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segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

Polliticum corruptiae


Luiz Carlos Formiga


Quando estamos envelhecendo o tempo não passa, voa. Nossa resistência é menor. Estamos diante das doenças como o Alzheimer e o Parkinson.  O problema é que queremos estar em condições de analisar e criticar construtivamente, a sociedade de consumo.
Ainda bem que para o Mal de Alzheimer e Parkinson temos promissoras pesquisas brasileiras capazes de elucidar o “paradoxo do cálcio” e nos apontar a luz no fundo do túnel. (1)
A terapêutica do Lava-Jato não deixa dúvida quanto à capacidade de nos proteger da nova espécie  Polliticum corruptiae, patogênico por excelência e  que apresenta  resistência múltipla a antibióticos. A espécie também infecta ministros, que são médicos; governadores, que são engenheiros; senadores, que são professores de direito, necessitarão ser hospitalizados em Curitiba.
Acontecimentos recentes parecem favoráveis à sobrevivência do microrganismo, embora os grandes esforços dos Centros de Saúde Política, da República.
Ainda estamos no inicio deste terceiro milênio, temos a vacina, mas para estabelecer este serviço é necessário trilhar caminhos cheios de percalços, uma vez que temos que nos vincular às mães, para administrar a vacina na idade apropriada; há necessidades técnicas diversas e a fabricação, estocagem e aplicação não são tão fáceis. (2)
Parece que não há solução porque estamos no inicio do terceiro milênio e habitamos no olho do furacão.
Quando imunizarmos 85% da população as chances de infecção serão muito menores. Candidatos a cargos eletivos serão resistentes e teremos muitos vacinados entre os que os elegem. O eleitor oferecerá votos sem a doença de Parkinson ou Alzheimer, pois mais bem informados e menos inconscientes.
Muitos terão sido formados em universidades agora não dominadas pelo materialismo, onde os docentes pesquisadores já não terão que fazer esforço redobrado, para permanecer sadios.
A maioria desses docentes não é composta por missionários. Somos apenas espíritos imperfeitos passando por provas e expiações, embora tendamos ao bem.
Diante de uma epidemia, como essa que insiste em nos devorar, analistas experientes apontam solução.
Essa se conformaria na instalação de uma  “força tarefa”. A medida repousa na convocação de médicos especialistas  em doenças infecciosas, que não sejam portadores da dependência química  da bebida importada e do tabaco, dos charutos de Havana.
Estes profissionais vacinados serão o auxílio necessário para a prevenção de novos casos, prescrição de tratamento e cura rápida da infecção, pelo agente da Pandemia Odebrechtiana .
O micróbio Polliticum corruptiae é muito virulento e possui grande poder de comunicabilidade, muito maior do que a do vírus da gripe. Espirrou, contaminou. Perigo. Profissionais de saúde, missionários, mesmo vacinados, podem adoecer. Todo cuidado é pouco.
O que nos entristece é que os analistas experientes dizem que nada disso, força tarefa, será feito, pois estamos ainda sob a regência dos que já foram infectados. Alguns vivem como portadores do vírus da AIDS e não sabem, não se importam, de sua condição, graças ao elevado grau de inconsciência espiritual. Cazuza dizia que seus inimigos estavam no poder, mas também que o tempo não para.
Vamos continuar orando, vigiando e treinando a paciência, sem perder a esperança no médico missionário que já está entre nós - o “Doutor Inesperado de Almeida”.
Emmanuel diz que há méritos celestes naquele que desce ao pântano sem contaminar-se, na tarefa de salvação e reajustamento. Em “O Livro dos Espíritos” aprendemos que certos espíritos mais evoluídos podem reencarnar em mundos inferiores, quando estão em missão.
