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domingo, 24 de maio de 2015

Da pluralidade das existências

  
                                                               
                                 Domingos Cocco
 domingoscocco1931@yahoo.com
                                                                              
        São princípios da Doutrina Espírita: Existência de Deus, Existência e sobrevivência da alma, Pluralidade das existências – Reencarnação, Pluralidade dos mundos habitados, e Comunicabilidade dos espíritos.  Pontos compatíveis com a lei Natural, a lei de Deus, e com a fé raciocinada.  
        Dos princípios, destaco neste espaço, a reencarnação: ”uma questão de justiça”. Aliás, justiça não poderia faltar nas leis de Deus.   
        No caso, sem a pluralidade das existências, reencarnação, o mandamento Cristão, “sede, pois, vós outros, perfeitos, como perfeito é o vosso Pai celestial”, (1) seria injusto, perverso, ou um engodo, embora entendido em sentido relativo, proporcional, pois, nenhuma criatura alcançará a perfeição de Deus, “... causa primária de todas as coisas”. (2) “A letra mata; o espírito vivifica”.
        Pergunto: sem “nascer de novo”, sem que os homens passem por sucessivas experiências no plano físico, como alcançariam todos, a perfeição, sabendo-se existir os que desencarnam em tenra idade, ou adolescentes; os deficientes mentais ou físicos, inábeis; os nascidos em países onde prevalece a miséria, o desamparo a seus habitantes que, sem estudo, sem meios de sobrevivência equilibrada, não teriam como alcançar o progresso? Enfim, em tantas outras situações onde nem todos teriam o devido tempo, ou oportunidade de alcançar a anunciada perfeição!.. Ou obra Deus com parcialidade? 
        Reconhecendo não ser possível haver injustiça nas leis de Deus,  Allan Kardec fez oportunas perguntas aos Espíritos, recebendo deles os esclarecimentos: “Como pode a alma, que não alcançou a perfeição durante a vida corpórea, acabar de depurar-se?. Sofrendo a prova de uma nova existência.” (3) – “A alma passa então por muitas existências corporais? Sim, todos contamos muitas existências”. (...) (4) 
        E acrescentou Kardec: “Todos os Espíritos tendem para a perfeição e Deus lhes faculta os meios de alcançá-la, proporcionando-lhes as provações da vida corporal. Sua justiça, porém, lhes concede realizar, em novas existências, o que não puderam fazer ou concluir numa primeira prova”.  
        “Não obraria Deus com eqüidade, nem de acordo com a sua bondade, se condenasse  para  sempre os que  talvez  hajam  encontrado,  oriundos do próprio meio onde foram colocados e alheios à vontade que os animava, obstáculos ao seu melhoramento.” (...) (5)  
        A lei reencarnacionista é um lenitivo Cristão, por propiciar a volta do Espírito ao plano carnal onde, num novo corpo, esquecerá o mal, e voltado a replantar o  bem: processo  concordante  com outro  preceito de Jesus: “Não vos digo que perdoeis até sete  vezes, mas até setenta vezes sete vezes”. (6) Os dois contêm seus princípios, suas bases na tolerância, na caridade, na misericórdia, conceitos morais recomendados em Seu Evangelho. 
        Imagine aquele que manda perdoar infinitamente, cobrar de seus assistidos, de seus filhos, ainda ignorantes, imperfeitos, que se aperfeiçoem no decorrer de uma só existência física, num mundo onde nem todos têm as mesmas oportunidades, os mesmos espaços necessários para alcançar a perfeição, a superioridade!.. Tal cobrança contraria o bom senso, a fé raciocinada.   
        Sendo, pois Deus, “...soberanamente justo e bom”. (...) (7) concede a todos os seus filhos, as “bem-aventuranças”, “eu lhes dou a vida eterna; jamais perecerão, eternamente, e ninguém as arrebatará da minha mão”, (8) como também por misericórdia, as reencarnações pelas quais desenvolve no necessário trabalho, a inteligência e, no relacionamento social, a moralidade, seguindo rumo ao “sede perfeitos”, “puro Espírito”, ponto inatingível por uma só existência, por uma só vida corporal, a exemplo do aluno que não alcançasse o grau superior por concluir somente o seu primeiro ano!..
        “Ninguém poderá ver o reino de Deus se não nascer de novo”. (9)        
        Valorizemos a reencarnação!..

     
 Referências bibliográficas:
        (1) Mateus,  V, vv 48
        (2) Kardec , Allan. O Livro dos Espíritos, RJ: Ed. FEB, - perg. 01
        (3) Idem  perg. 166 
        (4) Idem - perg. 166 b  
        (5) Idem Perg. 171( comentário )
        (6) Mateus, XVIII, vv 22  
        (7) Kardec , Allan. O Livro dos Espíritos, RJ: Ed. FEB, - perg. 01- perg. 13 – comentário
        (8) João, X,  vv 28
        (9) João, III,  vv 3



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