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José Sola |
Temos um relato do espirito do irmão Jacob em o livro “Voltei”, através da psicografia de Francisco Candido Xavier, em que uma senhora encarnada, carregando alguns pacotes, sem sequer ter a noção da presença do Bezerra de Menezes, do irmão Jacob, e do Andrade, atropela nossos amigos espirituais, indiferente mesmo de haver se chocado com alguém. Estarei transcrevendo este relato, no sentido de analisa-lo, pois esta é uma questão que ainda não foi estudada e esclarecida na doutrina espirita, vejamos:
“Dispúnhamo-nos a deixar o abrigo a que nos refugiáramos, quando percebi que me encontrava em trajes impróprios. Arraigado à ideia de que seria visto por amigos encarnados, não ocultei um gesto de aborrecimento.
À distância do leito, aquele roupão alvo não deixava de ser escandaloso. Marta que me seguia as reflexões, sorridente, vestia-se com apurado gosto.
Ia expor-lhe os receios que me assaltavam, quando se adiantou, asseverando que as preocupações do momento me atestavam as melhoras.
– Um homem desalentado não pensa em roupa - disse-me alegremente.
Acrescentou que Bezerra e o Irmão Andrade não se demorariam e que a solução do problema fora prevista na véspera.
De fato, transcorridos alguns minutos, chegaram, atenciosos. A possibilidade de endereçar-lhes a palavra encheu-me de imenso júbilo. Abracei-os reconhecidamente.
Trouxeram-me um costume cinza, muito semelhante aos que eu ai preferia no verão.
O Irmão Andrade ajudou-me a vesti-lo.
Mas alguns instantes e, entre os dois benfeitores que me amparavam lado a lado, oferecendo-me os braços, afastamo-nos da praia.
Enorme o movimento nas vias públicas. A mesma diferença que assinalara no mar, nas plantas e no casario, notava nas pessoas. Cada qual se revestia de halo diferente. Não me sentia, contudo, disposto a formular indagações. Assombrava-me com a locomoção própria e esse problema naturalmente solucionado bastava, por enquanto, à minha capacidade de analisar. Andava, sem grande desenvoltura; todavia, a lentidão de meus passos obedecia à inexperiência e não a qualquer impedimento por parte do corpo, que reconhecia leve e ágil.
Aproveitaria o momento para acentuar observações nesse sentido, quando apressada senhora, sobraçando embrulho de vastas proporções, investiu indiferentemente contra nós.
Grande foi o abalo para mim. Recuei, num movimento instintivo, temendo o atrito, mas não houve tempo. A dama atravessou-nos o grupo, sem dar conta de nossa presença.
Assustado, procurei o olhar dos companheiros. Todos me fitavam sorridentes.
– Este, meu caro Jacob – falou Bezerra, bem-humorado –, é o novo plano da matéria, que vibra em graduação diferente.
– Passou por nós, sem perturbar-nos! - exclamei.
– Por nossa vez, não a perturbamos também - acentuou o Irmão Andrade, satisfeito.
O incidente chocara-me. Via-me perfeitamente integrado no antigo patrimônio orgânico.
– Não estaremos num corpo de ilusão? – ousei interrogar.
Bezerra esclareceu, delicado:
– O poder da vida, na ilimitada Criação de Deus, é infinito, e a mulher que passou despercebidamente por nós, cujo veículo de carne caminha para a morte, poderia fazer a mesma pergunta.
A pequena ocorrência nos dava bastante material à reflexão. Gostaria de trocar comentários e propor questões diversas; todavia, o meu abatimento ainda era grande. Deixei-me, pois, conduzir sem relutância, de imprevisto a imprevisto.”
Demoro-me a analisar esta questão por motivos óbvios, primeiro Francisco Candido Xavier é um médium idôneo, responsável, médium impar, em todas as suas comunicações sempre foram comprovadas a identidade dos espíritos, jamais deixando duvida da individualidade do comunicante.
