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domingo, 22 de março de 2015

NEU e NEUrônios

Luiz Carlos Formiga

Para-choque de caminhão: "você faz parte do problema ou traz a solução?"    
Recentemente,  confessamos que "Mainha Tinha Razão", (1) e citamos uma página psicografada (2) pelo médium Divaldo P. Franco, em 1978, no Centro Espírita "Caminho da Redenção", Salvador, Bahia, publicada no Reformador, em 1979. Foram dois missivistas, José Petitinga e Vianna de Carvalho.
A correspondência foi  enviada chegando antes da fundação do NEU-Fundão (3).
Ao fazer nova leitura, ficamos refletindo sobre determinado ponto. Duas questões esquentaram os dois neurônios.
A primeira foi como interpretar o que dizem sobre a aplicação no NEU? A segunda foi sobre conteúdos adequados e estratégias, para chegar ao objetivo.
Abaixo, em negrito, o ponto referido.
"O Espiritismo revive o Cristianismo, na sua pureza primitiva, em "espírito e verdade".
Nenhum pieguismo deflui deste postulado, nem receio algum há quanto ao aproveitamento das atribuladas conquistas tecnológicas. Indispensável, no entanto, tornar o indivíduo espírita antes de outro qualquer tentame, ou seja, mais do que mero conhecedor dos postulados doutrinários, a fim de poder contribuir com o seu conhecimento técnico em favor de uma aplicação realmente valiosa."
Como tornar o indivíduo espírita? Como contribuir com o conhecimento técnico? Como avaliar se estamos diante de uma aplicação realmente valiosa? 
Essas nos fazem pensar, como aquela recomendação, que foi atribuída a Che Guevara:"Temos que eliminar todos os jornais. Nós não podemos fazer a revolução com a imprensa livre".
Devemos eliminar a liberdade de crítica da mídia independente? Devemos permitir que o governo controle os meios de comunicação?
Um ministro do Supremo Tribunal Federal diz que a liberdade de expressão tem "como único paralelo, em escala de importância, o principio da dignidade da pessoa humana, ao qual está relacionada." (4)
Na universidade, como incentivar um individuo a tornar-se democrata? Como contribuir com o nosso conhecimento técnico, para a valorização da dignidade da pessoa humana? Como descobrir se uma aplicação é realmente valiosa?
A maioria, somos principiantes em Política e em Espiritismo e por isso eventualmente nos sentimos com dois neurônios em curto-circuito. Sofreremos no terreno inóspito da universidade, já que ela não é para principiantes (5).
A "bateria fica arriada" quando percebemos que o governante pode se eleger pela esquerda e governar pela direita, podendo rotular-se como ético, utilizando a desculpa esfarrapada de que todos roubam. 
Por que será que é tão difícil manter um Núcleo Espírita na Universidade?
Será importante, neste dias politicamente complicados, insistir na manutenção de um NEU na universidade, ou não devemos semear neste terreno inóspito?
Como responder com um "NÃO", se o homem que já se entediou das substâncias deterioradas da experiência transitória pede a luz da sabedoria, justamente afim de aprender a semear o amor em companhia do Mestre?
Antes de nós, outros quando chegaram não encontraram espiritas organizados. No futuro, na espiritualidade não poderemos dizer o mesmo. Pelo menos os que transitaram pelas estradas da educação espírita na UERJ, local onde o apagão espiritual (6) ainda não aconteceu.(7)
Problemas foram enumerados, nenhuma solução foi apontada de forma explicita, em termos de NEU ou de Democracia. No entanto, vamos lembrar o que disse um Juiz, que recebeu o "Prêmio Faz Diferença". Ele de perto é normal, sem arrogância, bravatas, onipotência ou moralismos salvacionistas: "a democracia brasileira já enfrentou desafios muito maiores no passado e nós vencemos”(8). E o Espiritismo?




(1) Mainha Tinha razão
http://orebate-jorgehessen.blogspot.com.br/2015/03/mainha-tinha-razao.html

(2) Carta aos Companheiros
http://legiaodosservosdemaria.blogs.sapo.pt/4504.html

(3) NEU-Fundão, um parto de AMOR...
http://www.recantodasletras.com.br/homenagens/1927017

(4) Pilar da democracia
http://oglobo.globo.com/blogs/blogdomerval/posts/2015/01/11/

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