Jane Maiolo
“É sempre fácil observar o mal
e identificá-lo. Entretanto , o que o Cristo espera de nós outros é a
descoberta e o cultivo do bem para que o Divino Amor seja glorificado”[¹]
Há
vinte anos eu apreciava a obra no “Mundo Maior” , da coleção - “A vida no Mundo Espiritual”, ditada pelo Espirito André Luiz, psicografado por Francisco Cândido Xavier. As explanações
contidas no capítulo XVII, informações procedentes do mundo espiritual bem instruídas
pelos Benfeitores, deixaram-me de certo modo de sobreaviso. O mencionado
capítulo assinala categoricamente que: “ uma das alegrias do céu é a de esvaziar os infernos”
[²]. Tal afirmação ecou e ainda hoje repercutem na minha alma.
Indubitavelmente
o momento pelo qual atravessa toda a Humanidade é caótico, confuso e
conflituoso. Vivemos um clima de tensão ético-moral-social e espiritual
constante. Não resta a menor dúvida que as regiões “infernais” estão mais
vazias!
Por
hora, nós outros, defensores da imortalidade da alma, precisamos utilizar um roteiro
seguro para não aderirmos ao clima de pessimismo e de desesperança que solapa a
psicosfera do Planeta.
O
problema do ser humano é o mesmo em toda a parte. Porém, a administração dos
reveses de cada existência é tarefa pessoal e intransferível. Aquele que
suporta com honra e lucidez esses períodos difíceis já goza de uma posição
espiritual mais confortável, pois o mal, ainda que silencioso ou gritante, não
lhe perturba a jornada ascensional ou turva-lhe o coração fortalecido na fé.
Diante
do desequilíbrio reinante nas diferentes estâncias políticas, sociais,
religiosos o que nos resta fazer é sintonizar com mentes mais elevadas a fim de
não assimilar os arquétipos da incredulidade oriunda dos clichês do inconsciente
coletivo e lembrar que “Quem governa o mundo é Deus” [ ³] - asseverava Jesus ao
discípulo Levi que desejava precipitar o processo de implantação do “reino do
céu” no coração do homem.
Lembrando
as anotações de Eclesiastes “Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para
todo o propósito debaixo do céu: há tempo de nascer e tempo de morrer; tempo de
plantar e tempo de arrancar o que se plantou; tempo de matar e tempo de curar;
tempo de derribar e tempo de edificar; tempo de chorar e tempo de rir; tempo de
prantear e tempo de saltar; tempo de espalhar pedras e tempo de ajuntar pedras;
tempo de abraçar e tempo de afastar-se de abraçar; tempo de buscar e tempo de
perder; tempo de guardar e tempo de deitar fora; tempo de rasgar e tempo de
coser; tempo de estar calado e tempo de falar; tempo de amar e tempo de
aborrecer; tempo de guerra e tempo de paz.” [4].
A
ilusão que vivenciamos na matéria tem feito muitos de nós criarmos raízes que
serão difíceis de extirpar. Quando soar o tempo da derradeira partida seremos
nós conosco mesmos, e no baú espiritual só caberá o que conseguimos depositar e
guardar no coração.
Há
dois mil anos Jesus nos convidou para o momento da transição; antes enviou João
, o Batista, a fim de que os nossos caminhos fossem aplainados em direção ao Criador.
Ainda estamos aguardando as hecatombes físicas e materiais que sofrerá o planeta
para nossa modificação sem nos darmos contas que tudo esta dentro de uma Ordem
Divina e Perfeita, em que a lei de
destruição é natural e gradativa.
A
Terra sofrerá grande comoções físicas e sociais, antes disso, porém, urge passarmos
por terremotos morais e tsunamis sentimentais para
nos transformar em representantes legítimos do Mestre entre os homens. Estamos na “era
transição”. É imprescindível transformarmos os sentimentos, ou seja, não nos é
mais lícito fazer aos outros aquilo que não gostaríamos
que nos fizessem , eis aí a regra áurea do Evangelho.
Não
condenemos, não firamos, não acusemos, pois todo o mal gerado pelas ações
individuais exigirá uma reparação, tornando-nos desditosos, amargurados ou
aflitos, desesperançosos ou inflexíveis.
Somos herdeiros das nossas próprias atitudes e criações mentais.
O
amor de Deus é sempre rico de bênçãos e oportunidades, escravizarmo-nos aos
problemas transitórios da matéria é negar nossa filiação divina.
Não
tardará o período em que espíritos sublimes reencarnarão na Terra , em missão,
para que o amor e a sabedoria possam resplandecer. Aguardemos confiantes.
Fazendo a parte que nos cabe na condição de criaturas despertas para a
realidade da vida imortal.
Referências
bibliográficas:
(1)
XAVIER,
Francisco Cândido. Agenda Cristã, ditado pelo Espírito André Luiz, cap.12, RJ:
Ed FEB, 1998
(2)
XAVIER,
Francisco Cândido. No Mundo Maior, ditado pelo Espirito André Luiz maior cap.
17 RJ: Ed FEB, 1992
(3)
XAVIER,
Francisco Cândido. Boa Nova, ditado pelo Espírito Humberto de Campos, cap. 11,
RJ: Ed FEB, 1990
(4)
Eclesiastes
3:1-8 (Bíblia de Jerusalém)
*Jane Maiolo – É professora de Ensino Fundamental, formada em Letras e pós-graduada em Psicopedagogia. Dirigente da USE Intermunicipal de Jales. Colaboradora da Sociedade Espírita Allan Kardec de Jales. Pesquisadora do Evangelho de Jesus. Colaboradora da Agenda Brasil Espírita- Jornal O rebate /Macaé /RJ – Jornal Folha da Região de Araçatuba/SP –Blog do Bruno Tavares –Recife/PE - Apresentadora do Programa Sementes do Evangelho da Rede Amigo Espírita. janemaiolo@bol.com.br
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