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segunda-feira, 28 de outubro de 2013

NOVAS GERAÇÕES – VELHAS GERAÇÕES QUE SE RENOVAM

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Jorge Hessen
http://aluznamente.com.br


Especula-se muito nas hostes espíritas a respeito da nova geração que está encarnando. Mas a rigor, a cada período civilizatório é comum surgirem novas gerações no planeta. Não podemos permanecer estáticos diante de um otimismo ingênuo, mormente analisando a sociedade sob o ponto de vista da realidade atual, ante os graves problemas sociais, envolvendo delinquências, guerras, corrupções, violência urbana, terrorismo, a comprovar que a iniquidade ainda prevalece.
Infelizmente há muitos jovens envolvidos com o mal, por ausência de noção das Leis de Deus. Obviamente tais criaturas serão renovadas no desenvolvimento de suas provas, particularmente com a dor instrutora, em reencarnações edificantes. Recentemente alguns jovens indianos entre 10 e 14 anos, que se autodenominaram como “daredevils” (destemidos), ao identificarem que residiam em local “invisível” ao registro do “Google Maps” (1)  resolveram desenhar os contornos geográficos da favela em Calcutá. Durante o levantamento perceberam que era preciso ir mais além. Tinham de detectar o que devia e o que não devia estar no mapa. Malária, não devia. Diarreia, não devia. Dança, sim. Descobriram que se apropriar do mapa do seu mundo tornaria possível transformá-lo.
Para aperfeiçoar o mapeamento, contaram com a ajuda do projeto Mapeie Seu Mundo, da Universidade de Columbia, dos EUA, que forneceu os equipamentos necessários e deu as diretrizes de como coletar dados das pessoas, numerar e registrar as casas. (2) Aparelhados de celulares e GPS, os jovens registravam quantas crianças haviam em cada casa, quantas já tinham sido vacinadas e informavam a hora e lugar da próxima campanha, conscientizavam sobre a importância da imunização. Ao fazer o levantamento, as crianças descobriram que nem todos os 9 mil moradores tiveram acesso à vacina contra poliomielite. (3) A solução que encontraram para o problema foi incrementar campanhas de vacinação e divulgação nas ruas, utilizando-se de surrados cones de papelão, indicando onde estavam localizados os postos de saúde mais próximos.
Graças ao empenho dos “daredevils” de Calcutá o governo local começou a construir a primeira forma de abastecimento com água potável para a comunidade e o número de vacinação cresceu 80%. Destarte, passaram a influenciar o mundo para além da favela. Por causa da atitude deles, foi produzido o filme “The revolutionary optimists”, um documentário  que inspirou o lançamento do Map your world (Mapeie seu mundo), plataforma múltipla que assenta o poder das novas tecnologias nas mãos de crianças e jovens para que elas se tornem agentes de mudanças sociais e compartilhem suas biografias com o mundo.
Pode haver aqui indicativos de que estamos diante de uma nova geração de espíritos moralizados que reencarnaram, a fim de trabalharem pela justiça social e fraternidade entre as pessoas. Quem sabe podem ser Espíritos que compõem a nova geração, Espíritos melhores d’outros orbes, ou simplesmente Espíritos terrícolas antigos que se melhoraram, contudo o resultado é positivo. “Desde que trazem disposições melhores, há sempre uma renovação. Assim, segundo suas disposições naturais, os Espíritos encarnados formam categorias: de um lado, os retardatários, que partem [desencarnam]; de outro, os progressistas, que chegam [reencarnam]. O estado dos costumes e da sociedade estará, portanto, no seio de um povo, de uma raça, ou do mundo inteiro, em relação com aquela das duas categorias [retardatários/progressistas] que preponderar." (4) É nessa matemática que se processam historicamente os arranjos de paz ou guerras em cada geração.
Para o Codificador da Doutrina Espírita a renovação moral da humanidade não se processará por uma "invasão" de seres de outros orbes, de outras constelações (embora seja admissível tal processo), mas porque os "Espíritos antigos que se melhoraram" têm seu papel no novo estágio evolutivo. Ou, repetindo Kardec, "A regeneração da Humanidade não exige absolutamente a renovação integral dos Espíritos: basta uma modificação em suas disposições morais. Essa modificação se opera em todos quantos lhe estão predispostos, desde que sejam subtraídos à influência perniciosa do mundo.” (5)
Observemos que as gerações ancestrais que presentemente dominam o saber na terra, tempos recuados foram “gerações novas” e igualmente geraram assombro e especulações. Em todas as eras deparamos com arquétipos humanos intrigantes e que tiveram um papel muito respeitável na mudança social do orbe. “Arquétipos”, nesse caso, são padrões históricos, cujas experiências são reconhecidas e culturalmente registradas pelos historiadores. Tais seres dominavam ciências revolucionárias, novas técnicas, concepções artísticas perturbadoras e apresentavam um molde moral dessemelhante do corriqueiro, conquanto não fossem notados por seus iguais com seres “sobre-humanos”.
Estamos passando por grande revolução na apropriação do conhecimento humano. Há aqueles que possuem uma inteligência e sensibilidade social acima da média, inobstante não se distinguem radicalmente das gerações antecedentes de grandes gênios da academia, da religião e das artes. O modelo moral deles igualmente não difere dos seus predecessores. As ciências sociológicas revelam que as amplas transformações tecnológicas e sociais advieram pelas ações correspondentes de socialização, isto é, os padrões nascem com seus atributos intelectuais mais avançados e, em certas conjunturas, passam a contagiar culturalmente de forma mais expressiva sobre a geração daquele contexto, alterando os protótipos até então predominantes.
Não há como desconsiderarmos que não estamos vivendo um momento vulgar da Humanidade. Observamos uma grande mudança e as transformações ligeiras e impactantes estão aí para confirmar em todos os níveis da vida social. Isso confirma ainda mais as revelações espirituais sobre o destino da Terra, nada obstante não olvidemos que os acontecimentos terrenos não modificam ao gosto da nossa fantasia mística e sim no compasso adequado dos eventos da natureza consoante as DIRETRIZES DO CRISTO.

