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José Sola |
Alguns confrades presos à ortodoxia alegam que não existem as almas gêmeas, que Emmamuel se equivocou.
Mas o mais interessante é que os equivocados são esses confrades queridos, pois em momento algum o mentor espiritual de Francisco Candido Xavier, tentou nos passar a ideia de que existam almas que sejam uma a duplicação da outra.
Eles é que se equivocaram na extrapolação deste tema, e infligiram a Emmanuel esta pecha, entretanto, nosso amigo espiritual, se utilizou deste vocábulo, no sentido metafórico.
Se nossos espiritas ortodoxos atentassem mais para a essência das mensagens apresentadas nos três romances escritos por Emmanuel através da psicografia de Chico Xavier, teriam se apercebido de que no desenvolver dessas obras, ele explicita com clareza de que embora nos complementando, vivemos ambos uma individualidade única.
E corroborando o que afirmo, lembro que Emmanuel nos informa de que Lívia é muito mais evoluída do que ele, fossem metades um do outro, e a lógica nos diz que equalizariam suas vidas, ou melhor, suas vidas estariam equalizadas, o que lhes permitiria viver uma mesma evolução, pois isto lhes possibilitaria estarem juntinhos e felizes para sempre.
Entretanto, vamos deixar de lado o vocábulo alma gêmea, pois palavras são simplesmente palavras, e realmente concordamos, e eu tenho certeza absoluta de que Emmanuel já concordava quando apaixonado nos apresentou a metáfora da alma gêmea.
Com certeza ele não desejou de forma alguma, afirmar que os espíritos que se complementam, sejam duas metades, como sucede aos gêmeos vitelinos, pois estes são a duplicação de uma única célula.
Mas que existem almas que se complementam é um fato, lógico, não são duas metades, são dois inteiros, duas almas individuais, pensam diferente uma da outra, tem a faculdade do livre arbítrio individualizada, mas uma apresenta a outra uma química divina que as complementa.
Esta realidade nos é apresentada também nas obras de Andre Luiz, mas nossos confrades, na ortodoxia míope que criaram como um dogma intocável para se orientarem não conforme a lógica e a razão, mas conforme a letra, não se aperceberam de que André Luiz, também nos apresenta relatos românticos de almas que se complementam uma a outra, lembraremos a principio, Ernesto Fantini e Evelina Serpa, em o livro “E a Vida Continua.” São eles os protagonistas principais desta estória, os mesmos se reencontram no pátio de um hospital, sofrem da mesma doença, vão realizar a mesma cirurgia, e ambos desencarnam, são recolhidos na espiritualidade, no mesmo posto de assistência espiritual, reveem juntos os motivos e causas de suas enfermidades, de suas dificuldades em família, e se apercebem do amor que sentem um pelo outro, e ainda na espiritualidade confirmam este amor, e acabam reencarnando no sul do pais, para se consorciarem, e viverem a vida a dois.
Mas fosse este o único relato, e poderíamos apresentar argumentações de que os mesmos viveram esta postura, porque ainda carregavam as influencias da matéria.
Mas temos ainda, a irmã Cecília, que conquistou uma evolução espiritual aprimorada, mas se demora com o espírito saudoso, trabalhando quanto possível para resgatar Hermínio, que se detém na terra, vivendo ainda as paixões torpes da vida. (Ver o livro “Os Mensageiros” de André Luiz, páginas 195/196/197)
E temos o romance de Alfredo e Ismália, em que, a companheira de Alfredo se encontra em uma condição evolutiva muito maior, entretanto, comparece a casa de assistência que nosso amigo dirige nas trevas, todos os meses, oferecendo-lhe amparo e colaboração, para que o mesmo possa crescer espiritualmente.
E questionado por Vicente, quanto a possibilidade de Ismália permanecer constantemente a seu lado, ele responde “sei que Ismália tem trabalhado para isso, que seu ideal de união eterna é idêntico ao meu, ... mas não ignoro que foi advertida por nossos maiores, sobre as minhas atuais necessidades de esforço e solidão....
Minha esposa deseja descer para encontrar-se definitivamente comigo; entretanto é necessário que eu aprenda a subir e, por este motivo ainda não recebemos a devida permissão para o definitivo consorcio espiritual. (Ver o livro Os Mensageiros, capitulo O romance de Alfredo, página 114).
E questionado por Vicente do porque Ismália não se transfere em definitivo para a mansão que ele, Alfredo, dirige nas trevas, o mesmo responde; “Sei que Ismália tem trabalhado para isso, que seu ideal de união eterna é idêntico ao meu,...
