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sábado, 5 de fevereiro de 2011

A Reencarnação no Evangelho

A Reencarnação no Evangelho
Hugo Alvarenga Novaes
11/01/2011

Explicação: Antes de qualquer coisa, afirmamos: “não queremos convencer ninguém de nada”. Escrevemos esta obra literária unicamente com a intenção de esclarecer aqueles que ainda não conhecem o verdadeiro significado das palavras de Jesus sobre as múltiplas existências. Mesmo porque acreditamos que cada um de nós tem um tempo certo para se conscientizar de determinada ideia; seja nessa vida ou nas próximas. “Aos que já possuem uma crença e têm certeza de sua convicção nesta, dizemos que o supracitado texto não é para estes”.

Sabemos que há diversas passagens evangélicas, que falam, direta ou indiretamente sobre a reencarnação. Contudo, concordamos com o professor e engenheiro mecânico, Carlos Friedrich Loeffler, quando ele diz: “Basta um único corvo branco para provar que nem todos são negros.” Ao espelharmo-nos nessa sentença, achamos que alguns versículos bíblicos nos quais João Batista é citado, são suficientes para comprovar a existência das vivências sucessivas no Evangelho. Como disse Jesus: “Quem tem ouvidos, ouça.” (Mateus 11,15), ou seja, “acredite quem quiser e puder”.

Introdução:

Temos visto de várias pessoas que possuem uma crença diversa da nossa, uma postura religiosa diferente em relação à reencarnação. Uma das principais teses que defendem, é que não há a referida palavra nas Escrituras. No entanto, percebemos que lhes falta a coerência e a prudência. Atuam movidos pelo fanatismo religioso, que os impede de ver algo que vá de encontro com aquilo que cultuam. Realmente, na Bíblia não há este vocábulo e nem poderia ter. A palavra “reencarnação” foi usada pela primeira vez por Hippolyte Léon Denizard Rivail (Allan Kardec - 1804-1869) - quando surgiu o Espiritismo, mais exatamente na publicação de “O Livro dos Espíritos - (18/4/1857)”. Contudo, é fato que se pode encontrar a pluralidade das existências nas Escrituras. Não o verbo “reencarnar” ou qualquer derivado, mas sim o conceito das vidas múltiplas na cultura judaico-cristã, que era chamada de ressurreição. Portanto, já que Jesus era Judeu e foi considerado “O Sábio dos Sábios”, certamente ensinou a existência das vidas sucessivas, porque esta é verdadeira e Ele só falava a verdade. É claro, não a palavra “reencarnação” e nem como ela é realmente, pois o povo daquela época não entenderia, mas repetimos: ensinou sim seu conceito. Entendemos aqueles que fazem de tudo para retirar a ideia das sucessivas existências do Evangelho; pois se a admitirem, estarão negando a religião que abraçam. Ingenuamente, acham que a reencarnação não existirá se não estiver na Bíblia, a qual não tem confirmação científica e, por isso, não podem determinar a sua existência. Ela é uma lei natural e, como tal, não tem esse caráter religioso. O Espiritismo somente a explicou melhor, não a inventou, ela sempre aconteceu, graças à Inesgotável Misericórdia do Altíssimo.

Este texto nos mostra: incontestável, clara e logicamente, que mesmo não estando na Bíblia a palavra “reencarnação”, seu conceito pode ser visto no Evangelho. Embora muitos recusem que a pluralidade das existências se encontre nas Escrituras, é inadmissível negarmos que a Bondade Divina pode ser representada da melhor forma pela reencarnação. Deus, sabendo que somos espíritos imortais, dá-nos uma nova oportunidade na carne, perdoando-nos de pecados cometidos em vidas passadas. Jesus, em um de seus muitos diálogos com Pedro, nos ensina que devemos perdoar sempre. Vejamos essa conversa a seguir: “Então Pedro, aproximando-se dele, lhe perguntou: Senhor, até quantas vezes pecará meu irmão contra mim, e eu hei de perdoar? Até sete? Respondeu-lhe Jesus: Não te digo que até sete; mas até setenta vezes sete” (Mateus 18,21-22), ou seja, indefinidamente. Será que Deus, Soberanamente Justo e Bom... 1. Perdoar-nos-á e dar-nos-á outra oportunidade através da reencarnação? Ou 2. Condenar-nos-á ao inferno e as penas eternas? Tenho certeza de que O Criador escolherá a opção 1. Lendo “A Reencarnação no Evangelho”, não teremos dúvidas de que a idéia das vidas múltiplas foi dita pelo Cristo e consequentemente abonada por Deus.