Também por não termos como duvidar da idoneidade do irmão Jacob, e por contarmos com a afirmação de Bezerra de Menezes que estava presente no momento, e ainda porque todas as comunicações que se faziam pela psicografia do Chico, eram supervisionadas por Emmanuel.
Com todo respeito sem desmerecer ninguém, mas se esta revelação tivesse sido apresentada através de outro médium, a minha preocupação seria a de comprovar a mesma, a luz da lógica, da razão, e do bom senso.
E não deixaremos de aplicar na extrapolação desta revelação, estes parâmetros que são fundamentais, para a apreciação e aceitação de qualquer premissa, qualquer revelação, enfim, para todos os momentos de nossa vida.
Entretanto não o farei duvidando da premissa apresentada, mas procurando a luz do aprendizado, na tentativa de esclarecermos nossas duvidas, os elementos que esclareçam esta revelação, pois a mesma é autentica.
Aprofundando nossos estudos na intenção de conhecermos melhor a Inteligência Suprema da Vida, temos afirmado em temas anteriores, de que Deus é a vida do universo, que é absoluto em sua perfeição, em sua manifestação de vida, de que a vida a manifestar-se de Deus no universo é completa, absoluta, nada se subtrai e nada se adiciona a mesma.
Acreditar fosse possível acrescentar-se algo a vida do universo, seria acreditar que Deus fosse incompleto, e este acréscimo, o tornaria perfectível como somos nós espíritos, centelhas divinas do Criador.
Pois sabemos que embora sejamos perfeitos por essência, pois somos vidas manifestas da Vida de Deus, e de uma fonte perfeita não é possível emanar a imperfeição, entretanto jamais seremos perfeitos na eternidade, pois a evolução é infinita, é eterna, seremos eternamente perfectíveis.
Entretanto Deus é perfeito no absoluto, é completo, é pleno em sua manifestação de vida no universo, e tampouco nada se subtrai ao Mesmo, ao universo, pois acreditar nessa possibilidade seria o mesmo que acreditar na possibilidade de eliminar-se um dos atributos do Eterno, e se assim fosse como retro informado, Ele seria mutável, e conforme Kardec, a imutabilidade é um dos atributos de Deus.
Se o universo é infinito, e Deus é a vida do mesmo, podemos por uma questão de lógica e racionalidade, afirmar de que Ele é a essência de vida do universo, esta essência do Criador é a substância que ao maturar-se, inicia sua caminhada em busca da individualidade, contendo em seu núcleo, o elemento que em sua mutação será matéria e energia, pois como já o sabemos matéria é energia em velocidade, em aceleração em movimento, e energia é matéria decomposta.
Mas não podemos nos esquecer de que no núcleo da substância, esta também contida a centelha divina, principio inteligente, eu diretor da matéria, pois é esta centelha divina, que evolui, perfazendo os caminhos da evolução anímica a partir do reino do minério, que possibilita a evolução da matéria e da energia, não houvesse este eu diretor da matéria, e as mutações infinitas da substância, ora como matéria, ora como energia, não assimilariam nada em suas infinitas mutações.
Recorremos às palavras de Kardec em o livro A Gênese, quando nos afirma de que o universo esta para Deus, tanto quanto, nosso corpo esta para nosso espirito, e já apreendemos de que nosso espirito revestido do corpo energético (períspirito), esta em simbiose com o corpo material, ocupando aparentemente o mesmo espaço.
Digo aparentemente, pois a lei que a física nos apresenta, e é exata, nos afirma que dois ou mais corpos de matéria não ocupam o mesmo lugar no espaço, o que acontece é que o espirito e o períspirito ocupam os vazios externos e os vazios internos dos átomos, mas é completamente impossível, introduzirmos, um elétron, um próton, ou um neutro em outro, e estes corpúsculos são partículas infinitesimais da matéria, pois foram mensuradas, lhes conhecemos o peso e o diâmetro.