Alfredo deixa explicitado com muita clareza que o ideal de ambos é a união eterna, e vemos lógica em suas palavras, pois o amor é eterno, não se extingue, mas se expande infinitamente na eternidade.
E corroborando a necessidade dos espíritos viverem agrupados, ou associados a outros, permutando sentimento e amor, apresento uma vez mais Andre Luiz em o livro “Nosso Lar”, página 103, vejamos.
“Almas gêmeas, almas irmãs, almas afins, constituem pares e grupos numerosos. Unindo-se umas às outras, amparando-se mutuamente, conseguem equilíbrio no plano de redenção. Quando, porém, faltam companheiros, a criatura menos forte costuma sucumbir em meio da jornada”.
E para finalizar apresento ainda mais uma declaração de amor eterno, em o livro “Obreiros da Vida Eterna” no capitulo Exemplo Cristão página 250, e os protagonistas desse amor divino, são Fábio e Mercedes.
Fábio se demora no leito de morte, já preste a desencarnar e num desprendimento divino, muito difícil de viver, desobriga a esposa dos elos de compromissos matrimoniais, e eu acredito que para tomar uma decisão destas, o espirito tem que ser evoluído, pois do contrario não alcança esse desprendimento, vejamos.
“Não posso exigir de você fidelidade absoluta aos elos materiais que nos unem, porque seria exercer cruel opressão a pretexto de amor. Além disso, nada quebrará nossa aliança espiritual, definitiva e eterna.”
E nosso amigo Fabio, também afirma a Mercedes que nada quebrará a aliança espiritual, de um amor definitivo e eterno, o que nos leva a concluir, que é mais generalizada do que parece a premissa das almas que se complementam, e mais, são os espíritos que vivem esse momento divino que o confirmam.
Alguns confrades alegam de que não podemos usar as obras de Andre Luiz como parâmetro de aferição em nossos estudos, pois os espíritos que se comunicam, não são espíritos de uma evolução maior, e manifesta sua opinião particular, seu ponto de vista.
Concordo em partes, pois nosso amigo Andre nos apresenta o parecer de espíritos nos diferenciados momentos evolutivos em que se demoram, e alguns deles são ainda imaturos mesmo.
Mas não podemos nos esquecer de que os espíritos que nos estão confirmando a premissa das almas que se complementam umas as outras, são evoluídas, e que Andre Luiz sanciona essas revelações, e acredito que nosso amigo Andre não seja um espirito qualquer.
E não devemos ignorar de que Alfredo, embora fosse menos evoluído que Ismália, havia adquirido uma evolução razoável, evolução esta, que lhe propiciou condições de dirigir uma casa de socorro nas trevas, me parece que suas palavras nos merece crédito.
Entretanto importa analisar tudo o que nos seja dito pelos homens ou pelos espíritos a luz da lógica e da razão, independente da posição evolutiva do espirito, e a premissa das almas que se complementam que se completam uma a outra, responde aos parâmetros da lógica, e da razão.
E mais embora não se utilizem da metáfora de almas gêmeas, vários espíritos, nos apresentam de maneira inconfundível a existência desse amor sublime que fortalece duas almas na caminhada gloriosa que perfazem na eternidade, e temos ainda alguns outros em outras obras de Andre Luiz, que não descrevemos, mas que corroboram esta premissa.
Apreendi com meu instrutor de doutrina de que a lógica e a razão, devem ser sempre os parâmetros de aferição de nossos estudos, e me dizia este de que a doutrina espirita se sustenta por uma lógica e uma racionalidade absolutas, e que nem mesmo se Jesus viesse afirmando em contrario daria para acreditarmos; lógico estas palavras era, apenas uma metáfora.
Uma amiga querida me informou que concordava com a teoria das almas gêmeas, entretanto, entende de que quando o espirito evolui, deixa de viver a necessidade de amar especificamente a alguém, e passa a viver um amor universal, isto é, amar a todos por igual, e tentando corroborar sua premissa, lembrou Jesus.
Entretanto esta premissa apresentada pela amiga querida, não se sustenta, basta lembrarmo-nos de que somos perfectíveis, de que perfeito é só Deus.
Sabemos de que a evolução vai ao infinito na eternidade, de que existem espíritos cuja evolução nos escapa a percepção, pois Deus é eterno, eternamente manifestou a vida, e é natural de que esses Avatares hajam desenvolvido um amor infinitamente maior que o nosso, e podem dar mais.
E lembramos ainda de que são as experienciações e vivenciações que percorremos em comum, que estreitam nossos laços de afinidade e de amor, e não estaremos a conviver na intimidade com todos os espíritos.