A imortalidade de Elias:

Negando a reencarnação, muitas pessoas dizem verdadeiros absurdos, sem se darem conta de que falando certos disparates, estão contradizendo a Bíblia que tanto adoram. Chegam ao cúmulo de interpretar literalmente que Elias não morreu; o profeta teria subido “vivo” ao céu. Vamos enumerar alguns pontos discordantes, não somente com o Evangelho, mas com toda a Bíblia. Vejamos isso a seguir:

a) - “... és pó, e ao pó tornarás” (Gênesis 3,19). Como Elias voltará ao pó, se ele está no céu?

b) - “Então lhe veio uma carta da parte de Elias...” (II Crônicas 21,12). Como explicar essa carta se o arrebatamento de Elias se deu em (II Reis 2,11), ou seja, antes dos livros de Crônicas?

c) - “Ora, ninguém subiu ao céu, senão o que desceu do céu, o Filho do homem” (João 3,13). Será que O Mestre se esqueceu de excetuar Elias?

d) - “O espírito é o que vivifica, a carne para nada aproveita...” (João 6,63). Será que o corpo de Elias foi aproveitado no céu?

e) - “... carne e sangue não podem herdar o reino de Deus...” (I Coríntios 15,50). Será que isso vale para Elias ou não?

f) - “... Deus não faz acepção de pessoas” (Atos 10,34). Será que Elias foi privilegiado Pelo Altíssimo?

g) - “... aos homens está ordenado morrerem uma só vez...” (Hebreus 9,27). Como Elias não morreu nenhuma, essa passagem não se cumpriu.

O fato independe se as pessoas gostem ou não da reencarnação, porquanto, como ela é uma lei natural, reencarnarão de qualquer jeito.

Elias reencarnado como João Batista, é o mensageiro profético:

É fato que o povo hebreu da época de Jesus acreditava na volta de Elias. No Antigo Testamento, “para quem tem ouvidos de ouvir”, João Batista é citado algumas vezes. Assim sendo, acompanhemos nos trechos bíblicos a seguir, as profecias na Primeira Revelação e, logo após, o versículo correspondente na Nova Aliança. Ei-los:

“Eis que eu envio o meu mensageiro, e ele há de preparar o caminho diante de mim; e de repente virá ao seu templo o Senhor, a quem vós buscais, e o anjo do pacto, a quem vós desejais; eis que ele vem, diz o Senhor dos exércitos” (Malaquias 3,1).

“Eis que eu vos enviarei o profeta Elias, antes que venha o grande e terrível dia do Senhor” (Malaquias 4,5).

“Naqueles dias apareceu João, o Batista, pregando no deserto da Judéia, dizendo: Arrependei-vos, porque é chegado o reino dos céus. Porque este é o anunciado pelo profeta Isaías, que diz: Voz do que clama no deserto; Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas” (Mateus 3,1-3).

Temos ciência da pregação de João Batista no deserto e, devido a isso, estamos certos de que “ele era o mensageiro que preparava o caminho do Amado Messias”. Lembremos: quando pessoas, “só se envia a quem existe”.

O anúncio angélico do nascimento de João Batista:

Nos dizeres do anjo Gabriel a Zacarias (pai de João Batista, no primeiro capítulo do Evangelho de Lucas, nos versículos de 11 a 13 e um pouco mais adiante nos versículos de 17 a 19), fica claro que o espírito do profeta Elias será enviado novamente ao planeta, mas, no corpo do primo do Sublime Mestre Nazareno. Alguns, negando as múltiplas existências, falam que “esta citação não significa que o segundo seja reencarnação do primeiro, mas que seus ministérios e hábitos são muito parecidos”. Enganam-se os que dizem isso, pois a expressão “no espírito e poder”, quer dizer que o mencionado, ou seja, o filho de Zacarias, nascerá com o mesmo espírito que habitou o corpo do profeta Elias. Aliás, pela narrativa do enviado celeste, o feto de João Batista “já era santificado”, pois tinha “o espírito e o poder” de Elias, o qual, como João Batista, era enormemente ligado às Coisas Divinas. E na parte final do mesmo capítulo, mais exatamente nos versículos 76 e 77, os dizeres proféticos de Zacarias, confirmam a profecia de Malaquias 3,1, além de comprovarem o anuncio angélico que se refere ao proceder de João Batista. Através dessas passagens evangélicas, fica comprovada a existência da reencarnação. Reparemos isso logo a seguir:

“Apareceu-lhe, então, um anjo do Senhor, em pé à direita do altar do incenso. E Zacarias, vendo-o, ficou turbado, e o temor o assaltou. Mas o anjo lhe disse: Não temais, Zacarias; porque a tua oração foi ouvida, e Isabel, tua mulher, te dará à luz um filho, e lhe porás o nome de João” (Lucas 1,11-13).

“irá adiante dele no espírito e poder de Elias, para converter os corações dos pais aos filhos, e os rebeldes à prudência dos justos, a fim de preparar para o Senhor um povo apercebido. Disse então Zacarias ao anjo: Como terei certeza disso? pois eu sou velho, e minha mulher também está avançada em idade. Ao que lhe respondeu o anjo: Eu sou Gabriel, que assisto diante de Deus, e fui enviado para te falar e te dar estas boas novas” (Lucas 1,17-19).

“E tu, menino, serás chamado profeta do Altíssimo, porque irás ante a face do Senhor, a preparar os seus caminhos; para dar ao seu povo conhecimento da salvação, na remissão dos seus pecados” (Lucas 1,76-77).

Semelhanças entre Elias e João Batista:

Observemos que como o espírito de Elias e João Batista é um só, suas preferências e costumes são iguais. Vejamos algumas semelhanças entre eles: 1. Pregavam no deserto; 2. Nunca se casaram; 3. Tinham grande fé; 4. Estavam sempre em comunhão com Deus através da meditação; 5. Eram completamente desprendidos dos bens materiais; 6. Viviam no campo; 7. Estavam sempre pregando; 8. Eram sozinhos; 9. Por falarem sempre a verdade e não temerem a ninguém, aconteceram-lhes dificuldades; 10. Elias e João Batista tiveram problemas com Jezabel e Herodias respectivamente. Duas pessoas podem se parecer, mas, no caso de Elias e João Batista, é bem provável a hipótese da reencarnação.

O maior nascido de mulher:

Caso o Homem não evolua gradativamente, Jesus, ao dizer que “João Batista era o maior dos nascidos de mulher” (Mateus 11,11), se contradiz com a Bíblia, pois ela nos mostra que “Deus não faz acepção de pessoas” (Atos 10,34), ou seja, que O Criador não privilegia ninguém. Na verdade o espírito é criado simples e ignorante. Sabemos que os “nascidos de mulher”, são aqueles que ainda reencarnam (caso de João Batista. O Cristo, (Filho do Homem), não precisava mais reencarnar. Mas continuando a leitura do versículo de Mateus vemos: “no Reino dos Céus, o menor é maior que João Batista” (Mateus 11,11). Isto está plenamente de acordo com o princípio reencarnatório, o qual permite que evoluamos em outras vidas.

Jesus e João Batista são contemporâneos:

Atentemos para uma frase que se encontra em Mateus 11,12, e que passa despercebida por muitos. Olhem-na: “E desde os dias de João, o Batista, até agora...” Somente se João Batista não tivesse vivido na mesma época que Jesus, esta sentença anteriormente citada teria sentido. A expressão “desde os dias” só cabe em quem já viveu. Mas continuemos a citação evangélica: “Pois todos os profetas e a lei profetizaram até João. E, se quereis dar crédito, é este o Elias que havia de vir. Quem tem ouvidos, ouça” (Mateus 11,13-15). Caro leitor, se Cristo e João Batista foram contemporâneos, não justifica a frase: “E desde os dias de João, o Batista, até agora”, só se admitirmos que ele vivera antes. Fato confirmado por Jesus que disse: “E, se quereis dar crédito, é este o Elias que havia de vir. Quem tem ouvidos, ouça” (Mateus 11,14-15), em outras palavras, se quiser ouvir minha afirmação, João Batista é a reencarnação de Elias.