Sintetizando citarei o peso atômico do elétron, que conforme a física tem o peso especifico de 9,107x10-28 em gramas, e o diâmetro de 10-13 em diâmetro, e a lógica nos leva a concluir de que se o mesmo não fosse matéria, não apresentaria peso e tampouco dimensão.
Apreendemos em física de que se o edifício Itália se transformasse em uma massa nuclear, isto é, em um momento em que os átomos se comprimem, eliminando o vazio existente entre eles, este edifício se transformaria em uma agulha de coser, um homem se transformaria em um bacilo, etc., isto informo para que tenhamos uma noção do vazio dos átomos.
Pelo apresentado, espirito, períspirito, e matéria, se demoram em simbiose, ocupando um mesmo espaço, e esta simbiose entre o espirito, o períspirito e a matéria, acontece desde o reino do minério, pois não se demorassem vivendo esta associação intrínseca, e como retro informado, não assimilariam as experiências resultantes das vivenciações e experienciações, por que passa a substância nas mutações de matéria para e energia, e vice - verso.
Alguns confrades, não aceitam esta possibilidade, por entenderem de que o períspirito (corpo energético) esta externo ao corpo, e interpretando Kardec a letra como comumente o fazem, entendem que o períspirito, revista o espirito com as energias do mundo em que este se demore, e isto é correto, mas não conforme a interpretação elementar que apresentam, vejamos Kardec, “Livro dos Espíritos”. (Ver o texto Concepção do Períspirito)
93 - O espirito propriamente dito vive a descoberto, ou como pretendem alguns, envolvidos por uma substância?
R - O Espirito é envolvido por uma substância que é vaporosa para ti, mas ainda bastante grosseira para nós; suficientemente vaporosa, entretanto, para que ele possa elevar-se na atmosfera e transportar-se para onde quiser.
Como a semente de um fruto é envolvido pelo perisperma o espirito propriamente dito é revestido de um envoltório, por comparação, se pode chamar períspirito.
Aplicando a lógica, verificaremos que esta analogia não esta equivocada, pois realmente o períspirito reveste o espirito, entretanto, não apenas a parte externa deste, mas em seu todo, incluindo os órgãos internos, pois pelo que já aprendemos na doutrina espirita, é o períspirito, ou corpo energético, o elemento plasmático que possibilita a aderência das células ao espirito.
Aceitando a premissa resultante da extrapolação equivocada apresentada por alguns confrades de que o períspirito reveste tão somente a parte externa do espirito, como é que acontece a formação dos órgãos internos?
Conforme Kardec, o períspirito reveste o espirito, mesmo que nos demoremos a letra, e aceitemos a hipótese de ser o corpo energético um envoltório que reveste apenas a parte externa do espirito como uma capa a envolver o mesmo; como explicar o períspirito externo ao corpo, como se fosse um balão flutuante?
Se o mesmo estivesse externo ao corpo material, o espirito também, infelizmente esta premissa da parte de alguns confrades não se sustenta, e o pior é que a apresentam dando-lhe ênfase, com desenhos coloridos e tudo mais, mas completamente desprovidos de lógica e racionalidade.
E, esta premissa não atende sequer a letra, pois Kardec nos informa que o períspirito envolve o espirito, e a lógica nos diz que espirito e períspirito envolvem a matéria, não se demoram afastados desta, pois o corpo energético e o elemento plasmático que possibilita, as células se agrupem ao espírito, não fosse o períspirito, e o corpo de matéria não teria como formar-se.
Se nos detivermos no dogma que nos apresentam alguns confrades, encontraremos uma dificuldade imensa em confirmar a evolução do ser, através da evolução anímica, pois atidos a letra, nada preocupados com a essência da mensagem, entendem nas palavras de nosso mestre Allan Kardec, que o períspirito, ou corpo energético, seja apenas um envoltório do espirito, a partir do momento em que atingimos a condição de humanoides; será?
Sem que houvesse um corpo energético, permitindo as células se aglutinassem, associando-se a centelha divina, como informado, não aconteceria a formação do corpo material, pois o corpo energético é como já o apreendemos no espiritismo, o elemento plasmático que possibilita a aderência das células, é o corpo mediador que une a matéria ao espirito, resumindo se o corpo energético não estivesse presente desde o reino do minério, a evolução se veria impraticável.
