a fiscalizar com maior rigor o transporte de tais produtos. Como se não bastasse, há ainda o sério problema da estocagem de grãos, feita de maneira imprópria em vários armazéns do país, de que temos notícia, redundando em vultosos prejuízos para a Nação. Até quando?
Cerca de um terço dos alimentos produzidos no Brasil vão parar no lixo, sem qualquer chance de aproveitamento. O processo de perda de produtos tem início logo após a colheita, na zona rural. Muitos alimentos são encaixotados sem cuidado e em recipientes inapropriados. Nas situações inusitadas, igualmente, presenciamos desperdícios. Quantas vezes observamos nos banheiros públicos alguns usuários que, para enxugar as mãos, utilizam em excesso papel-toalha, quando duas folhas são o suficiente? É um gesto “insignificante”, que revela falta de educação e respeito ao próximo, o desperdício de material coletivo. A cidadania plena deve ser exercida nos pequenos gestos que, no conjunto da população, fazem uma grande diferença. São inúmeras as pequenas ações que poderiam ser educadas, por exemplo: torneira aberta, luz acesa, lixo nas ruas, poluentes no ar e nos rios etc. Tudo isso pode ser evitado se paralelamente à educação familiar fosse incluída a cidadania familiar. 
CATÁSTROFES COLETIVAS 
A natureza tem reagido à nossa indiferença. Muitas coletividades são alcançadas pelos terremotos, enchentes, furacões, desabamentos de encostas, tsunamis etc. Se nos estatutos de Deus não há espaços para o acaso, logo as catástrofes coletivas têm sua razão de ser, considerando que a vida nos oferta aquilo que a ela damos. A rigor, antes de reencarnarmos, sob o peso de débitos coletivos, somos informados na espiritualidade dos riscos a que estamos sujeitos, das formas pelas quais podemos quitar a dívida, porém, o fato por si só não é determinístico, até porque dependem de circunstâncias várias em nossas vidas para sua consumação, uma vez que a lei de causa e efeito admite flexibilidade, quando o amor rege a vida.
Aquele que se compraz na caminhada pelos atalhos do mal e da indiferença à vida será trazido de volta às vias do bem pela própria lei. O passado, muitas vezes, determina o presente que, por sua vez, determina o futuro. Dizendo "quem com ferro fere, com ferro será ferido", Jesus corroborou a lei de Ação e Reação, ou de Causa e Efeito, amplamente ensinada pelo Espiritismo. Porém, cabe a ressalva de que nem todo sofrimento é expiação. No item 9, cap. V de O Evangelho segundo o Espiritismo, Allan Kardec assinala: "Não se deve crer, entretanto, que todo sofrimento por que se passa neste mundo seja, necessariamente, o indício de uma determinada falta: trata-se, frequentemente, de simples provas escolhidas pelo Espírito para sua purificação, para acelerar o seu adiantamento". (6)
Naturalmente a Lei é para todos nós. Emmanuel nota que “quando retornamos da Terra para o Mundo Espiritual, conscientizados nas responsabilidades próprias, operamos o levantamento dos nossos débitos passados e rogamos os meios precisos a fim de resgatá-los devidamente. E antes de reencarnarmos, sob o peso de débitos coletivos, somos informados, no além-túmulo, dos riscos a que estamos sujeitos, das formas pelas quais podemos quitar a dívida, porém o fato, por si só, não é determinístico, até porque dependem de circunstâncias várias em nossas vidas a sua consumação, uma vez que, como disse acima, a Lei de causa e efeito admite flexibilidade, até porque o amor rege a vida e “o amor cobre uma multidão de pecados” (7); portanto, podemos resgatar dívidas do antanho, através da prática do Bem.
