|
José Sola |
Muitos espíritas acreditam que Emmanuel haja se equivocado, quando apresentou a premissa da alma gêmea, mas infelizmente os equivocados são eles próprios, em momento algum, nosso amigo afirma que a alma gêmea, é uma duplicação de outra alma, apresenta a premissa da alma gêmea, como uma metáfora, e explicita de forma definida e clara, que somos individualidades, tanto que, ele nos fala que Lívia é muito mais evoluída que ele, e nos afirma ter que trabalhar muito para se aproximar desta.
Se nosso querido amigo da espiritualidade, nos houvesse tentado passar a ideia de que uma alma gêmea é a clonagem natural da outra, com certeza não nos teria apresentado esta realidade da vida, pois sendo Lívia a outra metade de Emmanuel, amando-o como o ama não se deixaria quedar feliz nos paramos da luz, enquanto que seu amor eterno se demorasse inferiorizado, com certeza estaria a dividir sua conquista evolutiva com o mesmo, pois isto lhe permitiria equalizar a condição evolutiva de ambos, e de estarem sempre juntos, e felizes.
Lembramos ainda, que não nos pertencemos como um objeto de que nos apossamos, pois temos nosso livre arbítrio, nossa individualidade, nos pertencemos por doação, pois amando-nos nos doamos um ao outro, entretanto, nossa personalidade, nossos anseios e atitudes, são individuais, não se identificam, em outras palavras, nossas almas gêmeas não estão subjugadas a nossa vontade, não são reprodução espelho de nossas vidas, nós as compreendemos em sua individualidade, em seu modo de ser, e vice versa.
Entendemos, que os que acreditam que Emmanuel haja se equivocado quando nos apresentou a premissa das almas gêmeas, podem excluir as obras, escritas pelo médium Francisco Candido Xavier, pois foi Emmanuel quem supervisionou o movimento espírita realizado no Brasil.
Talvez me digam, o que você diz não é verdade, entendemos que Emmanuel haja vivido um equivoco impensado, mas, como é que alguém vive um equivoco impensado, e o enfatiza a ponto de estar escrevendo três romances que tratam das almas gêmeas, Há 2000 anos, 50 Anos Depois, e Renuncia, e mais, volta a tratar deste tema em o livro Consolador. Pelo que vemos, não foi um erro impensado, se realmente houvesse se equivocado, o haveria feito de forma consciente, raciocinando de forma errônea, a ponto de enfatizar este equivoco.
Se Emmanuel houvesse realmente se equivocado na apresentação da premissa almas gêmeas, não o teria feito sem pensar, então teríamos que convir, de que o mentor de Chico Xavier, era místico, pois se demorou apresentando uma irrealidade, ou seja, uma criação mental seria um espírito impostor, leviano.
Entretanto, o sabemos idôneo, pois tudo o que nos apresentou sempre o fez com lógica, razão e bom senso: e eu questiono, porque Emmanuel iria tomar uma atitude mentirosa como acreditam nossos confrades ortodoxos? Quais as razões que o levariam a mistificar?
E mais, pois o que criou toda esta ojeriza sobre o amor eterno entre duas almas, não foi propriamente o sentimento divino em que estas se demoram, mas a metáfora, apresentada por Emmanuel quando nos diz de que o amor que estes sentem um pelo outro, é amor de alma gêmea.
Para não prolongar muito a narrativa, estarei apresentando um trecho do livro “Os Mensageiros” de André Luiz, psicografado por Francisco Candido Xavier, no capitulo O Romance de Alfredo, pois me parece que Alfredo e Ismália são o que Emmanuel chama de almas gêmeas, vejamos.
- Mas não poderia ela (Ismália) transferir-se definitivamente para aqui? – indagou Vicente, tão impressionado quanto eu, com o romance comovedor.
Alfredo sorriu e Falou:
- Sei que Ismália tem trabalhado para isso, que seu ideal de união eterna é idêntico ao meu, atendendo à circunstância de estar o superior sempre em posição de dar ao inferior; mas não ignoro de que foi advertida por nossos maiores, sobre as minhas atuais necessidades de esforço e solidão. Preciso conhecer o preço da felicidade, para não menosprezar, de novo, as bênçãos de Deus. Minha esposa deseja descer para encontrar-se definitivamente comigo: entretanto, é necessário que eu aprenda a subir e, por este motivo não recebemos a devida permissão para o divino consorcio espiritual.