E Clarencio em o livro “Entre a Terra e o Céu”, escrito por Andre Luiz, através da psicografia de Francisco Candido Xavier nos informa de que o corpo sutil do espirito, é elaborado através dos milênios sem conta, isto é, através da evolução anímica desde os reinos inferiores da natureza, a partir do reino do minério.
O universo está para Deus, tanto quanto nosso corpo está para nosso espirito, o quer nos dizer que Deus esta no infinito do universo, assim como nosso espirito está no todo de nosso corpo, e sendo o universo infinito em sua expansão, é natural que Deus é infinito em sua manifestação, tanto quanto, nosso espirito é a vida que alimenta o corpo de matéria, pois todas as sensações do homem, são oriundas do espirito, assim também todas as manifestações que a vida nos apresenta, é um atributo divino de Deus a manifestar-se no universo.
E esta lógica nos leva a raciocinar que nós vivemos em Deus, que desde a eternidade já nos demoramos contidos em Sua substância antes de iniciarmos a nossa caminhada rumo a individualidade na evolução anímica, a partir do reino do minério, e mesmo havendo conquistado a nossa individualidade, continuaremos eternamente contidos em Deus, não nos dissociaremos jamais do Espirito Supremo da Vida é Ele que nos alimenta a vida na eternidade.
E para uma assimilação maior desta premissa, estarei a apresentar uma analogia entre o universo e Deus, e o oceano e a vida aquática.
Os peixes as algas marinhas os batráquios habitam o oceano, nele se movem, se sustentam, entretanto no estagio embrionário de sua evolução, não se apercebem que a massa aquática é o elemento que lhes propicia a vida, mas retirados do oceano imensurável, morrem.
E enquanto se demoram mergulhados na agua, locomovem-se a vontade, sem alterar de forma alguma o elemento que lhes possibilita a vida, pois os mesmos percorrem distancias, e não deixam qualquer vestígio no trecho percorrido, isto é não alteram em nada o elemento que lhes sustenta a vida.
Deus se manifesta no infinito do universo, é a vida do Mesmo, a substância está para Deus, tanto quanto nosso plasma sanguíneo está para nosso espirito, e a vida que de Deus se manifesta, a partir do momento em que nos é possível concebe-la, a partir do reino do minério, a caminho da individualidade, em analogia esta está para Deus, assim como os peixes e os batráquios estão para o Oceano.
O Espirito do Eterno, é a essência da vida do universo, assim como a agua não se altera, com o movimento dos peixes e batráquios no oceano, tampouco o Espirito de Deus.
E o ser inteligente desde a condição de centelha divina, ao mais perfeito espirito que nossa mente possa conceber, percorre o universo, sem contudo alterar o Principio Originário da Vida, em outras palavras, como espíritos que somos, nos locomovemos livres nesse Oceano Infinito de Vida.
Não atravessamos o Espirito Supremo do Eterno, porque o universo é infinito, e Deus está no todo mesmo, mas nos movemos Nele como os peixes se movem no oceano, sem alterar-Lhe a essência, Deus é imutável, é Eterno, Onisciente, Onipresente, é Imaterial, é a vida absoluta, completa, plena, a manifestar-se no universo.
Esta premissa nos leva a concluir, que se Deus se demorasse limitado como nos demoramos nós os espíritos, não estivesse no todo do universo, e nós o atravessaríamos; e não podemos nos esquecer que somos essência de Deus, pois somos a centelha divina do Criador, conforme Kardec, e se podemos nos mover a vontade sem qualquer empecilho, no Espirito do Eterno, que é a fonte de que nossa vida deriva e se sustenta, torna-se compreensivo que um espirito atravesse outro sem causar ou sofrer qualquer afetação.
