José Sola
São Paulo
Ao escrever este livro, o autor pretende apresentar enredo, pois um romance em que não haja amor, paixão, sexo, suspense, estará faltando tempero, um romance que se preze deve ter uma pitada destes quatro sentimentos que fazem parte da vida humana, embora necessite de uma dosagem certa, pois demais o estraga, torna o mesmo libertino, vulgar.
Mas não é intenção do autor, demorar-se simplesmente no romance, mas aproveitar a oportunidade, e desmistificar algumas informações que foram extrapoladas de maneira equivocada, como por exemplo, a questão 200 de o Livro dos Espíritos, quando nosso mestre Allan Kardec pergunta ao espirito da verdade, se o espirito tem sexo.
E a resposta apresentada a Kardec, foi a seguinte, não como a entendeis, e esta resposta esta muito mais para sim do que para não, pois como é que poderemos entender algo que não exista?
Se o espirito da verdade quisesse dizer não, teria dito apenas não, pois como nos é possível entender algo que não exista.
E além do mais, se o espirito da verdade, houvesse desejado realmente nos informar que o espirito não tem sexo, estaria em contradição com a lógica, pois sabemos que o sexo esta presente nos mais variados setores da vida, seja no campo do micro, na afinidade dos átomos, no campo do macro, na atração dos mundos, nas plantas, nos animais, e nos humanoides.
Se o sexo não fosse inerente ao espirito, seria um atributo originado pela matéria, mas a duvida é quando?
Não pode ser no corpo de matéria do homem, pois como visto o sexo antecede a este, esta presente no todo do universo infinito, afirmar que o sexo tem como fonte de origem a matéria que forma o corpo ciclópico da terra, é ainda mais absurdo.
Acreditar que o sexo seja originário da matéria é o mesmo que darmos as mãos em palmatoria aos ateístas, quando afirmam que a inteligência é um atributo das células neuronais, pois se o órgãos sexuais, podem gerar uma força, uma energia que esta atuante no todo do universo; porque o cérebro não pode gerar a inteligência, que se manifesta através da mente humana?
Esta é uma questão equivoca que virou dogma em doutrina espirita, é uma questão intocável, alguns já puderam se aperceber de que esta possibilidade não responde a lógica, e já esta esclarecido que Kardec não defende essa hipótese, de que a resposta do espirito da verdade, não corrobora a crença infantil de que o espirito não tem sexo, mas permanecem calados, fazem de conta que esta tudo certo.
E ainda desejo desmistificar outra questão polemica, a questão das almas gêmeas, pois alguns confrades afirmam de que Emanuel se enganou quando apresentou esta premissa, mas se Emmanuel se enganou, então podemos jogar fora tudo o que foi escrito através das mãos de Chico, pois Emanuel não fez uma citação rápida sobre as almas gêmeas, ele enfatizou essa questão, nos livros Há 2000 Anos, 50 Anos Depois, Renuncia, e ainda volta ao tema em o livro Consolador.
Isto quer dizer que se ele estivesse errado, não seria um engano, pois essa ideia foi sustentada por ele, não o fez de maneira inconsciente, e um espirito que sustenta um erro, como o pretendem nossos confrades queridos, é um mistificador; será?
E o que é mais infantil da parte dos opositores de Emmanuel, é que em momento algum ele afirma que uma alma gêmea, é a metade de outra alma, pois deixa claro que temos individualidades diferentes, diferentes evolução, pois nos informa que Lívia é muito mais evoluída do que ele.
Mas a alma gêmea é a metade de outra alma sim, não a metade seccionada de outra alma, mas dois inteiros que se complementam, se repletam um ao outro, mas logicamente que não perdem sua individualidade, apenas se sustentam e se fortalecem na caminhada eterna, amando-se um ao outro com eterno amor.
Neste livro eu explicito esta premissa de Emmanuel de maneira mais detalhada, mas essas extrapolações são breves, e estão envolvidas, em um enredo romântico, em que o amor, o ódio, a paixão, a infidelidade, e o crime estão presentes.
Não se intimidavam com nada, a paixão em que se demoravam Júlio Cezar e Izabel Cristina, não atentava para as responsabilidades da vida, tudo era valido para se enlaçarem um ao outro nos braços.
E o cenário em que este romance foi vivido, era um cenário divino, uma fazenda no norte de Mato Grosso, e contrastando a beleza e a sublimidade que o mesmo nos apresentava, enceguecidos pela paixão, mergulharam no antro escuro da criminalidade.
E mesmo agindo em contrario a Lei Divina, não sentiram em momento algum, um átomo que seja de remorso, estavam tão fascinados um pelo outro, a ponto de justificarem os atos que praticavam, incluindo a criminalidade, haviam se transformado temporariamente nos arautos da justiça, eles eram a lei, e tudo era valido para atingirem seu objetivo.
Mas se este romance apresenta as delicias da vida material, a loucura e a paixão, sentimentos estes, que ainda complementam muitos homens e mulheres na terra, também nos informa das consequências de nossos atos infelizes depois da morte.
Depois de haver desencarnado, Júlio Cesar, sofreu vinte e cinco anos nas trevas, e Izabel Cristina que desencarnou muitos anos depois, sofreu também por um período vasto de tempo, amargaram ambos as consequências de suas transgressões a Lei de Deus.