Acredite quem quiser e puder:

Mesmo sabendo da veracidade das vidas múltiplas, vale perceber, que Jesus não desmentiu o pensamento de seus discípulos, de que uma pessoa pudesse voltar. Isto porque a reencarnação é uma lei natural e, como tal, verdadeira e consequentemente está no Evangelho. Uma das maiores comprovações desse fato, podemos notar em duas passagens escritas por Levi, nas quais lemos Jesus dizer que João Batista é Elias e que este retornara no corpo de seu famoso primo. Vejamos isso a seguir:

“E desde os dias de João, o Batista, até agora, o reino dos céus é tomado a força, e os violentos o tomam de assalto. Pois todos os profetas e a lei profetizaram até João. E, se quereis dar crédito, é este o Elias que havia de vir. Quem tem ouvidos, ouça” (Mateus 11,12-15).

“Perguntaram-lhe os discípulos: Por que dizem então os escribas que é necessário que Elias venha primeiro? Respondeu ele: Na verdade Elias havia de vir e restaurar todas as coisas; digo-vos, porém, que Elias já veio, e não o reconheceram; mas fizeram-lhe tudo o que quiseram. Assim também o Filho do homem há de padecer às mãos deles. Então entenderam os discípulos que lhes falava a respeito de João, o Batista” (Mateus 17,10-13).

Reparemos as seguintes palavras do Querido Rabi: “E, se quereis dar crédito, é este o Elias que havia de vir.” “digo-vos, porém, que Elias já veio, e não o reconheceram; mas fizeram-lhe tudo o que quiseram. Assim também o Filho do homem há de padecer às mãos deles” (Mateus. 11,14 e 17,12). Agora, lembremos o provérbio que diz:: “O pior cego é aquele que não quer ver”. Recordei-me desse ditado popular porque é inegável que a reencarnação pertence á lista dos vários ensinamentos Do Divino Pegureiro e só um “cego que não quer ver”, não a percebe. Ora, sendo O Cristo quem é, ou seja, O Governador Espiritual de Nosso Planeta e possuindo uma autoridade inquestionável, em hipótese alguma é prudente nós irmos contra Seus Dizeres. Portanto, se O Sublime Mestre Nazareno disse que Elias já veio e está vivendo no corpo de João Batista, fica provado que o segundo é a reencarnação do primeiro. Há não ser para aqueles que não querem ver. Notamos que Jesus pregou as diversas existências. Ele deu certeza de que o espírito de Elias reencarnou no corpo de João Batista. Tanto isso é verdade, que os dois têm o mesmo caráter e costumes. Em relação às vidas múltiplas, eu tenho ouvidos para ouvir e reconheço que João Batista é a reencarnação de Elias, mas, como diz o adágio popular: “cada um é cada um e cada qual é cada qual”.

Ministérios semelhantes e sentido profético:

