Jane Maiolo(*)
O Sermão da Montanha, proferido por Jesus num final de
tarde nas proximidades de Cafarnaum, tinha como objetivo libertar consciências
infantis e adormecidas despertando-as para uma realidade transcendental.
Essa voz que ecoava nas montanhas, ainda hoje ecoa na
psicosfera do Planeta Terra e pode ser ouvida pelos corações brandos.
Na ocasião, a pregação do Mestre era procurada pelos pobres,
os estropiados, as pessoas de má vida e uma grande massa humana que queria ouvir
a Boa Nova do Reino ou curar-se de alguma doença física. Buscavam modificar os
rumos sofridos de suas miseráveis vidas.
Era um final de
tarde, o sol se punha e a Claridade Divina começava entoar o
poema que seria ouvido pelos Espíritos imortais.
Jesus naquele instante teria que multiplicar – se em
focos de irradiação de muitas luzes, teria que alcançar os corações ali
presentes. O Manso por excelência cantaria o código de conduta para uma
vida feliz. O Evangelho
adentraria o
solo pedregoso. Era o preparo para receberem
a semente das virtudes que em vindouras eras dariam seus frutos. Ele, o Agricultor
divino, desbravaria a mata fechada da
subjugação romana, abriria estradas para uma rota com claridades novas,
prepararia os corações para receberem a mensagem imortal. Regaria com amor, os
solos mais áridos, mais violentos, mais hostis, fertilizaria com o adubo da
compaixão as regiões íntimas de mais difícil acesso, fortaleceria os corações
mais desesperançados da época e por fim, lançaria a semente da Boa Nova aos
desconsolados do mundo.
“Bem
aventurados os que são brandos e pacíficos” assim Jesus convidava para a implantação
do seu Reino na Terra. O Mestre falava para o Espírito Imortal, ao mesmo tempo em que essa cantiga penetrava o âmago do ser, o consolo jungia-se ao timbre da voz Daquele Galileu. Era como se
toda a violência moral e física, sofrida por aquele povo tivera recebido o
bálsamo celeste minimizando seus efeitos nefastos.
Muitos gravaram
a lição na alma e compreenderam que Jesus não se referia ao mundo material ou
aos bens terrenos. Após entendida as lições teriam agora um caminho a seguir:
desapegar-se de todos os valores terrenos, vencer as más inclinações, pois da
maneira com que Ele falava, era possível àqueles deserdados da sorte entrar no
Reino dos Céus.
Qual daqueles, encarnados ou desencarnados, não tinham
motivos legítimos para o choro, o desespero, as aflições, as incertezas do
futuro?
A Terra, um dia será morada dos espíritos mansos e
pacíficos. Essa afirmativa parece ainda ser nos dias atuais uma utopia. Não o
é!
Os violentos, habitantes temporários desse orbe, estão
ouvindo o soar dos últimos clarins, embora pareça que eles sejam senhores são
na verdade escravos e terão que renovar-se ou partir desse orbe, dado a chegada
do período de Regeneração que a Terra adentra.
Convidados por Jesus a habitar esse Planeta, tínhamos
um contrato a cumprir, nos renovar pelo trabalho e amor, uma oportunidade
valorosa e assim voltarmos a Casa do Pai.
Muitos se demoram na senda do crime, da morte, da
injuria, da violência, da perturbação. Evidentemente, Jesus sendo o Governador
Espiritual do orbe, esteve sempre ciente desses fatos que se desenrolaram a
guisa da nossa infantilidade espiritual.
Na jornada evolutiva muito se violentou em nome de
Deus ,de Jesus, em nome de uma divindade
quase que personalística. O recurso dos fracos sempre foi à violência, mas a
proposta de renovação a todos é o abandono de toda e qualquer forma de violência,
seja ela física, cultural, psíquica ,emocional ou espiritual.
Quando Jesus afirma que são bem
aventurados os mansos e pacíficos é entendível que é preciso desistir de qualquer ato egoístico e
exaltar a paz e a mansidão. Importante à mensagem de Paulo de Tarso na sua
epístola aos Romanos “Porque não faço o bem que eu quero, mas o mal que não
quero esse faço”, preciso será nos submetermos à lei soberana de amor, de
justiça e de caridade, saindo da condição e violentos e passando a condição de
Filhos de Deus.
Naquele fim de tarde, nas proximidades de Cafarnaum o
amor fora semeado, até o fim dos tempos!
*Jane Maiolo – É professora de Ensino Fundamental,
formada em Letras e pós-graduada em Psicopedagogia. Dirigente da USE
Intermunicipal de Jales. Colaboradora da Sociedade Espírita Allan Kardec de
Jales. Pesquisadora do Evangelho de Jesus. Colaboradora da Agenda Brasil
Espírita- Jornal O rebate /Macaé /RJ – Jornal Folha da Região de Araçatuba/SP
-Apresentadora do Programa Sementes do Evangelho da Rede Amigo Espírita.
janemaiolo@bol.com.br -
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