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sábado, 31 de dezembro de 2011

O NATAL DOS ESCRAVOS



Alguns são vítimas da luxúria e da ganância, outros do salário da sobrevivência, outros da pobreza mais acentuada e da miséria... todos são escravos, cada qual à sua maneira.
Se no passado a escravatura estava restrita a um espaço geográfico determinado, se era um produto como as especiarias ou o café e o açúcar, hoje tornou-se uma realidade à escala planetária, o produto mais desejado porque o mais barato, logo o mais rentável. Esta nova forma de escravatura, assentando essencialmente no silêncio e no voto por cabeça, reduziu a Democracia a uma quimera, um desejo longínquo.
Na sociedade esclavagista grega, a Democracia assentava na liberdade de expressão, na discussão dos assuntos públicos, donde o bom cidadão era aquele que se interessava politicamente pela vida da cidade. Quanto aos escravos, todos possuíam ouvido afinado e entendiam de tragédia, o que é normal pois ser escravo não significa ser surdo. No Império Romano, os escravos não podiam ser abatidos pelos donos, que tinham que os alimentar convenientemente. No sec. I a.C. o dono deixou de ter direito sobre a vida dos escravos, os maus tratos foram proíbidos e passaram a ser severamente castigados.
Nos tempos de hoje, vive-se o silêncio dos cidadãos e o livre pensamento tornou-se perigoso. Dizer o que pensa pode custar ao trabalhador o seu posto de trabalho, pode mesmo nunca mais vir a trabalhar e a acabar os seus dias debaixo da ponte. Pode até custar-lhe a permanência na religião, no grupo de amigos, porque, na realidade, ninguém quer dar-se com um marginal.
A agravar a situação, surge o fantasma da pobreza como um cancro, para os que estão relativamente seguros no seu posto de trabalho. O salário não chega num mundo de paradoxos, onde é criado o desconforto social por não se possuir determinado produto, de determinada marca, ou seja, o artifício do outro lado de uma marginalidade fantasiosa. A pobreza é um espectro negro num mundo cheio de produtos para todas as necessidades, e de religiões ao serviço das mesmas, as quais se apresentam cinicamente como entidades salvadoras de almas, de discursos que apelam à coragem, consequentemente ocas e ausentes de fraternidade.
Mensagens bonitas não faltam. Discursos apelativos ao bom entendimento entre todos os povos super-abundam, porém, cada uma pretende tirar para si o maior proveito do que a Natureza produz, enriquecer facilmente, fugir aos impostos, criar mecanismos tão complexos quão perigosos para subverter, subornar, dominar pela força e pela violência. As religiões são mestras neste tipo de coisas.
Ninguém pense que se acabaram as castas, a fidalguia ou os berços de oiro. Pelo contrário, eles estão cada vez mais em voga. As religiões precisam deles, precisam de ricos cada vez mais ricos e de pobres cada vez mais pobres. Os primeiros, para as alimentarem, manterem os seus dignatários, que vivem sem trabalhar, sob o pretexto de cumprirem missões, nomeadamente a pregação do Reino de Deus; os segundos, para manterem debaixo da sua alçada, os pobrezinhos, coitadinhos, que escaldam com uma tijela de sopa tépida.
Os empregos mais destacados, por exemplo, pivots da TV, apresentadores, directores de fundações, dirigentes de instituições de caridade, só para citar alguns, são entregues a quem tem nome sonante, apelido vistoso na praça, e a quem está destacado para “trabalhar” nesses métodos obscuros de caridade. Quanto ao emprego, a competência não é o factor decisivo, isso só é importante para algum empresário honesto, ou para algum potencial candidato a um posto de trabalho onde apenas pretende ganhar o salário que lhe dê de comer, uma vez que ir além disso já é um luxo.
E assim caminhamos, num mundo que se tornou estreito, um lugar apertado onde só entram dois tipos de pessoas: os que mandam e os que obedecem. Os primeiros, felizes com a ilusão do poder, os segundos, felizes com a ilusão do pão garantido. Os primeiros dizem como se faz, os segundos aprendam a ideologia dominante ditada pelos primeiros: ausência de família, desprezo pelos valores tais como dignidade, verdade, sinceridade, altruísmo; desrespeito pelos mais velhos e pela vivência de que são portadores, sobrevaloração dos mais novos que, não tendo as referências destes, aprendem o servilismo, sem de tal se darem conta; minimização da própria identidade em prol do serviço à casta dominante, aos filhos d´algo, ao luxo esmagador.
Neste aspecto, somos todos carrascos dos valores, da liberdade que deixou de ser a coroa da glória, da política que já não é palavra, mas número, da lei que já não educa, prisioneira da corrupção. Já lá vão os tempos da ágora de Atenas, do cidadão empenhado e politizado. Vivemos a segregação, as dualidades redutoras, os sistemas binários cheios de clivagens. Falamos de ricos e pobres? Não. Falamos de multimilionários e de miseráveis, do desperdício e da ausência, de grandes mentiras e de verdades quase microscópicas, ou antes, caleidoscópicas.
Onde estão as grandes mensagens dos profetas de todos os grupos religiosos? Caíram no vazio, convertidas em histórias para adormecer, outras nem isso; algumas no inconsciente colectivo dos povos, no saudosismo do respeito pelo outro, enquanto representante e portador de humanidade e de Deus e da sua mesma individualidade.
Vítimas e simultaneamente produtoras de esteriótipos, as religiões perderam o combóio da salvação das almas, chumbaram no seu trabalho missionário porque deixaram-se arrastar pela ganância, pelas honrarias mundanas contra as quais tanto alertaram os profetas. Jesus não foi excepção ao referir os sepulcros caiados por fora, aos primeiros lugares nas sinagogas e nos banquetes, a voragem das casas das viúvas, as preces vistosas, em público, as longas vestes, o muito dizer Senhor, Senhor, etc. As religiões já não recorrem aos profetas, abdicaram deles. Elas usam-nos como um paramento bonito e nada mais.