Referências bibliográficas:
(1)           Google Maps é um serviço de pesquisa e visualização de mapas e imagens de satélite da Terra gratuito na web fornecido e desenvolvido pela empresa estadunidense Google. Atualmente, o serviço disponibiliza mapas e rotas para qualquer ponto nos Estados Unidos, Canadá, na União Europeia, Austrália e Brasil, entre outros. Disponibiliza também imagens de satélite do mundo todo, com possibilidade de um zoom nas grandes cidades, como Nova Iorque, Paris, São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, entre outras.
(2)           http://planetasustentavel.abril.com.br/blog/blog-da-redacao/criancas-mapeiam-favela-onde-moram-e-combatem-poliomielite/?utm_source=redesabril_psustentavel&utm_medium=facebook&utm_campaign=redesabril_psustentavel
(3)           Em 2005, a Índia registrou 45 casos de paralisia infantil, número que a colocou como quarto país do mundo com mais pessoas afetadas
(4)           Kardec, Allan. A Gênese. 24a. Ed. FEB, cap. XVIII

A INGRATIDÃO DOS FILHOS



Roberto Cury

    

Roberto Cury
"A ingratidão é um dos frutos mais imediatos do egoísmo, e revolta sempre os corações virtuosos. Mas, a dos filhos para com os pais tem um sentido ainda mais odioso." Santo Agostinho. ESE, cap.XIV, item 9.