Pelo que nos foi apresentado por André Luiz, Alfredo e Ismália, eram almas que se amavam uma a outra e pretendiam conquistar a benção de permanecerem juntos na eternidade.
E a resposta de Alfredo a Vicente, elimina qualquer possibilidade de duvida, de que o amor de almas gêmeas é eterno, pois ele deixa claro de que seu ideal é idêntico ao de sua esposa, que é viver uma união eterna.
E tem mais, ainda neste mesmo livro, no capitulo “Cecilia ao órgão”, depois de haver executado a “Tocata e Fuga em Ré Menor” a pedido de Ismália, executou sensibilizada, uma canção sensibilizada até as lagrimas, composta especialmente para seu amado Hermínio, que ainda se demorava em trevas.
Esta revelação nos demonstra com clareza que Deus, não extingue o amor, no coração daqueles que estão em luz e paz na espiritualidade, pois Cecilia ainda amava Hermínio, com toda a força de seu coração, de sua alma; isto não é alma gêmea?
E temos ainda outro livro de André Luiz, “E a Vida Continua” e nesta obra maravilhosa de André, temos Caio Fantini e Evelina Serpa, que se reencontraram, no pátio de um Hospital, digo se reencontraram, pois já sentiam um pelo outro uma profunda simpatia.
Ambos desencarnaram, foram recolhidos na mesma colônia espiritual, e principiaram a estudar e a trabalhar juntos, e no decorrer do tempo descobriram que se amavam, e acabaram reencarnando juntos no sul de nosso país.
E em “Nosso Lar” temos o namoro de Lisias e Licínia, e bem sabemos que nessa colônia existem vários jovens, tanto moços como moças, o que nos leva a concluir que este casal, tinha uma química especial um para o outro, que não encontramos nossa alma gêmea por causalidade, através de uma seletividade, embora esta seja o instrumento que nos levará a essa definição divina.
E ainda em o livro “Nosso Lar” no capitulo 18, com o sugestivo titulo de “Amor, alimento das almas” na pagina 103, encontramos a corroboração sobre a teoria das almas gêmeas, Vejamos:
Valendo-se da pausa, Judite acrescentou:
– Aprendemos em "Nosso Lar" que a vida terrestre se equilibra no amor, sem que a maior parte dos homens se aperceba. Almas gêmeas, almas irmãs, almas afins, constituem pares e grupos numerosos. Unindo-se umas às outras, amparando-se mutuamente, conseguem equilíbrio no plano de redenção. Quando, porém, faltam companheiros, a criatura menos forte costuma sucumbir em meio da jornada.
E para demonstrarmos com clareza e precisão que Andre Luiz, compartilhava com Emmanuel da possibilidade de as almas gêmeas existirem, encontramos no capitulo 20, com o titulo de “Noções do Lar” na pagina 113, os dizeres que transcrevemos abaixo.
– Que fazer, porém, meu amigo? - replicou a bondosa senhora - na fase atual evolutiva do planeta, existem na esfera carnal raríssimas uniões de almas gêmeas, reduzidos matrimônios de almas irmãs ou afins, e esmagadora porcentagem de ligações de resgate. O maior número de casais humanos é constituído de verdadeiros forçados, sob algemas.
Temos ainda muitos outros relatos de André Luiz que nos falam de almas que se doam por completo uma a outra, sentimento este que Emmanuel chamou de alma gêmea, e por apresentar esta metáfora é que foi censurado, se ele tivesse dito almas afins, provavelmente sua tese teria sido aprovada.
Temos visto através de informações que nos foram passadas, por Humberto de Campos, em seu livro "Brasil Coração do Mundo e Pátria do Evangelho", que o Anjo Ismael esta na direção de nossa pátria.
E sendo o espiritismo o Consolador prometido por Jesus ele e o próprio Kardec, sob os auspícios do Mestre divino, sem duvida alguma, deram apoio a Emmanuel no trabalho de difusão do espiritismo no Brasil, pois apesar da superioridade de Emmanuel não temos como acreditar, fosse ele o responsável máximo desse trabalho maravilhoso que desenvolveu junto com seu médium, trabalho este que divulgou o espiritismo, no Brasil e no mundo.
