Por Leonardo Paixão
04/04/2014 - Campos dos Goytacazes, RJ
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Leonardo Paixão |
O Espiritismo é uma doutrina em que a razão e o coração unem-se para que a chama da Fé não se apague do espírito humano, entretanto, vemos que em muitas Casas Espíritas há por parte de determinados dirigentes um religiosismo piegas onde as falhas e ideias que contrariam a simplicidade cristã-espírita por certos tarefeiros, são relevadas em nome de um suposto “amor evangélico” e, com isso, práticas não condizentes com os princípios doutrinários passam a fazer parte das atividades rotineiras de uma ou outra Instituição Espírita.
Pode-se alegar que os tempos são outros, que é preciso modernizar as formas de divulgação da doutrina, que é preciso atrair os jovens, etc. Pois bem, o avanço tecnológico em muito tem auxiliado na divulgação doutrinária, em Congressos e Palestras temos o uso de “data-shows”, vídeos, a Internet é uma ótima ferramenta de propagação (há muita disputa inútil também), mas a título de divulgação e atrativo para o grande público, é de todo inconveniente a venda de cristais, incensos e objetos quaisquer deste pseudo-misticismo que está a enriquecer considerável número de pessoas.
A Casa Espírita é um Templo e como tal deve ser respeitada, gritarias eufóricas e sentimentalismo exacerbado têm sido manifestações próprias de determinadas seitas religiosas que manipulam as massas com suas promessas de prosperidade, tal atitude é inadmissível num Templo que tem por proposta a revivescência do Cristianismo em sua simplicidade e pureza. Quando algum confrade ou alguma confreira sugerir algo que esteja em desacordo com os princípios que regem o bom andamento da doutrina, tais o uso de práticas esotéricas ou a inclusão de certos ritos próprios das religiões afro-brasileiras deveremos em nome da doutrina dizer-lhes que devemos ter sim todo o respeito para com os nossos irmãos espiritualistas, mas que para mostrarmos a nossa falta de preconceito não se faz necessário que lhes adotemos as práticas.
O objetivo do Espiritismo é fazer que o homem compreenda que é um Ser Eterno e, a partir desta compreensão, fazer o homem refletir sobre a sua conduta moral. O estudo é a primeira e principal forma de se chegar a esta conclusão. É melhor que se tenham jovens e frequentadores esclarecidos do que uma Casa lotada, mas acarretando para os seus dirigentes o débito de estarem expondo a doutrina ao ridículo com práticas desaconselhadas pelo que nos legou o Codificador e as obras subsidiárias, tal como o livro Dramas da Obsessão, do Espírito Bezerra de Menezes, psicografado pela médium Yvonne do Amaral Pereira, médium esta, aliás, esquecida de nós espíritas um tanto quanto ingratos, e a notável obra mediúnica de Chico Xavier, bem como outras como a de João Nunes Maia, Divaldo Franco e Raul Teixeira.
A quem estas nossas palavras parecerem muito ortodoxas, lembramos que o Mestre de Nazaré não transigiu com os mercadores do Templo, por que nós adeptos do Cristianismo Redivivo teríamos que transigir com a ambição, a vaidade e o desejo de projeção de muitos? Que tipo de “caridade” é esta que se faz conivente com os erros e com os abusos? Lembremo-nos de que a maior e melhor forma de divulgação é o exemplo da nossa conduta moral e também da seriedade com que tratamos das coisas do Espírito.
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