Deolindo Amorim, no livro Análises Espíritas, diz que podem descer ao pântano com o objetivo de auxiliar o progresso de uma criatura, de um grupo ou de uma coletividade inteira. Assim, nem todos que estão na Terra estão em provas e expiações. Na realidade esses espíritos vão aos escombros do pântano moral, mas não se contaminam. Emmanuel concorda que a missão é difícil, delicadíssima, por causa dos arrastamentos, mas também é extremamente nobre.
Amorim faz comparação. Quando o médico, no cumprimento de sua missão entra em ambientes pestilentos, sabendo que há doenças contagiosas, naturalmente já sabe de que recurso precisa para a imunização. Antes de entrar nesses espaços corrompidos moralmente aplica-se a vacina tríplice da prece, da vigilância e do esforço constante para não se deixar infectar. Assim são capazes de suportar os costumes desregrados e conviver com a degradação, nos locais onde precisam trabalhar, auxiliando o progresso, a saúde moral dos indivíduos infectados.
Amorim, no capítulo3, Missão e Opção, admite a possibilidade de fracasso, mesmo dos espíritos mais elevados, quando diz que nem todos, porém, aguentam a experiência e, por isso, desertam ou saem contaminados. (3)
Fiquei arrepiado!
Amorim diz que alguns desses missionários se dedicam ao trabalho de espiritualização e que podem enfrentar resistências e até zombaria, mas terminam deixando sementes. Diz ainda que sua atuação pode parecer à primeira vista um procedimento estranho ou esquisito, no entender de muita gente. Comenta que não chegam ao exagero ou saem dos padrões de naturalidade, uma vez que não necessitam de apresentações exóticas, nem tampouco de viver em furnas como se fosse homem das cavernas.
Pelo visto, não é fácil identificar um espírito missionário e parece que isso não lhes interessa. Por outro lado, Amorim afirma que se sentem felizes, quando se realizam no gênero de vida a que se dedicam. Desafiamos encontra-lo no executivo, no legislativo ou no judiciário. Mais fácil encontrar ratos nas piscinas, verificou o Cazuza.
Deixemos o tempo passar tendo cuidado com o “cuidar” para permitir que sementes germinem. Não temos data anunciada por videntes para comemorar. Os confiáveis não marcam datas. Esperemos sem complicar, “o tempo não para”. (4)
Impossível não perceber que umas instituições estão “fazendo água”. Peça de arte quebrada pode ser recuperada com resina e ouro em pó, mas demora uma dinastia para chegar a ter o mesmo valor. Um supremo tribunal não deveria passar por isso. Mesmo que ministros não tenham a legitimidade do voto, tenham sido “indicados”, precisam ter competência e credibilidade, para poder oferecer segurança jurídica. Muito antes de colocar o “manto sagrado”, precisam receber vacinação completa.
Num período de “umbral político”, aquele fácil de identificar pela existência de salários altíssimos e acima do teto, de delinquência intelectual, onde o bandido quer prender o xerife, onde o ministro é inimputável, onde o presidente é réu por peculato e a norma jurídica está sem prestígio, temos que orar.
Nessas horas difíceis, que fragilizam é importante lembrar Ariano Suassuna e a literatura de cordel. (5)
Recentes acontecimentos parecem favoráveis à sobrevivência do micróbio patogênico. Preocupo-me com meus pares. A universidade está dominada pelo materialismo e o professor terá que fazer esforço redobrado para não se fragilizar. Afinal não somos missionários e esses mesmo nesta condição não estão livres das agressões. Amorim é de arrepiar: nem todosos espíritos missionários aguentam a experiência e, por isso, desertam ou saem contaminados.
Agradecer aos NEUs, particularmente ao PPE da UERJ. Pequeno Posto de Esperança. (6)
Depois de alguns medos, muitas dores, chegaremos ao objetivo. Certamente vamos sorrir como Fernanda Keller. (7) Na espiritualidade vamos dizer: “valeu à pena participar, mesmo sem ser missionário.”

Referências
3.  Amorim, D. Análises Espíritas, 23° edição, 1993. FEB. Livro compilado por Celso Martins, com plena concordância de Delta Santos Amorim e ajuda prestimosa de Enéas Pereira Dourado, Zilda Alvarenga e Yedda Macedo Sampaio.

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