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Luiz Carlos Formiga |
Leon Denis diz que o estado social valerá o que nós valemos. Se nós somos pequenos,
ignorantes e viciosos, ele será frágil e miserável.
Em 2003, assistimos um documentário
dirigido e produzido por Andréa Pasquini. "Os Melhores Anos De Nossas
Vidas", selecionado para o festival "É Tudo Verdade", na
competição nacional de longas.
O festival aconteceu em São Paulo e Rio
simultaneamente. A autora confidenciou que estava muito feliz por acreditar na
força de todas as pessoas que abriram suas histórias tão íntimas. Elas foram
narradas pelos moradores de Santo Ângelo, uma cidade erguida para o tratamento
de hansenianos.
"O
testemunho humano dos moradores remanescentes revela as marcas que ficaram do
tempo em que a internação era compulsória. Condenados ao isolamento de uma vida
inteira, os pacientes encontraram no amor e na luta, na música e no cinema as
principais armas para enfrentar seus dramas pessoais."
A medicina aprende com seus erros e, nesse
particular, o estigma da lepra e a hanseníase ofereceram muitos exemplos. (1)
Não temos dúvidas de que, com o filme,
Andréa parece demonstrar com mais facilidade quem e quando errou. Universidades erram. Intelectuais erram.
Em 2017, um livro discute esses
caminhos tortuosos. Na folha de rosto encontramos: o Brasil de hoje é perigoso, feio, miserável e insustentável. O que
tornou tudo isso possível? Como explicar a atual crise brasileira?(2)
Nele, Rodrigo Gurgel diz que ao longo de
suas páginas, o leitor descobrirá os antecedentes do processo que, no Brasil,
perverteu a produção artística e intelectual. Fala em maquiavelismo absoluto. Políticos
fascinados pelo poder dispensam, por princípio, qualquer preocupação ética,
como na “Cidade Estranha”, relato de Chico Xavier. (3)
A máxima de Edmund Burke lembra uma resposta
em O Livro dos Espíritos. “Tudo o que
é preciso para o triunfo do mal é que nada façam os homens de bem”.
Num rodapé, seu autor diz que nenhum dos inocentes é diretamente culpado pela catástrofe de Hitler (...).
No entanto, afirma que foi precisamente de tal estado de mente e alma que o
nazismo obteve suas energias. A indiferença política é indiferença ética,
intimamente relacionada com a perversão ética (...). A culpa inocente sobe até
esferas metafísicas e mágicas e desce até a escuridão do reino do instinto.
Um jornalista nos fez lembrar a “corrupção
da inteligência”, quando disse que: Nenhum escritor, roteirista, cantor, cineasta, ator ou
poeta deu um pio sobre a guerra travada por quadrilhas que disputam o controle
do tráfico de drogas nas favelas, “comunidades”, no Rio de Janeiro. (4) Ainda bem que Nathan Amaral está numa universidade
na Áustria. (5)
Nessa última década e meia, o aborto
passou a ser uma “ideia fixa”. Em São Paulo, o
Governador Sergio Cabral, do Rio de Janeiro, defende a legalização do aborto,
dizendo: Quem aqui não teve uma
namoradinha que teve que abortar? Foi num evento para empresários.
Antes, havia afirmado que as
clínicas de aborto eram comuns no país, defendendo-se antecipadamente: A gente engravida uma moça... Eu não,
porque já tenho família e sou bem casado.
Políticos repercutiram a mesma
frase, como se estivessem no confessionário. Cabral defendia a prática como
método de redução da violência no Rio de Janeiro.
E a namorada grávida, na
universidade? Ouvi um acadêmico “espírita”. Precisava conversar. Tinha um problema.
A namorada se recusava a abortar. Quem atira a primeira pedra no governador?
