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Luiz Carlos Formiga |
Hoje,
20 de setembro de 2015, enquanto voluntários em Florianópolis, na Beira-mar
Norte, fazem caminhada oficial do Setembro Amarelo, no período de 15-17 horas,
para a prevenção do suicídio, em solidariedade, caminho nas teclas do
computador.
A
Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) por meio de suas comissões
para o Estudo e a Prevenção ao Suicídio, vem envidando esforços para reduzir,
em nosso meio, os trágicos números da mortalidade por suicídio.
A
ABP revela a existência de doze mil óbitos em 2012, número certamente
subestimado, e aponta para a necessidade da sensibilização da sociedade, diante
da gravidade do problema.
O
suicídio é tema tabu, com estigmas de origem histórico-cultural, como observado
com ciganos, umbandistas, negros e outros (12).
No suicídio, a sensibilização-educação da comunidade é fundamental para a
prevenção e a preservação de vidas.
Por
se considerado um grave problema de saúde pública educadores em saúde
procuraram dar transparência ao tema. Assim surgiu um símbolo de vida e
esperança, para nós um símbolo de esperança em Cristo, o “Programa de Prevenção de Suicídio Fita Amarela”,
em 1994.
Com
palavras de ajuda e esperança, colocadas em papel amarelo, dirigidas aos adolescentes o programa tornou-se
internacional. A fita amarela começou em 1997 e foi acolhida em mais de 47
países.
O
dia mundial de prevenção ao suicídio passou a ser 10 de setembro. Na realidade
todo o mês deve ser priorizado pelos que sabem que a “vida é a melhor saída, a melhor opção, a melhor forma de superar
qualquer dor” e que muitos ainda não
receberam a dádiva dessa informação.
Toda
a sociedade precisa estar a par de que há necessidade de estimular ações
diversas multiplicadoras de prevenção, conquistando aliados para essa
importante missão.
Certamente
a mídia poderá oferecer contribuição durante todo o mês e ações diversas como,
os artigos, as notícias, as palestras, os e-mails
e iluminação de símbolos, com a luz amarela.
Outro
recurso, de grande alcance, é a utilização das redes sociais para a divulgação
da logomarca do “setembro amarelo”. Afinal, é caridade compartilhar esta ideia
de que “falar de suicídio pode salvar
vidas”.
A
Espiritualidade vem falando e dando grande contribuição com Chico Xavier e
outros.
Emmanuel,
no livro A Justiça Divina (1), diz “que devemos
escutar o companheiro que torna do Além, aflito e desorientado, e aprenderemos,
em silêncio, que todo egoísmo gera o culto da morte”.
O Espírito amigo adverte: “Se podes verificar a tortura dos desencarnados em trevas, aproveita a lição.”
No plano espiritual a fatura sempre chega. No hoje e agora, é
melhor não planejar o suicídio.
Discutindo a influência perniciosa das ideias materialistas e
o suicídio, fizemos perguntas. (2)
Pessoas materialistas são espíritos
reencarnados?
Se a resposta é sim, como podem
existir materialistas se são espíritos que tendo passado pelo mundo espiritual
deveriam dele ter alguma intuição?
Nesse estágio de vida, sem corpo
material, não desenvolveram a inteligência espiritual (QS)?
A resposta, com Kardec, vem
lembrar, de novo, a Justiça Divina. Essa intuição é recusada a espíritos que,
conservando o orgulho, não se arrependeram de suas faltas. Para esses a prova
consiste na aquisição, na vida corporal e à custa do próprio raciocínio, da
prova da existência de Deus e da vida futura. Muitas vezes, porém, a presunção
de nada admitir, acima de si, os empolga e absorve. Assim, sofrem eles a pena
até que, domado o orgulho, se rendem à evidência.
Companheiros nessa situação são difíceis de serem ajudados? Certamente
que sim, mas Emmanuel, no livro “Amigo” (3), nos chama a atenção de que “não nos é lícito esquecer que os suicidas,
na Espiritualidade, não são órfãos da Misericórdia Divina, e, por isso mesmo,
inúmeros benfeitores lhes propiciam o socorro possível.”
