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terça-feira, 30 de setembro de 2014

O amor é o alimento do espirito na eternidade


José Sola

Deus é a vida absoluta do universo, e sendo o universo infinito, Ele manifesta sua vida nesse infinito, e na eternidade, pois o Ser Supremo da Vida, não teve começo, e tampouco terá fim.

Sendo Este a vida absoluta do universo, a lógica e a razão, nos impossibilita de aceitarmos a criação do mesmo em um determinado momento da eternidade, pois o universo é a manifestação da vida do Eterno; como e quais as razões, para que a Fonte da Vida do cosmo infinito Se omitisse de manifestar essa beleza e esse esplendor que é a vida? 

Nós que somos centelhas divinas do Criador, - o vocábulo Criador aqui aplicado, parece incoerente, mas não é não, e irei explicar a criação logo a seguir- somos imagem e semelhança Deste, e já vimos que não conseguimos parar de pensar, pois quando imaginamos não pensar, estamos pensando em não pensar.

Aquela entidade que degenerou o corpo perispiritual, transformando-se em um ovoide, como nos narra Andre Luiz em seu livro “Libertação” não havia parado de pensar, pois auscultado por Andre Luiz e por Gubio, ambos puderam apreciar seus pensamentos viciosos.

E ainda nesta mesma obra, André nos relata o fato de que as entidades trevosas obliteram o pensamento, mas não nos diz que estes pararam de pensar, mas que deram curso diferente ao pensamento, pois manifestando pensamentos cruéis, bloqueavam os pensamentos de remorso, e esta postura lhes evitava sofrer de momento.

Podemos modificar o curso de nosso pensamento, mas não podemos parar de pensar, pois pensamento é vida, se nos fosse possível parar de pensar, morreríamos, e eu não me refiro aqui a morte do corpo, mas a do espirito eterno.

Sendo semelhança de Deus não na configuração física, antropomórfica, mas virtual, como vimos de forma sintetizada, não podemos parar de pensar, e nós somos deuses como nos afirmou Jesus, estas palavras do mestre pretendem dizer-nos que herdamos de Deus seus atributos divinos, somos vidas emanadas pela vida do Eterno.

Afirmar que Deus haja deixado de manifestar seus atributos divinos de inteligência, de amor, de sexo, de insaciabilidade, de onipotência, de onisciência, e de infinitos outros de que ainda não podemos sequer nos aperceber devido a nossa imaturidade, é restringirmos a Vida Absoluta do universo, a concepção obliqua em que nos demoramos em nosso momento evolutivo.

Não existia o universo, e então onde se demorava a Inteligência Suprema da Vida, pois Esta já existia. No nada?

Mas o nada é inconcebível, é a ausência absoluta de ser, é a negação absoluta da vida, e mesmo de Deus, e perguntamos ainda, onde podemos encontrar esse nada, no universo ele não existe; estaria por ventura ausente ao universo?

Alguns confrades na tentativa de defender a hipótese de Criação do universo em um período da eternidade, defendem a premissa de Big Bang, a grande explosão a quinze bilhões de anos, mas esta não se sustenta pela lógica e pela racionalidade, e digo mais, não apenas no que concerne a doutrina espirita, mas a própria astronomia ou a astrofísica. 

E alguns espiritas afirmam que Deus existia antes de Criar o universo, evidentemente não no nada, mas não explicam onde, apenas informam que Nele mesmo.

Mas se Ele já existia, sendo infinito em suas manifestações, é natural que o universo já existia, mas já verificamos a incoerência desta hipótese, pois a mesma não se sustenta pela lógica.

Nós que somos espiritas devemos entender de que não existe este espaço para o nada, pois o universo é infinito, isto é imensurável, e para compreendermos melhor o infinito, convidamos ao leitor amigo, para que façamos uma viaje espacial, escolhamos uma direção, e vamos viajar a uma velocidade de milhões de vezes maior que a da luz, viajemos trilhões de anos luz, e então paremos um pouquinho para tomar folego. 

E após havermos percorrido este percurso, nos aperceberemos que estamos apenas em um ponto do universo, mas vamos continuar nossa viajem e agora em um período vasto da eternidade, e quando dermos uma pausa, nos aperceberemos que estamos apenas em um ponto do universo, e assim eternamente. 

Como podemos apreciar em nossa dedução, o universo infinito não permite ao nada se manifeste em “recanto” algum, pois esse infinito de que tanto falamos, é imensurável, sem limites, acredito que devamos compreender melhor o que seja infinito, pois utilizamos este vocábulo, como uma metáfora, e que ironia, pois neste caso podemos nos ater a letra, e não o fazemos.

