Por Leonardo Paixão (*)
O Espiritismo, surgido em meados do século XIX, começou com manifestações ruidosas: pancadas e barulhos que assombravam as casas, a mais famosa destas foi a das irmãs Fox em Hydesville, E.U.A, mas tal fenômeno ocorrido em todas as partes do mundo, chamou a atenção de homens de ciência que decidiram por os pesquisar a fim de encontrarem a explicação científica para o fato de os “raps” demonstrarem inteligência ao responderem às perguntas feitas sobre diversos assuntos, desde os mais simples às altas questões científicas e filosóficas, descobriu-se que o fenômeno era obtido com o auxílio de médiuns que doavam inconsciente ou conscientemente os fluidos necessários às Entidades comunicantes para a produção dos fenômenos.
Para que o Espiritismo viesse a se afirmar como Ciência várias pesquisas foram realizadas por homens como William Crookes, membro da Sociedade Real de Londres, Prof. Cesare Lombroso, criador da Antropologia Criminal, Ernesto Bozzano, cientista e médico, Prof. Charles Richet, Nobel de Fisiologia, entre muitos outros que confirmaram a sobrevivência do Ser após a morte do corpo. Infelizmente a ciência não admite a existência do Espírito, apesar dos esforços realizados pelos nomes supracitados e continua a acusar os que se convenceram de ingenuidade e, tal como os cientistas que menosprezaram os dois colegas de renome do Stanford Research Institute, da Califórnia, que aceitaram os fenômenos obtidos pelo médium israelense Uri Geller (o "poder" de Geller aqui referido não tem nada a ver com entortamento de colheres, sendo na verdade visualização através de "clarividência" de desenhos feitos por outras pessoas isoladas dele), dizem: Populus vult decipi, ergo decipiatur (O povo quer ser enganado, portanto que se engane). Diante disto como se pode entender que o Espiritismo é ciência, já que a ciência em si mesma não considera a realidade do Espírito? É preciso convir que para os fenômenos espíritas ocorrerem são necessárias certas condições que determinados cientistas declaram como propícias à ação fraudulenta como, por exemplo, a obscuridade em que são realizadas as sessões de materialização, no entanto, muitas pesquisas foram realizadas por anos a fio por homens de ciência altamente capacitados como SirWilliam Crookes e que eram extremamente desconfiados e prevenidos na realização das experiências. Sobre as prevenções de William Crookes relata o notável pesquisador Carlos Bernardo Loureiro:
“William Crookes era extremamente cuidadoso na realização das experiências. Para prevenir a fraude ele chegou a utilizar o teste elétrico aconselhado por Cromwell Varley. Consistia em colocar a médium em um círculo elétrico conectado com uma bobina de resistência um galvanômetro. Os movimentos do galvanômetro eram mostrados em outro recinto para as irmãs de Florence Cook. Se a médium fizesse qualquer movimento, o mais leve que fosse, o galvanômetro apresentaria violentas oscilações.
Entretanto, nada ocorreu de suspeito, embora o Espírito de Katie King, durante a materialização balançasse seus braços, sacudisse as mãos dos presentes e escrevesse uma mensagem. O galvanômetro permaneceu completamente imóvel, nenhuma deflexão foi notada. Como medida extrema, William Crookes solicitou ao Espírito Katie King que colocasse as mãos numa solução química, pois, no caso de Katie ser Florence, teria os fios molhados e a solução química teria, infalivelmente, modificado a corrente do aparelho. E nada disto ocorreu”(LOUREIRO, Carlos Bernardo. As Mulheres Médiuns. Rio de Janeiro: FEB, 1996. p. 416-417).
Outros muitos fatos poderíamos citar, basta porém consultarmos a extensa bibliografia sobre o assunto que encontraremos diversos relatos sobre as prevenções tomadas nas pesquisas, mas os cientistas, com raras e honrosas excessões, continuam a agir como os que acusaram os eminentes físicos SirWilliam F. Barret e Sir Oliver Lodge. Eis trecho do artigo da revista trimestralBedrock a respeito do trabalho sobre telepatia realizado por estes dois físicos:
Não é necessário nem encarar o fenômeno da chamada telepatia como inexplicável nem considerar a condição mental de Sir W. F. Barret e Sir Oliver Lodge como indistinguível da idiotice. Há uma terceira possibilidade. A vontade de acreditar os levou a aceitar rapidamente indícios obtidos sob condições que eles teriam reconhecido como sem solidez se tivessem uma formação em psicologia experimental (APUD: KAKU, Michio. IN: Hiperespaço: uma odisséia científica através de universos paralelos, empenamentos do tempo e a décima dimensão. Rio de Janeiro: Rocco, 2000).
Apesar da crítica ferrenha aos dois eminentes físicos, no século XX o prof. Joseph Banks Rhine pesquisou entre outros o fenômeno da telepatia e declarou:
“Na situação atual só se podem explicar as provas a favor da telepatia com uma espécie geral de troca extra-sensorial de pessoa para pessoa. O conceito de Espírito não se desvanece. Esta mesma dificuldade com relação ao Espírito contribui para manter a importância do problema da telepatia” (APUD: LOUREIRO, Carlos Bernardo. IN: Op. Cit., p. 378).
Diante disto torna-se vital para o desenvolvimento da Ciência, a pesquisa séria dos fenômenos extra-sensoriais para “o engrandecimento e consolidação da causa do Espírito, Senhor do Tempo e dos Elos Perdidos...”(Carlos Bernardo Loureiro).
(*) - Leonardo Paixão é Orador espírita (que tem viajado por alguns Estados brasileiros, quando possível, na divulgação da Doutrina Espírita), articulista, poeta, tem críticas literárias publicadas no site orientacaoespirita.org e um artigo publicado em Reformador em Agosto de 2010, A Revelação - uma perspectiva histórica e tem escrito alguns artigos no jornal eletrônico O Rebate. Participa com um grupo de amigos de ideal do GE Semeadores da Paz em Campos dos Goytacazes, RJ, onde exerce direção de estudos e trabalhos na área mediúnica, atuando como médium psicofônico na desobsessão e como psicógrafo de mensagens esclarecedoras, poesias e cartas consoladoras.
0 Comentários:
Postar um comentário
<< Home