Não é o Natal cristão que está em crise. São os natais de todas as religiões, dos seus profetas tão sábios quanto humildes, dos grandes mensageiros do Divino, da dessacralização da Natureza e da Vida. Perderam-se os natais dos corações, das famílias, que se desmembraram. Vivemos cada vez mais o natal que nos querem impor, o natal dos outros; vivemos uma fé que não é a nossa, uma espiritualidade fragmentada, comprada, importada. E se é verdade que crescemos por meio de contágios, não é menos verdade que deve ser cada um a escolher, a dissecar o que lhe é proveitoso do que lhe é dispensável.
Tirem-nos tudo, mas não nos deixem orfãos. Dêem-nos de novo as nossas famílias, queremos os nossos filhos, queremos orar pelos nossos antepassados, queremos viver com os nossos vivos e os nossos mortos. Queremos as nossas raízes, as nossas referências, o nosso curriculum vitae que constitui a nossa história pessoal e divina. Porque nos tiram isso? É fácil de perceber: uma família unida é a maior força social que existe, psicológica, política, religiosa e economicamente. Um escravo não tem direito à família.
Aprender a ser livre é a grande história da nossa História. O problema é que, desta vez, somos nós os agentes da nossa mesma escravatura, os grilhões e a condenação às galés são o resultado dos braços cruzados, da falta de coragem para dizer que crescer para a liberdade é também uma questão da fé, da relação com Deus, do modo como O vivenciamos na nossa História. Não podemos deixar que a caravela se afunde no desespero da pobreza. Lembremo-nos que, desta vez, até os ricos são escravos.
A ambição criou a desvaloração da família, espalhando as heranças ao mesmo tempo que a transmissão da fé de pais a filhos. Perdeu-se a noção de que família e fé acompanham-se como realidades identitárias, formas de ajuste de um passado mais ou menos remoto, conquistas de perdão que estavam relativamente adiadas, como defende o Espiritismo. A sociedade não pode ser um aviário produtor de géneros humanos preparados para o consumo. Os principais elementos salvíficos, família e fé, são as bases da História, o móbil de uma trama milenar.
Não queremos estar calibrados, nem em termos de religião, de fé, de família nem de profissão. Dispensamos a moldagem e o fabrico em série de personalidades quais autênticas máscaras. Por outras palavras, não quero que pensem por mim, que escolham a minha fé, nem quero outra noção de família que não a minha, nem o posto de trabalho através de subjugação. Perdendo a sua herança material e espiritual, o homem vive a sua nudez, e perdendo a noção de família deixa de ter herdeiros de bens e de fé. Naufraga.
Já não andamos à descoberta de novas terras, nem de outros mundos. Nunca se falou tanto nem tão abertamente de Espíritos como nos dias que correm, mas não é por isso que estamos melhor colocados na relação com eles. Até o mundo do Além nunca foi tão perpetrado, por isso nunca nos enganou tanto como hoje.
Até as grandes máximas dos Espíritos Mensageiros são banalizadas. O que nos ensinaram os Vedas com as suas normas de conduta sob todos os aspectos da vida, o Tibete por meio de meditações e manuseamento de plantas e terras argilosas, os Egípcios com as Matemáticas e Geometria, e Pitágoras, e Sócrates, e Platão, só para citar alguns, todos tão caros ao mundo em geral, e à Doutrina Espírita, em particular. O legado de que somos herdeiros, como por exemplo a fé inabalável que os caracterizava, a importância que era conferida ao simples facto de sermos humanos, o que para todos significava relação com o Divino, apresentando o homem como o ser de consciência dos seus deveres para com a Natureza e o seu Criador.
Penso que até os Espíritos devem sentir o peso da banalização e do escárnio; também eles devem sentir a avidez de uma boa comunicação, um simples acto de fé, um pensamento cujo objectivo seja Deus. Ser Espírito, protector ou missionário, nos tempos que correm deve ser muito difícil. Não lhes queria a pele, ou melhor, o envoltório.
As novas religiões e com elas as novas formas de religiosidade, bem como as tentativas de adaptação das mais antigas à realidade de hoje falham porque não conseguem impor-se nem como alternativas nem como prolongamento dos discursos dos profetas da Antiguidade. As novas formas de viver a fé mais não são que meras reinterpretações que convidam a um reviver, retomar, reproduzir.
A nova vinda do Messias, ou a sua primeira vinda, como defendem os nossos irmãos Judeus (nós, cristãos, também o somos, de alguma forma, pois somos seguidores de um judeu exemplar), requer uma preparação que ainda não temos (ninguém melhor que os Judeus percebeu o peso dessa responsabilidade). O Natal que já veio, o Natal da segunda vinda, em grande apoteose, e o que está para vir são semelhantes. Todos requerem preparação, espiritualidade emancipada, fé libertadora.
Quanto a nós, cristãos, para quem o Messias já veio e está para voltar, como defendem alguns, que Messias pregamos? O Cristo libertador que celebramos no Natal é o Messias da redenção, do perdão das ofensas? Entedemos a sua mensagem como um discurso universal, dirigido a todos os povos, independentemente das suas formas de crença?
O Natal é um aniversário que celebra o grande libertador, confrontando-nos simultaneamente com o peso da responsabilidade de sermos portadores de uma mensagem de Vida Eterna. Mas também nos culpabiliza por enchermos as caixas de esmolas, libertarmo-nos dos farrapos que já não queremos, doarmos 1 Kg de arroz ou de massa aos pobrezinhos, que nesta quadra são mais importantes para a limpeza das consciências (o que seria de muitas sem pobrezinhos?), a catarxe da alma.
O Espiritismo tem a nobre missão de cortar com esta realidade. A caridade só é salvação quando feita com amor e associada a uma vivência purificadora.
Urge perceber o Natal como uma universalidade da fé. O Deus dos Hebreus presenteou-nos com mais um profeta que representa uma prova material, mais uma, da Sua existência junto do Homem. Cada Natal é um lembrete de que não estamos sós, e que encarnar, além de ser o cumprimento de um dever, é essencialmente missão.