Dessa forma, os que são vitimados pelos fenômenos naturais, aqueles que são considerados uma perturbação dos elementos, não o são por causas imprevistas, pois "tudo tem uma razão de ser e nada acontece sem a permissão de Deus". (8) É verdade! Os terremotos, os furações, as inundações, as erupções vulcânicas e outras catástrofes naturais são e serão parte inevitável da dinâmica da natureza, mas isso não significa dizer que não possamos fazer alguma coisa para nos tornarmos menos vulneráveis. Por mais complexos que sejam os desafios a encarar, por conta do próprio desmazelo humano, potencializemos a vontade de nos harmonizar com a natureza e ajustemo-nos com  as Leis de Deus, inscritas na consciência de cada um. 
INFLUÊNCIA AMBIENTAL 
Sem dúvida, o clima e o meio ambiente exercem grande influência sobre todos nós. A realidade climática é constituída de vários elementos, a saber: temperatura, chuva, umidade, ventos, massas de ar e pressão atmosférica. Esses elementos sofrem a influência de vários outros fatores, como por exemplo: a posição astronômica e geográfica da região ou país, a configuração do território, as altitudes e as linhas mestras do relevo, fenômeno meteorológico etc.. Em face disso, Emmanuel admoesta: "O meio ambiente em que a alma renasceu, muitas vezes constitui a prova expiatória, com poderosas influências sobre a personalidade. Faz-se indispensável que o coração esclarecido coopere na sua transformação para o bem, melhorando e elevando as condições materiais e morais de todos os que vivem na sua zona de influência". (9)
Atualmente a ciência está transformando radicalmente o nosso modo de vida junto à Natureza. A invasão tecnológica é tão evidente especialmente no uso de smartphones, por exemplo, em que podemos acessar a Internet, enviar e receber e-mails, mensagens de texto, ver TV, ouvir músicas, baixar filmes, tirar fotos, usar GPS e, obviamente, fazer uma ligação telefônica. Não há dúvida de que os computadores nos poupam de tarefas rotineiras, permitem que façamos compras e operações bancárias sem sair de casa, ajudam-nos também a manter contatos com pessoas ou corporações através de e-mails, correio de voz ou vídeos e até mesmo  fazer amizades. Sim, e daí?
Em que pese todo esse recurso tecnológico, lamentavelmente ainda amargamos os contrastes dessa soberana ciência no palco da informática, da telecomunicação, ao tempo em que ainda temos que conviver com muita insensibilidade ao meio ambiente. Por outro lado, e menos mal nos parece, considerando a Lei de Evolução, a necessidade de destruição da natureza “se enfraquece no homem, à medida que o Espírito sobrepuja a matéria”. (10) Realmente, a consciência de proteção ambiental cresce com o nosso desenvolvimento intelectual e moral. 
CONSCIÊNCIA CRÍTICA  
Urge que se crie uma mentalidade crítica, que permita estabelecer novos paradigmas comportamentais tendo como escopo a sustentabilidade da vida humana. A sociedade deve formatar novos modelos de convivência, lastreados na fraternidade e no amor. A falta de percepção da interdependência e complementaridade entre os indivíduos gera, cada vez mais intensamente, o desequilíbrio do meio ambiente. O cientista Stephen Hawking, em seu livro "O Universo numa Casca de Noz", expõe de forma curiosa que "Uma borboleta batendo as asas em Tóquio pode causar chuva no Central Park de Nova Iorque”. (11) Explica que "não é o bater das asas, pura e simplesmente, que gerará a chuva, mas a influência deste pequeno movimento sobre outros eventos em outros lugares é que pode levar, por fim, a influenciar o clima”. (12)
A Federação Espírita Brasileira, juntamente com os centros espíritas, podem e devem contribuir para maior conscientização dos espíritas sobre a necessidade de preservação dos recursos naturais, “estudando e debatendo sobre o tema à luz do Espiritismo; desenvolvendo campanhas e eventos que visam melhorar as condições socioambientais; utilizando para as publicações impressas, como livros, revistas, mensagens avulsas etc., papel reciclado e tintas que reduzem o impacto ambiental; usando mais o correio eletrônico para reduzir o uso de papel, tinta etc.; publicando obras que analisem estes temas sob a ótica espírita; estimulando a pesquisa nas obras fundamentais da Doutrina Espírita para melhor compreendermos a necessidade de cuidar do planeta e fundamentarmos as ações e as campanhas de sensibilidade ecológica; proporcionando, mediante treinamento, a inserção da temática ambiental à luz do Espiritismo no das atividades educativas de evangelizadores espíritas da infância e da juventude, bem como, de facilitadores do ESDE no âmbito do Ser promovendo uma ética ambiental alicerçada na fraternidade preconizada pelo Cristo e no sentido mais amplo de família universal que se pode apreender do Espiritismo”. (13)
Enquanto as doridas transformações desses momentos de ruína moral se anunciam, ao tilintar sinistro das moedas, ecoando nas bolsas de valores, as forças espirituais se reúnem para a grande reconstrução da Nova Era. Aproxima-se o instante em que todos os valores morais humanos serão revistos, para que, com novas energias criadoras, um novo modelo de mundo triunfe sobre a carga destrutiva das consciências insanas que hoje habitam o educandário da vida. Nesse fenômeno, o ensinamento de Jesus não passou e não passará jamais. 