Em Mateus 11,14 vemos: “E, se quereis dar crédito, é este o Elias que havia de vir." Algumas pessoas falam que Jesus ao dizer esta expressão, estava referindo-se única e exclusivamente à semelhança havida entre João Batista e Elias, que seus ministérios proféticos são iguais e que os dois tinham o mesmo espírito valente e corajoso e, de forma alguma, o primeiro é a reencarnação do segundo. Isto é um absurdo! (Veja o tópico: “O anúncio angélico do nascimento de João Batista”.), Nunca confundamos o vocábulo “um” que pode ser “um numeral, um artigo indefinido, um adjetivo, um pronome indefinido ou um substantivo masculino, dependendo de onde se encontrar”, com a palavra “o”, que significa “um artigo definido, um pronome demonstrativo, um pronome pessoal, um adjetivo, um substantivo masculino e outros, conforme o caso que estiver empregado”. Dar-lhes-ei dois exemplos do que estou falando: 1. - A frase: “Jamais surgirá “um” Rui Barbosa”, não é sinônima de “nunca mais surgirá “o” Rui Barbosa”. 2. - “O Ronaldinho Gaúcho é “um” verdadeiro Pelé”, não é igual à sentença: “o Ronaldinho Gaúcho é “o” verdadeiro Pelé”. Assim, não deixemo-nos confundir por fundamentalistas que tentam passar-nos a ideia de que Jesus teria dito que viria à Terra, um homem o qual seria João Batista, com as mesmas qualidades de Elias e que o filho de Izabel e Zacarias não seria a reencarnação do profeta, mestre de Eliseu,. Mas, na verdade, quando o Cristo disse: “Pois todos os profetas e a lei profetizaram até João. E, se quereis dar crédito, é este o Elias que havia de vir. Quem tem ouvidos, ouça” (Mateus 13,15). O Meigo Messias nos falou que João Batista era Elias reencarnado. ATENÇÃO: vemos claramente Jesus dizer no versículo 14 do capítulo 11 de Mateus: “o Elias” e não “um Elias” como querem alguns. Portanto, repetimos: “não temos dúvida em afirmar com toda a certeza, de que, de fato João Batista, como disse Jesus, era mesmo a reencarnação do profeta Elias”.

O cumprimento da lei de causa e efeito:

A “lei de causa e efeito”, a qual a reencarnação obedece, mostra-nos que: “toda ação da vida moral do homem, corresponde a uma reação semelhante dirigida a ele mesmo”. Na medida em que temos certeza de que somos seres duais, ou seja, possuímos dois elementos básicos, “corpo e espírito” e, estando cientes que o segundo é o mais importante, tanto que é imortal, acompanhamos Elias (futuro João Batista), no Antigo Testamento, mais exatamente em I Reis 18,40 e 19,1, mandar degolar os Profetas de Baal e depois, em Mateus 14,6-11, João Batista (antigo Elias), resgatar uma dívida passada, ao ter sua cabeça cortada, como fizera quando no corpo de Elias, aos 450 adoradores do deus cananeu. Como as vidas sucessivas estão diretamente relacionadas com a lei de Causa e Efeito, mostrar-lhes-emos o que ocorreu com os profetas de Baal que Elias matara, como posteriormente a João Batista. Observemos esses acontecimentos atentamente logo a seguir e reparemos como o tipo de morte é semelhante:

“Disse-lhes Elias: Agarrai os profetas de Baal! que nenhum deles escape: Agarraram-nos; e Elias os fez descer ao ribeiro de Quisom, onde os matou” (I Reis 18,40).

“Ora, Acabe fez saber a Jezabel tudo quanto Elias havia feito, e como matara à espada todos os profetas” (I Reis 19,1).

“Festejando-se, porém, o dia natalício de Herodes, a filha de Herodias dançou no meio dos convivas, e agradou a Herodes, pelo que este prometeu com juramento dar-lhe tudo o que pedisse. E instigada por sua mãe, disse ela: Dá-me aqui num prato a cabeça de João, o Batista. Entristeceu-se, então, o rei; mas, por causa do juramento, e dos que estavam à mesa com ele, ordenou que se lhe desse, e mandou degolar a João no cárcere; e a cabeça foi trazida num prato, e dada à jovem, e ela a levou para a sua mãe” (Mateus 14,6-11).

Observemos adiante que em algumas passagens, a lei de causa e efeito ou ação e reação descrita acima, é confirmada pelo Amado Nazareno:

“Não julgueis, para que não sejais julgados. Porque com o juízo com que julgais, sereis julgados; e com a medida com que medis vos medirão a vós.” (Mateus 7,1-2).

“Então Jesus lhe disse: Mete a tua espada no seu lugar; porque todos os que lançarem mão da espada, à espada morrerão.” (Mateus 26,52).

“Replicou-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo que todo aquele que comete pecado é escravo do pecado.” (João 8,34).

Popularmente diz-se: “quem planta colhe”! E como o espírito é um só, fica-nos demonstrado cabalmente, que, de fato, João Batista era sim a reencarnação de Elias.

