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terça-feira, 12 de novembro de 2013

A intervenção da criatura na obra do Criador


José Sola/São Paulo
A participação da criatura na obra da criação, não é imprescindível, pois o espírito é vida derivada da vida de Deus, é centelha divina do Criador, é fruto da maturação da substância, a partir da exteriorização do psiquismo; ou seja, está contido em Deus.(1)
Acreditar na necessidade da intervenção dos avatares divinos na formação das galáxias, dos mundos e sóis, ou seja, no desenvolvimento da vida, compromete os princípios da eternidade, tanto quanto, da Lei Divina.
Se a vida acontecesse a partir de um determinado momento, a eternidade seria uma utopia, pois estes elementos não existindo, tendo sua criação a partir de um determinado instante, quando do fenômeno denominado morte, deixariam de existir.
No organismo do Universo em que Deus atua, não acontece a criação da vida, a partir da inexistência, para preexistir por um período de tempo na eternidade, e extinguir-se, pois o Universo é um eterno vir a ser, onde nada se cria, mas tudo se modifica e se transforma.
A eternidade só é possível e compreensível, a partir do momento em que concebemos o Universo como um eterno vir a ser, onde nada se cria, mas a criação já está contida na substância, matéria prima consistente no Universo.
Deus manifesta seus atributos divinos de inteligência e de amor no absoluto; isto é, toda e qualquer manifestação inteligente vivida por parte do espírito, é uma manifestação dos atributos contidos do Criador no Universo.
Na eternidade, Deus sempre manifestou a vida, na exteriorização de seus atributos divinos de inteligência e de amor, complementando seus desígnios no determino da evolução, a partir da maturação da substância, sendo o espírito a resultante desta maturação.
Aceitar, ser uma necessidade prioritária a intervenção de espíritos superiores na manifestação de mundos e sóis, seres e criaturas é admitir que o Universo não existia foi criado por Deus em um determinado momento na eternidade, e que Deus haja criado espíritos perfeitos para auxiliá-lo.(2)
No entanto, esta hipótese compromete a Lei Divina, pois se verdadeira fosse, Deus teria nesses espíritos, seres privilegiados, enquanto que nós outros, a quem nos compete construir o nosso próprio destino nas experiências muitas por que passamos através da reencarnação, para somente depois de nos havermos lapidado nos tornarmos perfeitos,  seriamos parias da criação.(3)
Somos vidas derivadas da vida suprema de Deus, herdamos Deste todos os seus atributos divinos, atributos esses, que se demoram em potencialidade, e que vão se exteriorizando das experiências infinitas que vive o espírito na eternidade; vós sois deuses, afirma Jesus.
Nos temas, “Princípio Psíquico e Evolução e Manifestação da Vida”, desenvolvemos o princípio da evolução anímica, ou seja, a evolução do espírito a partir do psiquismo no reino mineral, afirmando ser o espírito a resultante da maturação da substância, plasma divino do Criador, a manifestar-se no Universo infinito.
A dificuldade em compreender-se a vida, como manifestação de Deus no Universo, se demora na crença do monoteísmo, em que Deus atua com mãos e mente, criando a partir de um nada, em um determinado momento na eternidade; entretanto, a partir do instante em que nos apercebemos que Deus é a fonte originária da vida, é vida de que emanam todas as vidas do Universo, como nos mostra a concepção monista, nos apercebemos que Ele se manifesta no absoluto como fonte imanente da vida.                                                                                                          
A dificuldade de concebermos a manifestação de Deus absoluto na eternidade se dá, porque nos demoramos no relativo, ou seja; no absoluto, Deus possui todos os atributos em unicidade de conjunto, não conhece passado nem futuro, se demora num eterno presente, abrangendo todos os fenômenos que se manifestam na vida, no infinito do Universo; enquanto que o espírito se demora num relativo, isto é, está contido em um mecanismo completo de que faz parte, sem com tudo concebê-lo.(4)
Uma vez demonstrado, não haver a necessidade prioritária da intervenção dos Devas da teologia hindu, ou  dos arcanjos das variadas religiões da terra, pois como visto, se houvesse esta necessidade, a eternidade, tanto quanto, a Lei Divina, se veriam prejudicadas em sua estabilidade de princípios; vamos demonstrar a intervenção dos espíritos perfeitos, tanto quanto, dos imperfeitos na obra da criação, pois sem dúvida alguma ela acontece.