O EVANGELHO EM FAVOR DA NATUREZA 
Ante os impactos ambientais, recordemos sempre que a mensagem do Cristo é o grande edifício da redenção humana em favor da natureza e da sociedade, que haverá de penetrar em todas as consciências humanas, como um dia penetrou nas consciências de Vicente de Paulo, da irmã Dulce, de Francisco de Assis, da Madre Teresa de Calcutá, de Chico Xavier. Na luta sofrida das civilizações, Jesus é o archote do princípio, e nas Suas sacrossantas mãos repousam os destinos da Terra. Não podemos olvidar que Ele é o Caminho que nos induz aos iluminados conceitos da Verdade, onde recebemos as gloriosas sementes da sabedoria, que dominarão os séculos vindouros, preparando nossa vida terrena para as culminâncias do amor universal no mais profundo respeito à natureza.
Do exposto, saibamos compreender que a Natureza “é sempre o livro divino, onde a mão de Deus escreveu a história de sua sabedoria, livro da vida que constitui a escola de progresso espiritual do homem evoluindo constantemente com o esforço e a dedicação de seus discípulos. Nos reinos da Natureza palpita a vibração de Deus, como o Verbo Divino da Criação Infinita; e, no quadro sem-fim do trabalho de experiência, todos os princípios, como todos os indivíduos, catalogam os seus valores e aquisições sagradas para a vida imortal”. (14) 

Referências bibliográficas:  

1 Teoria que afirma ser o planeta Terra um ser vivo. Apresentada em 1969 pelo investigador britânico James E. Lovelock, a Teoria de Gaia, também conhecida como Hipótese Gaia, diz ser a biosfera terráquea capaz de gerar, manter e regular suas próprias condições de meio ambiente.
2 Disponível no site
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2012/10/121016_alimentos_crise_dg.shtml
3 Pelo menos 56 países estão em uma situação "grave" ou "muito grave" por suas insuficiências alimentícias, como Eritreia, Burundi e Comores, segundo o Índice Global da Fome de 2013 apresentado em Berlim. O Índice Mundial da Fome, que chega a sua oitava edição neste ano (2013), é resultado de um trabalho elaborado em conjunto pelo Instituto Internacional de Investigação sobre Políticas Alimentares (IFPRI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos e as ONGs Concern Worldwide e Welthungerhilfe, da Irlanda e da Alemanha, respectivamente. Disponível no site  "http://www.efeservicios.com"www.efeservicios.com acesso 13/10/2013
4 Conforme Relatório Fórum Humanitário Global (FHG), instituição com sede em Genebra
5 Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos, RJ: Ed. FEB, 2001, perg. 705
6 Kardec, Allan. O Evangelho segundo o Espiritismo. Rio de Janeiro: Ed. FEB, 2001, item 9, cap. V

7 I Pedro, 4:8

8 Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos, RJ: Ed. FEB, 2001, perg. 536