Mas como alguns confrades atidos a letra, mas desatentos a essência, acreditam que eu esteja contrariando as palavras de Allan Kardec em o Livro dos Espíritos, estarei extrapolando essas questões, pois como sempre o nosso mestre Lionês esta correto, mas nossa visão míope, não nos permite ver com clareza.

37. O universo foi criado ou existe desde toda a eternidade como Deus?

- Ele não pode ter sido feito por si mesmo; e se existisse de toda a eternidade como Deus, não poderia ser obra de Deus.

A razão nos diz que o universo não poderia fazer-se a si mesmo, e que, não podendo ser obra do acaso, deve ser obra de Deus. 

38. Como criou Deus o universo?

Para me servir de uma expressão corrente: por sua vontade. Nada exprime melhor essa vontade todo - poderosa do que estas belas palavras do Gênese: Deus disse: Faça-se a luz, e a luz foi feita.

O universo não foi criado por Deus na concepção estreita em que compreendemos a criação, pois como dito, nos temos demorado a crer que Deus haja criado o universo a partir do nada, entretanto o nada é inconcebível, assim sendo o universo em sua manifestação de vida, teria que estar contido em Deus, mas não deixa de ser obra do Criador, pois em sua manifestação de vontade absoluta, exterioriza a vida nas infinitas modalidades de ser, e isto é criação.

Deus é o Eu, razão absoluta de todos os atributos que se manifestam na vida do universo, inteligência, amor, sexo, insaciabilidade, e infinitos outros, que sequer podemos conceber, e manifestando sua vontade Ele criou e cria eternamente, pois o universo é um eterno vir a ser, é mutável, variável, se demora num relativo constante, nele tudo se modifica e se transforma, e desta forma podemos dizer que Deus se demora ainda, e demorar-se a eternamente, a criar o universo, e esta criação se fez, faz e fará na manifestação de sua vida através de sua vontade, pois Ele se demora no absoluto; Deus é a vida do universo. 

Temos nos detido a letra, esquecendo-nos da essência fenomênica, que encerram as revelações apresentadas por Allan Kardec em suas obras básicas, e com isto, temos extrapolado de maneira equivoca muitas questões inseridas em O Livro dos Espíritos, e por consequência as temos destituído da lógica que estas encerram, tenho tentado equalizar algumas questões cuja extrapolação apresentada não suporta a lógica e a razão, dentre muitas, lembro a questão do livro dos espíritos, em que alguns espíritas afirmam que o espírito não tem sexo, não vou me deter em detalhes, pois escrevi quatro textos sobre esta matéria, textos estes que foram publicados pela revista Espiritismo & Ciência, edição especial.

E quanto à questão da criação, se interpretarmos a resposta apresentada pelo espírito da verdade, observando literalmente a letra, teremos que acreditar em uma criação, em que Deus se demorasse ordenando a vida, para que esta acontecesse, vejamos: Deus disse faça se a luz e a luz foi feita, entendo que o espírito da verdade se utilizou desta expressão, como uma metáfora, pois do contrário seriamos levados a crer na criação bíblica, em que Deus criou a terra o céu e tudo que nele existe em seis dias, havendo descansado no sétimo, entretanto como uma metáfora ela responde perfeitamente a questão, demonstrando que o Criador manifesta a sua vontade na obra da Criação. 

Infelizmente nos demoramos ainda deficitários no campo da comunicação não desenvolvemos um meio direto para expressar o que desejamos dizer, e nos demoramos presos a letra, que sem duvida alguma nos facilita a comunicação, quando tratamos de questões corriqueiras da vida, entretanto, quando vamos tratar de questões que transcendem nosso momento evolutivo, nos sentimos incapazes, e acabamos nos atendo ao vocábulo de maneira literal, apreendemos com as obras básicas de Allan Kardec, e em outras obras de grandes vultos da doutrina, que os espíritos superiores se comunicam através do pensamento, um dia chegaremos lá, mas por hora temos que nos esforçar, procurando a essência dos fenômenos inabituais, que nos pedem a aplicação da lógica e da razão, para serem compreendidos.

Quando nos referimos à criação, consequentemente nos deixamos ater, ao ato de criar um corpo que nos seja possível mensurar, em que utilizamos as mãos para criar este objeto, entretanto, a palavra criar tem uma abrangência muito maior, e lembramos que, tudo o que formos elaborar construir, edificar utilizando as mãos, antes o criamos através da mente, para só então materializar, nosso pensamento. 

Lembramos que a utilização das mãos, para construirmos algo, só é necessário, enquanto encarnados, pois André Luiz nos informa em seu livro “Obreiros da vida Eterna” que os mentores espirituais, dentre estes ele era um dos participantes, que os espíritos criam através da mente, elementos variados, e para isto, utilizam a força de vontade aplicada, e a ideoplastia mental, energia gerada pelo cérebro, esta energia é o pensamento.

