Teatro nas Férias
Luiz Carlos Formiga
Ontem fui levar três netas, de férias, ao teatro. Férias, que coisa boa, ainda mais quando estamos aposentados. O aposentado sempre está de férias. Digo isso principalmente, depois que li a resposta de: “quantos aposentados são necessários para trocar uma lâmpada?”
Um musical infantil, “A Menina que Mofou nas Férias”. Quando li o título revi meu laboratório na universidade. Lembrei da descoberta da penicilina. Não sabia se olhava para os atores ou para as expressões faciais das netas embevecidas. Coincidência, um dos personagens apresentava sotaque da terrinha e eu estava com a camisa 7 da seleção de Portugal (homenagem a meu Pai, o bisa desencarnado). Nas férias não gostamos de falar de morte e o espírita até usa outra palavra, porque para nós a morte é apenas uma mudança de estilo de vida.
No musical, amei a babá. Ela me lembrou uma tia mineirinha, com idade avançada, e seu “uai”. Esta peça infantil teve tudo a ver comigo. Pai português, mãe mineira e os fungos, da Micologia. Estava me sentindo em casa, com as netas exercitando o risorius de santorini (Anatomia).
A menina mofou nas férias, presa em casa, sem poder brincar com as outras crianças na rua. Como brinquei na rua! Mas, sem pegar sol, o inevitável aconteceu, sua pele se tornou esverdeada. O médico, com aquela seringa gigante, declara: “Minha Senhora, sua filha mofou”. Foi uma confusão na Casa de Terezinha, que não dá pra contar. Mas, tenho uma boa noticia. A menina não morreu, graças a Deus! Remédio genial! Quem for ver, verá!
Por falar em morte, de novo e nas férias, se eu estivesse em São Paulo também iria ao teatro. Vejam se advinham onde. Antes quero lembrar que “para trocar uma lâmpada, basta um aposentado. Só que ele tem o dia inteiro.” Imagine nas férias!
Sim, iria ao teatro, no teatro que tem o mesmo nome do shopping, na rua que tem o mesmo nome do Frei, que dá nome ao teatro. Entendeu?
Estava falando de morte, lembrou?
Que “ela é uma piada” podemos ver no Teatro Frei Caneca, no Shopping de mesmo nome, na Rua do mesmo Frei. É ali, que o ator Renato Prieto, o André Luiz do filme Nosso Lar, vai explicar porque ela é uma piada, num espetáculo espírita de “humor”, mas também de “reflexão”. Que tal levar os avós?
Veja o Cartaz no Jornal dos Espíritos (1), de hoje 10 de janeiro de 2011.
Vá ao teatro. Teatro é cultura. Cultura é “herança e transformação”. Ninguém começa do zero, disse o poeta Ferreira Gullar (2). Creio que foi por isso que o escritor Jorge Hessen me deu, neste janeiro, um presente divulgando memórias (3).
Férias inesquecíveis. Ao sair do teatro, todos os atores se deixaram fotografar com as crianças. Foi outro momento de alegria e pedagogia. Descida as escadas comentei com minhas filhas e genros: “isso é que é um dinheiro bem gasto!
Educação para ser feliz.“Aquela que sabe o valor das coisas e não o seu preço.”
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