9 Xavier, Francisco Cândido. O Consolador, ditado pelo Espírito Emmanuel, Rio de Janeiro: Ed. FEB, 2001, perg. 121
10 Kardec Allan. O Livro dos Espíritos, RJ: Ed. FEB, 2001, perg. 733.
11 Hawking, Stephen. O Universo Numa Casca de Noz, São Paulo: Ed. Mandarim, 2a Edição, (2002).
12 Idem
13 Bertoldo Helena da Silva. Entrevista para Revista O Consolador “É urgente desenvolver ações educativas que preservem o meio ambiente”, disponível no site http://www.oconsolador.com.br/ano4/194/entrevista.html acesso 16/10/2013
14 Xavier, Francisco Cândido. O Consolador, ditado pelo Espírito Emmanuel, pergs. 27, 28 e 121, Rio de Janeiro: Ed. FEB, 200.

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

ANOMALIAS MORAIS E POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA SÃO CANCERÍGENAS? Jorge Hessen


Pesquisadores mais pessimistas preveem o plausível aniquilamento da vida vegetal, animal e humana como decorrência dos descomunais estragos causados pelas indústrias, comércios e escambos modernos. Será possível tal aniquilamento em face das atuais agressões à natureza? Sem dúvida, pois estamos dilacerando, não a natureza, mas a nós mesmos e arcaremos as consequências pelos nossos crimes contra o meio ambiente. Chico comentou certa vez que “aqueles que acreditarem na preservação da natureza acima de seus próprios interesses auxiliarão na defesa do mundo natural, da vida simples na Terra, que poderia ser uma vida de muito mais saúde e de muito mais tranquilidade se respeitássemos coletivamente todos os dons da natureza. Mas, se continuarmos agredindo-a demasiadamente, pagaremos o preço, porque depois voltaremos em novas gerações, plantando árvores, acalentando sementes, modificando o curso dos rios, despoluindo as águas, drenando os pântanos e criando filtros que nos libertem da poluição. O problema será sempre do homem. Teremos que refazer tudo, porque estamos agindo contra nós mesmos.” (1)
Uma sociedade que destrói o meio ambiente é uma sociedade insana. Não é possível esperar a chegada de uma  “Nova Era” algemados na inércia da indiferença à natureza. Sem os devidos valores morais, muitos retornaremos a esse mundo pelas vias da reencarnação difícil. Se ainda almejarmos encontrar aqui estoques razoáveis de água potável, atmosfera límpida, campos produtivos, lixos reciclados  e um clima estável – sem os açoites oriundos da combustão crescente de petróleo, gás e carvão que ultrajam o efeito estufa – é urgente atuar já, sem demora.
Como se não bastasse, a  Agência Internacional de Pesquisas sobre o Câncer (IARC), vinculada à Organização Mundial da Saúde (OMS), divulgou recentemente a classificação da poluição do ar exterior como cancerígena. Não precisamos ser especialistas para sabermos que poluição causa câncer. Dizem o que já sabíamos de sobejo, ou seja, a exposição à poluição do ar provoca câncer de pulmão. Mas sabemos que não somente o ar está contaminado, mas a água “potável” da mesma forma está infectada, os alimentos estão intoxicados. 
É gravíssima a atual poluição atmosférica, em face das substancias insalubres lançadas pelas chaminés das fábricas, quais bocas de dragões, expelindo substâncias danosas em forma de detritos, pelos motores de veículos automotivos a se multiplicarem delirantemente e imobilizando as cidades , pelos agrotóxicos empregados nos campos, pela queima de combustíveis fósseis, pelas usinas atômicas. Em verdade, por onde o homem passa fica os sinais maléficos da sua marcha, em forma de poluição,  esterilidade, desmoronamento e extinção.
Sobre a poluição atmosférica seria interessante pressionar os governantes pela adoção de leis severas para  preservação ambiental, a fim de que os transgressores sejam penitenciados exemplarmente. É preciso conscientizar os consumidores a lutar pela sustentabilidade ambiental, isto é, mudar seus hábitos e necessidades de compra pensando na sobrevivência ambiental das futuras gerações.  É importante modificar o sistema de consumo tornando-nos compradores mais cônscios que elegem de forma consciente o que consumir, coagindo o comércio a vender produtos ecologicamente adequados. Dia virá em que todos os produtos serão ecologicamente corretos e a economia despoluída, porque será exercida sob os princípios do respeito ao habitat ambiental. 