Margarida Azevedo

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

A PRECE É PRÁTICA RELIGIOSA RECOMENDADA POR TODOS OS BONS ESPÍRITOS


Estudos diversos comprovaram a consequência favorável que a prece produz. O médico e pensador Alexis Carrel (1) dizia frequentemente que o importante não é acrescentar anos à sua vida, mas vida aos seus anos. Em 1942, Carrel escreveu o artigo intitulado A Prece é Força, afirmando “que a oração é uma força tão real como a gravidade terrestre”. (2) E acrescentou: “no meu caráter de médico, tenho visto enfermos que, depois de tentarem, sem resultado, os outros meios terapêuticos, conseguiram libertar-se da melancolia e da doença, pelo sereno esforço da prece” (3). Naquela tumultuada década dos anos 40 do século XX(4), sobretudo para os médicos, era uma grande ousadia admitir as implicações da “prece” sobre a saúde. Todavia, o médico filósofo, contrariando seus colegas, proclamou a força da oração.
Sabe-se hoje que a prece realmente atua sobre os doentes, influenciando o sistema imunológico, segundo estudo realizado no ano de 1988, no Hospital Geral de São Francisco, na Califórnia. “Nesse hospital foi possível comprovar que os pacientes que foram alvos de preces apresentaram significativas melhoras, necessitando inclusive de menor quantidade de medicamentos.” (5)
A prece é recomendada por todos os Espíritos. Renunciar a ela é ignorar a bondade de Deus; é rejeitar para si mesmo a sua assistência; e para os outros, o bem que se poderia fazer. (6) O Espírito André Luiz, que foi médico em sua última reencarnação terrena, disse: “Ah! se os médicos orassem”. A exclamação consta no capítulo intitulado “Em aprendizado”, que revela o apoio que os benfeitores espirituais dão aos médicos que se disponham a abrir os seus canais de sensibilidade. “Todos os médicos, ainda mesmo quando materialistas de mente impermeável à fé religiosa, contam com amigos espirituais que os auxiliam” (7).
Alexis Carrel, sob a luz da inspiração, certificou que “quando oramos, ligamo-nos, nós mesmos, à inexaurível força motriz que aciona o universo. Pedimos que uma parcela desta força se aplique na devida proporção das nossas necessidades. Com o próprio ato de pedir, nossas deficiências humanas são supridas, e erguemo-nos fortalecidos e restaurados”. (8)
Os médicos americanos William Reed (9) e Roger Youmanas, quebrando os paradigmas e axiomas acadêmicos, defendem a necessidade da oração na hora da cirurgia. Para Reed o poder da oração pode garantir o sucesso de uma cirurgia, na atmosfera tensa de uma sala de operação. Quando uma enfermeira lhe passa um instrumento, o médico diz que faz sempre uma prece. Pede a Deus que o guie, de acordo com os seus desígnios. Para o cirurgião, a oração cria o clima de calma, necessário para o trabalho.
William Reed e Youmanas citam o caso de hemorragias subitamente controladas ou paradas cardíacas prontamente resolvidas. E o próprio Reed teve prova disso com seu filho de dois anos. A criança estava com pneumonia e de repente parecia que ia morrer. Salvou-o com respiração artificial, depois que pediu a Deus para que não tirasse a vida de seu filhinho. Roger Youmanas, cirurgião da Califórnia, confirma que sempre reza durante 30 segundos quando se vê diante de um caso difícil. Acredita que a prece em favor de um doente pode ajudar. E acredita que um cirurgião possa fazer uma operação melhor se tiver inspiração divina. ”(10)
O Cristo disse: “por isso vos digo: todas as coisas que vós pedirdes orando, crede que as haveis de ter, e que assim vos sucederão.” (11) Para nós, espíritas, a prece se reveste de características especiais, pois a par da medicação ordinária, elaborada pela Ciência, o magnetismo nos dá a conhecer o poder da ação fluídica e o Espiritismo nos revela outra força poderosa na mediunidade curadora e a influência da oração. Allan Kardec, ao emitir seus comentários na questão 662 de O Livro dos Espíritos, afirma que “o pensamento e a vontade representam em nós um poder de ação que alcança muito além dos limites da nossa esfera corporal. A rigor, a eletricidade é energia dinâmica; o magnetismo é energia estática; o pensamento é força eletromagnética.”(12)
Há pessoas que negam a Eficácia da Prece com o argumento de que, se Deus conhece as nossas necessidades, desnecessário se torna expô-las. Acrescentam, tais descrentes, que as nossas súplicas não podem modificar os designo da Providência, porque todo o Universo está regido por leis eternas. “Contudo, o Espiritismo nos faz compreender que na oração, sendo um canal de ligação com o Criador, podemos solicitar, enaltecer e agradecer. As preces dirigidas a Deus são ouvidas pelos Espíritos encarregados da execução dos Seus desígnios; as que são dirigidas aos Bons Espíritos vão também para Deus.” (13)
Quando o pensamento se dirige para algum ser, na terra ou no espaço, de encarnado para desencarnado, ou vice-versa, uma corrente fluídica se estabelece de um a outro, transmitindo o pensamento, como o ar transmite o som. A energia da corrente está na razão direta da energia do pensamento e da vontade. “É assim que a prece é ouvida pelos Espíritos, onde quer que eles se encontrem. “Pela prece, o homem atrai o concurso dos Bons Espíritos, que o vêm sustentar nas suas boas resoluções e inspirar-lhe bons pensamentos.” (14)
O mestre de Lyon explana que “a prece do homem de bem tem mais merecimento aos olhos de Deus, e sempre maior eficácia. Porque o homem vicioso e mau não pode orar com o fervor e a confiança que só o sentimento da verdadeira piedade pode dar. Do coração do egoísta, daquele que só ora com os lábios, não poderiam sair mais do que palavras, e nunca os impulsos da caridade, que dão à prece toda a sua força.” (15) Porém, quem não se julga suficientemente bom para exercer uma influência salutar, não deve deixar de orar por outro, por pensar que não é digno de ser ouvido. “A consciência de sua inferioridade é uma prova de humildade, sempre agradável a Deus, que leva em conta a sua intenção caridosa. A prece que é repelida é a do orgulhoso, que só tem fé no seu poder e nos seus méritos, e julga poder substituir-se à vontade do Eterno.” (16)
Outra questão importante para o tema é a prece coletiva; será que tem ação mais poderosa? Sim! Quando todos os que a fazem se associam de coração num mesmo pensamento e têm a mesma finalidade, porque então é como se muitos clamassem juntos e em uníssono. “Mas que importaria estarem reunidos em grande número, se cada qual agisse isoladamente e por sua própria conta? Cem pessoas reunidas podem orar como egoístas, enquanto duas ou três, ligadas por uma aspiração comum, orarão como verdadeiros irmãos em Deus, e sua prece terá mais força do que a daquelas cem.” (17)
"E quando orais, não faleis muito, como os gentios; pois cuidam que pelo seu muito falar serão ouvidos. Quando orais, não haveis de ser como os hipócritas, que gostam de orar em pé nas sinagogas, para serem vistos pelos homens".(18) Por isso que as formas e as fórmulas utilizadas para a oração se fazem secundárias, sendo indispensável a intenção do suplicante, cujo propósito estimula o dínamo cerebral a liberar a onda psíquica vigorosa que lhe conduzirá a vontade. O pensamento, portanto, ligado a Deus, ao bem, ao amor, ao desejo sincero de ajudar, eis a oração que todos podem e devem utilizar, a fim de que a paz se instale por definitivo nos corações.
Jorge Hesen
http://jorgehessen.net