Pediram-me que escrevesse sobre a ingratidão dos filhos para com os pais.
A princípio recusei o tema, porquanto tenho filhos maravilhosos que jamais faltaram com o respeito, nem com a consideração, jamais criticaram qualquer das minhas atitudes, até mesmo aquelas com as quais não concordaram, muito menos deixaram de me socorrer em todas as vezes em que estive doente ou que deles necessitei.
Quando tive de ir aos Estados Unidos com Anelise que estava com câncer, Marileila,  apesar de ter apenas 15 anos, na época, compreendeu que todas as atenções deviam ficar como ficaram com sua irmã doente. Jamais me esqueci de sua abnegação e de seu desprendimento, que sempre perduraram, mesmo depois da partida de Anelise para o Mundo Espiritual.
Os rogos de que escrevesse sobre esse assunto, vieram em vozes de outros cantos e como insistia na recusa, inquiri nosso amigo Jesus Cristo, através de uma prece, se eu não estava sendo omisso. Então senti que o Alto me falava nos refolhos de minha alma imortal, respeitando o meu livre arbítrio, descortinava-me a estrada a ser percorrida por tanta gente que suspirava nas alegrias em que os filhos foram gratos ou que chorava nas tristezas quando pagaram com ingratidão todo o bem que seus pais lhe fizeram.
Roguei aos céus que me inspirassem para que não cometesse qualquer injustiça com nenhum filho ou com os pais que haveriam de ler este meu escrito.
Lembrando de que Jesus, na cruz, no último suspiro, fez soar sua voz: "Pai perdoa-lhes  porque não sabem o que fazem", roguei, ao Mestre, me permitisse expor com clareza e concisão, para que pudesse escrevinhar sem derivações pelos caminhos da parcialidade e que não viesse ofender nenhuma das partes, ao discorrer sobre a ingratidão dos filhos.
Foi então que na análise do tema encontrei opiniões diversas de escritores, filósofos e gente famosa, que tentarei alinhar, de forma que o assunto possa ser entendido por qualquer pessoa sem maiores esforços.
Assim, volto ao item 9, do capítulo XIV, do ESE, já citado acima em que Santo Agostinho repugna a ingratidão dos filhos para com os pais, taxando-a  com "sentido odioso" e adverte: "desde o berço, a criança manifesta os instintos bons ou maus que traz de sua existência anterior. É necessário aplicar-se em estudá-los. Todos os males têm sua origem no egoísmo e no orgulho".
Ester Castro, em artigo colhido na internet, afirma: "A ingratidão de um filho é um câncer na alma". Ela continua, desfilando sua amargura: "Não importa o caminho escolhido, se está feliz ou não, JAMAIS esqueça de onde veio. Não aja como se tivesse nascido de chocadeira bradando aos quatro ventos que não precisa mais de pai e mãe (ainda precisando) e que chegou até onde está pelos próprios méritos." Encerra: "E tenha mais uma certeza. Se amanhã a vida te colocar na pior, os únicos dotados de todo o amor incondicional do mundo que irão lhe estender a mão, serão aqueles aos quais você agora tanto menospreza. Acredite, o tempo é mestre em pregar essas ironias…"
Suely Macedo, da Escola Sá Pereira, lamenta: "Não sei porque meus filhos são tão grosseiros comigo; dei amor, carinho e atenção , hoje sofro por ser tão magoada por eles."
Joanna de Ângelis e Divaldo Pereira Franco, na sua obra S.O.S Família, definem ingratidão e ingrato:
"– A ingratidão – chaga pestífera que um dia há de desaparecer da Terra – tem suas nascentes no egoísmo, que é o remanescente mais vil da natureza animal, lamentavelmente persistindo na humanidade. O ingrato, isto é, aquele que retribui o bem com o mal, a generosidade com a avareza, a simpatia com a aversão, o acolhimento com a repulsa, a bondade com a soberba, é sempre um atormentado que esparge insatisfação, martirizando quantos o acolhem e socorrem. O homem vitimado pela ingratidão supõe tudo merecer e nada retribuir, falsamente acreditando ser credor de deveres do próximo para consigo, sem qualquer compensação de sua parte."
Parece cruel e seria se olharmos apenas pelo prisma unilateral dos pais que passam pela ingratidão dos filhos. Há pais que, infelizmente, não cumprem com os deveres a eles confiados por Deus.
É preciso, portanto, analisarmos também como pensam os filhos e qual visão têm dos pais.
Nesse convite que Deus nos faz por meio de nossa família, devemos estar conscientes que é um convite a nós, Espíritos. Um convite à paciência, à calma, e à fé em saber que a morte não existe, e que a consciência pré-existe ao corpo que a abriga. O Espírito então que nos chega por filho é um Espírito pré-existente, que carrega suas dúvidas, apreensões e conquistas, e cabe a nós orientá-los adequadamente para que sigam o caminho do bem. Quando os Espíritos nos falam sobre a ingratidão, nos situam, antes, nesse contexto: o do Espírito. Nos mostram o quanto de dúvidas e de dor é para um Espírito reencarnante estar junto àqueles que outrora odiou, o quanto é difícil para o espírito ainda imaturo aceitar a responsabilidade de uma paternidade ou maternidade o que explica por vezes a instabilidade emocional e moral dos pais, em suas ainda pequenas conquistas morais. Nesse convívio de pais e filhos o amor de Deus é presente de maneira muito especial, porque permite que os sentimentos se interpenetrem na maternidade e na paternidade havendo uma troca imensa de energias e aprendizados entre os Espíritos que se reencontram. Saber respeitar e entender as opções, ter fé no futuro e agir com perseverança e respeito para com a consciência que está sob sua guarda, mas não lhe pertence - eis o dever dos pais. Reconhecer sua posição de respeito e dedicação e necessidade de andar de mãos dadas com aqueles que abriram muito mais do que a porta da casa, mas a porta de seus corações para recebê-los: eis o dever dos filhos. Entendermo-nos como Espíritos e nos respeitamos, sustentando as sagradas lições da maternidade que permitem renovação de caminhos, eis o dever de todos. Na ingratidão dos filhos, portanto, reside um pouco da responsabilidade de cada um de nós, enquanto sociedade que deve fazer-se sensível ao sofrimento e ativo à renovação de todos aqueles que, sempre filhos e algumas vezes pais, nos cruzam os caminhos da vida, reclamando auxílio.
Maquiavel, dispara: "Os homens têm menos escrúpulos em ofender quem se faz amar do que quem se faz temer, pois o amor é mantido por vínculos de gratidão que se rompem quando deixam de ser necessários, já que os homens são egoístas; mas o temor é mantido pelo medo do castigo, que nunca falha."
A gratidão! Ah! o que significa gratidão?
Para Augusto Branco: "A gratidão é a maior medida do caráter de uma pessoa. Uma pessoa grata é uma pessoa fiel, não te abandona, está sempre contigo. Nela você sempre pode confiar."
Já Epicuro: "As pessoas felizes lembram o passado com gratidão, alegram-se com o presente e encaram o futuro sem medo."
Morel Felipe Wilkon:  "Por que devemos agradecer? É o sentimento de gratidão que nos conecta com o poder de Deus. O poder infinito que emana de Deus é aproveitado por nós se nós estivermos receptivos." E continua, inclusive os grifos são dele: " Mas a gratidão eu conheço bemA gratidão é o sentimento que desencadeia o reconhecimento da necessidade da reforma íntima. Porque a gratidão dá, a quem a sente, amostras grátis de felicidade. Quando você sente gratidão você está concentrando sua atenção em Deus e nas bênçãos que Ele lhe presenteia todos os dias da sua vida, como um pai generoso e bom. "
Cristina Brito,  Mestra em Letras- Português/Inglês e suas respectivas literaturas, explana: "A maior felicidade de uma mãe é ter o colo para dar ao seu filho, é ter como sustentá-lo e amor suficiente para acalentá-lo. Ser mãe é uma dádiva. Pena que as coisas não permanecem, tão linda a criança quando aos 3 anos te enche de beijos, penteia os teus cabelos e te acha a mãe mais linda do mundo. Infelizmente quanto mais cresce mais mudam, mais se distanciam daquilo que a gente ensina, e lhes dá que é o amor. Mas o amor de mãe continua! A alma ferida, o rosto queimado pelas lágrimas, e quando olhamos aquele ser humano por quem dedicamos tantos dias e tantas noites em claro, o vemos nada mais e nada menos que um bebê, que uma criança que ainda precisa de nós."
Sol Toledo - da Fundação Toledo de Ensino Superior: "Agradeço hoje ao meu pai e a minha mãe por tudo que sou e pelo carinho e amor que sempre me deram."
Então estabelece-se gratidão e ingratidão digladiando-se entre os pensadores, e, também na vida prática, como: "Ingratidão é uma forma de fraqueza. Jamais conheci homem de valor que fosse ingrato. Johann Goethe."
"A gratidão de quem recebe um benefício é bem menor que o prazer daquele de quem o fazMachado de Assis."
"O indivíduo infiel é tão perigoso como o mentiroso. Ambos são fracos, ingratos e constroem castelos sem fundações.Textos Judaicos."
"Expresse gratidão com palavras e atitudes. Sua vida mudará muito de modo positivo. Masaharu Taniguchi."
E entre famosos filósofos de antes de Cristo: "Os homens apressam-se mais a retribuir um dano do que um benefício, porque a gratidão é um peso e a vingança, um prazerTácito." "Quem acolhe um benefício com gratidão, paga a primeira prestação da sua dívida. Sêneca."
Christiano Torchi , in Reformador online de Junho 2012, conceitua gratidão e ingratidão com muita propriedade, explicando, detalhadamente: "As regras de etiqueta social ditam normas que a pessoa deve seguir, no caso de ser beneficiada com algum obséquio. A retribuição e a gentileza fazem parte do conjunto de preceitos dessa cartilha de bons modos. A gratidão, porém, é uma virtude moral que transcende a simples retribuição por bons modos expressos em regras de conduta social que dão o verniz da civilização.
Já a ingratidão, antípoda da primeira, é uma doença da alma que denota o atraso moral em que nos encontramos. Filha do egoísmo, é causa de muitas frustrações e decepções para os corações humanos. Os Espíritos superiores recomendam que ante a ingratidão conservemos o equilíbrio, pois o ingrato é um enfermo digno de piedade a nos testar a abnegação e a perseverança na prática do bem." (grifos nossos).
Eis que concerne nos conscientizarmos de que nossa vida deve sempre se pautar pela gratidão que nos torna receptivos às bênçãos de Deus. Tudo o que queremos que a vida nos oportunize chega-nos mais rápido quando somos gratos. Gratos a quê? Gratos à vida, à luz e ao calor do Sol, ao verde das árvores, às flores que embelezam e perfumam, aos pássaros que nos contam com seu canto mavioso que a vida é alegre e boa; gratos a Deus, aos nossos pais, ao marido ou ao namorado ou à esposa ou à namorada, aos nossos antepassados, aos espíritos amigos; gratos às dificuldades que geram excelentes aprendizados, ao passado que nos trouxe até aqui, ao futuro que estamos construindo; gratos ao ar que respiramos, às roupas que vestimos, à música que nos encanta, ao livro instrutivo que lemos com satisfação. Em tudo há motivos pra sermos gratos. Por tudo então, agradeçamos ao nosso Pai Celestial para que a felicidade more, definitivamente, no coração de cada um de nós.

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Sinopse do livro Alma Gêmea de Minha Alma

José Sola
São Paulo 


Ao escrever este livro, o autor pretende apresentar enredo, pois um romance em que não haja amor, paixão, sexo, suspense, estará faltando tempero, um romance que se preze deve ter uma pitada destes quatro sentimentos que fazem parte da vida humana, embora necessite de uma dosagem certa, pois demais o estraga, torna o mesmo libertino, vulgar.

Mas não é intenção do autor, demorar-se simplesmente no romance, mas aproveitar a oportunidade, e desmistificar algumas informações que foram extrapoladas de maneira equivocada, como por exemplo, a questão 200 de o Livro dos Espíritos, quando nosso mestre Allan Kardec pergunta ao espirito da verdade, se o espirito tem sexo. 

