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quinta-feira, 11 de março de 2010

“Tomou doril, a dor sumiu”!

A questão da ciência é o que se pode conhecer. A questão da filosofia é o que é conhecer?

O modelo dominante de ciência estabelece o que se pode conhecer: o funcionamento das coisas para interferir nesse funcionamento. A filosofia diz que conhecer é mais que saber o funcionamento das coisas, mas buscar as causas mais remotas dos fenômenos..

E é aí que está o x da questão, pois vivemos na era da pressa, dos resultados rápidos. Julgamos que é gastar tempo a toa, buscar as causas mais profundas das questões. Poucas pessoas querem pensar ou refletir, ultrapassar uma visão superficial do mundo. Chegam mesmo a dizer “não me venha com filosofia ou conversa comprida, eu quero é resultado rápido para resolver meus problemas”. E assim, vão tomando remédios que não previnem nem curam seus males, limitando-se a atacar os sintomas, os efeitos. Vão camuflando suas doenças e agregando a elas outras causadas pelos próprios remédios com seus efeitos colaterais. E muitos acabam na hipocondria, indo diariamente atrás das novidades em remédios e das promoções oferecidas pelas farmácias e até pelos supermercados. Em outras áreas da vida não é diferente, muitas pessoas vivem tentando consertar seus equipamentos, sem questionar sobre o que lhe causou os defeitos. Nas relações familiares, na educação, trabalho e outras ocorre o mesmo fenômeno. As pessoas seguem atacando apenas os efeitos, sem ir às causas dos conflitos. É mais cômodo não remexer fundo nos problemas, cuidando apenas da parte visível do iceberg.

E assim caminha a humanidade, esperando que a ciência, a tecnologia e o mercado façam a sua felicidade. Quando alguém lhe convida para uma análise profunda das causas dos seus males, ela se esquiva e diz que não tem tempo a perder com isso. Querem só coisas práticas, resultados rápidos. Desse modo, não fazem perguntas tais como: quem sou eu? O que estou fazendo nessa vida ? De onde vim e para onde vou? Qual o sentido da minha vida? Como me posiciono diante da questão mais certa que é a morte? Não querem saber dessas questões e sim de curtir a vida, de não ficar por fora de nada que a sociedade lhe oferece. E aí vêm as manias de consumo, o endividamento, os desequilíbrios nas relações familiares e outras, a falta de lazer ou um lazer nada sadio, culminando na insônia e, por fim, nas doenças. E qual o remédio milagroso que irá atacar essas doenças e não apenas os sintomas? Qual o remédio irá percorrer a cadeia de causas que enumeramos acima e atacar o mal pela raiz, devolvendo o bem estar material e espiritual à pessoa.

Hoje já não se aceita mais que as doenças são de causas psicossomáticas. Todas as doenças são antes psíquicas e depois atacam o soma ou corpo, passando a revelar sintomas físicos. Se não for tratado o psiquismo, certamente as manifestações somáticas vão continuar, pois o corpo é apenas a ressonância dos verdadeiros problemas que são psíquicos. E esses problemas podem estar situados no psiquismo mais profundo ou no “eu” para íntimo, que a psicanálise chama de inconsciente e que hoje vem chamando a atenção dos que estudam os fenômenos espirituais.

Maurilio Nogueira da Silva,

Pedagogo, PG em Psicologia Educacional, Prof. da UFJF

E. mail: nmaurilio@yahoo.com.br




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