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terça-feira, 12 de novembro de 2013

Sinopse do livro Vida e Sexo

     
José Sola / São Paulo
                                                 
Como já o sabemos, Emmanuel é um espirito superior, dotado de um poder de síntese extraordinário, e apresentar uma sinopse de um de seus livros, é gratificante, é maravilhoso mesmo.
Neste livro, Emmanuel extrapola um tema que tem se apresentado polêmico na doutrina espirita, pois não sabemos onde estiveram os espiritas, encontrando argumentos, para afirmar que o espirito não tem sexo, e o que é pior, é que atribuem a Kardec esta afirmativa.
E esse dogma já se radicou de tal forma na doutrina espírita, a ponto de termos essa informação equivoca, como método de ensino nas apostilas de estudo doutrinário do espiritismo, e alguns palestrantes o afirmam sem cerimonia alguma, como se estivessem afirmando uma veracidade lógica e racional.
Mas vamos analisar Kardec, e como Emmanuel extrapola nosso mestre Lionês neste livro, buscaremos em suas palavras sabias informações que desmentem essa possibilidade, e não pelo fato de serem palavras de Emmanuel, mas por responderem à lógica e a razão, parâmetros que devemos observar sempre.
Alguns defensores da extrapolação apresentada pela ortodoxia espirita, alegam que cada um de nós tem uma lógica, e não devemos nos prender a esta postura, pois o que é lógico para nós, não o é para outrem, entretanto, esta afirmativa não se sustenta, pois nos atendo a esta postura, nos transformaremos em falastrões, nos deteremos perlengando sem proposito, e não chegaremos jamais a um denominador comum.
Não temos cada um de nós a nossa logica, temos nossas opiniões, que podem ser logicas ou não, e isto nós vemos acontecer a todo instante, mas vamos apresentar um exemplo claro, o dogma do inferno eterno, este dogma é uma opinião apresentada pelo clero católico, e que foi aceita como verdade absoluta, e é hoje para a religião católica um dogma intocável, sacramentado como verdade.
Este dogma pelo que apreendemos no espiritismo, e pelo que Kardec demostra em o livro Céu e Inferno, ou Justiça Divina, não encerra lógica alguma, tanto é assim que o codificador do espiritismo faz ruir o edifício monumental dos dogmas da religião católica, este e vários outros, que nossos amigos de catolicidade ainda sustentam.
Lógica é resultante de uma premissa apresentada referente a um fenômeno qualquer, em que esta premissa esteja coerente com a veracidade dos fatos, ou se aproxime da realidade do mesmo, é uma argumentação que não permita ser refutada, como acontece com o dogma do inferno eterno, pois este dogma como informado não se sustenta; a lógica é irrefutável.
Se existisse realmente o inferno eterno, Deus seria mau tanto quanto o próprio homem, mas contrariando essa possibilidade, nós informamos que o amor de Deus é infinito, e para que o amor do Ser supremo da vida seja infinito, não pode existir Nele um átomo sequer de maldade, e o inferno eterno, seria uma das maiores crueldades se se possa conceber.
Como retro informado, querem atribuir a Kardec e ao Espirito da Verdade, a afirmação equivoca que apresentam, quando afirmam que o espirito não tem sexo, mas se o sexo não é um atributo do espirito, terá que ter como fonte originária a matéria; será?
Extrapolaram de forma equivocada a questão 200 de o Livro dos Espíritos, em que Kardec questiona o Espirito da Verdade, perguntando: Os espíritos tem sexo. E o Espirito da Verdade, respondeu: Não como o entendeis.
Não como o entendeis esta muito mais para sim do que para não, pois em sã consciência, como é que podemos entender, algo que não exista? Se o Espirito da Verdade, desejasse afirmar que o espirito não tem sexo teria dito apenas não.
