Publicado em 22 de setembro de 2015
—Zíbia diz que Lucius quer modernizar a linguagem de seus livros.
Com os negócios em queda, a médium está revisando a linguagem de seus livros com o objetivo de melhorar os resultados comerciais.
A médium Zíbia, matriarca do clã Gasparetto, oferece aos críticos bom material para análise do contexto mediúnico e do produto final da mediunidade: a mensagem, que no caso dela são os livros publicados, a maioria deles romances.
Não se pode duvidar da sua condição de médium, que é incontestável, mas pode-se analisar sua obra e negar a esta a mesma qualidade. O que não significa, necessariamente, condenar a médium por desvios ou os espíritos por possíveis más ideias.
Ao observador cabe reunir os fatores que envolvem a função mediúnica, ou as funções, melhor dizendo, pois, o médium exerce não só a função de intermediário, mas, também, a de intérprete das ideias que lhe são apresentadas pelos comunicantes invisíveis.
Folha de S. Paulo traz hoje, 22 de setembro de 2015, interessante notícia sobre as atividades da médium. O mote principal é revelar as modificações que estão sendo feitas em suas obras, modificações, quer-se crer, principalmente de linguagem, a fim de as adaptar aos tempos pós-modernos do império das redes sociais.
O espírito mentor, Lucius, revela Zíbia, está de acordo com as mudanças e colaborando com elas, considerando ele que os tempos são outros. Ambos pretendem retirar ou modificar expressões, frases etc., das obras publicadas com o objetivo de dar a elas uma linguagem de acordo com o que se pratica hoje em todo o mundo. Segundo diz a médium, interpretando o espírito, “As coisas mudaram. Precisamos ter uma linguagem mais clara, mais simplificada. Nós estamos aí com a internet. Vamos modernizar.”
É direito de qualquer autor alterar sua obra e Lucius e Zíbia são autores, portanto, gozam desse direito. Lucius é dono da ideia e Zíbia é a intérprete que materializa a mensagem, conquanto muito raramente a posição de médium deixe entrever essa realidade, pois, parece que o médium é apenas alguém que recebe e retransmite nas condições colocadas pelo autor espiritual. É um erro pensar assim. Zíbia tem consciência disso, tanto que afirma: “Mudei as frases, tornando-as mais claras. Troquei floreios e facilitei o entendimento”.
Na mediunidade psicográfica não temos, em geral, um autor e um receptor em funções plenamente distintas como se imagina. Espírito e médium estão imbricados na mensagem. Por isso, quando Zíbia aparece e diz que a linguagem dos livros que publicou está sendo revista, pode estar dizendo, também, que essa decisão é apenas dela, ou dela e do espírito, mas nunca pode afirmar que é somente do espírito, porque este, obviamente, depende dela e de sua vontade. Como também do que ela faz com as ideias dele.
Mas a reportagem da Folha mostra outros detalhes interessantes. A médium, que há algum tempo abandonou o rótulo de médium espírita, no que foi acompanhada pelos filhos, tanto que encerrou as atividades do centro espírita que fundou e dirigia, transformou-se em empresária e montou uma indústria gráfica de médio porte, o que demandou investimentos consideráveis. Agora, revela que a empresa está com dificuldades econômicas por causa das quedas nas vendas e na prestação de serviços a terceiros.
Junte-se os pontos: queda nas vendas dos livros – são 35 ao todo, sendo que o 36º está a caminho – e mudança na linguagem, tudo ao mesmo tempo, pode revelar que no meio disso está a preocupação comercial e que esta preocupação é tão ou mais importante que qualquer outra coisa. É o que se pode depreender do que diz a repórter: “A preocupação comercial é maior do que nunca na casa, que teve a vendagem “um tanto afetada”.
O fato é que a médium longeva Zíbia Gasparetto vem, mais uma vez, surpreender o público. Fez isso quando decidiu abandonar o espiritismo, quando encerrou as atividades do centro, quando transformou sua obra em negócio próprio, quando investiu numa empresa gráfica e quando deixou claro que a caridade não ajuda ninguém a crescer. E mais, quando assumiu, junto com seu filho mais famoso, Luiz Antônio Gasparetto, que o resultado financeiro do produto mediúnico e sua utilização é direito dela. Ou seja, colocaram-se contra a ideia, defendida pelo espiritismo, de que a mediunidade deve ser gratuita.
Fonte: http://www.expedienteonline.com.br/zibia-gasparetto-mediunidade-estocada/
1 Comentários:
DIAS ATRÁS, ESCREVI E POSTEI COM JORGE HESSEN, O TEXTO: "DAI DE GRAÇA", ONDE E QUANDO RELATEI NO MESMO QUE, MINHA MÃEZINHA, MÉDIUM DE CURA, NUNCA COBRARA PELOS SEUS SERVIÇOS. E MAIS: COM APENAS O CURSO PRIMÁRIO, ERA DOUTORA EM CRISTO JESUS, POIS PRATICAVA SUAS MÁXIMAS COM IMPAR MAESTRIA. MAS É ISTO DAÍ, SE A NOSSA CONSCIÊNCIA, EM NOSSO PRIMITIVISMO, NÃO NOS COBRA HOJE, NOS COBRARÁ COM CERTEZA AMANHÃ, POIS AS DÍVIDAS PODEM ATÉ SER TRANSFERIDAS NO TEMPO, MAS TERÁ DE SER QUITADA SEMPRE.
fernandorpatrocinio.blogspot.com.br
Por Filosofia do Infinito, às 23 de setembro de 2015 às 08:11
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