Reflexões sobre o processo de criação de um Homem Novo
Prezado amigo,
Li agora seu artigo do site. Concordamos em muitos pontos, conforme nossa boa conversa recente em sua casa. Não estou com muito tempo para me ater às discordâncias. Preferi fazer as reflexões sintéticas abaixo.
Antes eu pensava, com meus conhecimentos então rasteiros de marxismo ( e também de cristianismo) que mudando-se a estrutura da sociedade à partir de sua base econômico-política - criando-se o socialismo e depois o comunismo - teríamos um homem novo. Depois dei um passo nessa idéia - ao analisar as experiências socialistas - e passei a admitir que apesar dos seus avanços em muitos pontos, elas não produziram o homem novo desejado, talvez por querer criá-lo sem a mediação de Deus que fala mais fundo ao coração do homem. Aí pensei que as lutas econômicas e políticas deveriam ser travadas de mãos dadas com o cristianismo, como tentou fazer a Teologia da Libertação, infelizmente abortada. Hoje, dando mais um passo na análise, conhecendo melhor o marxismo e o cristianismo, continuo pensando que uma sociedade nova é necessária e urgente, mas ela não se cria a partir de idéias ou modelos pré-estabelecidos, mas a partir da ação concreta de homens ou sujeitos moralmente novos, à exemplo do que nos mostrou com palavras e ações, nosso Mestre Jesus. Portanto, penso que a transformação moral não vem depois, nem é concomitante com as transformações econômicas e políticas, mas vem antes de tudo. Cristo lançou a pedra fundamental. A partir daí é só seguirmos seu exemplo. Sei que esse caminho é muito difícil ou quase impossível pelo peso de um imenso passado de erros que a humanidade veio cometendo. Mas estou certo de que temos que iniciar por uma reforma moral, criando sujeitos novos para se chegar a uma sociedade também nova. Sei que isso exige muitos sacrifícios, tolerância a críticas e uma paciência de agricultor, que planta árvores para que seus netos ou bisnetos colham os frutos. Espero que Deus nos dê essa paciência e nos ajude a plantar essa árvore de colheita demorada. Sei que não a verei produzir, mas vou me contentando em colher alguns frutos que costumam dar mais cedo no meio da plantação principal. É costume se entremear entre as fileiras do milho algumas plantas que dão mais cedo, como o feijão, a abóbora. a melancia e outras que vão nos nutrindo e nos animando na caminhada. É o que penso hoje, mas prossigo meus estudos como eterno aprendiz, consciente de que a verdade é uma construção permanente e que Deus não nega sua iluminação, sua graça e sua misericórdia aos que se empenham em fazer o bem. Resumidamente, é isso o que penso hoje.
Maurilio.
e.mail nmaurilio@yahoo.com.br
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