É lógico de que quando houvermos suplantado a matéria, quando o amor houver se exteriorizado com maior amplitude, estaremos a amar a todos, pois só teremos amor para dar, mas não por igual, pois nos demoramos no relativo, só Deus pode amar a todos e a tudo por igual, pois está no absoluto, é a vida do universo.
O amor de Deus a manifestar-se na vida é idêntico, pois como já vimos em outras oportunidades, este amor se manifesta em unicidade, tanto no Campo do macro como no micro, nos infinitos fenômenos que o universo nos apresenta, este amor atende a evolução nos infinitos momentos em que esta se manifesta.
E como somos a obra prima do Criador, trazemos este amor em potenciação no absoluto, pois embora não venhamos jamais a atingir a perfeição, e tampouco atinjamos o absoluto, entretanto, o mesmo está contido em nosso inconsciente puro, como um eterno vir a ser, desde toda a eternidade, e para toda a eternidade, pois somos uma centelha divina de Deus, e Este é eterno.
Deus não manifesta seu amor diferenciado, na condição de amor de mãe, amor de pai, amor de almas gêmeas, etc., Deus manifesta o amor, como uma essência única, essência esta que atende a vida em seus momentos evolutivos infinitos.
E somos nós que maturando esta essência através das vivenciações e experienciações infinitas, desenvolvemos as modalidades variadas de amor, que de momento a nossa maturação nos permite conceber, mas a lógica nos diz, de que estaremos a expandir ao infinito este amor, pois o trazemos absoluto em nosso ser eterno.
E quanto a Jesus, assim como todos nós outros, temos nossa alma gêmea, a lógica nos diz que sim, Ele também a tem, pois ele é nosso irmão maior, mas é vida derivada da vida de Deus como o somos, e já apreendemos de que não existem parias nem privilegiados, que somos centelhas divinas do Criador, que a herança sublime que obtivemos do Eterno é equitativa para todos, sem distinção.
Não temos como provar essa possibilidade, embora a médium espanhola Amália Domingos Soler haja escrito o livro Perdoou-te, e neste apresente um enredo romântico em que pretende apresentar uma encarnação em que Jesus se chamava Tulio e tenha convivido com sua alma gêmea que se chamava Iris, o enredo é lindo, mas esta revelação permanece insustentável, pois não temos uma prova cabal, apenas um relato amoroso, e embora a lógica corrobore esta possibilidade, é apenas uma possibilidade.
Mas acreditamos que esta química divina que faz duas almas complementarem-se por um período longo da evolução, como acontece com Publius e Lívia não se extinga jamais, pois o amor é eterno, e se expandirá eternamente, a menos que acreditemos existir um ápice evolutivo, entretanto, a evolução do ser na eternidade é enfatizada na doutrina espirita, e mais, se justifica pela lógica.
Esse amor sublime que envolve duas almas, propiciando-lhes a benção de se complementarem uma a outra (almas gêmeas), lhes amplia a visão, possibilitando-lhes a percepção de uma beleza intrínseca, que trazemos em potenciação no núcleo da alma, esta potenciação é um atributo que herdamos de Deus na vida.
De momento ainda não entendemos que a beleza seja um atributo de Deus no universo, e isto acontece, pelo fato de não compreendermos de que existem infinitos atributos a manifestarem-se de Deus na vida, mas não podemos nos esquecer de que evoluímos na eternidade. E que esta evolução na eternidade nos reserva infinitos ignotos, que trazemos inseridos em nosso inconsciente puro como um eterno vir a ser, e que com a maturação de nosso ser, iremos maturar uma infinidade desses atributos.
Assim como o amor, a beleza sendo um atributo do Eterno se manifesta em unicidade na vida do universo, atendendo os infinitos momentos de ser da evolução, o que torna a beleza que apreciamos uma beleza relativa, pois a beleza esta intrínseca ao espirito, e se expandira ao infinito na eternidade com a evolução deste.
A beleza se manifesta de Deus na vida, no todo do universo, e no momento evolutivo em que nos demoramos a podemos apreciar manifesta pela natureza, nos jardins floridos e perfumados, nas cataratas que se derramam por entre as pedras, na apreciação dos animais, etc.; e quem não se deixa quedar vislumbrado na apreciação de um por de sol quando este declina no horizonte?
Vemos que a beleza é um atributo de Deus na vida, está presente em todas as manifestações da natureza, e como nós não somos seres apartes a natureza, pois somos a resultante da maturação dos elementos que compõe a mesma, trazemos esta beleza inserida em nosso eu eterno.