Inteligências divinas, utilizando-se da substância, que é o plasma divino do Criador, ao influxo de sua vontade augusta e soberana, agregadas ao Mesmo, em simbiose profunda, operam em serviço de co-criação em plano maior, obedientes, contudo aos designos supremos de Deus, que os torna em agentes orientadores da criação.(5)
Essas inteligências gloriosas utilizam-se da substância, ou fluído cósmico do criador, na elaboração de mundos e sóis que se convertem em habitações cósmicas de múltiplas e sublimes expressões, radiantes ou obscuras, gasificadas ou sólidas, habitações estas que perduram por bilênios, para desintegrar-se por fim, volvendo a condição de energia, obedientes a lei da evolução, pois somente ao espírito está reservada a individualidade, a inteligência e a razão, que lhe propicia a condição de co-criar, utilizando-se da matéria prima contida na substância, cabendo a Deus, a exclusividade de conceber a vida.
Jesus, conforme nos informam os espíritos de Emmanuel e André Luiz, é o arquiteto divino que com sua inteligência sublime, auxiliado por acessores  espirituais de grandiosa evolução, colocou a Terra em órbita ao redor do Sol, é Ele um dos interventores divinos, que agregados a Deus, interagem na manifestação da vida.(6)
Em seu projeto, o construtor divino, delineava e previa todos os fenômenos e manifestações que se deram na formação do planeta, tanto quanto, os que se desenvolvem nos dias atuais, e os que estarão acontecendo de futuro.
Jesus, não criou a nebulosa (substância), a nebulosa é matéria prima originária do Criador da vida, encerra em seu núcleo como um eterno vir a ser, todos os fenomênicos que a vida do planeta nos apresenta; no entanto, coube ao arquiteto divino, a responsabilidade de trabalhar a substância, primeiramente na condição de energia, elaborando o corpo energético ou psíquico da Terra,- alma da terra, conforme Kardec - energético este, que agruparia as células, propiciando a manifestação da matéria, insuflando-a de vida.
Em análogas condições, inteligências humanas, encarnadas e desencarnadas, utilizam o fluido cósmico, ou plasma divino do Criador, para co-criar em plano menor, assimilando os corpúsculos da matéria com a energia espiritual que lhes é própria, elaborando o instrumento fisiopsicossomático em que se exprimem, tanto quanto, plasmam regiões entenebrecidas e lúgubres, ou regiões sublimadas de luz e beleza, intervindo ainda na natureza, modificando-lhe as características, intervenção esta, de que a própria genética não escapa; não nos olvidando todavia que estas intervenções não passam de manipulação da substância, que é o plasma divino do Criador, porque  em “Deus existimos e nos movemos”(7).
Inteligências pervertidas agrupam-se por lei de afinidade vibracional, e, utilizando-se da energia do pensamento (ideoplastia mental), manipulam a substância, ou fluido cósmico, plasmando o inferno das diversas religiões, criando organizações em que se demoram algumas delas por séculos ou milênios, enquanto não se liberem das vibrações de ódio em que se projetaram.(8)
Enquanto que, inteligências acordadas para o amor, utilizando-se da energia do pensamento, manipulam a substância, ou fluido cósmico, plasmando regiões de paz e bem-aventuranças, regiões estas como, Nosso Lar, Alvorada Nova, e, muitas outras, em que trabalham a favor dos espíritos inferiores que se demoram em sofrimento, procurando acordá-los para a luz da verdade e da vida.(9)
Inteligências geniais, encarnadas e desencarnadas, acordadas para a luz do amor, ou não; interagem na natureza, combinando elementos químicos e físicos, modificando estes elementos, seja na adulteração dos átomos no campo da energia, como é o caso da energia atômica, entre outros, ou na estrutura celular, como é o caso da biogenética.
A genética é um campo da biologia que estuda e define as leis de transmissão dos caracteres  hereditários nos indivíduos, e as propriedades das partículas que garantem essa transmissão, os genes.
A genética não estuda apenas os genes humanos, estuda também os genes dos animais e das plantas, interferindo diretamente na organização celular desses elementos.