E a resposta apresentada a Kardec, foi a seguinte, não como a entendeis, e esta resposta esta muito mais para sim do que para não, pois como é que poderemos entender algo que não exista?

Se o espirito da verdade quisesse dizer não, teria dito apenas não, pois como nos é possível entender algo que não exista.

E além do mais, se o espirito da verdade, houvesse desejado realmente nos informar que o espirito não tem sexo, estaria em contradição com a lógica, pois sabemos que o sexo esta presente nos mais variados setores da vida, seja no campo do micro, na afinidade dos átomos, no campo do macro, na atração dos mundos, nas plantas, nos animais, e nos humanoides.

Se o sexo não fosse inerente ao espirito, seria um atributo originado pela matéria, mas a duvida é quando?

Não pode ser no corpo de matéria do homem, pois como visto o sexo antecede a este, esta presente no todo do universo infinito, afirmar que o sexo tem como fonte de origem a matéria que forma o corpo ciclópico da terra, é ainda mais absurdo.

Acreditar que o sexo seja originário da matéria é o mesmo que darmos as mãos em palmatoria aos ateístas, quando afirmam que a inteligência é um atributo das células neuronais, pois se o órgãos sexuais, podem gerar uma força, uma energia que esta atuante no todo do universo; porque o cérebro não pode gerar a inteligência, que se manifesta através da mente humana?

Esta é uma questão equivoca que virou dogma em doutrina espirita, é uma questão intocável, alguns já puderam se aperceber de que esta possibilidade não responde a lógica, e já esta esclarecido que Kardec não defende essa hipótese, de que a resposta do espirito da verdade, não corrobora a crença infantil de que o espirito não tem sexo, mas permanecem calados, fazem de conta que esta tudo certo.

E ainda desejo desmistificar outra questão polemica, a questão das almas gêmeas, pois alguns confrades afirmam de que Emanuel se enganou quando apresentou esta premissa, mas se Emmanuel se enganou, então podemos jogar fora tudo o que foi escrito através das mãos de Chico, pois Emanuel não fez uma citação rápida sobre as almas gêmeas, ele enfatizou essa questão, nos livros Há 2000 Anos, 50 Anos Depois, Renuncia, e ainda volta ao tema em o livro Consolador.

Isto quer dizer que se ele estivesse errado, não seria um engano, pois essa ideia foi sustentada por ele, não o fez de maneira inconsciente, e um espirito que sustenta um erro, como o pretendem nossos confrades queridos, é um mistificador; será?

E o que é mais infantil da parte dos opositores de Emmanuel, é que em momento algum ele afirma que uma alma gêmea, é a metade de outra alma, pois deixa claro que temos individualidades diferentes, diferentes evolução, pois nos informa que Lívia é muito mais evoluída do que ele.

Mas a alma gêmea é a metade de outra alma sim, não a metade seccionada de outra alma, mas dois inteiros que se complementam, se repletam um ao outro, mas logicamente que não perdem sua individualidade, apenas se sustentam e se fortalecem na caminhada eterna, amando-se um ao outro com eterno amor.

Neste livro eu explicito esta premissa de Emmanuel de maneira mais detalhada, mas essas extrapolações são breves, e estão envolvidas, em um enredo romântico, em que o amor, o ódio, a paixão, a infidelidade, e o crime estão presentes.

Não se intimidavam com nada, a paixão em que se demoravam Júlio Cezar e Izabel Cristina, não atentava para as responsabilidades da vida, tudo era valido para se enlaçarem um ao outro nos braços.

E o cenário em que este romance foi vivido, era um cenário divino, uma fazenda no norte de Mato Grosso, e contrastando a beleza e a sublimidade que o mesmo nos apresentava, enceguecidos pela paixão, mergulharam no antro escuro da criminalidade.

E mesmo agindo em contrario a Lei Divina, não sentiram em momento algum, um átomo que seja de remorso, estavam tão fascinados um pelo outro, a ponto de justificarem os atos que praticavam, incluindo a criminalidade, haviam se transformado temporariamente nos arautos da justiça, eles eram a lei, e tudo era valido para atingirem seu objetivo.

Mas se este romance apresenta as delicias da vida material, a loucura e a paixão, sentimentos estes, que ainda complementam muitos homens e mulheres na terra, também nos informa das consequências de nossos atos infelizes depois da morte.

Depois de haver desencarnado, Júlio Cesar, sofreu vinte e cinco anos nas trevas, e Izabel Cristina que desencarnou muitos anos depois, sofreu também por um período vasto de tempo, amargaram ambos as consequências de suas transgressões a Lei de Deus.

Nós espiritas sabemos que a Lei Divina não é vingativa nem punitiva é corretiva e amorosa, e não estavam nossos personagens queridos, sofrendo por que Deus o quisesse, pois Este ao criar-nos nos dota com seus atributos divinos de inteligência e de amor, e nos faculta o livre arbítrio, e a partir de então, nos transformamos em construtores de nosso próprio destino, sermos felizes ou infelizes depende exclusivamente de nós.

E infelizmente Júlio Cesar e Izabel Cristina, ao haverem transgredido a Lei do Eterno, praticando atos infelizes, atos que prejudicaram seus semelhantes, plasmaram uma condição vibracional negativa, sombria, e por lei de afinidade, se projetaram em regiões trevosas, regiões estas, em que habitam espíritos que passaram pela terra prejudicando e ferindo o próximo.

Não nos esqueçamos das palavras de Jesus, o céu ou o inferno, esta dentro de cada um de nós mesmos, Deus não nos castiga nem tampouco nos perdoa, pois para que nos castigasse, Ele teria que ser mau, e para perdoar-nos teria que haver-se ofendido, e qualquer uma destas duas possibilidades, o tornariam humano e imperfeito como nos demoramos.

Mas nós espiritas sabemos que não existe o inferno eterno, pois a fonte originaria da vida é perfeita, é não da para aceitarmos a ideia de que uma fonte absolutamente perfeita possa gerar algo ou alguém que seja imperfeito, se assim fosse, esta perfeição existiria em Deus.

E isto nos leva a concluir de que nosso espirito é perfeito em essências, por principio, embora no contexto da evolução na eternidade sejamos sempre perfectíveis, pois a evolução vai ao infinito na eternidade, absolutamente perfeito é só Deus.

E com certeza alguns confrades me refutarão afirmando, mas a imperfeição do ser humano esta patente aos nossos olhos, como negar que sejamos imperfeitos, esta sua premissa é insustentável, mas se ampliarmos a nossa visão nos apercebermos de que realmente somos perfeitos por principio, apresentarei uma analogia comparativa, que nos permitira elucidar esta premissa.

