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sexta-feira, 8 de agosto de 2014

“Todo mundo faz” Na política, não como nós!


Luiz Carlos Formiga

Crise é manifestação violenta e repentina de ruptura de equilíbrio.
Em 1991 escrevemos “Crises e Argumentos” (1), publicado no jornal O Imortal, Paraná. Doze anos depois, chegou a Lisboa no número 485 da Revista Fraternidade.
Hoje o assunto está de volta.  Naquela época, comentei que o argumento “todo mundo faz” é tão enganoso quanto os de incurabilidade e inutilidade na justificativa da eutanásia.
Prudência é necessária diante do critério de frequência, não só, nas Ciências Biomédicas. Valores éticos contribuem para a perfeição integral do ser em evolução e para a realização de seus fins existenciais como Espírito (pessoa).
Um profissional de saúde chega ao diagnóstico com apoio das noções de normalidade e de valor. Aborto, dentes cariados, eutanásia e terrorismo podem ser frequentes, mas não devem ser considerados normais. Por outro lado, esses profissionais diante de processos infecciosos tendo como agentes micróbios de grande virulência e comunicabilidade, como o vírus Ebola, orientam-se por princípios filosóficos e bioéticos. Políticos mesmo diante da crise deveriam demonstrar apreço pelos valores éticos?
 O que é frequente encontrar entre políticos, mas não deveria ser considerado normal?
Para justificar condutas assumidas, a pessoa costuma utilizar o argumento -todo mundo faz -  não resistindo a pressão do grupo, quando na crise da adolescência. Políticos podem assim se comportar? Isso é normal?
No microscópio normalidade se prende à finalidade, mas no caso dos seres naturais é preciso estar a par das exigências de sua natureza. Surge a necessidade dos parâmetros, que não podem fugir à perspectiva dos valores.
Na análise do comportamento humano teremos que usar outros enfoques, como o de ordem biológica, psicológica, sociocultural, antropológica, filosófica e espiritual. A compulsão política, ideológica, religiosa, ou outra, reduz nosso coeficiente de liberdade. Não deve ser considerada normal.
Diante da ação do governo, para travar as investigações sobre malfeitos na Petrobrás, diante das pressões exercidas em um órgão fiscalizador (Tribunal de Contas da União), ministro admite a ação intervencionista. Veja abaixo.
Jornalista Fernando RodriguesMas há um problema na combinação das perguntas”?
Ministro Paulo Bernardo:  “Eu acho que se há, isso vem desde Pedro Álvares Cabral. Porque na primeira CPI já deve ter acontecido isso. A não ser que a gente queira fingir que nós somos todos inocentes, que nós somos muito hipócritas, e falar "não, isso não acontece". Eu vou repetir. CPI é um processo político.”
“Todo mundo faz” é argumento enganoso, pois ninguém faz um aeroporto como nós (3)
Tudo isso lhe parece legal num Estado democrático de direito? Há banalização das ações intervencionistas do governo? Um crime contra a democracia pode ser considerado normal? Diante da pressão da crise deixamos transparecer a nossa verdadeira realidade? Governar com valores é possível? Quais os valores dos nossos candidatos
Podemos examinar outras questões e seus respectivos textos. (4) Religião e política se misturam? O "Homem de Bem" é um ser político? Por que em política transparência é palavra chave? Sabemos que a igualdade das riquezas é impossível, então como fazer para que todos sejam felizes?  Como organizar a sociedade levando em consideração as inúmeras diferenças?
Analfabeto pode ser político? O pior analfabeto é o analfabeto político? Se a corrupção é uma doença, como podemos diagnosticá-la e tratá-la?

Referências


(2 )  Combinação em CPIs vem desde Álvares Cabral

3) Ninguém faz, como nós.

(4) Em Quem Votar? (A Questão Política)

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