Referências bibliográficas:

(1) Ganhador do Prêmio Nobel de Medicina por seus trabalhos em sutura de vasos sanguíneos e autor do livro “O Homem, Esse Desconhecido”
(2) publicado Revista Reader's Digest.Reader's Digest de fevereiro de 1942
(3) idem
(4) Em 1942 as nações mais ricas da Europa e a própria América, onde Dr. Carrel vivia, estavam engalfinhadas na Segunda Guerra Mundial
(5) Artigo de Kátia Penteado intitulado Efeitos da Prece na Saúde : a Ciência confirma a Doutrina Espírita - Nov/2004
(6) Kardec, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo, Rio de Janeiro: Ed. FEB 1990, cap 27
(7) Xavier, Francisco Cândido. Libertação, Rio de Janeiro: Ed FEB, 1990
(8) publicado Revista Reader's Digest.Reader's Digest de fevereiro de 1942
(9) William Reed é presidente a Fundação Médica Cristã que possue mais de 3.000 médicos associados
(10) Publicado na Revista O Espírita setembro / dezembro de 2001, nº 110 Ano XXIII
(11) Mc, XI: 24)
(12) Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos, Rio de Janeiro: Ed. FEB, 1994, questão 662
(13) Kardec, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo, Rio de Janeiro: Ed. FEB 1990, cap 27
(14) idem
(15) idem
(16) idem
(17) idem
(18) Mt, VI:5

domingo, 18 de dezembro de 2011

GUINNESS BOOK, OS RECORDES DA ESTUPIDEZ


Penso que é dever de todos nós enaltecer os feitos espectaculares de todos aqueles que, mediante esforços quantas vezes sobre humanos, conseguiram enaltecer a condição humana. Só para citar alguns, é digno de mencionar o trabalho dos atletas nos Jogos Olímpicos e nos meetings, as descobertas científicas em todas as áreas, a coragem de alguns políticos em denunciar irregularidades do sistema político-financeiro, por vezes com o risco da própria vida, etc. Que haja um livro que os recorde, penso que é louvável, pois é a melhor forma de lhes prestar homenagem.

Porém, sem qualquer respeito pela dignidade humana, e minimizando os anseios de realização pessoal e colectiva de comunidades e mesmo de países que se sentem inferiorizados perante outros, o Guiness tem vindo a representar a obra literária dos recordes de nada.

Temos o recorde da maior feijoada do mundo, a maior pirâmide humana, o maior agrupamento de Pais-Natal, temos o maior arroto, quem tem as pernas mais compridas, quem consegue vestir mais de 180 t-shirts...

As televisões dão a maior cobertura possível, com tempos de antena em horário nobre, aliciam e, com toda a alegria do mundo, iludem o auditório mais frágil com as grandes proezas que ficam para a posteridade.

Não sendo capazes de ficar célebres por outros feitos, dão-se prémios a quem consegue comer mais hamburguers, ou beber mais água no menor espaço de tempo possível. A saúde e o bem-estar são de outra estirpe e, para ganhar nada, apenas alimentar a tola e ridícula vaidade, fazem-se concursos de estupidez.

Penso que é de mau gosto que a menina com a voz mais cristalina esteja ao mesmo nível de comparação com o maior cócó do mundo.

Com estas comparações perde a componente cívica, de forma que os “suficientes” ou razoáveis sentem-se minimizados por não conseguirem os níveis científicos ou atléticos de outros cidadãos, sentindo-se apagados por não serem campeões de alguma coisa. Há que perceber que todos possuímos um lado bom, todas as profissões são merecedoras de respeito, pois todas são interessantes, e que tudo e todos têm o seu devido lugar.

O varredor de ruas contribui de forma espectacular para o nosso bem-estar. As ruas sujas são fonte de epidemias. O melhor seria não as sujar, ficando o varredor com a incumbência de limpar apenas a sujidade provocada pelas nuances da natureza.

A mãe que é doméstica e toma conta da casa e dos filhos é uma victoriosa; o trabalhador que sustenta a casa é um herói; cuidar de um idoso acamado ou de um filho deficiente profundo é sobre-humano. Estes são os guinnesses pessoais de milhões de pessoas que ficam no anonimato, mas que nem por isso são menos importantes.

