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sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

FALÊNCIA DE MÉDIUNS

Leonardo Paixão(*)

“Quanto aos profetas, que falem dois ou três e que os outros julguem. Se algum outro participante tem uma revelação, que o primeiro se cale. Pois vós todos podeis profetizar, cada um de uma vez, a fim de que todos sejam instruídos e encorajados. Os espíritos dos profetas estão submetidos aos profetas; pois Deus não é um Deus de desordem, mas de paz” – Paulo (I Coríntios, 14:29-33).

As instruções do Apóstolo Paulo à Igreja de Corinto é de molde a nos fazer refletir sobre a disciplina que devem ter os médiuns espíritas, pois que são eles os instrumentos através dos quais a Espiritualidade Superior transmite os seus ensinamentos.

Os Coríntios preferiam as faculdades por eles consideradas espetaculares, como a xenoglossia (o falar em outro idioma), por exemplo, e Paulo coloca acima desta possibilidade mediúnica, a edificação de toda a comunidade (conforme I Coríntios, 14:3-5).

Tal como na época do Apóstolo Paulo, também hoje, médiuns desejando a realização de prodígios.

São estes os médiuns invigilantes a promoverem sessões de cura sem o mínimo de prudência no contato com o Além-Túmulo, dando vazão a Espíritos que, utilizando do título de médicos, além das supostas curas realizam revelações sobre o passado dos que lhes buscam o socorro sem nenhum escrúpulo; são os médiuns psicógrafos que, envolvidos por errôneas orientações de que devem ser autônomos e, com isso, passam a não mais deixar sua produção para análise, têm a qualidade de seus escritos diminuída com os seus guias a não mais encontrarem neles um instrumento fiel; são os médiuns videntes e audientes que não vigiam o que veem e ouvem, não buscando em pessoas esclarecidas na Doutrina, posicionamento sobre o viram e/ou ouviram, que não se controlam e falam com qualquer pessoa sobre as visões de morte, doenças, passado e presença de espíritos infelizes, se esquecendo que a discrição é qualidade imprescindível ao bom médium; são os médiuns psicofônico (falantes) que  permitem aos Espíritos extrapolarem em suas manifestações, que caem em transe em momentos inadequados com festas entre amigos, familiares e mesmo em seu lar com o esposo ou a esposa e filhos, em atitude totalmente incoerente com a postura de médium verdadeiramente educado.

As considerações feitas acima nos deixa claro que médiuns que assim agem, não se adequam à rígida disciplina que deve viger nas reuniões bem orientadas.

Temos observado médiuns que, não satisfeitos com mudanças em Grupos Espíritas que frequentam, - mudanças a colocarem excelente disciplina baseada na Codificação e em obras de medianeiros sérios como Chico Xavier, Divaldo Franco, Raul Teixeira, Yvonne Pereira e João Nunes Maia -, começam a criticar a direção da Casa e a dizê-la muito rígida, claro que isso fazem às ocultas, em momentos em que estão a sós com este ou aquele membro do Grupo, o que deixa claro a influência obsessiva de que são “vítimas”. Essa influência se faz notar, principalmente, quando vemos os médiuns a darem desculpas para não participar das reuniões de estudo em grupo. Qual o objetivo destes médiuns? Serem considerados especiais, dizem não querer isso, mas, no fundo, querem ser elogiado, receberem palavras que os façam se sentir valorizados, reconhecidos, enfim, acima da mediunidade e da Doutrina Espírita, colocam a sua personalidade, totalmente esquecidos destas palavras do Evangelho de João, capítulo 3:30: “É necessário que Ele cresça e que eu diminua”. Tanto esquecem destas palavras que almejam  orientar multidões e estarem ou fundarem um Grupo ou Casa Espírita de grandes dimensões.

Deixamos aqui alguns pontos para reflexão de dirigentes, médiuns e estudiosos da Doutrina, relatando alguns fatos e atitudes que levam à falência de médiuns.

Terminamos com a advertência seríssima do Espírito Emmanuel no livro O Consolador, questão 371:

“Devem ser intensificadas no Espiritismo as sessões de fenômenos mediúnicos?

- São muito poucos, ainda, os núcleos espiritistas que se podem entregar à prática mediúnica com plena consciência do serviço que têm em mãos; motivo por que é aconselhável a intensificação das reuniões de leitura, meditação e comentário geral para as ilações morais imprescindíveis no aparelhamento doutrinário, a fim de que numerosos centros bem-intencionados não venham a cair no desânimo ou na incompreensão, por causa de um prematuro comércio com as energias do plano invisível”.

Consideramos que a resposta de Emmanuel é o argumento sem réplica aos médiuns que teimam em não estudar e às pessoas crédulas que só com a mediunidade querem se ocupar quando se trata de Doutrina Espírita.


(*) - Leonardo Paixão é Orador espírita (que tem viajado por alguns Estados brasileiros, quando possível, na divulgação da Doutrina Espírita), articulista, poeta, tem críticas literárias publicadas no site orientacaoespirita.org e um artigo publicado em Reformador em Agosto de 2010, A Revelação - uma perspectiva histórica e tem escrito alguns artigos no jornal eletrônico O Rebate. Participa com um grupo de amigos de ideal do GE Semeadores da Paz em Campos dos Goytacazes, RJ, onde exerce direção de estudos e trabalhos na área mediúnica, atuando como médium psicofônico na desobsessão e como psicógrafo de mensagens esclarecedoras, poesias e cartas consoladoras.
Blogs: gesemeadoresdapaz.blogspot.com.br
formiga-paixao.blogspot.com.br

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