A Natureza é sempre o livro divino, “onde as mãos de Deus escrevem a história de sua sabedoria, livro da vida que constitui a escola de progresso espiritual do homem, evolvendo constantemente com o esforço e a dedicação de seus discípulos.” (2) As manifestações de vida nos vários reinos da Natureza, abrangendo o homem, significam a expressão do Verbo Divino, em escala gradativa nos processos de aperfeiçoamento da Terra “em todos os reinos da Natureza palpita a vibração de Deus, como o Verbo Divino da Criação Infinita, e, no quadro sem-fim do trabalho da experiência, todos os princípios, como todos os indivíduos, catalogam os seus valores e aquisições sagradas para a vida imortal.”(3) O meio ambiente influi no espírito e  “muitas vezes constitui a prova expiatória; com poderosas influências sobre a personalidade, faz-se indispensável que o coração esclarecido coopere na sua transformação para o bem, melhorando e elevando as condições materiais e morais de todos os que vivem na sua zona de influenciação.” (4)
Há muitos tipos de poluentes que intoxicam a psicosfera terrena que efetivamente causa todos os tipos de cânceres. Um delas é a poluição mental onde o homem produz terrível poluição psíquica, deletéria quão incontrolável em face do cultivo de deploráveis modos em que insiste e se regozija, obviamente isso interfere na ecologia psicosférica da terra, empeçonhando de dentro para fora e desconjuntando de fora para dentro.
Hoje, à luz da ciência médica, pode-se afirmar que o fator predominante da origem do câncer é, sem dúvida, o comportamento humano: tabagismo,  abuso de álcool, maus hábitos alimentares e de higiene, obesidade e sedentarismo, poluição de todas as espécies os quais são responsáveis por quatro, em cada cinco casos de câncer e por 70% do total de mortes. Os cânceres por herança genética pura, ou seja, que não dependem de fatores comportamentais e ambientais,  são menos de 5% do total. A experiência corrobora que o câncer é uma enfermidade do indivíduo, potencialmente, “cármica”. Estamos submetidos a um mecanismo de causa e efeito que nos premia com a saúde ou corrige com a doença, de acordo com nossas ações. “O corpo físico reflete o corpo espiritual que, por sua vez, reflete o corpo mental, detentor da forma”. (5)
Obviamente, não precisamos insistir na busca de vidas passadas para justificar o câncer: É óbvio que grande incidência de câncer no pulmão, ocorrem em pessoas que fumam na atual encarnação. Muitas formas de cânceres têm sua gênese no comportamento moral insano atual, nas atitudes mentais agressivas, nas postulações emocionais enfermiças. “O mau-humor é fator cancerígeno que ora ataca uma larga faixa da sociedade estúrdia.” (6) O ódio, o rancor, a mágoa, a ira são tóxicos fulminantes no oxigênio da saúde mental e física, consomem a energia vital e abrem espaços intercelulares para a distonia e a instalação de doenças. São “agentes poluidores e responsáveis por distúrbios emocionais de grande porte, são eles os geradores de perturbações dos aparelhos respiratório, digestivo, circulatório. Responsáveis por cânceres físicos, são as matrizes das desordens mentais e sociais que abalam a vida” (7)



Referências bibliográficas:

(1) Xavier, Francico Cândido. Mandato de Amor, Belo Horizonte: Editado pela União Espírita Mineira
(2) Xavier, Francico Cândido. O Consolador, ditado pelo Espirito Emmanuel, perg. 27, RJ: Ed FEB, 1990.
(3) Idem , perg. 28.