Lutar contra as dificuldades da vida, as injustiças, as descriminações, seja em que área for, é trabalho de todos. Fazê-lo é criar condições para nós e para os outros, nomeadamente para os tais que fazem os prodígios científicos, desportivos...

Em suma, todos precisamos de todos, todos somos devedores para com todos, mas todos devemos combater com todas as forças o triunfo da estupidez. Só pela educação conseguiremos perceber que, por mais fértil que a terra seja, sem o agricultor não há legumes nem frutas à mesa, por mais competentes que sejam os engenheiros e os arquitectos, sem serventes não há prédios e morávamos na rua, e por mais sábio que seja o professor, só com o apoio dos auxiliares de educação é que a escola funciona.

Cabe a cada um de nós a tarefa de combater as descriminações, as intolerâncias e a violência de toda a ordem, mas também a agressividade geradora de mal-estar, de doenças sociais sem o mínimo de sentido. Esta é também uma tarefa das religiões e de todos os grupos espirituais, ou seja, antes de ir pôr a esmola na caixa, há que reconciliar-se primeiro com o seu irmão. Amen.

Margarida Azevedo

FILHOS TEMPORÕES E OS DESAFIOS PARA OS “PAIS-AVÔS”


Quais os limites de idade para a maternidade/paternidade na velhice, considerando as novas tecnologias de reprodução humana? Casos de gravidez tardia têm ficado mais comuns. Muitas questões são evocadas para o tema. Temos um caso recente de Gabriella, uma bibliotecária italiana de 57 anos e Luigi de Ambrosis, um aposentado de 70. Casados há 21 anos, decidiram ter um bebê com óvulos doados. Há um ano e sete meses nasceu Viola. Todavia, perderam a guarda da filha porque a corte de Turim (Itália) entendeu que eles são velhos demais e não têm condições de criá-la. A menina foi colocada para adoção.

Segundo os juízes, a menina Viola poderia ficar órfã muito jovem ou seria forçada a cuidar de seus pais idosos na idade em que os jovens mais precisam de apoio. Cremos que esse não deve ter sido o motivo, pois só em setembro de 2011, outros dois casais italianos mais velhos (elas, de 57 e 58 anos; eles, 65 e 70 anos) geraram gêmeos por doação de óvulos. Em verdade, Gabriella e Luigi de Ambrosis foram submetidos a testes psicológicos e psiquiátricos que concluíram que a mãe não estabeleceu vínculos emocionais com a filha. O marido também não teria demonstrado preocupação com o bem-estar da Viola.

Um estudo feito pela Universidade de Tel Aviv, em Israel, sugere que homens que se tornam pais com mais de 45 anos têm filhos com dificuldade de interação social com mais frequência e até indica que filhos de pais mais velhos têm mais probabilidade de ter autismo ou QI mais baixo. No estudo analisaram dados de 450 mil adolescentes do sexo masculino com 16 ou 17 anos de idade. Os resultados desse trabalho, porém, estão ainda longe de ser conclusivos.

Outra pesquisa realizada pela Universidade de Queensland, na Austrália, consigna que pais mais velhos têm maior probabilidade de ter filhos com menor habilidade cognitiva, isto é, menos inteligentes. Será? Os pesquisadores usaram informações do US Collaborative Perinatal Project, que realiza diferentes testes em crianças com oito meses, com anos 4 e com 7 anos de idade.

Os testes verificam habilidades de linguagem oral, leitura e escrita, memória, compreensão, concentração e coordenação motora. O resultado final do estudo demonstrou que as crianças que tinham papais mais velhos pontuaram menos nos testes de habilidades cognitivas, com exceção das habilidades motoras. O estudo sugere que os governantes conscientizem a população dos agravos de se ter um filho em idade tardia (tanto homens como mulheres) e eduque para a gestação em idade mais apropriada.

Entendemos que, se por um lado a gravidez com os papais mais velhinhos pode ser um pouco arriscada, por outro a infância da criança poderá ser muito melhor. Casais idosos têm maior experiência e geralmente estão numa condição financeira mais propícia para ter filhos. Inobastante a opinião dos especialistas, o fato de os pais mais velhos tentarem poupar os filhos de tudo é o principal fator responsável pelo desequilíbrio dos filhos. A superproteção pode provocar nos jovens a dificuldade de se relacionar com outras pessoas e de estabelecer laços afetivos fora do ambiente familiar.

Será que gerar filhos na velhice pode tornar-se um problema social? Ninguém quer pensar que os pais estão envelhecendo ou desencarnando. Em verdade, imaginar que os pais velhos se aproximam mais rápido da morte pode gerar muita ansiedade e frustração. O ideal seria que as pessoas refletissem sobre não abreviar a morte de ninguém, mas aceitar a vida em plenitude, mesmo diante da fatalidade biológica.

Sou um “pai-avô” – tenho uma filha de 7 anos e creio que a figura do “pai-avô” pode ser compreendida como uma das inúmeras formas que temos de lidar com a finitude que aguilhoa a todos, e de maneira contundente, a partir da maturidade. Talvez a geração de filhos da velhice traga mais dificuldades em conviver com os filhos na adolescência. Mas o Espiritismo nos treina para lidar com os conflitos comuns aos adolescentes, e nada melhor do que nós, pais anciãos, tentarmos nos colocar no lugar dos jovens. Não esqueçamos que carregamos uma vantagem sobre os demais pais de outras faixas etárias. Para nós, esse diferencial é a maturidade. A possibilidade de educarmos de forma diferente e melhor é incontestável.

Se moldarmos uma sociedade em que os idosos sejam queridos e respeitados pelos filhos temporões, seremos capazes de envelhecer sem temer o destino deles.