Tivemos diversos relatos de pessoas descrentes, que não acreditam na imortalidade, e quando se defrontaram com a presença de um espirito, para confirmar que esta aparição não passava de uma ilusão da mente, tentaram palpar a entidade, entretanto nada palpavam, e alguns atravessaram mesmo o espirito.
E não podemos nos esquecer de que a pessoa descrente, estando encarnada, era constituída de três corpos diferentes, espirito, períspirito, e matéria, o que nos leva a acreditar de que o espirito mesmo encarnado deveria ter encontrado resistência ao tentar palpar o outro, mas isto não aconteceu.
Entretanto devemos lembrar de que a vida na espiritualidade, não é uma abstração, que nas colônias espirituais como por exemplo Nosso Lar, os espíritos quando queiram apertar as mãos um dos outros, ou quando desejem permutar um abraço não o consigam, lógico desde que se demorem na mesma condição evolutiva, e isto fazem com naturalidade.
E lembramos ainda as entidades que são socorridas em Nosso Lar, as mesmas não se apresentavam a Narcisa, a Lisias, a Andre Luiz, como seres abstratos, eram tratados conforme nos relata Andre Luiz, em seus corpos espirituais enfermos, carregando ainda consigo as chagas que lhes arrancou a vida física, e isto quer dizer de que eram concretos, palpáveis.
Apreendemos que existem espíritos de uma evolução que nos escapa a percepção, e estes espíritos por haverem rarefeito o seu períspirito, não são vistos nem por entidades outras já evoluídas, para se apresentarem eles necessitam materializar-se.
Então somos levados a crer que a mente do espirito atua nestes dois momentos diferenciados que vive o espirito, nos casos em que espíritos se atravessam isto acontece com a total ignorância do espirito, como aconteceu com a senhora, que longe estava de se aperceber da presença do Bezerra, do Jacob, e do Andrade. E no caso daqueles que tentam palpar uma entidade para comprovar que esta é apenas uma ilusão, em sua negação plasmam através da mente a condição de ilusão, isto é não existe espirito algum.
Somos levados a crer que o períspirito exerça um papel relevante junto ao espirito, pois conforme Allan Kardec, o mesmo se reveste das energias do mundo em que o espirito se demore, e no texto anterior, comprovamos esta verdade, e aprofundando-nos no estudo do tema, como retro informado, Clarencio nos informa que o corpo sutil do espirito, se forma junto ao espirito, a partir do reino do minério.
E importa lembrar que o períspirito não se dissocia do espirito jamais, encarnado ou desencarnado o espirito se demora revestido do corpo energético, lembrando ainda, que ao reencarnarmos, o espirito não cria um novo períspirito, pois como nos informa Andre Luiz em o livro “Missionários da Luz” no capitulo da Reencarnação, o períspirito passa por um processo de miniaturização, ou seja, redução de suas proporções.
E isto nos leva a crer, que o espirito e o períspirito se demoram numa simbiose divina, sendo o corpo energético o elemento que propicia ao espirito nos mundos, ou colônias espirituais, em que se demore, a condição física consistente, que lhe permita viver com os demais espíritos que partilham de sua condição vibracional.
E não podemos nos esquecer de que as dimensões vibracionais das diversas colônias espirituais, algumas delas que se prestam ao auxilio as entidades menos felizes, outras mais voltadas ao aprendizado dos espíritos, são elaboradas com energias pertencentes ao próprio planeta, pois nosso maravilhoso mundo, em sua constituição é harmônico, e encerra em seu psiquismo, ou alma da terra, energias sublimes; em outras palavras a Terra é um micro universo a refletir a vida de Deus.
Estas elucubrações aqui apresentadas nos levam a compreender a importância do corpo energético associado em simbiose ao espirito, e que o espirito desprovido deste corpo, é plenamente imaterial, e como centelha divina que somos do Criador, assim como não encontramos resistência alguma em nos locomovermos em Deus, tampouco a encontraríamos em atravessar outro espirito.