Uma fonte quando brota do solo, emana agua límpida, pura, potável, entretanto esta agua percorrendo os vales e campinas da vida adere aos detritos do caminho, e acaba se tornando poluída, impura, mas em seu percurso essa agua vai encontrar pedras e rochas em seu caminho, e volvera a condição de pureza e lidimes, a essência da agua retornou a condição de origem.

Com o espirito a coisa não difere, pois a fonte originaria do espirito é Deus, e Este é absolutamente perfeito, entretanto, em nossa caminhada na eternidade, para maturarmos as potenciações infinitas que herdamos de Deus, nós também percorremos os vales e campinas da vida, e acabamos aderindo aos detritos das paixões e vicissitudes do caminho, mas para nós também existem as pedras e rochas da vida, em forma de dores e dificuldades, e acabamos por nos redimir, volvendo a condição de perfeição, com a diferença que a essência da agua, apenas volveu a sua condição de lidimes, mas o espirito além de volver a condição de pureza, ainda adquiri conhecimentos novos, maturando também os potencias infinitos que herdou de Deus como um eterno vir a ser.

E como vimos os protagonistas principais desse romance, não foram castigados por Deus, em seu livre arbítrio, eles próprios construíram o seu sofrimento, e como não existe o inferno eterno, a misericórdia divina com certeza lhes estará apresentando novas possibilidades, pois eles, tanto quanto nós, como já visto, estão fatalizados a evolução.

E depois de haverem padecido muitos anos nas trevas em que eles próprios se projetaram, por acréscimo da misericórdia divina, foram socorridos, o primeiro foi Júlio Cesar, que desencarnou vários anos antes de Izabel, e embora já estivesse sendo assistido pelos mentores da luz, sofria a ansiedade, o desespero, a angustia, pois sabia do sofrimento de sua amada, e aguardava que o mentor espiritual, o informasse de que já havia se feito o momento de retirá-la da região trevosa em que se demorava, e o sofrimento de seu amor, lhe feria o coração, com uma dor mais forte do que se estivesse sendo retalhado com um estilete, isto quer dizer que mesmo depois de havermos sido recolhidos, estando sendo assistidos ,e em algumas oportunidades, já havendo principiado a trabalhar sofremos, mas a partir de então o sofrimento se nos torna mais ameno, pois a certeza de uma vida nova dá nova disposição e entendimento ao espirito.

E depois de alguns anos, que Júlio Cesar havia sido socorrido, o mentor querido chegou e lhe disse Júlio, prepare-se, pois hoje estaremos recolhendo o tesouro de sua vida, este momento foi para Júlio, o mais maravilhoso de sua vida.

Partiram em missão socorrista, e retiraram Izabel das trevas, foi conduzida para o devido socorro na colônia espiritual, e a partir desse momento, nosso querido Júlio encontrou a pazem seu coração.

Izabel se recuperou através dos meses, e juntos estudaram muito preparando-se para o trabalho, e após um ano de estudo, pediram a oportunidade do trabalho, e após haverem se preparado, reencarnaram novamente, Izabel já desencarnou , mas Júlio continua encarnado, esforçando-se para cumprir a tarefa a que se propôs, e merecer a benção de continuar ao lado de sua amada.

terça-feira, 22 de outubro de 2013

SACRIFÍCIOS DE ANIMAIS NOS LABORATÓRIOS É UMA PARVOÍCE “CIENTÍFICA”

Jorge Hessen
http://aluznamente.com.br


Recentemente ativistas invadiram o Instituto Royal localizado no estado de São Paulo e resgataram centenas de cachorros da raça beagle e vários coelhos mantidos em gaiolas do instituto. O protesto foi contra o uso dos animais em testes feitos para empresas farmacêuticas. Embora o Instituto Royal tenha permissão legal para o uso de animais em estudos “científicos” , é  claro que os animais sofriam muitas mutilações invariavelmente.
Para a  Sociedade Brasileira para o progresso da ciência (SBPC) os ativistas  desconhecem a “importância” do uso de animais para o desenvolvimento de novos medicamentos e tratamentos para o ser humano e para outras espécies. Mas, segundo a Anvisa, há dois anos houve um acordo de cooperação com o Centro Brasileiro de Validação de Métodos Alternativos (Bracvam), ligado ao Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS-Fiocruz), para que sejam utilizados métodos alternativos à pesquisa que dispensem o uso de animais.
Será que uma pessoa sensata tem alguma dúvida que os testes em laboratórios causam sofrimento, ferimentos e transtornos psicológicos nos animais? Não é  justo os animais sofrerem com os testes para a obtenção de medicamentos e produtos que supostamente “beneficiarão” o homem. A estupidez  atinge o seu grau máximo quando os defensores de  tal prática “científica” dizem que os experimentos  com animais beneficiam os próprios animais, pois são usados no desenvolvimento de rações, vacinas e medicamentos veterinários. 
Desde a antiguidade, pesquisadores valem-se de animais (cobaias) para obter testes “científicos” e ensaio das mais diversas espécies. O coelho foi uma das primeiras espécies utilizadas em pesquisas e presentemente camundongos e rãs são espécies de eleição para experiências nos laboratórios. Será que esses “cientistas” desconhecem que o organismo de um animal não é o mesmo que o nosso? Será que esqueceram o grande fracasso do século XX - A TALIDOMIDA, que foi testada em animais e depois colocada no mercado?
O experimento em animais é um método bestial, e por isso mesmo antiético e completamente destituído de validade científica. Sabemos que aproximadamente um terço dos doentes com problemas renais crônicos destruíram sua função renal tomando analgésicos considerados seguros depois de aplicados em animais. Todos os medicamentos tóxicos retirados do mercado por exigência dos órgãos de saúde foram testados antes em experiências com animais.
Existem importantes movimentos de proteção animal que resistem para findar com a vivissecção (ato de dissecar um animal vivo com o propósito de realizar estudos de natureza anatomo-fisiológica. ). Os avanços em biotecnologia já permitiram substituir os animais por computadores ou tubos de ensaios. Em diversos campos estão sendo utilizados processos alternativos, como in-vitro, com culturas celulares. As células tronco já são uma alternativa e vão ser decisivas na substituição das cobaias. Pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) desenvolveram um programa de computador que pode substituir o sacrifício de animais durante as aulas de fisiologia. O programa pode substituir o uso de animais nas aulas práticas de Fisiologia e Biofísica, ministradas nos cursos de Medicina, Ciências Biológicas, Enfermagem e Educação Física.
Apesar de milhões de animais torturados e mortos, a dissecação anatômica não conseguiu obter um resultado frente às epidemias do nosso tempo. Ante a falácia de que os animais são utilizados em benefício da saúde pública, devemos nos lembrar que eles são seres vivos que sentem dor e que sofrem, por isso somos responsáveis por eles. Como é que experiências toxicológicas – durante as quais os animais são envenenados de forma mais ou menos rápida – podem ocorrer sem tortura e dor, sem sofrimento terrível para o animal atingido? São muitas experiências que representam para o animal um sofrimento atroz, que normalmente só termina com a morte.
A ética na experimentação com animais é uma preocupação muito antiga, fundamentando-se na necessidade de se ter consciência de que o animal é um ser vivo, que possui hábitos próprios de sua espécie, inclusive o natural instinto de sobrevivência, sendo sensível a dor e a angústia. Ora, o que o Espiritismo explica sobre os animais? Eles têm alma? Progridem? Ou serão sempre animais? Eles sofrem? Os Benfeitores do Além afirmam que os animais não têm alma como nós humanos, mas têm um princípio espiritual que “sobrevive ao corpo físico após a morte”(1), ou seja, a alma dos animais “conserva, após a desencarnação, sua individualidade; porém, não a consciência de si mesma, apenas a vida inteligente permanece em estado latente.”(2)
É bem verdade que o instinto domina a maioria dos animais; “mas há os que agem por uma vontade determinada, ou seja, percebemos que há uma certa inteligência animal, ainda que limitada.”(3) Rememoremos que os bichos “não são simples máquinas, embora sua liberdade de ação seja limitada pelas suas necessidades, e, logicamente, não pode ser comparada ao livre-arbítrio humano. Os animais, sendo inferiores ao homem, não têm os mesmos deveres, mas eles têm liberdade sim, “ainda que restrita aos atos da vida material.”(4)
 Os animais pensam, mas não raciocinam; os animais têm memória, e recorrem a ela; aprendem com o acerto e com o erro, e não com o raciocínio. Evidentemente, não conseguem teorizar, abstrair, prever eventos, solucionar problemas, mas são, de fato, mais inteligentes do que imaginamos. Estão em processo de evolução e, nesse sentido, devemos considerar que possuem, diante do tempo, um porvir de fecundas realizações, e através de numerosas experiências chegarão um dia ao chamado reino hominal, como, por nossa vez, alcançaremos, no escoar dos milênios, a situação de espíritos puros.