Nós espiritas sabemos que a Lei Divina não é vingativa nem punitiva é corretiva e amorosa, e não estavam nossos personagens queridos, sofrendo por que Deus o quisesse, pois Este ao criar-nos nos dota com seus atributos divinos de inteligência e de amor, e nos faculta o livre arbítrio, e a partir de então, nos transformamos em construtores de nosso próprio destino, sermos felizes ou infelizes depende exclusivamente de nós.
E infelizmente Júlio Cesar e Izabel Cristina, ao haverem transgredido a Lei do Eterno, praticando atos infelizes, atos que prejudicaram seus semelhantes, plasmaram uma condição vibracional negativa, sombria, e por lei de afinidade, se projetaram em regiões trevosas, regiões estas, em que habitam espíritos que passaram pela terra prejudicando e ferindo o próximo.
Não nos esqueçamos das palavras de Jesus, o céu ou o inferno, esta dentro de cada um de nós mesmos, Deus não nos castiga nem tampouco nos perdoa, pois para que nos castigasse, Ele teria que ser mau, e para perdoar-nos teria que haver-se ofendido, e qualquer uma destas duas possibilidades, o tornariam humano e imperfeito como nos demoramos.
Mas nós espiritas sabemos que não existe o inferno eterno, pois a fonte originaria da vida é perfeita, é não da para aceitarmos a ideia de que uma fonte absolutamente perfeita possa gerar algo ou alguém que seja imperfeito, se assim fosse, esta perfeição existiria em Deus.
E isto nos leva a concluir de que nosso espirito é perfeito em essências, por principio, embora no contexto da evolução na eternidade sejamos sempre perfectíveis, pois a evolução vai ao infinito na eternidade, absolutamente perfeito é só Deus.
E com certeza alguns confrades me refutarão afirmando, mas a imperfeição do ser humano esta patente aos nossos olhos, como negar que sejamos imperfeitos, esta sua premissa é insustentável, mas se ampliarmos a nossa visão nos apercebermos de que realmente somos perfeitos por principio, apresentarei uma analogia comparativa, que nos permitira elucidar esta premissa.
Uma fonte quando brota do solo, emana agua límpida, pura, potável, entretanto esta agua percorrendo os vales e campinas da vida adere aos detritos do caminho, e acaba se tornando poluída, impura, mas em seu percurso essa agua vai encontrar pedras e rochas em seu caminho, e volvera a condição de pureza e lidimes, a essência da agua retornou a condição de origem.
Com o espirito a coisa não difere, pois a fonte originaria do espirito é Deus, e Este é absolutamente perfeito, entretanto, em nossa caminhada na eternidade, para maturarmos as potenciações infinitas que herdamos de Deus, nós também percorremos os vales e campinas da vida, e acabamos aderindo aos detritos das paixões e vicissitudes do caminho, mas para nós também existem as pedras e rochas da vida, em forma de dores e dificuldades, e acabamos por nos redimir, volvendo a condição de perfeição, com a diferença que a essência da agua, apenas volveu a sua condição de lidimes, mas o espirito além de volver a condição de pureza, ainda adquiri conhecimentos novos, maturando também os potencias infinitos que herdou de Deus como um eterno vir a ser.
E como vimos os protagonistas principais desse romance, não foram castigados por Deus, em seu livre arbítrio, eles próprios construíram o seu sofrimento, e como não existe o inferno eterno, a misericórdia divina com certeza lhes estará apresentando novas possibilidades, pois eles, tanto quanto nós, como já visto, estão fatalizados a evolução.
E depois de haverem padecido muitos anos nas trevas em que eles próprios se projetaram, por acréscimo da misericórdia divina, foram socorridos, o primeiro foi Júlio Cesar, que desencarnou vários anos antes de Izabel, e embora já estivesse sendo assistido pelos mentores da luz, sofria a ansiedade, o desespero, a angustia, pois sabia do sofrimento de sua amada, e aguardava que o mentor espiritual, o informasse de que já havia se feito o momento de retirá-la da região trevosa em que se demorava, e o sofrimento de seu amor, lhe feria o coração, com uma dor mais forte do que se estivesse sendo retalhado com um estilete, isto quer dizer que mesmo depois de havermos sido recolhidos, estando sendo assistidos ,e em algumas oportunidades, já havendo principiado a trabalhar sofremos, mas a partir de então o sofrimento se nos torna mais ameno, pois a certeza de uma vida nova dá nova disposição e entendimento ao espirito.
E depois de alguns anos, que Júlio Cesar havia sido socorrido, o mentor querido chegou e lhe disse Júlio, prepare-se, pois hoje estaremos recolhendo o tesouro de sua vida, este momento foi para Júlio, o mais maravilhoso de sua vida.
Partiram em missão socorrista, e retiraram Izabel das trevas, foi conduzida para o devido socorro na colônia espiritual, e a partir desse momento, nosso querido Júlio encontrou a pazem seu coração.
Izabel se recuperou através dos meses, e juntos estudaram muito preparando-se para o trabalho, e após um ano de estudo, pediram a oportunidade do trabalho, e após haverem se preparado, reencarnaram novamente, Izabel já desencarnou , mas Júlio continua encarnado, esforçando-se para cumprir a tarefa a que se propôs, e merecer a benção de continuar ao lado de sua amada.