A palavra misericórdia
tem origem latina, é formada pela junção de miserere (ter compaixão), e cordis
(coração). "Ter compaixão do coração", significa ter capacidade de
sentir aquilo que a outra pessoa sente, aproximar seus sentimentos dos
sentimentos de alguém, ser solidário com as outras pessoas , ou seja, sentir a
miséria do outro no próprio coração.
Não resta dúvida que
a evolução da espécie humana, no tempo e
no espaço, sempre foi um misto entre a sombra e a luz . Horas andamos nas luzes
e horas percorremos em trevas. Andar e
percorrer não é possuir.
Desse processo
antagônico ,entre luz e sombra, resultará a edificação do reino de Deus em nós.
Somos compelidos , muitas vezes, a julgamentos e condenações imprecisos ,
precipitados e descaridosos, típicos de espíritos imaturos e infantis. Espíritos
em evolução que temporariamente esquecem como agem a dor e as imperfeições,
frutos do livre arbítrio, assim nos afastando, num instante de rebeldia, das
luzes que tanto almejamos. “Misericórdia quero, e não sacrifícios” [1] e as palavras D’Ele ecoam no tempo!
O ato de julgar o outro
é marca de espíritos pouco evoluídos e nada sensíveis aos processos de
burilamento do Ser Imortal, esquecido das advertências do Cristo: “Aquele que dentre vós estiver sem pecado seja o primeiro que lhe atire pedra.” [2]
Atentemos para a
recomendação do Cristo : “Andai enquanto tendes luz, para que as trevas não vos
apanhem; pois quem anda nas trevas não sabe para onde vai.”[3]
A Justiça Divina chama
a todos para a reabilitação diante das Leis de amor e pela Divina Misericórdia
somos beneficiados por essas mesmas Leis, tendo oportunidades valorosas de
ajustamentos éticos, morais e espirituais , por isso a benção da reencarnação.
Se pudéssemos explicar de maneira mais fácil a dádiva da reencarnação descreveríamos
ouvir a voz de Deus dizendo: “ Vai Filho, vive mais um dia para acertar as
pendências que ficaram no ontem!”
O trabalho incessante
no bem é recurso dos mais preciosos para a iluminação de nós mesmos. Aproveitar
as benções do tempo, da saúde e a oportunidade de serviço é buscar andar na luz
enquanto temos luz e diminuir a ação das trevas que ainda há em nós. O anular
das trevas é o afastar-nos das más
inclinações, dos desejos caprichosos e das tendências punitivas e excludentes,
radicadas no arcabouço da nossa individualidade sob os açoites das emoções.
A luz trazida pela
Mensagem Imortal do Amor é sinal extremo
da Misericórdia Divina que aguarda possamos retribuir o amor com gestos de amor.
Sentir as misérias do
outro no próprio coração é buscar recursos divinos em nós e espalhar as
sementes pequeninas da misericórdia nos corações ressequidos pela dor e
sedentos da água da compreensão.
Como diria o poeta:
“quem me dera ter um coração para amar e outro coração para sofrer, arrancaria,
assim, sem pestanejar, o sofrimento do peito e faria brotar mil corações
alvissareiros para espalhar o amor e anular o domínio da dor”.[4]
Para iluminar os porões
da nossa individualidade mister se faz viver diariamente com a perfeita consciência do Deus que existe em cada um de nós . Lembremos
as lutas, as edificações e assim como do carvão mineral pode-se extrair o
diamante puro, fulguremos nossa luz na
forja do destino a fim de marcharmos com
o Criador amando e sentindo a intimidade
do coração do próximo.
Nota e referências
bibliográficas:
(1) Mateus 9:13
(2) João 8:7
(3) João 12:35
(4) Autor desconhecido
*Jane Maiolo – É professora de Ensino Fundamental,
formada em Letras e pós-graduada em Psicopedagogia. Dirigente da USE
Intermunicipal de Jales. Colaboradora da Sociedade Espírita Allan Kardec de
Jales. Pesquisadora do Evangelho de Jesus. Colaboradora da Agenda Brasil
Espírita- Jornal O rebate /Macaé /RJ – Jornal Folha da Região de Araçatuba/SP
-Apresentadora do Programa Sementes do Evangelho da Rede Amigo Espírita. janemaiolo@bol.com.br
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