Jorge
Hessen
Brasília.DF
Nestes inquietantes
tempos de desonra moral desabando sobre o povo brasileiro, em que políticos geram
supostas manobras sorrateiras, dispondo rebaixar as atuais estruturas investigativas
no âmbito policial e judicial, é urgente permanecermos em estado de vigília e
oração ininterrupta em favor da paz social no Brasil.
Mas a
despeito do preocupante cenário social, político e econômico, enxergamos um
horizonte promissor de uma nova geração que vem surgindo em nosso país composta
de executivos, professores, médicos, advogados, engenheiros, historiadores,
delegados, procuradores e juízes, todos trabalhando com entusiasmo e intrepidez
pela consagração da ética em nosso país. Isto nos pacifica sob a expectativa decisiva
de transformação dos valores morais que tem manchado esta nação dilacerada pela
corrupção destruidora.
Tal
conjuntura nos envia ao último capítulo do livro A Gênese de Allan Kardec. Aí arranjamos
algumas adequações para fins de comparação com a realidade supra descrita. Vislumbramos
uma nova geração de brasileiros, desenfaixados dos detritos do velho sistema
corrupto. Observamos pessoas mais moralizadas e possuídas de ideias e de
sentimentos muito diferentes da velha geração que está sendo deportada para
mundos afins. [1]
As
sociedades se modificam, como já se transformaram noutras épocas, e cada
transformação se distingue por uma crise moral. Contudo, nessas ebulições
sociais, a fraternidade deve ser a pedra angular da nova ordem social; mas, inexiste
fraternidade real, sem o avanço moral. Somente o progresso moral pode fazer que
entre nós reinem a honestidade, a concórdia, a paz e a fraternidade.
A
velha geração (daqueles atolados nas arapucas da corrupção) que está se
despedindo (da Terra) levará consigo seus erros e estragos sociais; a geração
que surge, imprimirá à sociedade o progresso moral que assinalará a nova fase
da evolução geral no Brasil e no
mundo.
Essa fase já se revela atualmente
no Brasil, em razão do conjunto de práticas revolucionárias no combate à
improbidade, à imoralidade, à falcatrua através de efetivas e duras punições. Nesse
contexto, os espíritas estamos sendo convocados para irradiarmos compreensão,
amor e paz em favor dos cidadãos de bem, a fim de facilitar o movimento de
regeneração em nosso Pais.
Grande,
é ainda o número dos ímprobos; que nada poderão contra a ética da nova geração
que surge. Os desonestos irão desaparecer aos poucos, mas ainda defenderão palmo
a palmo os seus obscuros interesses de poder e tramoias.
Não
nos enganemos, haverá, um embate moral inevitável, desigual da geração degradada
e já envelhecida, a cair em frangalhos, contra o futuro da nova geração de
seres audazes e incorruptíveis. Hoje no Brasil vemos com clareza quem é quem nesse
cenário.
Para
que haja paz em nosso país, preciso é que somente a povoem espíritos bons,
encarnados e desencarnados. É chegado o tempo das grandes debandadas dos que
praticam o mal pelo mal. Serão excluídos, para não ocasionarem perturbação e
obstáculo ao progresso.
Após
a desencarnação, muitos irão expiar em mundos inferiores, outros em raças
terrestres ainda atrasadas. A época atual é sem dúvida de transição;
confundem-se os personagens das duas gerações. Assistimos à partida de uma e à
chegada da outra. Têm ideias e pontos de vista opostos as duas gerações que se
sucedem. Pela natureza das disposições morais, porém sobretudo das disposições
intuitivas e inatas, cabendo-lhe (nova geração) fundar a era do progresso
moral.
A
nova geração se distingue por coragem, inteligência e talentos precoces, tem
sentimento inato da honestidade. Já os corrompidos ainda trazem a maldade, a
malícia, a mentira. Em face disso têm de ser expurgados porque são
incompatíveis com o império da honradez, da fraternidade e porque o contacto
com eles (os corruptos e corruptores) constituirá sempre um sofrimento para os
bons.
Quando
o Brasil se achar livre dos desmoralizados, os homens de bem caminharão sem
óbices para o futuro melhor. Opera-se presentemente um desses movimentos gerais
dos tempos que chegaram, destinados a realizar uma higienização e remodelação moral
da sociedade brasileira.
Referência
bibliográfica:
[1] Kardec, Allan. A Gênese, cap. 18,
RJ: Ed. FEB, 1977
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