Como faço diariamente, caminhava certa manhã por uma rua quando percebi perto, a me seguir, um cão vira latas.
Num instinto parei, virando-me para o animal. Em seguida, ele também parou, voltando alguns passos, a me olhar. Logo que voltei a caminhar, ele me acompanhou por alguns passos.
Outro dia, percorrendo o mesmo trajeto, agora também por uma ponte, vi, sobre uma pedra no rio, uma garça. Acompanhando-a, reparei que em dado momento, ela esticou o seu longo pescoço, deu um voo rente às águas, pegando algo a boiar, próximo, levando-o para a margem do rio, e tentando comer.
Um parente amigo meu, residente no Rio de Janeiro, contou-me que transitava à noite por uma rua daquela cidade quando percebeu vindo à sua retaguarda, um homem. Considerando a pouca luminosidade no local e admitindo estar exposto a um assalto, adiantou o passo; porém, o seu acompanhante se adiantou também, apressou-se ainda mais, procurando sair daquela situação incômoda, inutilmente, porém, pois o homem apressou mais o seu andar. Acuado, resolveu não se entregar à correria, tomando uma atitude. Parou, e, virando-se para o homem, disse-lhe: “Escuta, o que é que o senhor quer comigo, pois, toda vez que aumento o passo o senhor faz o mesmo?” O homem, tornando-se ainda mais assustado respondeu-lhe: “Eu, absolutamente nada. É, que, estando o senhor quase a correr, eu, pensando haver algum perigo, apresso-me também!” Daí ao entendimento, foi fácil.
Diante desses fatos, passei a considerar: Os instintos são próprios dos animais e dos seres humanos, sendo o homem dotado também de inteligência, qualidade não igualada pelos animais. Porém, nos casos em foco, encontramos vários gestos e atitudes tomadas pelos animais, a se assemelharem aos dos humanos, demonstrando existir neles, algo além do instinto. Entre as diversas ações semelhantes, encontramos: se parei virando-me para o cachorro, ele também parou, voltando alguns passos, a me olhar. Se a garça tomou a iniciativa de dar um voo rente às águas para pegar algo, o meu amigo carioca tomou a iniciativa de adiantar o passo, fugindo de uma situação preocupante.
Assim, conjeturamos: não teria o animal um princípio inteligente rudimentar, algo mais que o instinto, de uso instantâneo, não duradouro, expressado pelo cachorro e pela garça?
Fica lógico admitir-se a existência de um psiquismo nos seres inferiores, um princípio inteligente latente, a manifestar-se intermitentemente, não contínuo, em pulsos, em períodos, como os primeiros passos da criança, e esses períodos, se alongarem, se alargarem, segundo cada espécie, até atingir uma inteligência continua, já no homem primitivo, e essa inteligência contínua se especializar, se purificar no homem de hoje, uns mais outros menos, rumo à felicidade plena?!..
Porque, se assim não for, como se admitir ter Deus imposto a criação de seres só para a infelicidade, muitos só para viverem em labirintos, todos, sem nenhuma expectativa de satisfação, alegria, mesmo no futuro?!.
Fica justo perante a Divindade Suprema, existir um princípio inteligente a evoluir por muitas classes de seres primitivos, através de milhões de séculos, até atingir ao Homem-Espírito, passando este a consciente puro, a inteligente Espiritual Superior, Divinal!..
Por que não, considerando-se Deus infinitamente justo e bom?!..
Cachoeiro de Itapemirim, ES.
Domingos Cocco
E-mail: domingoscocco1931@yahoo.co.br
Rua Neca Bongosto n° 06 – Bairro Sumaré
Telefone (28) – 3522-4053 – CEP 29304-590
Cachoeiro de Itapemirim, Estado do Espírito Santo
3 Comentários:
Há um principio inteligente em torno disto e este principio se manifesta a medida em que a evolução no interior de cada criatura se desenvolve em direção a o infinito!
Abraços Fraternos
Por blog, às 9 de setembro de 2015 às 08:37
Parabéns, amigo!
Excelente comentário sobre o estinto
Por Unknown, às 28 de setembro de 2015 às 14:18
Parabéns, amigo!
Excelente comentário sobre o estinto
Por Unknown, às 28 de setembro de 2015 às 14:18
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