Referências bibliográficas:
(1) Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos, Rio de Janeiro: Ed. FEB, 2001, perg 597-a
(2) idem  perg. 598
(3) idem  perg. 592
(4) idem  perg. 595

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

SERÁ A SANTIDADE UM VALOR EM DESUSO?

Margarida Azevedo
Margarida Azevedo
Mem Martins,
Sintra - Portugal

Com o ritmo alucinante das grandes cidades, a insegurança profissional, a fragilização da estrutura familiar e o consequente desmembramento das famílias; com o lar transformado artificialmente em dormitório, a sede de conhecer à distância de um clique no computador ou no telemóvel e os novos interesses impostos aos cidadãos, sub-repticiamente por quem manda; com as práticas religiosas reduzidas a momentos fugazes na engrenagem de um tempo fugaz, as “conversas” com Deus transformadas em desabafos colectivos psicóticos, pergunta-se: Quais os valores que as religiões cristãs estão a passar para os seus fiéis? O dar a outra face, o perdão incondicional, a tolerância, interna e externa a cada igreja, a alegria da fé em Deus Todo Poderoso, a fraternidade, a igualdade de todos perante Deus, a liberdade da fé, e, muito especificamente, a santidade…
Que sentido tem tudo isto nos tempos que correm? Ou será que os homens e as mulheres estão a leste de todos estes valores que são o fundamento da actividade religiosa, o alimento da fé? A santidade tornou-se uma matéria tabu e portanto marginal das igrejas.
De repente todos se tornaram autónomos e auto-suficientes em matéria de fé. A santidade não traz Deus à cidade barulhenta e poluída, nem é um garante de triunfo social. Pelo contrário, é a via mais directa para ser engolido sem dó nem piedade. Logo, para não perder “adeptos”, as igrejas abafam este e muitos outros valores, caindo na apatia e nos discursos repetitivos.
A vertente axiológica e ética das religiões tornou-se um chorrilho de preceitos desconformes com os interesses dos fiéis, por duas razões: primeiro, porque não conseguem impor um discurso de salvação onde cada fiel se sinta empenhado no seu auto-aperfeiçoamento em comunidade, isto é, dentro de um ambiente de partilha; segundo, porque insatisfeitos, os fiéis estão a desenvolver cadeias de preceitos domésticos, muitos dos quais impondo-se aos rituais colectivos das igrejas, remetendo para estas as celebrações pontuais (nascimentos, casamentos e funerais).
Se é certo que cada vez mais há o crer sem pertencer, herança do segundo quartel do séc. XX, principalmente, não é menos certo que o isolamento da fé e das suas manifestações conduz a perigosos níveis de isolamento em que cada um começa a ter a sensação de que o seu estar e ler é o mais conforme com os textos sagrados. Paralelamente a este fenómeno de isolamento religioso, um outro surge não menos preocupante: muitas igrejas começaram a evocar Espíritos, sob o pretexto de sarar maleitas do foro psíquico.
Como a sociedade quer impor aos seus cidadãos que as lutas pela melhoria das condições de vida é o resultado de histeria colectiva, uma vez que os Estados não podem abdicar dos seus programas políticos, então está tudo doido. Neste ponto, as igrejas têm aqui matéria superabundante para angariar gente e dinheiro. Os Espíritos são um meio fácil, porém, desconhecendo o terreno onde estão a mexer. É que, além de nunca se evocarem os Espíritos, estes não estão à disposição de ninguém, não são criados para todo o serviço. Orar pelos Espíritos e esclarecê-los, esse sim, deve ser o trabalho de todo o crente.
Com tudo isto, os valores da fé têm-se perdido e a luta pela santidade, como forma de elevação do ser humano a outros níveis da sua espiritualidade tem vindo a ficar para trás. O que propomos é que se olhe para os valores religiosos, na sua vertente libertadora, com outros olhos. Vale a pena, e valerá sempre, lutar com todas as forças pela santidade. Ela é um nobre valor que requer um coração abençoado pelo desejo de paz, uma vida dedicada ao bem-fazer, à limpeza da mente e à consequente desvaloração de muitos dos aliciantes que a sociedade de consumo nos quer impor.
A santidade é esclarecedora, é limpa de pensamento, é nobre de carácter, é honesta e simples na sua vivência; a santidade é o alimento mais elevado para quem quer um dia ser um membro de luz no Reino de Deus. Ninguém adquire a luz se não for santo. Aliviar o outro nas suas fadigas, sentir um desejo desmesurado de fazer o bem, procurar a gratuitidade dos gestos e das dádivas, elevar as palavras aos sentidos mais altos, tudo isso e muito, muito, muito mais são apanágios da santidade.
Só por meio dos santos a sociedade se transformará em um conjunto fraterno dos filhos de Deus, estejamos nós onde estivermos.