E para explicitarmos e corroborarmos o que estamos afirmando a respeito do poder da mente, lembramos outra vez, nosso amigo André Luiz, pois em seu livro “Obreiros da Vida Eterna”, no capitulo O Sublime Visitante, nos revela uma experiência realizada no curso de seu aprendizado, junto ao amigo espiritual Cornélio no Santuário da Benção, experiência esta em que Cornélio estaria materializando o tronco de uma arvore, enquanto os chefes das missões entrelaçariam energias criadoras fixando o lago tranquilo, e os demais, entre estes André Luiz estariam formando as folhas das arvores e a vegetação contornando as águas serenas, bem como as características do trecho de firmamento que deverá cobrir a pintura mental; e os participantes desta experiência, fixando a mente nestes elementos que constituiriam esta passagem, materializaram o quadro mental que idealizaram, proporcionando-lhe vigor e vida, embora esta paisagem fosse instantânea, passageira.

Na construção de mundos, sois, e colônias espirituais, o processo de elaboração é o mesmo, com a diferença que as energias que propiciam a formação destes corpos são mais condensadas, e lembramos ainda, que estes tem um psíquico, que modela a matéria e lhe dão consistência e durabilidade, enquanto que a ideoplastia mental, é uma energia muitíssimo rarefeita e por isto mesmo de estabilidade momentânea.

No capitulo IV do livro dos médiuns, Allan Kardec questiona o espírito de São Luiz, vejamos:

1. O fluido universal é uma emanação da divindade?

“Não”.

E alguns confrades interpretam nestas palavras, que o fluido universal seja uma criação de Deus, isto porque acreditam em um Deus que está externo ao universo, criando a vida, mas quando compreendemos que o universo é infinito, e que Deus, envolve este infinito com Seu Ser Supremo, quando passamos a entender de que o universo esta para Deus, tanto quanto nosso corpo esta para nosso espírito compreendemos que a resposta de São Luiz, esta correta, é lógica, pois assim como nosso espírito envolve todo o nosso corpo energético, e nosso corpo de matéria, vitalizando-os, pois o espírito é o eu inteligente que manifesta a vida nesses corpos, Deus esta no todo do universo, envolvendo o mesmo de vida, e não precisa emanar o fluido universal, pois este envolve o universo infinito, como o sabemos Ele é Onipresente, isto é, esta em toda a parte, para que Deus tivesse a necessidade de emanar o fluido universal, Ele teria que estar aparteado do universo, mas já vimos que esta possibilidade não se sustenta, enfim, o fluido universal não é emanação de Deus, é essência do Criador, está presente no universo infinito, assim como a fonte que o manifesta.

Sendo Deus a vida do universo, e sabendo ainda de que Ele é Onipresente, isto é, esta no todo do infinito universo, e após havermos compreendido ainda, que nos movemos em Deus, como se movem os peixes e batráquios no oceano, apresentamos uma analogia entre Deus e a essência da agua, assim como os seres aquáticos se movem e se sustentam na agua, a vida se movimenta e se sustenta na essência do Criador.

E o espirito inteligente - pois conforme Kardec, o espirito é o principio inteligente do universo, - é a centelha divina do Criador, esse espirito se move em Deus, pois o espirito do Ser Supremo da Vida, esta em simbiose com o universo, o que nos leva a concluir como já explicitado que nosso espirito se movimenta no Espirito que é a vida absoluta do universo; Deus.

E como já o informamos em o texto, “A Possibilidade de um espirito atravessar outro” nós só não atravessamos Deus, porque este se manifesta como Vida do universo, e o universo é infinito; e como atravessar o infinito?

O Ser Supremo da Vida, não opõe resistência ao espirito, pois este é vida de sua Vida, podemos afirmar que Deus, sendo a vida do universo, contém, absorve, e alimenta a vida em seu amplexo infinito, desde a substância, que em sua mutação constante, ora é matéria, ora é energia, até ao espirito mais perfeito, do universo, que nos é impossível conceber. 

E este alimento Ele o manifesta no universo infinito, de maneira que atenda a vida do ser, independente de seu momento evolutivo, o verme no lodo do solo, se sente realizado com a vida em que se demora.

No reino do minério a força magnética, que envolve o mineral, em sua permuta de atração, e repulsão abastece-se das energias de que necessita para preexistir, e continuar sua romagem rumo a evolução, na eternidade. 

No reino vegetal, as plantas se alimentam do adubo e da água, absorvendo energias que lhe permitam percorrer as etapas milenares, que a conduzirão a benção de sonhar no reino animal.