Acreditar que Emmanuel haja se enganado , quando nos apresentou a premissa da alma gêmea, é sem duvida alguma, negar o trabalho maravilhoso que enriqueceu a doutrina espírita, pois jamais alguém apresentou tanto ao espiritismo, como o fizeram os espíritos, através das mãos maravilhosas de Chico Xavier, sob os auspícios de Emmanuel. Então nós que fazemos uso da lógica e da razão, e vemos lógica e racionalidade absolutas nas obras escritas através de Chico, afirmamos que, a alma gêmea existe sim.
E temos ainda alguns espíritas, que acreditam que nossa alma gêmea, é a resultante de uma seletividade realizada por nós, através das experiências que vivemos junto a outros parceiros de caminhada, através das reencarnações.
Entretanto, lembro que se isto fosse realidade, teríamos que aceitar a casualidade acontecendo em nossa caminhada eterna, pois embora entendamos que esta seletividade aconteça, sem duvida alguma, a alma escolhida de nossa alma, será aquela que apresentara uma “química divina”, aquela que nos complementa, e esta cumplicidade divina, é um determino de Deus, não é a resultante de uma casualidade.
O fato de acreditarem que a alma gêmea, é a resultante de uma seletividade, vivida por nós, através das experiências percorridas, acontece, porque acreditam que Deus cria a vida, a partir do nada, entretanto, o nada é inconcebível, Deus é a vida do universo, e infelizmente temos muitos espíritas ortodoxos, que acreditam que o Ser Supremo da vida, se demore externo ao mesmo, criando com mãos e mente, tendo ainda uma concepção antropomórfica do Criador.
Mas a partir do momento em que nos desvencilhamos dessa concepção estreita em que nos demoramos, passamos a entender, que Deus é a vida do universo, que o universo existe de toda a eternidade, tanto quanto Deus, e a partir de então, o verbo criar, passa a ter para nós, uma dimensão infinita, e nos apercebemos que Deus não cria a vida a partir do nada, Ele manifesta a vida no universo, a vida do mesmo, esta contida em seu Ser Supremo.
Com certeza, esta seletividade, nos leva a definir o momento, em que acordamos para a percepção divina de que somos almas gêmeas, que nos complementamos um ao outro, e esta realidade, quase sempre acontece, quando o espírito haja realizado uma maturidade em sua caminhada evolutiva, não necessariamente haja se tornado um espírito superior, e lembramos de que esta percepção acontece comumente em nossos momentos de dor, pois enquanto nos demoramos aproveitando a vida, realizando nossos desejos, e algumas vezes torpes, embora sintamos um querer maior por nosso parceiro de jornada eterna, longe estamos de imaginar, tenhamos em nossos braços, o amor de nossa eternidade. Emmanuel foi um exemplo do que estamos a afirmar, só acordou para a realidade de que Lívia era sua alma gêmea, quando esta desencarnou na arena devorada pelos leões, comumente nossas paixões inferiores falam mais alto, e às vezes os substituímos mesmo, por outro parceiro mais bem dotado de beleza, ou de fortuna.
Quando acordamos para uma realidade maior da vida, a dor e o sofrimento nos maturam as potenciações que trazemos na alma, e dentre estas o amor em sua manifestação de almas gêmeas, ou almas que se complementam que se completam, enfim, que se realizam uma a outra, e então passamos a amar o ser querido, em sua essência, não nos detemos mais a beleza externa que esta apresente, mas a beleza interior que a mesma manifesta, e esta beleza é exclusiva a nossa apreciação, apreciaremos uma beleza interior em nossa alma gêmea, de que ninguém mais se apercebera, esta apreciação é uma manifestação de foro intimo.
E lembramos de que antes de Emmanuel haver apresentado a premissa de almas gêmeas, estas já existiam, pois sempre existiram, e sempre existirão, casais que se amam infinitamente um ao outro, se complementam, se realizam, mas não vivem a concepção de que existam almas gêmeas, apenas sabem que se complementam na vida.
Antes de Emmanuel nos haver apresentado esta premissa, um ou outro poeta mais arrojado, se utilizava deste vocábulo, no intento de definir um grande amor, envolvendo o idílio amoroso entre um casal.
Este vocábulo era apenas uma alocução poética, mas hoje sabemos, que este amor que resiste a todas as dificuldades e obstáculos da vida, que nos acompanha através das reencarnações por que passamos, e vai se solidificando sempre mais, é um amor eterno, é amor de almas gêmeas.