quinta-feira, 10 de outubro de 2013

SEJAMOS NÓS A MUDANÇA QUE NÓS QUEREMOS VER NO MUNDO


Jorge Hessen
http://aluznamente.com.br

Pesquisadores afirmam que estamos empurrando os ecossistemas do planeta para fora do ambiente em que evoluíram e para dentro de condições totalmente novas que eles podem não conseguir suportar. As extinções são o resultado provável. (1) Em países predominantemente desenvolvidos, cerca de um bilhão de pessoas em um cenário otimista e cinco bilhões em um cenário 'business-as-usual' (mantidas as mesmas condições) vivem em regiões que irão experimentar climas extremos antes de 2050. Isso faz aumentar a preocupação com mudanças no abastecimento de água e comida, saúde humana, disseminação mais extensa de doenças infecciosas, estresse causado pelo calor, conflitos e desafios para as economias. As Nações Unidas estabeleceram como meta limitar o aquecimento global a 2º C em comparação com níveis pré-industriais para evitar efeitos catastróficos decorrentes das mudanças climáticas. (2)
A atividade solar desenvolve-se em ciclos estudados e conhecidos pelos cientistas. Essa atividade atingiu um auge durante o período compreendido entre a década de 90 e o ano 2000. Ocorrem sucessivamente ciclos telúricos no orbe, todavia hoje o que está mais evidente é o enigma da instabilidade climática, mormente em face do superaquecimento global. Considerando o calor insólito (3), sobretudo as secas surpreendentes, acreditamos estar na iminência de maiores catástrofes ecológicas, de consequências arrasadoras, em face da rota de colisão entre o homem e a Natureza.
Desde o início da revolução industrial, em 1750, os níveis de dióxido de carbono (CO2) aumentaram mais de 30%, e os níveis de metano cresceram mais de 140%. A concentração atual de CO2 na atmosfera é a maior registrada nos últimos 800 mil anos. Quais serão as consequências disso? A escala do impacto pode levar à escassez de água potável, trazer mudanças grandes nas condições para a produção de alimentos e aumentar o número de mortes por decorrência de ondas de calor e secas.
Ao se desmatar as florestas, modificar cursos de rios, aterrar áreas alagadas e desestabilizar o clima, estamos destroçando as bases de uma rede de segurança ecológica extremamente sensível. Devemos ficar atentos aos alertas dos especialistas, pois já está demasiado claro que é apenas uma questão de tempo para as consequências funestas das previsões começarem a afetar, brutalmente, as nossas vidas e, principalmente, as vidas de nossos filhos e netos. A Terra assemelha-se a um organismo vivo, com mecanismos para auto-regular suas funções. (4) Nesses últimos anos, os Estados Unidos passaram pela pior seca em mais de um século. Grandes extensões de terra da Rússia também não tiveram chuva suficiente. Até mesmo a temporada de monções na Índia foi seca. Na América do Sul, o índice pluviométrico tem permanecido abaixo da média histórica. (5)
As nações, frequentemente, lutam para ter ou manter o controle de matérias primas, suprimento de energia, terras, bacias fluviais, passagens marítimas e outros recursos ambientais básicos. "Esses conflitos tendem a aumentar à medida que os recursos escasseiam e aumenta a competição por eles". (6) Precisamos nos adaptar ao meio como os demais entes vivos neste momento.
Sabe-se que a maior parte da água potável do planeta vai para a irrigação. (7) Por essa razão, há pesquisadores trabalhando vários projetos de sustentabilidade a fim de fazer render mais a água utilizada na agricultura. Uma das propostas é a chamada "chuva sólida", um tipo de pó apropriado que espalhado no solo consegue absorver e reter água em abundância e liberar o líquido gradativamente, a fim de que os vegetais possam resistir mais tempo a uma seca.
Lamentavelmente ainda amargamos os contrastes de uma suprema tecnologia no campo da informática, das viagens espaciais, dos supersônicos, dos raios laser, ao tempo em que ainda temos que conviver com muita indiferença ao meio ambiente. Por outro lado, e menos mal nos parece, é que a necessidade de destruição da natureza “se enfraquece no homem, à medida que o Espírito sobrepuja a matéria”. (8) Realmente, a consciência de proteção ambiental cresce com o nosso desenvolvimento intelectual e moral. Os recursos “renováveis” que se consomem e o impacto sobre o meio ambiente não podem ser relegados a questões de menor importância, principalmente levando-se em consideração a utilização da água potável, cuja posse no futuro pode ser o motivo mais explícito de confronto bélico planetário.
Na década dos anos 70, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) desenvolveu um produto superabsorvente feito de uma espécie de goma (9), que mais tarde foi utilizada para hidratação de vegetais. Sabemos que o meio ambiente em que renascemos constitui muitas vezes a prova expiatória, com poderosas influências sobre nosso psiquismo. Desse modo, “faz-se indispensável que a pessoa esclarecida coopere na transformação do meio ambiente para o bem, melhorando e elevando as condições materiais e morais de todos os que vivem na sua zona de influência". (10)
"A Natureza é sempre o livro divino, onde a mão de Deus escreveu a história de sua sabedoria, livro da vida que constitui a escola de progresso espiritual do homem evoluindo constantemente com o esforço e a dedicação de seus discípulos". (11) Nesse elevado empenho, Sérgio Jesus Velasco, um engenheiro químico da cidade do México, conhecendo a invenção da USDA, desenvolveu com sucesso e patenteou uma versão diferente da fórmula gelatinosa.  Hoje, seu invento é misturado com o solo de áreas secas, e ao ser irrigado esse “gel” consegue armazenar grande quantidade de água, redistribuindo gradativamente o líquido para a plantação.
A vida no planeta depende da convivência pacífica entre o homem e a Natureza. E nós espíritas, o que fizemos, ou o que pretendemos fazer? O iluminado Mahatma Gandhi – que afirmou certa vez que toda bela mensagem do Cristianismo poderia ser resumida no sermão da montanha – nos serve de exemplo quando diz: “sejamos nós a mudança que nós queremos ver no mundo”. (12)