Jorge Hessen

http://jorgehessen.net


sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

ESCLARECIMENTOS NECESSÁRIOS SOBRE O MOVIMENTO ESPÍRITA


O Manifesto do CEI-América do Sul

(transcrito, pode ser visto no Portal da FEB. Eis o link:
http://www.febnet.org.br/site)

Os representantes do Movimento Espírita Sul-Americano, organizado com base nos ensinos de Allan Kardec, reunidos na cidade de Punta del Este, Uruguai, nos dias 14 e 15 de outubro de 2011, durante a 4ª Reunião do Conselho Espírita Internacional-América do Sul, decide apresentar a todas as Instituições filiadas as seguintes diretrizes e esclarecimentos frente a certas circunstâncias que atualmente se apresentam a nível nacional e internacional, gerando conflito, divisão e desvios no objetivo essencial da Doutrina Espírita.

Neste sentido, o CEI respeita a liberdade de pensamento e o livre-arbítrio de todos os indivíduos; não é, portanto, do seu interesse censurar ou discriminar outros movimentos existentes; porém lhe cabe, nos termos filosóficos, estatutários e legais, defender e promover entre outras coisas:

· Os princípios fundamentais e os ensinos da Doutrina Espírita, transmitidos pelos Espíritos Superiores e codificados pelo insigne pedagogo francês Allan Kardec, contidos nos livros que integram a denominada Codi-ficação.

· Velar pela coerência, ética e prestígio do Ideal Espírita a nível nacional e internacional em todas as suas conotações, expressões e apresentações, especialmente no que concerne aos métodos e formas de estudo, práticas, divulgação, fundamentação e interpretação da Doutrina por meio das Instituições e de seus trabalhadores e simpatizantes, para que estas sempre mantenham a sua pureza nas diretrizes oferecidas pelos Guias da Humanidade plasmadas nas Obras Básicas e complementares da Codifica-ção.

ANTECEDENTES

No que diz respeito à essência e à pureza doutrinária do Espiritismo, o codificador Allan Kardec, nas obras fundamentais, e os Guias da Humanidade, nas obras complementares, advertem com contundente clareza sobre os feitos e circunstâncias que levariam a abater e desviar os Espíritas do verdadeiro objetivo do ideal, “que é o da moral”, nos seguintes termos:

Primeiro: “Alguns atacarão o Espiritismo abertamente em palavras e em ações e o perseguirão até na pessoa de seus aderentes, tentando desencorajá-los à força de intrigas, enquanto que a outros, subrepticiamente, por vias indiretas, buscarão miná-los de maneira insidiosa. Ficai avisados de que a luta não terminou. Estou prevenido de que tentarão um supremo esforço; mas, não temais, a garantia do sucesso está nesta divisa, que é a de todos os verdadeiros espíritas: Fora da caridade não há salvação. Empunhai-a bem alto, porque ela é a cabeça de Medusa para os egoístas.” (Allan Kardec. Revista Espírita – Periódico de Estudos Psicológicos. Ano 5, No. 2, fevereiro de 1862.)

Segundo: “A tática já aplicada pelos inimigos dos Espíritas, mas que vai ser empregada com novo ardor, é a de tentar dividi-los criando sistemas divergentes e suscitando entre eles a desconfiança e a inveja. Não vos deixeis cair na armadilha e tende como certo que aquele que procura, seja por que meio for, romper a boa harmonia não pode estar animado de boas intenções. Eis por que vos exorto a guardar maior prudência na formação de vossos grupos, não só para a vossa tranquilidade, mas no próprio interesse de vossos trabalhos.” (Allan Kardec. Revista Espírita – Periódico de Estudos Psicológicos. Ano 5, No. 2, fevereiro de 1862.);

Terceiro: “A natureza dos trabalhos espíritas exige calma e recolhimento. Ora, não há recolhimento possível se somos distraídos pelas discussões e pela expressão de sentimentos malévolos. Se houver fraternidade não haverá sentimentos de malquerença; mas não pode haver fraternidade com egoístas, com ambiciosos, e orgulhosos. Com orgulhosos que se escandalizam quando não têm a supremacia, e com egoístas que só pensam em si mesmos, a cizânia não tardará a ser introduzida e, com ela, a dissolução. É o que gostariam os inimigos e é o que tentarão fazer.” (Allan Kardec. Revista Espírita – Periódico de Estudos Psicológicos. Ano 5, No. 2, fevereiro de 1862.);

Quarto: “Devo ainda vos chamar a atenção para outra tática de nossos adversários: a de procurar comprometer os espíritas induzindo-os a se afastarem do verdadeiro objetivo da Doutrina que é a moral, para abordarem questões que não são da sua competência e que poderiam, com toda a razão, despertar suscetibilidades e desconfianças. Também não vos deixeis cair nessa armadilha, afastai cuidadosamente de vossas reuniões tudo quanto disser respeito à política e às questões irritantes; nesse caso, as discussões não levarão a nada e apenas suscitarão, enquanto ninguém questionará a moral, quando ela for boa. Procurai no Espiritismo aquilo que vos pode melhorar, eis o essencial. (…)” (Allan Kardec. Revista Espírita – Periódico de Estudos Psicológicos. Ano 5, No. 2, fevereiro de 1862.);

Quinto: “Falemos sem disfarce e digamos claramente que há resistências que seria supérfluo procurar vencer e que se obstinam mais por amor-próprio ou por interesse que por convicção; seria perder tempo buscar trazê-las para nós; somente cederão perante a força da opinião pública. Recrutemos os adeptos dentre as pessoas de boa vontade, que não faltam; aumentemos a falange de todos aqueles que, cansados da incerteza e assustados pelo nada materialista, só querem crer e logo o número deles será tamanho que os demais terminarão por render-se à evidência. Este resultado já se manifesta, esperem para ver, dentro em pouco, em vossas fileiras, aqueles que somente esperavas ver como últimos.“ (Allan Kardec. Revista Espírita – Periódico de Estudos Psicológicos. Ano 6, No. 3, fevereiro de 1863.)