E os que afirmam que Kardec defende a possibilidade de os espíritos não terem sexo, estão destituindo a lógica do mestre Lionês, pois se o sexo não fosse um atributo da alma, teria que ter como fonte a matéria, e se a matéria fosse capaz de gerar o sexo através dos órgãos genésicos, teria também a capacidade de gerar a inteligência através do cérebro, como afirmam os ateístas, que a inteligência é a resultante de atritos das células neuronais.
Assim sendo, não temos como questionar os argumentos apresentados pelos ateístas, eles estão dotados de razão, pois nós não estamos fazendo outra coisa que não, corroborar a premissa por eles apresentada. Faltaria a Kardec esse senso lógico e racional?
E em que momento de sua manifestação a matéria elabora o sexo? Quando a mesma reveste o eu eterno, na condição de corpo físico? Entretanto não podemos nos olvidar, que o sexo, não é um atributo exclusivo do ser humano, pois no reino animal o sexo já se manifesta, e com uma semelhança acentuada do sexo praticado pelo homem.
No reino vegetal o sexo é um instrumento de procriação, as plantas desenvolvem órgãos sexuais apropriados para a reprodução e perpetuação da espécie, e no reino do minério já encontramos o sexo atuando como atração e repulsão, já vimos que forças de sinais iguais se repelem, e de sinais diferentes se atraem, um exemplo insofismável disto é o imã.
Será possível a matéria em seus momentos diferenciados de manifestação elaborar o sexo? Eu entendo que esta premissa não tem lógica, é insustentável, pois antecedendo a matéria organizada, o sexo já esta presente entre os átomos, prevalece no reino atomístico à regra dos sinais prevalece, positivo e negativo, se atraem, entretanto, os sinais de forças idênticas se repelem, e são estes elementos que vão formar a matéria física.
Parece-me que o elemento matéria não tem como haver originado o sexo, pois pelo visto, o mesmo antecede a formação da matéria.
Alguns confrades me responderão, mas nós não afirmamos que o sexo é originário da matéria, você esta colocando palavras em nossas bocas, é verdade, não fizestes esse pronunciamento através de palavras articuladas, mas o estais afirmando, através desse dogma que elaborastes, quando afirmais que o espirito não tem sexo.
E haverá aqueles que na tentativa desesperada de fazer prevalecer esse dogma, afirmarão não acreditarem que o espirito tem sexo, e tampouco que o sexo é uma propriedade elaborada pela matéria, mas que o mesmo é uma essência generalizada de Deus, que se manifesta no universo infinito, e que atua na vida atendendo o momento evolutivo de cada elemento, mas que a mesma não é uma essência individualizada, apenas exerce uma função momentânea, força esta que se extingue com a morte do elemento, ou do ser, por exemplo, depois que o homem morre, isto é, se liberta do corpo físico, se liberta também do sexo. Será? Vejamos se esta premissa responde à lógica.
O sexo é um atributo divino de Deus, assim como a inteligência e o amor, e a inteligência e o amor são essências individualizadas, e eternas, e desta realidade nós que acreditamos na evolução anímica, temos provas cabais, pois sabemos que a inteligência e o amor, estão contidos no núcleo da substância, e se desenvolvem através dos reinos inferiores da natureza, até o momento evolutivo presente em que nos demoramos nós os seres humanos, mas temos a certeza de que estes atributos que herdamos de Deus, vão se maturar na eternidade.
Sendo o sexo um desses atributos, e percorrendo junto com a inteligência e o amor, os caminhos em busca da individualidade, maturando-se gradativamente nas etapas bilenares que percorre, nos reinos inferiores da natureza; como afirmar que esta essência de Deus não é individualizada?
E como pretender que ela se extinga com a morte do corpo de matéria, se fosse possível ao sexo extinguir-se com a morte do corpo, isto também aconteceria com a inteligência e com o amor; não nos esqueçamos de que Deus é absoluto, completo, nada a Ele se subtrai ou se adiciona, Ele é a vida absoluta do universo.
Mas como estamos apresentando uma analise do Livro Sexo e Vida, vamos nos ater as questões do Livro dos Espíritos, extrapoladas por Emmanuel, vejamos.
