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sábado, 17 de outubro de 2015

A Beneficência Segundo o Espiritismo



Atuam os centros espíritas como divulgadores dos ensinos científicos, filosóficos e religiosos do Espiritismo, a seus freqüentadores. Porém, é comum encontrarmos alguns distribuindo também alimentos, agasalhos, material escolar, etc., às famílias por eles assistidas, resultado de doações, arrecadações em residências, no comércio, etc., por seus trabalhadores.

Perguntamos: seria acertado essas instituições deliberar fornecer aquelas dádivas, exclusivamente às famílias que freqüentassem as reuniões doutrinárias espíritas, excluindo da ajuda aquelas que não participassem dos ensinos, mesmo que reconhecidamente necessitadas? 

Esclarecer o assunto segundo argumentos pessoais, pobres e imprecisos seria imprudência, melhor recorrer às incontestáveis obras espíritas de Allan Kardec. 

Diz O Evangelho Segundo o Espiritismo, livro de cabeceira de Espíritas, cap. XIII, 20: “Não, porquanto precisamente o espírito de seita e de partido é que precisa ser abolido, visto que são irmãos todos os homens. O verdadeiro cristão vê em todos os seus semelhantes irmãos seus e não procura saber, antes de o socorrer, qual a sua crença, ou a sua opinião, seja sobre o que for. (...) Socorra-o, portanto, sem lhe pedir contas à consciência,” (...) 

Como se não bastasse buscamos a pergunta n° 836 em O livro dos Espíritos, das Leis Morais: “Tem o homem direito de pôr embaraços à liberdade de consciência?. Falece-lhe tanto esse direito, quanto com referência à liberdade de pensar, por isso que só a Deus cabe o de julgar a consciência”. (...) Alias, a liberdade de pensar consta da constituição do nosso país, como um direito do cidadão.

Somente pelo exposto estaria a questão elucidada. Porém, aproveitando a riqueza literária Espírita, podemos e devemos avançar nos argumentos, a fim de que não fique nenhuma dúvida no coração de quem insistisse em usar o seu autoritarismo, no caso, até impiedoso, por estar se aproveitando de quem estivesse passando por uma situação difícil, para impor seus desejos egoístas.

O livro Obras Póstumas, 20º edição, pagina 261, por exemplo, esclarece: (...) “O Espiritismo proclama a liberdade de consciência como direito natural; reclama-a para os seus adeptos, do mesmo modo

que para toda a gente. Respeita todas as convicções sinceras e faz questão da reciprocidade”. 

“Da liberdade de consciência decorre o direito de livre exame em matéria de fé. O Espiritismo combate a fé cega, porque ela impõe ao homem que abdique da sua própria razão; considera sem raiz toda fé imposta, donde o inscrever entre suas máximas: Não é inabalável, senão a fé que pode encarar de frente a razão em todas as épocas da Humanidade.”

Sustentando o direito à fé religiosa prossegue Kardec: “Coerente com seus princípios, o Espiritismo não se impõe a quem quer que seja; quer ser aceito livremente e por efeito de convicção. Expõe suas doutrinas e acolhe os que voluntariamente o procuram”.

“Não cuida de afastar pessoa alguma das suas convicções religiosas; não se dirige aos que possuem uma fé e a quem essa fé basta; dirige-se aos que, insatisfeitos com o que se lhes dá, pedem alguma coisa melhor.” 

Cabe-nos, pois, diante das necessidades alheias, usar o conceito Cristão: “fazermos aos outros o que queiramos que os outros nos façam”, conforme preceitua a Doutrina Consoladora!..


Cachoeiro de Itapemirim, ES, 

Domingos Cocco
domingoscocco1931@yahoo.com.br
Rua Neca Bongosto n° 06 – Bairro Sumaré 
Telefone: (028) – 3522-4053 – CEP 29304-590
Cachoeiro de Itapemirm – Estado do Espírito Santo

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