Sexto: “Em nossas conversações frequentes com os mentores, sempre lhes percebíamos a natural preocupação com os companheiros encarnados, portadores de responsabilidades na área espírita, que se deixam distrair pelas querelas inúteis e debates injustificáveis na defesa de pontos de vista doutrinários, tomando rumos estranhos pelos desvios de rota, descuidando-se do essencial em favor do secundário. Por outro lado, observo que este comportamento apaixonado, na área espiritual e num grupo reduzido de profitentes, torna-se mais expressivo e grave no comportamento social que envolve as massas, e os jogos de interesses assumem proporções imprevisíveis, levando os indivíduos à agressividade, à violência, assim liberando as altas cargas das paixões inferiores, filhas diretas do egoísmo. A dedicação com fidelidade e firmeza de caráter a qualquer causa é sempre um grande desafio ao homem, especialmente por exigir-lhe vivência do ideal esposado com tolerância para com todos quantos lhe compartem ou não a opinião (…).“ (Manoel Philomeno de Miranda. Divaldo Pereira Franco. Trilhas da Libertação. Cap. Reflexões e Expectativas.)

Sétimo: “O Homem realmente livre é consciente das suas responsabilidades, não necessitando de nada externo para os logros elevados a que se propõe. Torna-se-lhe condição essencial o conhecimento real, defluente da meditação e da vivência dos seus estatutos para seguir na marcha com a elevação indispensável à vitória. Certamente foi esta a ideia de Jesus ao preconizar-nos buscar a Verdade que nos torna livres.” (Manoel Philomeno de Miranda. Divaldo Pereira Franco. Trilhas da Libertação. Cap. Serviços de Desobsessão.)

Oitavo: “(…) Em reunião privada com os chefes de grupos, explicitou o programa que elaborara para ser aplicado em todas as suas diretrizes e com pormenorizado zelo.” “Primeiro: O Homem, redefiniu o novo Soberano das Trevas – é um animal sexual que se compraz no prazer. Deve ser estimulado ao máximo, até a exaustão, aproveitando-lhe as tendências, e quando ocorrer o cansaço levá-lo aos abusos às aberrações. (…) “Segundo: O narcisismo é filho predileto do egoísmo e pai do orgulho, da vaidade, inerentes ao ser humano. Fomentar o campeonato da presunção nas modernas escolas do Espiritualismo, ensejando a fascinação, é item de alta relevância para a queda desastrosa de quem deseja a preservação do ideal de crescimento e de libertação. (…) “Terceiro: O Poder tem prevalência em a natureza humana. Remanescente dos instintos agressivos, dominadores e arbitrários, ele se expressa de várias formas sem disfarce o escamoteado, explorando aqueles que se lhe submetem e desprezando-os ao mesmo tempo, pela subserviência de que se fazem objeto, e aos competidores e indomáveis detestando, por projetar-lhe sombra. (…) “Quarto: O dinheiro, que compra vidas e escraviza almas, será outro excelente recurso decisivo. A ambição da riqueza, mesmo que mascarada, supera a falsa humildade, e o conforto amolenta o caráter, desestimulando os sacrifícios. (…)” (Manoel Philomeno de Miranda. Divaldo Pereira Franco. Trilhas da Libertação. Cap. Os Gênios das Trevas.)

Nono: “Uma questão que desde logo se apresenta é a dos cismas que poderão nascer no seio da Doutrina. Estará preservado deles o Espiritismo? Não, certamente, porque terá, sobretudo no começo, de lutar contra as ideias pessoais, sempre absolutas, tenazes, refratárias a se amalgamarem com as ideias dos demais; e contra a ambição dos que, a despeito de tudo, se empenham por ligar seus nomes a uma inovação qualquer; dos que criam novidades só para poderem dizer que não pensam ou agem como os outros, pois lhes sofre o amor-próprio por ocuparem uma posição secundária. Se, porém, o Espiritismo não pode escapar às fraquezas humanas, com as quais se tem de contar sempre, pode todavia neutralizar-lhes as consequências e isto é o essencial. (…)”. (Allan Kardec. Obras Póstumas. Segunda Parte. Os Cismas.)

Décimo: “[...] que os irmãos se compenetrem, cada vez mais, do espírito de serviço e renúncia, de solidariedade e bondade pura que Jesus lhes legou. [...] O mundo conturbado pede, efetivamente, ação transformadora. [...] unamo-nos na mesma estrada de amor, trabalho, auxílio, educação, solidariedade, valor e sacrifício que caracterizou a atitude do Cristo em comunhão com os homens, servindo e esperando o futuro, em seu exemplo de abnegação, para que todos sejamos um, em sintonia sublime com os desígnios do Supremo Senhor”. (Emmanuel. Francisco Cândido Xavier. Em Nome do Evangelho, psicografia de 1948. Em: Orientações aos Órgãos de Unificação, FEB: Rio de Janeiro, 2010.)

DIRETRIZES E ESCLARECIMENTOS

Com base nas enfáticas advertências deixadas pelo insigne Mestre de Lyon e nos Guias da Humanidade, solicitamos a todas as Instituições espíritas filiadas, trabalhadores e simpatizantes do ideal, levar em conta o que segue e tomar precauções, permanente e decididamente frente a:

Primeiro: A todas as pessoas, grupos, associações ou movimentos que apresentando características de um "Espiritismo superficial", ou seja, que de maneira aparente estão fundamentados nos ensinos de Allan Kardec, e que expõem abertamente novas concepcões ou práticas que no bom sentido e na lógica se afastam dos princípios e orientações doutrinárias, que têm penetrado de maneira estratégica e taticamente em importantes cenários internacionais e nacionais apoiados, aparentemente, nos postulados espíritas, porém apresentando e divulgando fundamentos, teorias, atividades e práticas contrárias aos ensinos e finalidades da Doutrina Espírita.