(4) Idem , perg. 121
(5) Xavier, Francisco Cândido. Evolução em Dois Mundos , ditado pelo espírito André Luiz 15ª edição, Rio de Janeiro: Ed. FEB, 1997
(6) Franco, Divaldo. Receita de Paz, ditado pelo espírito Joanna de Angelis, Salvador: Ed. Leal, 1999
(7) Franco, Divaldo Pereira. O Ser Consciente, Bahia, Livraria Espírita Alvorada Editora, 1993

terça-feira, 12 de novembro de 2013

Sinopse do livro Vida e Sexo

     
José Sola / São Paulo
                                                 
Como já o sabemos, Emmanuel é um espirito superior, dotado de um poder de síntese extraordinário, e apresentar uma sinopse de um de seus livros, é gratificante, é maravilhoso mesmo.
Neste livro, Emmanuel extrapola um tema que tem se apresentado polêmico na doutrina espirita, pois não sabemos onde estiveram os espiritas, encontrando argumentos, para afirmar que o espirito não tem sexo, e o que é pior, é que atribuem a Kardec esta afirmativa.
E esse dogma já se radicou de tal forma na doutrina espírita, a ponto de termos essa informação equivoca, como método de ensino nas apostilas de estudo doutrinário do espiritismo, e alguns palestrantes o afirmam sem cerimonia alguma, como se estivessem afirmando uma veracidade lógica e racional.
Mas vamos analisar Kardec, e como Emmanuel extrapola nosso mestre Lionês neste livro, buscaremos em suas palavras sabias informações que desmentem essa possibilidade, e não pelo fato de serem palavras de Emmanuel, mas por responderem à lógica e a razão, parâmetros que devemos observar sempre.
Alguns defensores da extrapolação apresentada pela ortodoxia espirita, alegam que cada um de nós tem uma lógica, e não devemos nos prender a esta postura, pois o que é lógico para nós, não o é para outrem, entretanto, esta afirmativa não se sustenta, pois nos atendo a esta postura, nos transformaremos em falastrões, nos deteremos perlengando sem proposito, e não chegaremos jamais a um denominador comum.
Não temos cada um de nós a nossa logica, temos nossas opiniões, que podem ser logicas ou não, e isto nós vemos acontecer a todo instante, mas vamos apresentar um exemplo claro, o dogma do inferno eterno, este dogma é uma opinião apresentada pelo clero católico, e que foi aceita como verdade absoluta, e é hoje para a religião católica um dogma intocável, sacramentado como verdade.
Este dogma pelo que apreendemos no espiritismo, e pelo que Kardec demostra em o livro Céu e Inferno, ou Justiça Divina, não encerra lógica alguma, tanto é assim que o codificador do espiritismo faz ruir o edifício monumental dos dogmas da religião católica, este e vários outros, que nossos amigos de catolicidade ainda sustentam.
Lógica é resultante de uma premissa apresentada referente a um fenômeno qualquer, em que esta premissa esteja coerente com a veracidade dos fatos, ou se aproxime da realidade do mesmo, é uma argumentação que não permita ser refutada, como acontece com o dogma do inferno eterno, pois este dogma como informado não se sustenta; a lógica é irrefutável.
Se existisse realmente o inferno eterno, Deus seria mau tanto quanto o próprio homem, mas contrariando essa possibilidade, nós informamos que o amor de Deus é infinito, e para que o amor do Ser supremo da vida seja infinito, não pode existir Nele um átomo sequer de maldade, e o inferno eterno, seria uma das maiores crueldades se se possa conceber.
Como retro informado, querem atribuir a Kardec e ao Espirito da Verdade, a afirmação equivoca que apresentam, quando afirmam que o espirito não tem sexo, mas se o sexo não é um atributo do espirito, terá que ter como fonte originária a matéria; será?
Extrapolaram de forma equivocada a questão 200 de o Livro dos Espíritos, em que Kardec questiona o Espirito da Verdade, perguntando: Os espíritos tem sexo. E o Espirito da Verdade, respondeu: Não como o entendeis.
Não como o entendeis esta muito mais para sim do que para não, pois em sã consciência, como é que podemos entender, algo que não exista? Se o Espirito da Verdade, desejasse afirmar que o espirito não tem sexo teria dito apenas não.
