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Luiz Carlos Formiga |
Um auxiliar de
Palocci, ministro da ex-presidente Dilma, tentou suicídio numa cela da Lava
Jato, na República de Curitiba. (1)
O que o leitor
sentiria se encontrasse nas estatísticas de suicídio a maior frequência entre
os espíritas?
O planejamento
suicida ocorre quando a pessoa organizou mentalmente estratégias sobre a forma
com que irá tirar a própria vida. Espíritas fariam um planejamento assim?
Diante de
visíveis sinais de suicídio, o leitor procuraria ajuda comentando com outras
pessoas o problema encontrado?
O Evangelho Segundo o Espiritismo (ESE), cap. X, item 21, diz que "Se as imperfeições de uma pessoa só a
ela prejudicam, nenhuma utilidade haverá em divulgá-la. Se, porém, podem
acarretar prejuízo a terceiros, deve-se atender de preferência ao interesse do
maior número. Segundo as circunstâncias, desmascarar a hipocrisia e a mentira
pode constituir um dever."
Mas, o suicida é um hipócrita?
Quando é
conveniente desvendar o mal e divulgar a imperfeição do próximo?
No Evangelho
encontramos a resposta dizendo que depende. Mas, como assim?
Divulgar o mal
já não é o próprio mal a propagar-se?
Devemos lembrar
que, o comportamento suicida abrange gradações da intenção de se matar, que
transitam desde a ideação, planejamento, chegando ao suicídio propriamente
dito. Existem sinais desse comportamento que podem ser observados e a
intervenção em momento adequado pode evitar a morte.
Podemos nos sentir
incompetentes ou impotentes?
Conforme
relatório da Organização Mundial de Saúde 10 a 20 milhões de pessoas no mundo
tentam se suicidar. O Brasil está entre os dez países com maior número absoluto
de suicídios. Já o encontramos entre os espíritas?
Epidemiologicamente
relevante e complexo, o suicídio é um problema de saúde pública para o qual não
existe uma única causa ou uma única razão. Resulta de uma intrincada interação
de fatores biológicos, genéticos, psicológicos, sociais, culturais, ambientais
e espirituais.
O comportamento
suicida representa um momento de crise, sendo uma emergência psiquiátrica. Por
isso quando leigos nos sentimos desconfortáveis diante da própria desinformação,
que não tem a ver com lavar as mãos. Lavamos as mãos num hospital, mas não
estamos vendo micróbios contaminantes, com a vista desarmada. Talvez por isso
não paremos para pensar nos problemas suicídio e política, da maneira que é
necessária e que eles merecem. O adepto da Doutrina Espírita não admite a
possibilidade de quem estudou Kardec chegar ao suicídio, achando que isso seria
um contracenso, pois todos já foram informados do intenso sofrimento espiritual,
que acomete ao morto voluntário.
Ocorre o comportamento
semelhante quando estamos diante do acontecimento político, que equivale,
guardada as proporções, a uma emergência psiquiátrica, para o leigo.
O espírita, ser
social, deve participar da sociedade e colaborar na sua transformação.
A pessoa vê a
sociedade como algo abstrato e fica com a sensação de que não faz parte dela e eventualmente
“lava as mãos”. (2)
Hoje escutei
que não adiantaria enviar um artigo a uma determinada pessoa. Ela quando
percebe que há citação política desiste imediatamente do texto completo. Mesmo o
indivíduo suicida fosse espírita “corrupto”.
Espírita
suicida não existe, quanto mais corrupto!
A corrupção
pode levar ao suicídio do indivíduo, preso, mas também daquele que ficou
desempregado ou sem salário, na terceira idade, por causa do político corrupto,
que é o pior dos ladrões.
Aquele que se
mata e aquele que lava as mãos são espíritas verdadeiros?
Verdadeiros,
mas desinformados?
Pior é que é da
ignorância
política que nasce a prostituta, o menor abandonado e o pior de todos os
bandidos que é o político vigarista e corrupto. (3)
O que está
sentindo a pessoa que comete “o ato estúpido”?
A corrupção
possui efeito corrosivo, compromete a democracia, o Estado de Direito e ainda
permite que o crime organizado prospere.
Eleitores
frustrados descobriram o dia internacional contra a corrupção. Com 2,2 milhões de
assinaturas surgiu o projeto anticorrupção. O eixo central da proposta é aperfeiçoar
leis repressivas e preventivas à corrupção.
Entre as medidas, estão mecanismos para
dar mais celeridade à Justiça brasileira, reduzindo a margem para recursos
protelatórios de ações em andamento e a proposta que amplia a classificação
penal do crime de corrupção para hediondo. (4)
Esse projeto dá ao espírita oportunidade
de participar na prevenção.
A corrupção é o cupim da República e que
pode induzir o suicídio naqueles que foram infectados por esse “micróbio”, patogênico
por excelência.
Examine sua possibilidade de ajudar nessa
desinfecção.
Ao contrário do que eu recomendaria no
hospital, recomendo “não lave as mãos”.
Acredite na boa semente. (5) Não se recuse
a lançá-la no bom terreno.
Lute pelas 10
medidas contra a corrupção clicando neste link 6 lá no final. (6). Depois,
compartilhe. Não cometa suicídio político ou homicídio culposo. Ou, crime de
lesa-humanidade do terceiro milênio.
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