Segundo: Reforçar estrita vigilância e verificação na aquisição e no estudo individual ou institucional das obras supostamente recebidas por Espíritos Superiores, cujo conteúdo incorpora propostas espiritualistas, porém não-espíritas, gerando confusão e sentimento de culpa, bem como apresentam distorcidas a personalidade e as características psicológicas de Espíritos reconhecidos pelo trabalho missionário na propagação da Doutrina Espírita.

Terceiro: O Conselho Espírita Internacional e os Movimentos Espíritas adesos da América do Sul se apresentam como entidades legal e doutrinariamente reconhecidas, para oferecer os esclarecimentos, orientações e representações ante a qualquer um dos aspectos anotados. Todavia, os Presidentes das respectivas Federativas filiadas, bem como os dirigentes e trabalhadores das Instituições Espíritas, deverão velar pelo cumprimento destas diretrizes e informar continuadamente ou, se necessário, solicitar as informações e orientações de fatos ou situações relacionadas com as advertências apresentadas, sempre no intuito de esclarecer, orientar e retomar nossos objetivos como movimento em via de unificação e de consolidação sob o lema: “Trabalho, solidariedade e tolerância”.

Quarto: A recomendação com respeito aos movimentos que não são coerentes com o definido pelo Conselho Espírita Internacional - CEI é de respeito, porém, sem compromissos nem apoio, sugerindo aos dirigentes do Movimento Espírita que ocupem espaços no sentido de estimular o estudo, a prática e a difusão do Espiritismo, com base na Codificação Kardequiana.

Cordialmente,

FABIO VILLARRAGA BENAVIDES
COORDINADOR CEI SURAMERICA

EDUARDO NANNI
FEDERACION ESPIRITA BOLIVIANA

GUSTAVO MARTINEZ
CONFEDERACION ESPIRITISTA ARGENTINA

MIRTA CAL
FEDERACION ESPIRITA URUGUAYA

JORGE BERRIO
CONFEDERACION ESPIRITA COLOMBIANA

ANTONIO CESAR PERRI DE CARVALHO
FEDERAÇÃO ESPÍRITA BRASILEIRA

ISABEL LOO
FEDERACION ESPIRITA DE PERU

JOSE VASQUEZ
ASOCIACION CIVIL SOCRATES. VENEZUELA

CECILIA PLAZA
CENTRO DE ESTUDIOS ESPIRITA BUENA NUEVA. CHILE

MILCIADES LEZCANO
MOVIMIENTO ESPIRITA PARAGUAYO.


quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Comemorando Dia Mundial de combate a AIDS


"No Dia Mundial de combate a AIDS, 1° de dezembro, a população mundial reflete e discute os avanços da epidemia.

Transformar o 1º de dezembro em Dia Mundial de Luta Contra a AIDS foi uma decisão da Assembléia Mundial de Saúde, em outubro de 1987, com apoio da ONU.

A data serve para reforçar a solidariedade, a tolerância, e a compaixão com as pessoas infectadas pelo HIV/AIDS. No Brasil, a data passou a ser adotada em 1988.

O Ministério da Saúde divulga que o Brasil tem hoje 608.230 casos registrados. Em 2010, foram notificados 34.218 casos da doença com taxa de incidência de 17,9 casos por 100 mil habitantes."

No trabalho intitulado (*) “Itinerário Terapêutico de Pessoa convivendo com HIV”, os participantes responderam uma entrevista e destacaram “o impacto do diagnóstico, as reflexões sobre a doença, as estratégias de enfrentamento, as formas de buscar informações, as peregrinações e a forma de entrada no sistema de atendimento, as implicações do custo e acesso, a gestão do tratamento e a importância das relações de vínculo”.

Pode-se ressaltar a relevância do trabalho como um alicerce para os profissionais da saúde. A pesquisa apresenta narrativas das vivências dos pacientes com HIV, lembrando que infelizmente ainda existe o preconceito e demonstrando que é possível conviver com a doença.

As campanhas precisam ser contínuas para formar gerações conscientes e, além disso, as unidades de saúde devem estar preparadas para receber os pacientes com HIV. É necessário uma mudança cultural no enfrentamento para acabar com o preconceito e facilitar o tratamento.

Um debate que surge a partir do estudo é a assistência nas Unidades de Assistência Primária em Saúde (UAPS). Muitas vezes, nestes locais, os profissionais não dão a atenção adequada aos pacientes que recebem com suspeita de Aids.

É indispensável que o atendimento primário seja eficiente para que oriente os tratamentos secundários e terciários.

Durante o Dia Mundial de combate a AIDS, acontece um mutirão de testagem de HIV, sífilis e hepatites virais, além de palestras em diversos pontos da cidade e distribuição de 50 mil preservativos. (*) Será que os parceiros de Benki usaram preservativos? (**)

“Para aderir a uma das ferozes gangues de rua da América Central, Benky, uma jovem pequenina com os olhos fortemente maquiados com rímel e os braços recobertos de tatuagens, teve de fazer sexo com uma dúzia de garotos do grupo, certa noite.

Ela se lembra de ter chorado incontrolavelmente quando o último deles terminou, e de ter sido cercada por todos os membros da gangue, que a cumprimentaram por sua admissão plena à Mara Salvatrucha.”

Na história da menina há inclusive o crime doloso contra a vida: “o líder da gangue ordenou a Benky, que então tinha 14 anos, que roubasse ônibus, arrancasse correntes do pescoço das pessoas e até matasse uma menina de uma gangue rival.

Ela sempre obedeceu, embora declare que não estava completamente certa de que a rival havia morrido depois de levar um tiro nas costas.

“ Eu achava que a gangue seria como minha família", explica Benky sobre sua adesão.

"Pensei que receberia o amor que me faltava.(**)

(*) http://www.ufjf.br/secom/2011/11/30/no-dia-mundial-de-combate-a-aids-mestranda-apresenta-pesquisa-sobre-a-trajetoria-dos-pacientes-com-a-doenca/

(**) http://www.jornaldosespiritos.com/2007.3/col49.23.htm