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sexta-feira, 10 de abril de 2015

“ O Semeador de Estrelas”



ARNALDO ROCHA



Do livro “O Semeador de Estrelas”,

Relataremos nas linhas adiante

O diálogo entre Divaldo e Dr. Bezerra,

Um momento muito emocionante


Dessa obra de Suely Caldas Shubert.

– Um dia, perguntei com naturalidade

Ao Dr. Bezerra de Menezes

Qual foi a sua maior felicidade


Quando chegou ao plano espiritual.

– A minha maior felicidade,

Meu filho, foi quando Celina,

Espírito pleno de amor e bondade,


E mensageira de Nossa Mãe Maria Santíssima,

Aproximou-se do leito

Em que eu estava dormindo,

E, tocando-me com muito jeito,


Falou muito suavemente

Com uma voz muito melodiosa:

– Bezerra, acorde, Bezerra!

Abri os olhos e vi-a, bela e radiosa.


– Minha filha, é você, Celina?!

– Sim, sou eu, meu amigo.

Maria, a Mãe de Jesus, 

Deixou um encargo comigo,


Pediu-me que lhe dissesse

Que você se encontra, na realidade,

Na vida Maior, havendo atravessado

As portas da imortalidade.


Agora, Bezerra, desperte feliz...

– Além de entes do meu grupo familiar,

Chegaram companheiros queridos

Das hostes espíritas que me vinham saudar.


Mas eu ouvia um murmúrio,

Que me parecia vir de fora.

Então, Celina me disse:

– Venha, Bezerra, ver agora...


– Ajudando-me a erguer do leito,

Amparou-me até uma sacada,

E eu vi, meu filho querido,

Uma multidão emocionada


Que me acenava com ternura

E lágrimas nos olhos, também.

– Quem são, Celina? – perguntei-lhe –

Não conheço ninguém.


– São aqueles a quem você,

Sem nunca lhes perguntar o nome, consolou.

São aqueles espíritos atormentados

Que a sua palavra orientou,


Nas sessões mediúnicas,

Caindo sobre eles na oportunidade

Como um bálsamo numa ferida

Em chaga viva na verdade;


São os esquecidos da terra,

A quem você estimulou,

São os destroçados do mundo,

A quem você também guiou.


São eles, que o vêm saudar

No pórtico da eternidade...

E o Dr. Bezerra concluiu

Com toda a sua sinceridade:


– A felicidade sem lindes existe, meu filho,

Como decorrência do bem que fazemos,

Das lágrimas que enxugamos,

Das palavras que semeamos


No caminho de nossa existência

Para atapetar a senda

Que um dia iremos percorrer



E todos esses frutos colher.

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