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Luiz Carlos Formiga |
Com alegria deve ser recebida a crítica construtiva.
Um confrade questiona a mensagem recebida pelo médium João Pinto Rabelo, membro da Diretoria da FEB.
Disponibilizada em vários locais na WEB (1) e também
o foi no Blog do NEU-UERJ. Com o título - “Prudência” - foi recebida na reunião do Grupo de Assistência e Apoio aos Povos da
África, na sede da FEB, no dia 10 de maio de 2014.
Repercutindo a mensagem o NEU disponibilizou dois
textos, encontrados nos endereços na leitura complementar. (2, 3) Podemos refletir com as ponderações do leitor.
- Custa-me crer, pelo raciocínio a que sou
impelido, que o nobre orador, escritor, ativista político e abolicionista José
do Patrocínio, seja o autor dessa mensagem, "psicofônica" e depois
"transcrita" (prefiro esse termo, por constar no dicionário de nossa
língua). Em breves palavras, dá-nos a impressão que o Espírito, ao desencarnar
(há 109 anos), perdeu a capacidade de se expressar no vernáculo adequado.
Mensagem mal escrita, ou, antes, falada; termos repetidos...etc.. Quanto ao
conteúdo, que, alguns dirão, é o que realmente importa, assusta-me que José do
Patrocínio se preocupe tanto com uma copa do mundo, quando vivemos
problemáticas muito mais severas e, diariamente, vivenciamos o inferno da ausência
de vagas nos leitos hospitalares, nas escolas recuadas deste país, da
insegurança que nos aflige, da impunidade dantesca, aos olhos cúmplices das
autoridades...enfim. Alguma mensagem nesse sentido? Muito cuidado. Disse-nos
Kardec: "Agi com os Espíritos como agiria com os homens."
Toda crítica construtiva merece apreço e
consideração, embora seja conveniente lembrar que, na maioria das situações,
“não basta dizer a verdade, é necessário também saber expressá-la.”(4, 4b) Fizemos
essa observação numa oportunidade em que discutíamos a “relação
médico-paciente”, a competência, a credibilidade, (5) que geralmente vem
acompanhada da humildade. A humildade, inclusive, de admitir que temos o
direito de não perdoar, desde que não cometamos erro igual.
Credibilidade
é fundamental em qualquer lugar, assim como competência, por isso, discutimos a
importância da prudência, da diligência e da perícia na medicina laboratorial (5b).
Na vida, após o desencarne, ultrapassada a fase de
“escolaridade” (6), adquirimos visão
mais ampliada, como a de Rousseau no Livro dos Médiuns: "O Espiritismo é uma alavanca que afasta as barreiras da
cegueira. A preocupação pelas questões morais está inteiramente para ser
criada; discute-se a política que examina
os interesses gerais, discute-se os interesses privados, apaixona-se pelo
ataque, ou defesa das personalidades; os sistemas têm seus partidários e seus
detratores; mas as verdades morais,
as que são o pão da alma, o pão da vida, são deixadas na poeira acumulada pelos
séculos." (7)
No NEU-UERJ fizemos a opção que Kardec fez,
quando nos trouxe “O Evangelho Segundo o Espiritismo” – o ensino moral do
Cristo. (8)
As
lições de Jesus muitas vezes só ficam claras após o desencarne, quando
ultrapassamos a “escolaridade” e entramos na fase do “planejamento” (6). Aí,
sofre alteração nosso juízo de valor.
Certamente os 12 apóstolos refletiram muito e
não apreenderam a totalidade do ensino do Mestre – quando lecionou: “simples
como as pombas”.
Quem somos diante daqueles espíritos, que
foram escolhidos pela Espiritualidade Superior?
Julgar é muito difícil, pois não envolve apenas
o nível mais alto do domínio da cognição, mas também o da afetividade. Talvez
por isso o ensino de dar a Cesar o que é dele.
"Eis que vos envio como
ovelhas ao meio de lobos. Portanto, sede prudentes como as serpentes e simples
como as pombas". (Jesus. Evangelho de Mateus, capítulo 10, versículo 16).
Em “Linhas Tortas” (9) registramos, com auxílio do livro
“Me vi te vendo”, como é difícil a comunicação. Imaginem as dificuldades de uma
mensagem mediúnica. Raras são as pessoas que procuram ouvir exatamente o que a
outra está dizendo. Como é difícil limpar a mente de todos os ruídos e
interferências do próprio pensamento durante a fala alheia. Talvez por isso já
tenham dito que somos “senhores do que falamos e escravos do que escrevemos”.
Leitura
complementar
1 Comentários:
Prezado confrade, Kardec postou duas comunicações que levavam a assinatura de ninguém menos que Jesus. Afirmou o Codificador, naquele cap. 31, de o Livro dos Médiuns, que nada depunha contra a mensagem, mas que o estilo não era do Mestre. Isso passados 2000 anos da presença do Cristo na Terra. Portanto, nada de mais em minha crítica. Grato.
Por JOSÉ MARCELO G. COELHO, às 1 de julho de 2014 às 20:19
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