Jane Maiolo(*)
janemaiolo@bol.com.br
“Não é bom tirar o pão dos filhos e lançá-los aos cachorrinhos.”[1]
No ano de 1943, o médium mineiro Francisco Cândido Xavier, escrevia um cartão postal endereçado ao companheiro e então presidente da Federação Espírita Brasileira Wantil de Freitas, rogando auxilio no controle doutrinário de suas produções mediúnicas.Chico escrevia assim: “(...) Façamos de conta que eu sou um pescador, no dizer de um Espírito amigo. Hei de enviar-te sempre o resultado da pescaria, e examinares o material, antes de ir ao mercado, não é? Lançarás apenas o que achares de utilidade. (...)”[2]
Há tempos venho notando no Movimento Espírita um crescer de obras mediúnicas ou não,livros proliferando,editoras surgindo repentinamente, enfim, um grande movimento das letras!
É preciso ter cuidado e coerência doutrinária com as obras que estão sendo oferecidas para os nossos leitores.Fico bastante preocupada com a nova literatura que está surgindo:romances sem maiores instruções doutrinárias,livros na área da pesquisa científica e filosóficos que mais confundem que explicam, livros de autoajuda e aqueles outros que nem sabemos classificá-los e que tampouco acrescentam algo.
A grande cilada dessa situação é que a maioria dos dirigentes espíritas não estão percebendo as artimanhas do comércio solapando e corroendo as mentes dos nossos companheiros/leitores .
Afirma-nos Emmanuel no livro Caminho, Verdade e Vida que “é preciso permanecer vigilante a frente de tais sutilezas, porquanto o adversário vai penetrando bem os círculos do Espiritismo evangélico vestido nas túnicas brilhantes da falsa ciência.”[3]
A Doutrina Espírita possui um tratado literário riquíssimo, um banquete para todos os gostos e infelizmente estamos nos contentando com as migalhas caídas ao chão.[4]
A codificação kardequiana possui mais de 30 obras e muitas delas desconhecidas, sem contar a quantidade de livros produzidos somente pela psicografia de Francisco Cândido Xavier que apresentam em seu bojo conteúdo para mais de mil anos de estudos e mesmo assim não conseguiríamos abarcar toda a essência da mensagem.Isto pensando apenas nesses dois autores , sem nos referirmos a outros grandes escritores da nossa Doutrina.
Já é tempo de apagar os holofotes do personalismo e da vaidade e acendermos o archote da humildade e prudência.
O Espiritismo não é um meio de nos promovermos ,mas a oportunidade de nos iluminarmos pelos ensinos morais contido em sua vasta literatura.
Já é tempo de conter os abusos, as excentricidades, as explorações absurdas dentro das casas espíritas e oferecer aos que buscam o Cristo o que a nossa doutrina tem de mais puro, mais belo, mais consolador e esclarecedor , o pão que alimenta a alma e sacia o espírito.
Referências Bibliográficas:
[1] Mateus,15:26
[2] Schubert, Suely Caldas- Testemunhos de Chico Xavier-2ª Edição –pag. 30- Federação Espírita Brasileira -1986- Brasilia / DF
[3]Xavier, Francisco Candido – pelo espírito Emmanuel – Livro: Caminho, Verdade e Vida
Capítulo: 144 – Que temos com o Cristo?-28ª Edição-1948- Federação Espírita Brasileira.
[4] Mateus 15:27
(*)Jane Maiolo – É professora de Ensino Fundamental, formada em Letras e pós-graduada em Psicopedagogia. Dirigente da USE Intermunicipal de Jales. Colaboradora da Sociedade Espírita Allan Kardec de Jales. Pesquisadora do Evangelho de Jesus. Colaboradora da Agenda Brasil Espírita- Jornal O rebate /Macaé /RJ – Jornal Folha da Região de Araçatuba/SP -Apresentadora do Programa Sementes do Evangelho da Rede Amigo Espírita.
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