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sábado, 8 de outubro de 2016

SUICÍDIO, “NÃO LAVE AS MÃOS”


Luiz Carlos Formiga

Um auxiliar de Palocci, ministro da ex-presidente Dilma, tentou suicídio numa cela da Lava Jato, na República de Curitiba. (1)
O que o leitor sentiria se encontrasse nas estatísticas de suicídio a maior frequência entre os espíritas?
O planejamento suicida ocorre quando a pessoa organizou mentalmente estratégias sobre a forma com que irá tirar a própria vida. Espíritas fariam um planejamento assim?
Diante de visíveis sinais de suicídio, o leitor procuraria ajuda comentando com outras pessoas o problema encontrado?
O Evangelho Segundo o Espiritismo (ESE), cap. X, item 21, diz que "Se as imperfeições de uma pessoa só a ela prejudicam, nenhuma utilidade haverá em divulgá-la. Se, porém, podem acarretar prejuízo a terceiros, deve-se atender de preferência ao interesse do maior número. Segundo as circunstâncias, desmascarar a hipocrisia e a mentira pode constituir um dever."
Mas, o suicida é um hipócrita?
Quando é conveniente desvendar o mal e divulgar a imperfeição do próximo?
No Evangelho encontramos a resposta dizendo que depende. Mas, como assim?
Divulgar o mal já não é o próprio mal a propagar-se?
Devemos lembrar que, o comportamento suicida abrange gradações da intenção de se matar, que transitam desde a ideação, planejamento, chegando ao suicídio propriamente dito. Existem sinais desse comportamento que podem ser observados e a intervenção em momento adequado pode evitar a morte.
Podemos nos sentir incompetentes ou impotentes?
Conforme relatório da Organização Mundial de Saúde 10 a 20 milhões de pessoas no mundo tentam se suicidar. O Brasil está entre os dez países com maior número absoluto de suicídios. Já o encontramos entre os espíritas?
Epidemiologicamente relevante e complexo, o suicídio é um problema de saúde pública para o qual não existe uma única causa ou uma única razão. Resulta de uma intrincada interação de fatores biológicos, genéticos, psicológicos, sociais, culturais, ambientais e espirituais.
O comportamento suicida representa um momento de crise, sendo uma emergência psiquiátrica. Por isso quando leigos nos sentimos desconfortáveis diante da própria desinformação, que não tem a ver com lavar as mãos. Lavamos as mãos num hospital, mas não estamos vendo micróbios contaminantes, com a vista desarmada. Talvez por isso não paremos para pensar nos problemas suicídio e política, da maneira que é necessária e que eles merecem. O adepto da Doutrina Espírita não admite a possibilidade de quem estudou Kardec chegar ao suicídio, achando que isso seria um contracenso, pois todos já foram informados do intenso sofrimento espiritual, que acomete ao morto voluntário.
Ocorre o comportamento semelhante quando estamos diante do acontecimento político, que equivale, guardada as proporções, a uma emergência psiquiátrica, para o leigo.
O espírita, ser social, deve participar da sociedade e colaborar na sua transformação.
A pessoa vê a sociedade como algo abstrato e fica com a sensação de que não faz parte dela e eventualmente “lava as mãos”. (2)
Hoje escutei que não adiantaria enviar um artigo a uma determinada pessoa. Ela quando percebe que há citação política desiste imediatamente do texto completo. Mesmo o indivíduo suicida fosse espírita “corrupto”.
Espírita suicida não existe, quanto mais corrupto!
A corrupção pode levar ao suicídio do indivíduo, preso, mas também daquele que ficou desempregado ou sem salário, na terceira idade, por causa do político corrupto, que é o pior dos ladrões.
Aquele que se mata e aquele que lava as mãos são espíritas verdadeiros?
Verdadeiros, mas desinformados?
Pior é que é da ignorância política que nasce a prostituta, o menor abandonado e o pior de todos os bandidos que é o político vigarista e corrupto. (3)
O que está sentindo a pessoa que comete “o ato estúpido”?
A corrupção possui efeito corrosivo, compromete a democracia, o Estado de Direito e ainda permite que o crime organizado prospere.
Eleitores frustrados descobriram o dia internacional contra a corrupção. Com 2,2 milhões de assinaturas surgiu o projeto anticorrupção. O eixo central da proposta é aperfeiçoar leis repressivas e preventivas à corrupção.
Entre as medidas, estão mecanismos para dar mais celeridade à Justiça brasileira, reduzindo a margem para recursos protelatórios de ações em andamento e a proposta que amplia a classificação penal do crime de corrupção para hediondo. (4)
Esse projeto dá ao espírita oportunidade de participar na prevenção.
A corrupção é o cupim da República e que pode induzir o suicídio naqueles que foram infectados por esse “micróbio”, patogênico por excelência.
Examine sua possibilidade de ajudar nessa desinfecção.
Ao contrário do que eu recomendaria no hospital, recomendo “não  lave as mãos”.
Acredite na boa semente. (5) Não se recuse a lançá-la no bom terreno.
Lute pelas 10 medidas contra a corrupção clicando neste link 6 lá no final. (6). Depois, compartilhe. Não cometa suicídio político ou homicídio culposo. Ou, crime de lesa-humanidade do terceiro milênio.


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