(6)
Espíritas também usam como alvo o Espírito
Emmanuel. Alexei cria uma imagem é a
estória do indivíduo que para fazer uma prece acende um incenso, deposita-o no
altar construído com a imagem de Buda, com um terço na mão, recitando Caritas. (7)
Espíritas também já aparecem nas
estatísticas do suicídio. (8)
Ninguém consegue imunidade total, se não
tomar todas as doses da vacina, na “idade certa”. Por isso os habitantes da
“Cidade Estranha” deverão investir no período infantil, para poder confrontar “ciência
x percepções sociais” e tornar palatável a ideologia de gênero. (9)
Diante da escala de valores da
universidade e da quase total homogeneidade de ideias é proibido o pensamento
divergente. Sem liberdade para o debate de ideias chegamos ao corporativismo e
ao patrulhamento ideológico.
Seria uma
afirmação mediumfóbica dizer que é vítima
de alucinação aquele que diz ver e ouvir espíritos? Nem sempre é fácil
distinguir mediunidade e ilusões psicóticas.
Como ficará o
horizonte cultural das gerações futuras se a universidade não mudar? Mas, teremos
que mudar, pois o terceiro milênio será a Era do Espírito e dos Valores Éticos.
Zveiter (10) comenta
as Doutrinas Éticas fundamentais e nos traz uma lição.
“O pensamento ético consiste no exame sistemático
das relações dos seres humanos entre si, nas concepções, nos interesses e
ideais que originam o modo humano de uns tratarem os outros, e nos sistemas de
valor em que esses objetivos de vida se baseiam. Essas crenças sobre como a
vida deve ser levada, o que os homens e as mulheres devem ser e fazer, são
objetos de uma indagação moral; e quando aplicadas a grupos e nações, e até à
humanidade em geral, são chamadas de filosofia política, o que não passa da
ética aplicada à sociedade.”
Pode haver um perigoso
distanciamento entre ética e política. Havendo uma percepção difusa de que não
se complementam, constituindo-se universos distintos. A ética, assim,
isoladamente, não teria espaço no mundo político. No entanto, o pensamento ético
deve forjar o sistema de valores que fundamenta uma sociedade justa. Mas, cuidado! Espíritas que dormem foram apanhados pela
“conversa mole” dos que se apresentaram como detentores do monopólio da ética,
no “bom” combate à miséria.
No final de seu
livro - A Ética e a Política sob a Ótica
da Maçonaria (10) - Zveiter
reconhece a existência de maçons que enxovalham o belo nome de uma organização
profundamente espiritual. No entanto, acredita no futuro e diz que alguns aspectos indesejáveis do trabalho e
organização maçônicos devem desaparecer inevitavelmente. Devem ter fim o
apetite dos que procuram curiosidades, as maquinações políticas privadas e os
incentivos puramente sociais e comerciais.
Na Audiência
Pública, 09 de agosto de 2007, no Auditório Nereu Ramos da Câmara dos Deputados,
organizada pelo Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, Zveiter é enfático:
“A Ética deve ser um imperativo da política e da
própria vida em sociedade.”
Certamente a
Maçonaria influenciou as ações de Anália Franco, a benfeitora das crianças na
dor da vulnerabilidade social. A educadora se tornou precursora do Evangelho na
Educação.
“Cidade
Estranha” era governada por entidades mentalmente vigorosas, mas sem
sentimentos e ética. Suas apresentações públicas eram aplaudidas e suas ordens
eram fielmente obedecidas. Eles exerciam sobre seus seguidores um poder do tipo
sugestão hipnótica. Mesmo depois,
quando reencarnados na Terra, esses subordinados ainda estariam submetidos ao
mesmo “cordão hipnótico manipulador”.
Anália Franco
fez a opção pelo Evangelho. Percebeu que estava diante de um Tratado de Ética e
um compêndio de Imunologia. Suas crianças deveriam ser vacinadas. A educadora sabia
que era grave a “infeção na alma”, assim como Zveiter percebeu a alta virulência
do micróbio patogênico para políticos. (11)
Sua exotoxina
destrói fibras cardíacas e fazem a corrupção da inteligência. Olhos injetados
de vermelho, o paciente quer pintar tudo de cinza. A ideologia escraviza.
O amor é a
palavra que liberta, já dizia o poeta. (12)
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