Na questão 291 do livro dos espíritos, Kardec pergunta: Além da simpatia geral, oriunda da semelhança que entre eles exista, votam-se os espíritos reciprocas afeições particulares?
E o espirito da verdade responde: Do mesmo modo que os homens, sendo, porem que mais forte é o laço que prende os espíritos uns aos outros, quando carentes do corpo de material, porque então esse laço não se acha exposto as vicissitudes das paixões.
Vamos agora apreciar a extrapolação de Emmanuel, este espirito, idôneo, lógico e racional, que tanto nos ensinou. Livro Vida e Sexo. Pag. 17
“A integração de duas criaturas para a comunhão sexual começa habitualmente pelo período de namoro que se traduz por suave encantamento.
Dois seres descobrem um no outro, de maneira imprevista, motivos e apelos para a entrega reciproca e dai se desenvolve o processo da atração.
O assunto consubstanciaria que seria licito nomear como sendo um “doce mistério” se não faceássemos nele as realidades da reencarnação e da afinidade....”
Como vimos nas palavras de Emmanuel, descobrimos um no outro um doce mistério, um suave encantamento, que nos leva a entrega reciproca, e este mistério, este encantamento, não é outra coisa que não, a energia sexual.
Como vimos a sexualidade não é um atributo da matéria e Emmanuel o reafirma: “Sexo é espirito e vida a serviço da felicidade e da harmonia do universo. Conseguintemente, reclama responsabilidade e discernimento, onde e quando se apresente....” Vida e Sexo pag. 10.
 A palavra namoro, conforme o dicionário Aurélio quer dizer; inspirar-se, desejar ardentemente, cobiçar, admirar algo que desejemos possuir, algo que nos encanta, o que quer dizer, que quando namoramos alguém, é porque estamos sentindo esse doce encanto de que nos fala Emmanuel.
E o espirito da Verdade, nos informa que os laços de simpatia que ligam alguns  espíritos a outros, quando se demoram desencarnados é ainda mais forte, por haverem estes se desvencilhado das influencias da matéria, e esta simpatia é atração, é desejo, é namoro, lógico de que não existe neste encantamento divino de duas almas eleitas, a libido, o desejo de se possuírem fisicamente, mas um desejo sublimado de estarem juntos, de estudarem e realizarem tarefas juntos, enfim de evoluírem juntinhos na eternidade.
Vemos em o livro Nosso Lar, a descrição de André Luiz, quando nos informa que Lísias e Lizinia, estão enamorados um pelo outro, e se demoram trabalhando bastante no sentido de adquirir bônus hora, pois pretendem comprar uma casa para conviverem juntos na intimidade; é logico que esta intimidade não implicara em relacionamentos físicos, ou seja, a pratica da copula, mas uma intimidade que lhes permita traçar planos para o futuro, permanecerem juntinhos na intimidade, vivendo o doce encantamento de duas almas que se amam , apresentando palavras de carinho e de amor eterno um ao outro.
Se a sexualidade acompanha o espirito depois da morte, é porque a mesma é uma essência individualizada, não é como pretendem alguns confrades uma energia que Deus manifesta na vida para atender a centelha divina nos seus momentos variados da evolução, - apresento estes argumentos, porque os mesmos foram apresentados por um querido confrade na ânsia de justificar que o espirito não tem sexo - mas o que já foi apresentado neste texto, inviabiliza a possibilidade de refutação, por parte de qualquer confrade que o queira fazer, o que o mesmo poderá fazer, é perlengar, mas não terá como me polemizar.
Para que alguém me polemize, necessitara me explicar de maneira lógica que eu estou errado, e explicar como é ao certo.
Mas quem desejar ficar melhor informado a respeito desse tema apaixonante que é o sexo, leia o livro Vida e Sexo, com espirito analítico, não aprisionado a letra, mas buscando a essência, pois este livro, embora seja pequeno no seu volume, é um livrão, uma boa leitura a todos.
                                                                                                                                                         Sola

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