Pesquisadores da universidade do Texas, realizaram através da engenharia genética, experiências em camundongos, após a descoberta de um gene “LIM 1”; desativando este gene que é o responsável pelo desenvolvimento da cabeça durante o período embrionário, obtiveram como resultado desta experiência, animais sem cabeça embora com a base cerebral, e, esta é apenas uma das experiências, pois já se criou animais com olhos na pata, produzindo-se ainda, a mudança de sexo em animais.
A engenharia genética tem cooperado também com a economia mundial, produzindo superalimento, desenvolvendo animais transgênicos tais como: o salmão monstro, que é trinta e sete vezes maior que o salmão comum, o superfrango chamado “chest” em inglês que significa peito, nove anos mais tarde surgiu “classy” e em seguida o “bruster”; estes animais são o produto de combinações genéticas realizadas em laboratório.
Empresas e faculdades brasileiras, tais como: a (EMEPA) Empresa estadual de pesquisa agropecuária da Paraíba, (CENARGEM) Centro Nacional de Pesquisa de Recursos Genéticos e Biotecnologia, em Brasília, a faculdade  (UNICAMP) em Campinas, (CTC) Centro Tecnológico da Copersucar, em Piracicaba, e outras; em seus laboratórios de biologia molecular de plantas, introduzindo genes em embriões, modificam e aprimoram o desenvolvimento e a produção dos alimentos, como é o caso da cana transgênica imune a pragas e doenças, o feijão resistente a vírus, etc.
No que concerne a genética humana, os geneticistas tem feito um avanço extraordinário, pois contamos hoje com a reprodução assistida; gestação pós-menopausa; fecundação in vitro; Fivete-fertilização in-vitro e transferências de embriões; geneterapia fetal; nascimento de bebê, de mãe morta há mais de um ano; escolha do sexo pelos pais, para os futuros filhos; clonagem de seres humanos.
Não entraremos em detalhes, quanto as diversas possibilidades de fecundação desenvolvidas pela genética, por serem experiências já consolidadas e reconhecidas pela bioética, exceto a clonagem que é ainda uma experiência discutível, embora seja uma experiência consolidada.
A palavra clone deriva etimologicamente do grego “klon”, que significa broto, e pressupõe, a existência de um individuo gerador e a ocorrência de reprodução assexuada.
Tem se utilizado esse termo, tanto para células quanto para organismos, de modo que um grupo de células que procedem de uma célula única também recebe esse nome.
Ou seja, a clonagem é uma técnica em cultura de tecidos, pela qual células idênticas são obtidas a partir de uma única célula-clone. (10)
A Clonagem pode ser natural ou induzida artificialmente, ela é natural quando originada a partir de reprodução assexuada, ou seja, quando não há a participação de células sexuais (gametas); como é o caso das bactérias, da maioria dos protozoários e algumas leveduras.
Uma colônia de bactérias é um exemplo de clonagem, pois uma única bactéria dividindo-se, produz milhões de descendentes.
É também o meio mais freqüente e natural de reprodução das plantas, como é o caso das gramas, ou morangueiros, cujos nós dos ramos laterais rentes a terra, formam raízes, gerando outras plantas independentes.
Agricultores e jardineiros, ao fazerem mudas de plantas estão produzindo clones, como acontece com a bananeira, a parreira e a cana de açúcar, corta-se um pedaço do tronco de uma dessas plantas, e um ser idêntico é gerado a partir de seu próprio material genético.
A clonagem natural ocorre também em animais, como no tatu e, mais raramente nos gêmeos univetelinos, que embora haja a reprodução sexuada na formação do zigoto, os descendentes idênticos têm origem a partir de um processo assexuado de divisão celular.
A clonagem induzida artificialmente, é uma técnica da engenharia genética aplicada em vegetais e animais, produzidos em laboratórios pelo processo de reprodução assexuada de forma artificial, baseada em um único patrimônio genético.
Nos vegetais, a clonagem induzida baseia-se na plantação e criação de enxertos ,  nos quais são implantados brotos de plantas selecionadas em caules de outros vegetais.
Na clonagem induzida em animais, usa se como matéria-prima células embrionárias ou somáticas (qualquer célula do corpo com exceção das reprodutoras) que são introduzidas em óvulos anucleados (sem núcleos) artificialmente, como o utilizado no processo de clonagem da ovelha Dolly.
A clonagem de animais, já é uma experiência consolidada; a primeira experiência realizada com sucesso se deu, com uma ovelha, de quem retiraram uma célula adulta das glândulas mamárias, gerando uma ovelha “gêmea”, a quem deram o nome de Dolly.