Sendo uma potenciação do espirito, a beleza como todas as demais potenciações, sofre mutações no seu processo de maturação.
E sendo o espirito o eu inteligente que encerra as infinitas potenciações herdadas de Deus na vida, dependendo de seu momento evolutivo adultera esse atributo divino.
Assim como acontece com o amor na sua condição embrionária, pois já compreendemos de que o ódio é inconsistente na vida do universo, este não é outra coisa que não, o amor que em sua fase embrionária, enquanto nos demoramos vivendo o desejo de posse.
Se o parceiro por quem estamos apaixonados nos deixar, de imediato estaremos transformando esta paixão em ódio, lógico isto só acontece, na fase evolutiva do ser, em que o espirito ainda não suplantou a matéria.
E com a beleza não é diferente, enquanto ainda nos demoramos em desarmonia com as leis naturais, com a Lei Divina, adulteramos a mesma, tornando nossas almas feias, e as vezes horrendas mesmo.
E no intento de corroborar minhas palavras, me utilizo mais uma vez de informações apresentadas por Andre Luiz, em o Livro “Libertação” páginas 134 e 135, não as vou descrever na integra, utilizarei minhas palavras, mas vale a pena ler estas duas páginas.
Andre Luiz nos relata que havendo acompanhado o medico que diagnosticou Margarida, foi informado por Mauricio, entidade amiga que pretendia auxiliar o médico, tanto quanto a família do mesmo, mas que infelizmente não encontrava possibilidade, devido às péssimas condições vibracionais ai reinante.
O medico havia enviuvado, e embora possuísse uma idade já madura, houvera consorciado uma jovem bonita, mas orgulhosa, leviana, mulher está que em seus caprichos, exigia-lhe sacrifícios enormes.
E havendo terminado de almoçar, discutiu com o esposo, e logo após foi se deitar num divã confortável para fazer a sesta, e André nos narra que esta mulher, bela em sua aparência física, desprendida do corpo físico, se transformara em uma bruxa, a ponto de fazer fugir a primeira esposa do medico, que se demorava presa ao ambiente do lar.
E ainda somos informados por Andre Luiz, e também por vários videntes, de que as entidades que se demoram nas trevas apresentam uma característica feia, e algumas delas apresentam deformações acentuadas em seus corpos energéticos (períspirito).
Deparamo-nos com homens e mulheres, que apresentam uma beleza física impecável, suscetível de provocar a admiração do sexo oposto, entretanto quando nos aproximamos destes deuses da beleza física, nos apercebemos de que os mesmos são vazios, e em muitas oportunidades são arrogantes, prepotentes, orgulhosos, levando-nos de imediato a modificar nossa apreciação, pois a beleza aparente se esvaiu com a exteriorização da feiura intima dessa alma.
Ao passo que temos aqueles que fisicamente não apresentam uma beleza física, mas espiritualmente são belos, e para sintetizar, lembramos nosso inesquecível Chico, pois fisicamente ele não era belo, mas espiritualmente ele era lindo, estar junto de Chico, ouvi-lo falar, sempre foi algo que nos inebriou o coração, posso vos confessar que nunca tive tempo ou vivi a preocupação para verificar uma ruga que seja no rosto de Chico, só me apercebi nele de sua beleza espiritual.
Entretanto não estamos pretendendo afirmar, que todos os feios no corpo físico sejam bonitos de alma, e que todos os bonitos de físico, sejam espiritualmente feios, pois temos aqueles que são feios fisicamente, e essa feiura é um reflexo do espirito, tanto quanto, temos aqueles que são fisicamente bonitos, sendo também bonitos espiritualmente, são pessoas dóceis, amorosas. e afáveis.
Mas não podemos nos esquecer de que a beleza está intrínseca ao espirito, como retro informado, é um atributo de Deus que trazemos como herança divina, e que como os atributos da inteligência e do amor, se matura e se expande ao infinito na eternidade.
E não podemos nos esquecer de que no momento evolutivo em que nos demoramos, o Criador nos comtempla com sua beleza divina, pois esta está presente em toda parte na natureza.
E não temos como negar que a mesma se encontra interiorizada em nosso inconsciente puro, pois quando nascemos, e conforme vamos crescendo, somos os seres mais lindos do mundo para as nossas mamães.
E no que respeita as almas gêmeas, estas não se apercebem apenas da beleza física, que nem sempre ultrapassa a beleza comum da humanidade, mas apreciam a beleza interior do parceiro amado, e o veem como o ser mais lindo do universo; isto nos leva a concluir de que a beleza está direta e proporcionalmente relacionada ao amor.
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