Referências:


(1)           Segundo Ken Caldeira, do departamento de ecologia global do Instituto Carnegie de Ciência, publicado no site http://br.noticias.yahoo.com/mudan%C3%A7as-clim%C3%A1ticas-radicais-est%C3%A3o-prestes-ocorrer-diz-estudo-215503432.html acesso 10/10/2012
(2)           Disponível no site http://br.noticias.yahoo.com/mudan%C3%A7as-clim%C3%A1ticas-radicais-est%C3%A3o-prestes-ocorrer-diz-estudo-215503432.html acesso 10/10/2012
(3)           Na Austrália o calor muito acima da média fez com que o serviço de meteorologia deste país adicionasse novas cores na escala de temperatura para indicar quando os termômetros ficam acima de 50°C, foram adicionadas as cores roxo escuro e magenta para representar as temperaturas entre 51°C e 54°C.
(4)           Teoria que afirma ser o planeta Terra um ser vivo. Apresentada em 1969 pelo investigador britânico James E. Lovelock, a Teoria de Gaia, também conhecida como -Hipótese Gaia, diz ser a biosfera terráquea capaz de gerar, manter e regular suas próprias condições de meio-ambiente.
(5)           Disponível no site  http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2012/10/121016_alimentos_crise_dg.shtml
(6)           Trecho é encontrado na página 325 do relatório BRUNDTLAND, de 1988, da Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, no livro "Nosso Futuro Comum"
(7)           Conforme Relatório da  ONU – Organização das Nações Unidas  -
(8)           Kardec Allan. O Livro dos Espíritos, RJ: Ed. FEB, 2001, perg. 733.
(9)           À época, a invenção foi usada principalmente na fabricação de fraldas.
(10)        Xavier, Francisco Cândido. O Consolador, ditado pelo Espírito Emmanuel, Rio de Janeiro: Ed FEB, 2001, questão 121
(11)        Idem , questões 27, 28

(12)        Trigueiro, André. Espiritismo e Ecologia, Rio de Janeiro: Ed FEB, 2011

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

DR. FREDERICK VON STEIN, A CURA E A MUDANÇA NECESSÁRIA

Luiz Carlos Formiga
Luiz Carlos Formiga
Rio de Janeiro 

Se a cura física não produzir uma profunda mudança espiritual no indivíduo de nada valeu ser curado. (1) Ele não entendeu, nem atingiu, os objetivos específicos da aula, que a doença planejou para ele. Não passou na prova.
A incredulidade é uma das provas mais difíceis, que o espírito encarnado tem que resolver, no planeta Terra. O objetivo é formulado com verbos que pertencem aos níveis mais altos do domínio cognitivo. Por problemas graves anteriores, há os que nascem sem a intuição natural da existência de Deus. Deve adquiri-la através de esforço pessoal.
A pessoa pode até fazer cirurgia com um médico desencarnado materializado e, depois, ainda ficar em dúvida se, realmente, ela aconteceu e se a alma (espírito) é realmente imortal. Não explicará, mas achará, que foi uma cura pós-alucinação, apesar do registro fotográfico e exame posterior histopatológico, de sua peça cirúrgica.  
Recentemente escrevi texto (2) para rediscutir o tema acima. Nele, lembrei outros conteúdos existentes na cura-aula, lecionada por Jesus, dos 10 leprosos.
Um espírito-médico, que se materializava para aliviar doentes, resolveu oferecer aula prática, para alunos de medicina espiritual.
Através do médium Gilberto Arruda, o espírito Dr. Frederick von Stein fez uma cirurgia cardíaca , sem hemorragia “significativa” e ainda sem utilizar instrumentos cortantes e anestesia convencional.
Stein troca uma válvula mitral cardíaca, com afecção congênita, por uma nova, “construída” durante o procedimento. “Trocou o pneu do carro andando”.
 O paciente, que também médico, apresentava quadro clínico conhecido como “asma cardíaca”.
Para que não restasse dúvida, o espírito convoca, para junto de si, dois cirurgiões (Ronaldo Luiz Gazzola e Paulo Cesar Fructuoso), um cardiologista (Luiz Augusto de Queiroz) e um anestesista (José Carlos Campos). O espírito-médico concordou ainda que a peça fosse para exame histopatológico, o que foi realizado por dois patologistas experientes. Os experientes médicos encarnados tiveram uma tempestade cerebral. ( 3 )
Dr. Fructuoso diz:  “o que presenciei abalaria o mais tenaz e resistente dos espíritos. Mesmo hoje, passados tantos anos, custa-me acreditar que o episódio incrível tenha realmente ocorrido.”
Será que alguém irá pensar que eram quatro tolos numa alucinação coletiva, ocorrida longe dos médicos patologistas, que receberam a peça para o exame histopatológico?
Posteriormente, no livro, ainda doaram os direitos autorais ao Educandário Social Lar de Frei Luiz.
 Num texto (2) havia comentado que, com as pesquisas de Kardec, poderia nos dias de hoje questionar o destino daqueles 10 espíritos, na época de Jesus, hospedados em corpos físicos leprosos.
Um dos leprosos voltou para agradecer e deu seu testemunho.
O que esses médicos deveriam fazer com os casos, onde foram testemunhas técnicas ou mesmo “asmático” paciente?
 “O Espiritismo solicita uma espécie permanente de caridade – a de sua própria divulgação”.
O testemunho é fundamental? Por isso, o leitor pode conhecer detalhes deste caso e, ainda, de outros, no livro organizado por Fructuoso. (3)
Alguns procuram o Espiritismo, ou mesmo médiuns não espíritas com o dom de curar. Anseiam a cura de seus corpos perecíveis e sofridos, mas não param para refletir sobre o que a doença está querendo lhes revelar. Alguns, não fazem reflexão, mesmo depois da cura física. Seus comportamentos posteriores acabam revelando a inexistência da cura espiritual.
“A Ciência propriamente dita tem por objeto o estudo das leis do princípio material, o objeto especial do Espiritismo é o conhecimento das leis do princípio espiritual”.
O dom de educar é dom de curar.
Educadores, os estudiosos da Ética Espírita, da Medicina Espiritual, são profissionais de saúde da alma, ainda pouco valorizados no início do terceiro milênio. Mas, isso vai mudar.
Referências
(1)  Escala de Valores, Cura e Prevenção
(2) Inteligência Espiritual (QS*) para a Cura Sustentada
(3) Fructuoso, PC. A Face Oculta da Medicina. Educandário Social Lar de Frei Luiz. RJ.RJ. 2013. 336 p. WWW.lardefreiluiz.org.br  tel (21)3539-9550