Desejando continuar nossos estudos, necessitávamos comprovar a existência das almas gêmeas e o fizemos, pois fazendo uso da lógica, da razão, e do bom senso, é impossível comprovar o contrario, o mais que conseguirão nossos confrades, será perlengar.
Conforme pudemos compreender no tema que apresentei da possibilidade de um espirito atravessar outro, e não fui eu que informei esta possibilidade, eu apenas me dei ao trabalho de extrapolar essas informações.
E embora eu já haja enviado esse texto aos meus amigos, mas vou reapresentar novamente as palavras do irmão Jacob, através da psicografia de Francisco Candido Xavier, pois os que não leram o texto anterior, não terão material apropriado para analisar o que estou escrevendo.
“Dispúnhamo-nos a deixar o abrigo a que nos refugiáramos, quando percebi que me encontrava em trajes impróprios. Arraigado à ideia de que seria visto por amigos encarnados, não ocultei um gesto de aborrecimento.
À distância do leito, aquele roupão alvo não deixava de ser escandaloso. Marta que me seguia as reflexões, sorridente, vestia-se com apurado gosto.
Ia expor-lhe os receios que me assaltavam, quando se adiantou, asseverando que as preocupações do momento me atestavam as melhoras.
– Um homem desalentado não pensa em roupa - disse-me alegremente.
Acrescentou que Bezerra e o Irmão Andrade não se demorariam e que a solução do problema fora prevista na véspera.
De fato, transcorridos alguns minutos, chegaram, atenciosos. A possibilidade de endereçar-lhes a palavra encheu-me de imenso júbilo. Abracei-os reconhecidamente.
Trouxeram-me um costume cinza, muito semelhante aos que eu ai preferia no verão.
O Irmão Andrade ajudou-me a vesti-lo.
Mas alguns instantes e, entre os dois benfeitores que me amparavam lado a lado, oferecendo-me os braços, afastamo-nos da praia.
Enorme o movimento nas vias públicas. A mesma diferença que assinalara no mar, nas plantas e no casario, notava nas pessoas. Cada qual se revestia de halo diferente. Não me sentia, contudo, disposto a formular indagações. Assombrava-me com a locomoção própria e esse problema naturalmente solucionado bastava, por enquanto, à minha capacidade de analisar. Andava, sem grande desenvoltura; todavia, a lentidão de meus passos obedecia à inexperiência e não a qualquer impedimento por parte do corpo, que reconhecia leve e ágil.
Aproveitaria o momento para acentuar observações nesse sentido, quando apressada senhora, sobraçando embrulho de vastas proporções, investiu indiferentemente contra nós.
Grande foi o abalo para mim. Recuei, num movimento instintivo, temendo o atrito, mas não houve tempo. A dama atravessou-nos o grupo, sem dar conta de nossa presença.
Assustado, procurei o olhar dos companheiros. Todos me fitavam sorridentes.
– Este, meu caro Jacob – falou Bezerra, bem-humorado –, é o novo plano da matéria, que vibra em graduação diferente.
– Passou por nós, sem perturbar-nos! - exclamei.
– Por nossa vez, não a perturbamos também - acentuou o Irmão Andrade, satisfeito.
O incidente chocara-me. Via-me perfeitamente integrado no antigo patrimônio orgânico.
– Não estaremos num corpo de ilusão? – ousei interrogar.
Bezerra esclareceu, delicado:
– O poder da vida, na ilimitada Criação de Deus, é infinito, e a mulher que passou despercebidamente por nós, cujo veículo de carne caminha para a morte, poderia fazer a mesma pergunta.
A pequena ocorrência nos dava bastante material à reflexão. Gostaria de trocar comentários e propor questões diversas; todavia, o meu abatimento ainda era grande. Deixei-me, pois, conduzir sem relutância, de imprevisto a imprevisto.”
E em o tema por mim apresentado da possibilidade de um espirito atravessar outro espirito, eu informei que Deus é a vida do universo, e sendo o universo infinito, a fonte originaria da vida, esta no todo mesmo.
Em palavras mais claras, Deus esta no todo do universo, e nós nos demoramos Nele como se demoram os peixes e batráquios no oceano, e assim como estes se movem na massa aquática sem, contudo encontrar resistência, e tampouco lhe alterar a essência, nós nos movemos no Espirito Supremo da Vida, e só não o atravessamos, por estar no todo do infinito; e como atravessar o infinito?
