O Codificador do Paráclito
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Jorge Hessen, nascido no Rio de Janeiro a 18/08/1951, aposentado do INMETRO, residente em Brasília desde 1972. Formado em Estudos Sociais com ênfase em Geografia, Bacharel e Licenciado em História pela Universidade de Brasília- Unb.
Membro fundador do Posto de Assistência Espírita (DF), jornalista, historiador e escritor. Autor dos livros “Luz na Mente”, “Praeiro, um Peregrino nas Terras do Pantanal”, “Anuário Histórico Espírita 2002”( coletânea de diversos autores e trabalhos históricos de todo o Brasil, coordenado pelo Centro de Documentação Histórica da União das Sociedades Espíritas de São Paulo – USE ). Autor de 22 (vinte e dois) livros eletrônicos (E Books), todos traduzidos em Madri (espanhol), 2 (dois) traduzidos em Paris (francês) e 1 (um) traduzido para o inglês (publicados pelo portal Autores Espíritas Clássicos), conforme o link: http://www.autoresespiritasclassicos.com/Apostilas/Artigos%20Espiritas%20-%20Jorge%20Hessen/Artigos%20Espiritas%20-%20Jorge%20Hessen.htm
O Codificador do Paráclito: Por que se tornou Espírita?
Jorge Hessen: Entrei no orbe espírita estimulado por incontida investigação da Verdade cristã. Como não encontrava respostas noutras doutrinas cristãs busquei o Espiritismo e ele a tudo me respondeu.
O Codificador do Paráclito: O que lhe mais lhe impressionou na Doutrina Espírita?
Jorge Hessen: Desde a primeira hora, fiquei maravilhado com a cautela, o bom senso, a habilidade de síntese e o acervo cultural de Allan Kardec. Procurei conhecer a biografia do professor Rivail. Percebi que estava diante de um gênio. Seu labor se consubstanciou na Terceira Revelação e obviamente isso foi fundamental para inspirar a minha paixão pelo Espiritismo.
O Codificador do Paráclito: O que sobressai na mensagem espírita?
Jorge Hessen: O Espiritismo é o Consolador Prometido que desvenda conceitos surpreendentes sobre Deus, o Universo, os homens, a natureza e comunicação dos “mortos” com os “vivos”, a pluralidade dos mundos habitados, a reencarnação e as leis naturais que regem a vida. A Terceira Revelação acena-nos ainda com o soberano apelo para compreendermos e refletir sobre o que somos, de onde viemos, para onde vamos, qual o objetivo da nossa existência e qual a razão da dor e do sofrimento.
O Codificador do Paráclito: Quais foram os momentos que marcaram sua experiência doutrinária?
Jorge Hessen: Nesse absorvente rumo muitas vezes esbarro com as lágrimas, reflexas e resultantes da ignorância e truculência do homem hodierno; doutros momentos deparo em mim mesmo o ânimo do regozijo em razão dos grandes exemplos de amor, humildade e abnegação que identificamos aqui e além no coração do próximo.
O Codificador do Paráclito: O que é a Terceira Revelação para você?
Jorge Hessen: É Ciência porque se consubstancia num conjunto reunido de informações concernentes a certas classes de eventos ou fenômenos transcendes avaliados experimentalmente, relacionados e descritos por Kardec e outros pesquisadores de renome, representado principalmente pelas obras básicas. É Filosofia sem tanger necessariamente o contexto filosófico tradicional (materialista), embora de cunho evolucionista e metafísico, pontua a necessidade de o homem ir em busca de seu autoburilamento, estimulando-o à averiguação de respostas às questões magnas da Humanidade: sua natureza, sua origem e destinação, seu papel perante a Vida e o Universo tendo como bandeira o axioma: “nascer, viver, morrer e renascer de novo, progredindo sempre, tal é a lei. ”É, por fim e sobretudo Religião, porque propõe unir os povos em um ideal de fraternidade, preconizado pelo Evangelho de Jesus, permitido, dessa forma, que o homem se encontre com o próprio Criador, tendo como bandeira o lema: “fora da caridade não há salvação.”
O Codificador do Paráclito: O Espiritismo precisa ser atualizado sob o ponto de vista científico?
Jorge Hessen: Fundamentalmente é importante ressaltarmos que o Espiritismo não tem incondicional necessidade da ciência terrena, pois como nos adverte Emmanuel na primeira questão da obra O Consolador: “Essa necessidade de modo algum pode ser absoluta. O concurso científico é sempre útil, quando oriundo da consciência esclarecida e da sinceridade do coração. Importa considerar, todavia, que a ciência do mundo se não deseja continuar no papel de comparsa da tirania e da destruição, tem absoluta necessidade do Espiritismo, cuja finalidade divina é a iluminação dos sentimentos, na sagrada melhoria das características morais do homem.” Eis aí o meu pensamento.
O Codificador do Paráclito: Qual é a sua mensagem àqueles que incorrem ao fanatismo religioso espírita?
Jorge Hessen: O espírita sincero precisa compenetrar-se da oportunidade, no tempo e no ambiente, com relação aos assuntos doutrinários no seu tríplice aspecto, porquanto, qualquer inconsideração nesse particular, pode conduzir a fanatismo abominável, sem nenhum caráter construtivo.
Herculano Pires já advertia sobre o igrejismo que assolava as hostes espíritas. Entendo que a FEB é roustanguista , por impor nos seus Estatutos o Parágrafo único , item III , Art. 1º que “além das obras básicas a que se refere o inciso I, o estudo e a difusão compreenderão, também, a obra de J.-B. Roustaing e outras subsidiárias e complementares da Doutrina Espírita.” Desta forma, o louvor das obras de Roustaing na FEB tem pervertido a racionalidade espírita no Brasil. Desconheço espíritas mais maníacos do que os roustanguistas.
Pelo exposto, entendo que no Brasil seja imprescindível a criação URGENTE de uma Confederação Espírita (longe de Roustaing), a fim de unir concreta e racionalmente os corações dos espíritas em torno do eminente Kardec, considerando sempre o Espiritismo em seu tríplice aspecto. Para esse desígnio compete aos atuais jovens espíritas e as lideranças contemporâneas se movimentarem a fim de concretizarem tal projeto.
O Codificador do Paráclito: Deveria ser acelerada a propagação do Espiritismo pelo mundo ?,
Jorge Hessen: Não deve ser apressada a expansão e a propaganda espírita. Não há necessidade imediata. A organização do Espiritismo está nas mãos de Jesus, antes de qualquer esforço incerto e volúvel de nossa parte. É imprescindível estudarmos e aplicarmos os ensinamentos do Mestre à luz do Espiritismo, pois nossa tarefa maior deve ser da própria iluminação através de uma fé racional , inabalável e serena. Ademais, devemos oferecer aos serviços da propaganda doutrinária a cota de tempo de que possamos dispor, entre os trabalhos diário do ganha pão e o cumprimento dos deveres familiares. Para Emmanuel, a execução dessas obrigações é sagrada e urge não cair no declive das situações parasitárias, ou do fanatismo religioso.
No trabalho da propaganda da verdade, Jesus caminha antes de qualquer esforço humano e ninguém deve guardar a pretensão de converter alguém, quando nas tarefas do mundo há sempre oportunidade para o preciso conhecimento de si mesmo.
O Codificador do Paráclito: Suas considerações finais?
Jorge Hessen: Espíritas! Em favor da unidade entre nós, repudiemos os conceitos equivocados que nos dividem, a exemplo do misticismo roustanguista febiano e esquadrinhando em Allan Kardec a segura orientação doutrinária para melhor compreendermos Jesus.
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