Já os animais racionais e irracionais para obterem o alimento, desenvolvem no ciclo da vida uma cadeia alimentar, em que necessitam predar os mais lentos, ou mais fracos, e por um período de tempo esta atitude da parte dos mesmos é normal. 

E me direis sim o que você nos apresenta sobre a alimentação não nos é novidade, e sabemos ainda que o homem necessita trabalhar para obter seu alimento, se não trabalhar, o maná não cai do céu.

Concordo, e Jesus nos esclarece neste sentido quando nos afirma, ajuda-te que o céu te ajudara, mas o que não devemos nos esquecer de é que a possibilidade do trabalho, não deixa de ser elementos que Deus nos oferece para ganhemos o nosso pão.

Enquanto nos demoramos encarnados, o Ser Supremo nos oferece o alimento apropriado para abastecer o nosso espirito, e o nosso corpo, mas não descura em nos alimentar ainda através da energia, pois todos nós sabemos que parte de nossa alimentação é absorvida pelo processo respiratório.

E somos informados ainda por André Luiz de que quando desencarnamos, carregamos ainda por um período de tempo na espiritualidade as influencias da matéria, e sentimos a necessidade de nos alimentarmos.

E conforme vimos em o livro “Nosso Lar” somos a principio alimentados com caldos e sucos, e conforme vamos nos libertando das influencias materiais, vamos deixando de viver essa necessidade.

Conforme já vimos, a evolução vai ao infinito na eternidade, e como Deus é eterno e na eternidade sempre manifestou a vida, pois Ele é a vida do universo, concluímos que existem espíritos de uma evolução que nos escapa a percepção.

E esses espíritos se alimentam do amor, essência divina que Deus manifesta na vida, e independente da condição evolutiva em que se demorem, absorvem da vida o necessário para seu sustento na eternidade.

Mas importa lembrar de que este amor, alimento do ser eterno, se demora contido em Deus no absoluto, e embora nos demoremos no relativo, embora sejamos a pulverização desse absoluto, estamos contidos nessa fonte inesgotável de vida.

Em palavras analógicas, assim como a massa aquática propicia aos peixes e batráquios a benção da vida, e os meios de alimentação, - pois fora d’água eles morreriam - Deus propicia no universo ao eu inteligente, a eternidade, pois ele é eterno, e nós que somos vidas de sua vida herdamos Dele seu atributo de eternidade, e de Sua essência nos sustentamos.

Por não termos como penetrar os arcanos da vida, enquanto ainda nos demorávamos na substância, e acredito mesmo que este fenômeno jamais descobriremos, - mas que nos demorávamos isto é lógico e racional, pois não temos como nega-lo,- já vimos que não existe o nada, já vimos que ao universo nada se adiciona, tampouco nada se subtrai e esta apreciação nos leva a concluir que já existíamos em Deus desde toda a eternidade, propiciando-nos desta forma o direito de nos afirmarmos eternos.

Alguns confrades palestrando, ou através de escritos, afirmam que somos criados por Deus a partir de um momento qualquer da eternidade, entretanto se assim fosse, não seriamos eternos, pois tudo o que tenha um principio deixa de ser eterno, crendo desta forma, poderemos apenas afirmar que preexistiremos para a eternidade.

Este raciocínio que estamos desenvolvendo nos autoriza a concluir, sustentados pela lógica e pela racionalidade, que fazemos parte da Vida Suprema do Eterno, desde a eternidade para toda a eternidade. 

Que nos demoramos em simbiose com Deus, enquanto centelhas divinas contidas na substância, e não importa o quanto hajamos evoluído na eternidade, nos demoraremos contidos ainda e sempre pela fonte de vida do universo.

Cada ser, no momento evolutivo em que se demore, absorve da fonte infinita da vida, o amor, na proporção e essência, que o baste em suas necessidades, pois embora seja este amor único, atende o momento diferenciado de cada ser, o mesmo esta contido no todo do universo, e por sintonia responde a condição evolutiva de cada ser, pois o trazemos como um eterno vir a ser, no núcleo de nossa alma.

Em analogia a esta premissa, lembro que André Luiz nos informa de que, quando o espirito ingere a alimentação em Nosso Lar, ele adiciona a esse alimento o sabor que o mesmo possui quando elaborado na vida material.

É logico que assim como a criança deixa de desejar as mamadeiras e os mingaus, passando a desejar um alimento mais substancioso e mais rico de sabor, o espirito em sua evolução, também necessita modificar o sabor e a essência de seu alimento, e isto na eternidade. 

E finalizando, lembro que o amor é o alimento eterno da vida, e não importa a evolução que hajamos conquistado na eternidade, será sempre o amor a fonte primeira de alimentação do ser, e quanto mais evoluído for o espirito, melhormente usufrui desta substância divina que se manifesta de Deus no infinito do universo.



                                                                          Sola

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