E importa lembrar que o pensamento é uma energia a que denominamos idioplastia mental, e como nos disse Jesus vós sois deuses, isto quer dizer encerramos em nosso inconsciente puro um eterno vir a ser, temos iniciativa própria, fazemos uso de nossa vontade, pois Deus nos outorgou com o livre arbítrio, e a partir de então a vida nos pertence.
E é esta inteligência individualizada do espirito que faz a diferença, pois nós somos indefiníveis, embora saibamos que somos uma energia, entretanto não temos como explicar a essência desta energia, pois conforme Kardec nós somos uma centelha divina do Criador, e se pudéssemos definir a essência constitutiva do espirito, estaríamos definindo a essência de Deus e isto é impossível.
Não podemos nos esquecer de que existem energias outras diversas, que se cruzam, se atravessam, entretanto, não se confundem, conservam sua individualidade, por exemplo; as ondas luminosas, as ondas sonoras, as ondas hertzianas, ondas eletromagnéticas, e infinitas outras.
As ondas luminosas se derramam do sol sobre toda a terra de forma ininterrupta, estas ondas são atravessadas por infinitas outras.
Dentre outras, temos as ondas hertzianas, estas ondas se manifestam em ondas curtas e longas, tendo como fonte uma estação radiofônica, as ondas longas, são recebidas pelo aparelho receptor o radio, como ondas sonoras em AM, as ondas curtas em FM, e embora se cruzem, não se confundem, o aparelho receptor recebe as informações da estação radiofônica em que estiver sintonizado.
E o espirito é uma onda indestrutível, ininterrupta, tem como fonte Deus se expande na eternidade, carregando eternamente a individualidade, pois esta onda é conforme nos diz Kardec o principio inteligente do universo, é centelha divina de Deus é essência do mesmo, e por esta razão indefinível.
Porem Deus é a fonte suprema de vida, nas suas infinitas modalidades de ser, e as infinitas ondas que se cruzam no universo, tem sem duvida alguma como fonte primaria Deus, embora saibamos como retro informado que cada uma delas tem uma outra fonte que as manifestam, como por exemplo as estações radiofônicas.
Já informamos que a substância contém em seu núcleo a centelha divina que maturando-se através da evolução anímica vai se transformar em espirito, mas também já o dissemos, que no núcleo da substância esta contido também o elemento que se manifestara na vida como matéria e como energia.
E as infinitas modalidades de energia que se manifestam no universo, além da fonte primaria que é Deus tem uma outra fonte que as sequenciam, e estas energias são a resultante da maturação da substância, na mutação por que passa através dos bilenios, de energia para matéria, e de matéria para energia, e assim sucessivamente.
Estas ondas energéticas não deixam de ser inteligentes, entretanto, esta inteligência se manifesta direta e proporcionalmente de Deus na vida, e não resta duvida que o principio inteligente que as ordena conserve uma individualidade, pois a evolução se manifesta de maneira absoluta em todo o universo, tudo evolui na eternidade, pois o universo é um eterno vir a ser.
Entretanto somos levados a crer que o fato dessas ondas energéticas, se cruzarem, se atravessarem umas as outras, e não se fundirem, isto é, não perderem a sua individualidade,
se deve ao fato de não possuírem um corpo energético, e principalmente por não possuírem uma razão como sucede ao espirito, pois o espirito plasma através da mente sua “materialização” envolvendo-se da energia ambiental do mundo, ou da religião a que pertença.
E como retro informado, o períspirito conforme Clarencio, é elaborado junto ao espirito através dos milênios infinitos, está associado a este por simbiose infinita, é, e será sempre o elemento que permitirá ao mesmo, revestir-se da substância em forma de energia e de matéria, lógico de que dependendo da evolução em que este se demore, a matéria se manifestará em outra dimensão, não mais na condição de matéria sólida.
Faço aqui um interregno, pois tenho a certeza de que esta matéria deve ser polemizada, e não me compete o direito de encerra-la, então fico no aguardo de quem deseje acrescentar algo, ou refutar-me em algo neste texto que escrevi.
Sola