No Japão nasceram três vacas idênticas, de uma experiência bem sucedida da Universidade de Isukuba, quando uma equipe de especialistas implantou embriões com o mesmo material genético em sete vacas, e, outras tantas experiências com animais tem se realizado com sucesso.
No ser humano, a clonagem é uma experiência possível, porém muito perigosa, pois nos falta ainda a maturidade espiritual necessária, para tratar de uma questão tão complexa e profunda, com o devido respeito a vida.
Jerry Hall e Robert Stillman, professores da “Universidade George Washington” nos Estados Unidos, anunciam uma experiência realizada com sucesso na área da biologia, onde pela primeira vez na história, mãos humanas elaboram uma cópia perfeita (clone) de um embrião humano, mas tiveram que interromper esta experiência no sexto dia, destruindo os dois embriões, por haverem se utilizado de células anormais incapazes de se desenvolver em um bebê.(11)
Vimos, que a clonagem é um processo avançado de fecundação, processo este ambicionado pela ciência humana, no intento de alcançar uma eugenia do ser humano, selecionando por antecipação os genes que propiciem o desenvolvimento de um ser perfeito, eliminando os que apresentassem qualquer deficiência ou anomalias.
Respeitamos as descobertas e avanços da ciência no que se refere a biologia, e compreendemos que a ciência com suas descobertas, tem trazido a luz do esclarecimento as mentes humanas, entretanto, importa lembrar que, a aplicação dessas descobertas, nem sempre tem se ajustado aos determínos harmônicos da vida.
A eugenia pretendida pela ciência fere os desígnios da Lei Divina, pois a vida do ser humano na Terra, obedece a um determino da providência; o homem não é a combinação cega de um aglomerado de átomos, é a resultante de infinitas experiências vividas nos reinos inferiores da natureza.(12)
O ser humano vai de futuro, conquistar a eugenia, onde não haverá doenças, deformidades, ou anomalias quaisquer que sejam, mas este processo se fará através da evolução, com a maturação do espírito; e então, a biologia terá sua participação ativa na seleção dos genes, mapeando os cromossomos, cooperando com as leis naturais, associada aos princípios que determinam a vida.
Demonstramos no decorrer deste tema, a intervenção do ser inteligente, encarnado e desencarnado, nas infinitas manifestações que se apresentam na vida, e que, embora não havendo a necessidade prioritária, da intervenção da criatura na obra da criação; esta herda do Criador, os infinitos atributos com que se manifesta na vida; dentre tantos outros, o de co-criador.
Esta realidade nos diz, que somos, cidadãos do Universo, participantes da vida e herdeiros do Criador, que nos propicia a benção de participar de sua obra, partilhar de seus bens eternos, nas glorias da eterna vida.

                                       Sola    

Referências:
                                                                                                                                       
(1) Ver o tema “Concepção de Deus”.
(2) Ver o tema “O Universo é infinito”.
(3) Ver o tema “ A Lei Divina”.
(4) O espírito, na evolução que lhe está reservada ao infinito, jamais se igualará a Deus, ou seja, jamais atingirá o absoluto, pois é ele centelha divina derivada da vida suprema do Criador.
(5) Para um aprofundamento maior desta temática ver o livro “Evolução em dois mundos”, escrito por André Luiz, através da psicografia do médium Francisco C. Xavier.
(6) Para um aprofundamento desta temática, ver os temas: Criação e Formação dos Seres Vivos.
(7) Paulo de Tarso, em Atos 17:28.
(8) Ver o livro “Libertação” de André Luiz, psicografado por Francisco C.Xavier.
(9) O livro ”Nosso Lar”, escrito por André Luiz através da psicografia de Francisco C. Xavier, confirma  o que estamos dizendo, pois Nosso Lar é uma colônia espiritual, criada por espíritos evoluídos, na intenção de auxiliar aos que sofrem depois da morte.
(10) “Clone” do grego Klon que significa broto.
(11) Não descrevemos os detalhes desta experiência, porque os encontramos em artigos de biologia, e outras obras que tratam desta matéria.
(12) Os artigos: “Princípio psíquico e evolução”, “Lei Divina” e “Reencarnação ou Palengenesia”, esclarecem com propriedade, porque a eugenia pretendida fere as leis naturais.

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