Das
patologias humanas, o câncer é o mais, fortemente, enraizado aos erros
morais do passado (recente ou remoto). O conhecimento espírita nos
auxilia a transformar a carga mental da culpa, incrustada no
perispírito, e nos possibilita maior serenidade ante os desafios da
doença. Isso influenciará no sistema imunológico. Os reflexos dos
sentimentos e pensamentos negativos que alimentamos se voltam sobre nós
mesmos, depois de transformados em ondas mentais, tumultuando nossas
funções orgânicas.
Todavia, será crível que a
carga mental positiva, por meio de um estado psicológico ou emocional,
tem a capacidade de curar doenças? Para alguns, o fato de as pessoas com
câncer estarem otimistas ou pessimistas, em relação à cura, não
influencia, diretamente, nas chances de sobrevivência à doença.
Evidentemente, discordamos desses argumentos, uma vez que diversas
provas registram que, no caso de doenças graves, a mente pode
influenciar no resultado de recuperação.
Em que
pese considerarmos a importância dos médicos e o valioso contributo da
ciência, quando não apoiados na mudança de comportamento mental do
doente, somente o bom relacionamento médico-paciente é limitado e
insuficiente para atacar as causas da doença e a angústia dela
decorrente. O paciente, ao chegar ao hospital, traz consigo, além da
doença, sua trajetória de vida atual e passada. O seu estado emotivo é
resultante de alguns vetores como a estrutura da personalidade,
interpretação e vivência dos acontecimentos, considerando aspectos do
imaginário e do real, além de outras variáveis de causas patogênicas.
Os
espíritas sabem que a matéria mental é criação de energia que se
exterioriza do Espírito e se difunde por um fluxo de partículas e ondas,
como qualquer outra forma de propagação de energia existente no
Universo. Pensar é um processo de projeção de matéria mental e essa
matéria é o instrumento sutil da vontade, atuando nas formações da
matéria física, gerando as motivações de prazer ou desgosto, alegria ou
dor, otimismo ou desespero, saúde ou doenças, que não se reduzem,
efetivamente, a abstrações, por representarem turbilhões de forças em
que a alma cria os seus próprios estados de mentação indutiva, atraindo,
para si mesma, os agentes [por enquanto imponderáveis], de luz ou
sombra, vitória ou derrota, infortúnio ou felicidade, conforme conceitua
o Espiritismo.
Nesse aspecto, o estado mental,
fruto das experiências de vida passada e presente, deixa de ter uma
dimensão intangível para se consubstanciar na condição de matéria em
movimento. Muitos pacientes, diante do diagnóstico da doença,
transformam a dor em esperança e despertam, neles, a vontade de lutar
por uma vida melhor. Outros, porém, desistem e se entregam, admitindo
que estão sob uma sentença de morte. Cada caso é um caso e, a cada um, a
vida responde segundo seus merecimentos.
Do
exposto, urge que busquemos, acima de tudo, os hábitos salutares da
oração, da meditação e do trabalho, procurando enriquecer-nos de
esperança e de alegria, para nunca desanimarmos diante dos desafios de
qualquer doença, ainda que sob o guante de nossos delitos do passado
“esquecido”. Lembremos, sempre, que o Evangelho do Senhor nos esclarece
que o pensamento puro e operante é a força que nos arroja das trevas
para a luz, do ódio ao amor, da dor à alegria.
Para
todos os males e quaisquer doenças, centremos nossos pensamentos em
Jesus, pois nosso remédio é, e será sempre, o Cristo. Ajustemo-nos ao
Evangelho Redentor, pois o Mestre dos mestres é a meta de nossa
renovação.
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