Quanto a nós, ensina que
“não existem problemas sem solução e que por mais pesada a carga de sofrimento
em que nos vejamos, devemos seguir em frente, trabalhando e servindo, lançando
um olhar para a retaguarda, de modo a verificar quantas criaturas existem
carregando fardos de tribulações muito maiores e mais constrangedores do que o
nosso.”
Certa vez fui ouvir um orador que inicialmente disse tudo sem
utilizar palavras. Ele chegou ao Centro
Espírita de ambulância deitado numa maca. (4)
Diz Emmanuel que “o
melhor meio de nos premunirmos na Terra contra o suicídio, será sempre o de nos
conservarmos no trabalho que a vida nos confia, porque o trabalho,
invariavelmente dissolve quaisquer sombras que nos envolva a mente”
O “Programa de Prevenção de Suicídio Fita Amarela” se inicia
em 1994. Anos antes, década de 1970, surgia a Campanha Permanente Espírita de
Evangelização (5), com o propósito de fazer chegar à criança e ao jovem, no período
mais propício, a escala de valores da Ética Espírita.
Assim, como o orador
referido anteriormente, essa criança depois no estágio adulto espiritualizado
poderia resistir à atmosfera estressante das grandes cidades, com o recurso da
prece.
As atividades no Centro Espírita funcionariam como dose de
reforço de vacina aplicada, pelos pais, nos lares de origem (6)
Na realidade já contamos 100 anos de Evangelização (7). Na década
de 1980, próximo do inicio da Campanha Permanente, o perfil suicida era o de um
homem com mais de 55 anos, morador de grandes cidades, agnóstico,
socialmente isolado, fisicamente doente,sem antecedentes psiquiátricos e
alcoólatra moderado. (8)
Em 2007/8, examinando as tentativas de
suicídio em um Hospital Universitário, vamos encontra-lo na faixa etária 10 à
49 anos (83,6%). 50,8% eram mulheres, com problemas de relacionamento
amoroso(12,3%) e nas relações
familiares(13,1). Os pesquisadores
enfatizam, nas tentativas de suicídio, o achado de 50,9 de portadores de
transtorno mental, usuários de substâncias de abuso, problemas de
relacionamentos e econômicos, chegando a conclusão da necessidade da
implantação de programas de vigilância e prevenção ao suicídio. (9)
Uma boa providência foi tomada em Florianópolis,
Santa Catarina. A Associação de Psiquiatria firmou parceria com a Secretaria
Municipal de Saúde para a capacitação das equipes de Saúde da Família em
prevenção ao suicídio. Para essa
prevenção, entre nós, pensemos na capacitação das equipes de Evangelização
Espírita, não apenas para o período infantil, uma vez que pais e educadores são
peças fundamentais (10).
Uma parte da
população passa pelo problema do transtorno afetivo bipolar e necessitam de
diagnóstico precoce e tratamento, que oferece bons resultados. Aprendi, com um
colega de universidade, o Dr. Quadra, que “Viver é Resistir”, mesmo que tenha
que apelar para aquele elemento químico, de número atômico 3, massa atômica 7,
e, que contem na sua estrutura três prótons e três elétrons.
Quando eu morrer, espero
de forma natural, não quero choro nem vela. Quero
uma fita amarela (11) lembrando esse setembro, lá em Floripa.
No leito do
hospital, antes da prova final, aceito orações de qualquer religioso. Orem, por
mim, Ave Maria. Apelem para Santa Clara ou, sem preconceito, para Santa Sara,
pois se estiver em sofrimento, mesmo assim, desencarno feliz, sem medo da
fatura (12).
Não deixe para
depois, faça agora um exercício prático com auxílio de Schubert em 13.
Leitura e vídeos
opcionais
1.
Livro. Justiça Divina.
2.
Influência Perniciosa e Suicídio.
3.Livro.
Amigo.
6.
Reformador, 99 (1823): 61-64.
8. Reformador, 99 (1833): 387-392.
9. Perfil do portador de comportamento suicida
atendido em hospital universitário. Rev enferm UFPE OnLline.,
Recife, 9(9): 9188-96, set., 2015.
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