Vimos ainda a possibilidade de um espirito, se incorporar por um médium, envolvendo o espirito do mesmo, isto é o espirito comunicante permanece em simbiose, imantado ao do médium, o espirito do médium não se ausenta do corpo.
Em o livro Contos e Apólogos, no capitulo 11- Seara de Ódio o espírito de Humberto de Campos nos apresenta uma lição, em que nos informa que uma mãe aborta seu filho, embora este lhe pedisse misericórdia, pois desejava reencarnar, entretanto não foi atendido, e abortado, agarrou-se a mãe, a quem passou a odiar intensamente, e foram sofrer por um período vasto de tempo nas trevas.
Entretendo um dia um coração amoroso de mulher, se compadeceu deles, oferecendo- lhes a benção de voltarem a terra reencarnando, porém renasceram ambos em um só corpo com duas cabeças, haviam se imantado um ao outro, pela força tenaz do ódio.
E este relato de Humberto de Campos, através das mãos do médium Francisco Candido Xavier, corrobora o que estou afirmando, pois nos apresenta um fenômeno em que dois espíritos estão ocupando o mesmo corpo, possuindo, entretanto, duas cabeças.
Se não aceitarmos a hipótese de que um espirito esta envolvendo o outro; como explicar este fenômeno?
E com certeza alguns confrades tentarão explicar de que isto acontece porque o espirito e períspirito se demoram fora do corpo, pois alguns ortodoxos vivem esta crença, e a apresentam mesmo com desenhos coloridos.
Mas não sei por que se demoram perdendo tempo neste sentido, pois em Kardec apreendemos que espirito, períspirito e matéria, ocupam o mesmo lugar no espaço, e somos informados ainda de que o períspirito é o elemento plasmático que possibilita a adesão das células ao espirito.
Continuando nosso estudo, somos levados a raciocinar, que se o ódio leva os espíritos a se imantarem - lógico para apreenderem a se perdoar e se amar - com mais forte razão somos levados a concluir que as almas gêmeas, se imantam uma a outra em simbiose profunda, em momentos de êxtase e felicidade divina, permutando o amor, vivendo o alimento das almas na eternidade.
Dir-me-eis, mas não existe essa necessidade, pois as almas se alimentam do amor que se manifesta de Deus no infinito do universo, e isto é verdade, entretanto, importa lembrar que o amor quando se manifesta de Deus no universo, se manifesta num principio de unicidade absoluto.
Pulverizando-se, entretanto para atender a vida do universo, nos mais variados momentos evolutivos em que se demore esta vida, e se manifesta em variedades infinitas, correspondendo a estas formas diferenciadas de amar.
Nós somos deuses, nos disse Jesus, e isto disse, porque, ao conceber-nos a vida, Deus nos dotou de seus infinitos atributos, e dentre esses infinitos atributos que herdamos, está o amor, pois o mesmo vem se desenvolvendo conosco, em nossa peregrinação, pelos reinos inferiores da natureza.
Quando no reino mineral o amor se manifesta em forma de atração e coesão, no reino vegetal esse amor se desenvolve se amplia e através da sensibilidade, as plantas ampliam essa essência, quando estamos maltratando outra, ou mesmo um molusco, ou outro animal qualquer, as mesmas se sensibilizam. (Ver o livro “A Vida Secreta das Plantas”)
No reino animal este amor se amplia a ponto de permitir a estes amarem, pois uma mamãe tigre é feroz para com os animais de outra espécime, mas é amorosíssima para com seu filhote, o alimenta e o protege até que este se auto sustente.
E vemos o amor que nos dedicam os animais domésticos, principalmente o cão, pois quando os acariciamos, eles nos correspondem as caricias, abanando a cauda, e com a língua de fora, parece que estão nos sorrindo.
E no ser humano, este amor se torna mais ampliado, manifestando-se conforme retro informado nas variadas modalidades de amor em que nos demoramos, e este amor vai ao infinito na eternidade, expande-se sempre, nunca se extingue.
Então somos levados a concluir de que herdamos o amor de Deus na sua unicidade de ser, e o desenvolvemos no sentido que nos atenda ao momento evolutivo em que nos demoramos, nas suas multiformes modalidades de manifestar-se.
Este amor único que se manifesta de Deus no universo, é trabalhado pelo eu inteligente, em seu momento evolutivo, passando por mutações infinitas que o conduzam a
atender nossos sentimentos e nossas necessidades.