E os que afirmam que Kardec defende a possibilidade de os espíritos não terem sexo, estão destituindo a lógica do mestre Lionês, pois se o sexo não fosse um atributo da alma, teria que ter como fonte a matéria, e se a matéria fosse capaz de gerar o sexo através dos órgãos genésicos, teria também a capacidade de gerar a inteligência através do cérebro, como afirmam os ateístas, que a inteligência é a resultante de atritos das células neuronais.
Assim sendo, não temos como questionar os argumentos apresentados pelos ateístas, eles estão dotados de razão, pois nós não estamos fazendo outra coisa que não, corroborar a premissa por eles apresentada. Faltaria a Kardec esse senso lógico e racional?
E em que momento de sua manifestação a matéria elabora o sexo? Quando a mesma reveste o eu eterno, na condição de corpo físico? Entretanto não podemos nos olvidar, que o sexo, não é um atributo exclusivo do ser humano, pois no reino animal o sexo já se manifesta, e com uma semelhança acentuada do sexo praticado pelo homem.
No reino vegetal o sexo é um instrumento de procriação, as plantas desenvolvem órgãos sexuais apropriados para a reprodução e perpetuação da espécie, e no reino do minério já encontramos o sexo atuando como atração e repulsão, já vimos que forças de sinais iguais se repelem, e de sinais diferentes se atraem, um exemplo insofismável disto é o imã.
Será possível a matéria em seus momentos diferenciados de manifestação elaborar o sexo? Eu entendo que esta premissa não tem lógica, é insustentável, pois antecedendo a matéria organizada, o sexo já esta presente entre os átomos, prevalece no reino atomístico à regra dos sinais prevalece, positivo e negativo, se atraem, entretanto, os sinais de forças idênticas se repelem, e são estes elementos que vão formar a matéria física.
Parece-me que o elemento matéria não tem como haver originado o sexo, pois pelo visto, o mesmo antecede a formação da matéria.
Alguns confrades me responderão, mas nós não afirmamos que o sexo é originário da matéria, você esta colocando palavras em nossas bocas, é verdade, não fizestes esse pronunciamento através de palavras articuladas, mas o estais afirmando, através desse dogma que elaborastes, quando afirmais que o espirito não tem sexo.
E haverá aqueles que na tentativa desesperada de fazer prevalecer esse dogma, afirmarão não acreditarem que o espirito tem sexo, e tampouco que o sexo é uma propriedade elaborada pela matéria, mas que o mesmo é uma essência generalizada de Deus, que se manifesta no universo infinito, e que atua na vida atendendo o momento evolutivo de cada elemento, mas que a mesma não é uma essência individualizada, apenas exerce uma função momentânea, força esta que se extingue com a morte do elemento, ou do ser, por exemplo, depois que o homem morre, isto é, se liberta do corpo físico, se liberta também do sexo. Será? Vejamos se esta premissa responde à lógica.
O sexo é um atributo divino de Deus, assim como a inteligência e o amor, e a inteligência e o amor são essências individualizadas, e eternas, e desta realidade nós que acreditamos na evolução anímica, temos provas cabais, pois sabemos que a inteligência e o amor, estão contidos no núcleo da substância, e se desenvolvem através dos reinos inferiores da natureza, até o momento evolutivo presente em que nos demoramos nós os seres humanos, mas temos a certeza de que estes atributos que herdamos de Deus, vão se maturar na eternidade.
Sendo o sexo um desses atributos, e percorrendo junto com a inteligência e o amor, os caminhos em busca da individualidade, maturando-se gradativamente nas etapas bilenares que percorre, nos reinos inferiores da natureza; como afirmar que esta essência de Deus não é individualizada?
E como pretender que ela se extinga com a morte do corpo de matéria, se fosse possível ao sexo extinguir-se com a morte do corpo, isto também aconteceria com a inteligência e com o amor; não nos esqueçamos de que Deus é absoluto, completo, nada a Ele se subtrai ou se adiciona, Ele é a vida absoluta do universo.
Mas como estamos apresentando uma analise do Livro Sexo e Vida, vamos nos ater as questões do Livro dos Espíritos, extrapoladas por Emmanuel, vejamos.
Na questão 291 do livro dos espíritos, Kardec pergunta: Além da simpatia geral, oriunda da semelhança que entre eles exista, votam-se os espíritos reciprocas afeições particulares?
E o espirito da verdade responde: Do mesmo modo que os homens, sendo, porem que mais forte é o laço que prende os espíritos uns aos outros, quando carentes do corpo de material, porque então esse laço não se acha exposto as vicissitudes das paixões.
Vamos agora apreciar a extrapolação de Emmanuel, este espirito, idôneo, lógico e racional, que tanto nos ensinou. Livro Vida e Sexo. Pag. 17
“A integração de duas criaturas para a comunhão sexual começa habitualmente pelo período de namoro que se traduz por suave encantamento.
Dois seres descobrem um no outro, de maneira imprevista, motivos e apelos para a entrega reciproca e dai se desenvolve o processo da atração.
O assunto consubstanciaria que seria licito nomear como sendo um “doce mistério” se não faceássemos nele as realidades da reencarnação e da afinidade....”
Como vimos nas palavras de Emmanuel, descobrimos um no outro um doce mistério, um suave encantamento, que nos leva a entrega reciproca, e este mistério, este encantamento, não é outra coisa que não, a energia sexual.
Como vimos a sexualidade não é um atributo da matéria e Emmanuel o reafirma: “Sexo é espirito e vida a serviço da felicidade e da harmonia do universo. Conseguintemente, reclama responsabilidade e discernimento, onde e quando se apresente....” Vida e Sexo pag. 10.
 A palavra namoro, conforme o dicionário Aurélio quer dizer; inspirar-se, desejar ardentemente, cobiçar, admirar algo que desejemos possuir, algo que nos encanta, o que quer dizer, que quando namoramos alguém, é porque estamos sentindo esse doce encanto de que nos fala Emmanuel.
E o espirito da Verdade, nos informa que os laços de simpatia que ligam alguns  espíritos a outros, quando se demoram desencarnados é ainda mais forte, por haverem estes se desvencilhado das influencias da matéria, e esta simpatia é atração, é desejo, é namoro, lógico de que não existe neste encantamento divino de duas almas eleitas, a libido, o desejo de se possuírem fisicamente, mas um desejo sublimado de estarem juntos, de estudarem e realizarem tarefas juntos, enfim de evoluírem juntinhos na eternidade.
Vemos em o livro Nosso Lar, a descrição de André Luiz, quando nos informa que Lísias e Lizinia, estão enamorados um pelo outro, e se demoram trabalhando bastante no sentido de adquirir bônus hora, pois pretendem comprar uma casa para conviverem juntos na intimidade; é logico que esta intimidade não implicara em relacionamentos físicos, ou seja, a pratica da copula, mas uma intimidade que lhes permita traçar planos para o futuro, permanecerem juntinhos na intimidade, vivendo o doce encantamento de duas almas que se amam , apresentando palavras de carinho e de amor eterno um ao outro.
Se a sexualidade acompanha o espirito depois da morte, é porque a mesma é uma essência individualizada, não é como pretendem alguns confrades uma energia que Deus manifesta na vida para atender a centelha divina nos seus momentos variados da evolução, - apresento estes argumentos, porque os mesmos foram apresentados por um querido confrade na ânsia de justificar que o espirito não tem sexo - mas o que já foi apresentado neste texto, inviabiliza a possibilidade de refutação, por parte de qualquer confrade que o queira fazer, o que o mesmo poderá fazer, é perlengar, mas não terá como me polemizar.
Para que alguém me polemize, necessitara me explicar de maneira lógica que eu estou errado, e explicar como é ao certo.
Mas quem desejar ficar melhor informado a respeito desse tema apaixonante que é o sexo, leia o livro Vida e Sexo, com espirito analítico, não aprisionado a letra, mas buscando a essência, pois este livro, embora seja pequeno no seu volume, é um livrão, uma boa leitura a todos.
                                                                                                                                                         Sola