O povo e o rei Herodes, acreditavam na reencarnação:

Era crença comum que uma pessoa poderia retornar à vida em outro corpo. Isso fica claro, quando, Jesus, falando a seus discípulos (Mateus 16,13-14) e o rei Herodes referindo-se a João Batista (Lucas 9,7-9), mostram-nos que o povo acreditava que o primo do Amado Mestre Nazareno poderia ter reencarnado e não ressuscitado; entretanto, não sabiam como todo o processo reencarnatório se dava. Sabemos que o aramaico (Língua falada na época e naquelas regiões), era bastante limitado; assim, o verbo “reencarnar e derivados”, era substituído por “ressuscitar e provenientes”. Todavia, observemos os dois trechos evangélicos citados anteriormente:

“Tendo Jesus chegado às regiões de Cesaréia de Felipe, interrogou os seus discípulos, dizendo: Quem dizem os homens ser o Filho do homem? Responderam eles: Uns dizem que é João, o Batista; outros, Elias; outros, Jeremias, ou algum dos profetas” (Mateus 16,13-14).

“Ora, o tetrarca Herodes soube de tudo o que se passava, e ficou muito perplexo, porque diziam uns: João ressuscitou dos mortos; outros: Elias apareceu; e outros: Um dos antigos profetas se levantou. Herodes, porém, disse: A João eu mandei degolar; quem é, pois, este a respeito de quem ouço tais coisas? E procurava vê-lo” (Lucas 9,7-9).

Encontramos no capítulo IV, item 4 de “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, a melhor explicação comparativa, entre a reencarnação e a ressurreição. Vejamo-la a seguir:

“A reencarnação fazia parte dos dogmas dos judeus, sob o nome de ressurreição. Só os saduceus, cuja crença era a de que tudo acaba com a morte, não acreditavam nisso. As ideias dos judeus sobre esse ponto, como sobre muitos outros, não eram claramente definidas, porque apenas tinham vagas e incompletas noções acerca da alma e da sua ligação com o corpo. Criam eles que um homem que vivera podia reviver, sem saberem precisamente de que maneira o fato poderia dar-se. Designavam pelo termo ressurreição o que o Espiritismo, mais judiciosamente, chama reencarnação. Com efeito, a ressurreição dá ideia de voltar à vida o corpo que já está morto, o que a Ciência demonstra ser materialmente impossível, sobretudo quando os elementos desse corpo já se acham desde muito tempo dispersos e absorvidos. A reencarnação é a volta da alma ou Espírito à vida corpórea, mas em outro corpo especialmente formado para ele e que nada tem de comum com o antigo. A palavra ressurreição podia assim aplicar-se a Lázaro, mas não a Elias, nem aos outros profetas. Se, portanto, segundo a crença deles, João Batista era Elias, o corpo de João não podia ser o de Elias, pois que João fora visto criança e seus pais eram conhecidos. João, pois, podia ser Elias reencarnado, porém, não ressuscitado.” (KARDEC, 1996, p. 84).

Após a transfiguração, Jesus fala indiretamente sobre a reencarnação:

Também na passagem da transfiguração de Jesus no monte Tabor, onde vemos a aparição de Elias e Moisés (Mateus 17,1-9), igualmente temos a confirmação Do Cristo (depois da pergunta dos discípulos (versículo 10), em relação à reencarnação de João Batista, nos versículos de 11 a 13 do mesmo capítulo de Mateus. Observemos o trecho evangélico completo:

“1 Seis dias depois, tomou Jesus consigo a Pedro, a Tiago e a João, irmão deste, e os conduziu à parte a um alto monte; 2 e foi transfigurado diante deles; o seu rosto resplandeceu como o sol, e as suas vestes tornaram-se brancas como a luz. 3 E eis que lhes apareceram Moisés e Elias, falando com ele. 4 Pedro, tomando a palavra, disse a Jesus: Senhor, bom é estarmos aqui; se queres, farei aqui três cabanas, uma para ti, outra para Moisés, e outra para Elias. 5 Estando ele ainda a falar, eis que uma nuvem luminosa os cobriu; e dela saiu uma voz que dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo; a ele ouvi. 6 Os discípulos, ouvindo isso, caíram com o rosto em terra, e ficaram grandemente atemorizados. 7 Chegou-se, pois, Jesus e, tocando-os, disse: Levantai-vos e não temais. 8 E, erguendo eles os olhos, não viram a ninguém senão a Jesus somente. 9 Enquanto desciam do monte, Jesus lhes ordenou: A ninguém conteis a visão, até que o Filho do homem seja levantado dentre os mortos. 10 Perguntaram-lhe os discípulos: Por que dizem então os escribas que é necessário que Elias venha primeiro? 11 Respondeu ele: Na verdade Elias havia de vir e restaurar todas as coisas; 12 digo-vos, porém, que Elias já veio, e não o reconheceram; mas fizeram-lhe tudo o que quiseram. Assim também o Filho do homem há de padecer às mãos deles. 13 Então entenderam os discípulos que lhes falava a respeito de João, o Batista” (Mateus 17,1-13).

Após essa resposta clara e direta (versículos 11-12) Do Divino Jardineiro, tudo ficou mais fácil de ser entendido. - Vale observar: “como o espírito de Elias era muito evoluído, ele podia se apresentar com a aparência de qualquer uma de suas encarnações passadas e não só com a última como muitas pessoas pensam”. - Somente não vê que o espírito de Elias reencarnou no corpo de João Batista, quem realmente não quer ver. (Veja o tópico chamado: "O maior nascido de mulher").

A palavra de Jesus é maior que a de João Batista:

“19 E este foi o testemunho de João, quando os judeus lhe enviaram de Jerusalém sacerdotes e levitas para que lhe perguntassem: Quem és tu? 20 Ele, pois, confessou e não negou; sim, confessou: Eu não sou o Cristo. 21 Ao que lhe perguntaram: Pois que? És tu Elias? Respondeu ele: Não sou. És tu o profeta? E respondeu: Não. 22 Disseram-lhe, pois: Quem és? para podermos dar resposta aos que nos enviaram; que dizes de ti mesmo? 23 Respondeu ele: Eu sou a voz do que clama no deserto: Endireitai o caminho do Senhor, como disse o profeta Isaías” (João 1,19-23).

Esta é mais uma passagem evangélica, na qual fica claro que o povo da época acreditava que (de certa forma), alguém poderia voltar à vida, pois, só assim é explicado o porque da pergunta “Quem és tu” (v. 19). Alguns, contrários à reencarnação, podem perguntar: “e o que tem o povo acreditar na volta de alguém?” Respondemos com uma frase muito conhecida: “a voz do povo é a voz de Deus”. Jesus, sabendo que a reencarnação é uma verdade e que o povo da época não poderia entendê-la como realmente ela é. Disse: “Ainda tenho muito que vos dizer; mas vós não o podeis suportar agora” (João 16,12). Voltemos a João Batista e ao fato de ele não se lembrar que era Elias: dizemos que ele estava certo, afinal, não nos recordamos diretamente de vidas passadas. Bem dissera Jó: “Porque nós somos de ontem, e nada sabemos...” (Jó 8,9). Além disso, acreditamos mais nas palavras de Jesus que disse da volta de Elias e confirmou a reencarnação (Mateus 11,14; 17,12). E vocês? Em quem acreditam mais? Jesus ou João Batista?

Pergunta:

Caros leitores, visto tudo isso, respondam-me por favor: Sendo que só temos um Elias na Bíblia, pergunto-lhes: neste livro, a respeito da reencarnação, quando, “de alguma maneira,” faz-se ligação entre Elias e João Batista, quem está falando a verdade?

a) - O profeta Malaquias;

b) - O anjo Gabriel;

c) - Jesus;

d) - Zacarias (pai de João Batista);

e) - Os discípulos de Jesus:

f) - O rei Herodes?

g) - Os que acreditam que João Batista possa ser Elias;

h) - Todas as respostas acima estão corretas.

Em relação à reencarnação, repetimos o ditado popular e as palavras de Jesus: “O verdadeiro cego é aquele que não quer ver”, “Quem tem ouvidos, ouça” (Mateus 11,15), ou seja, “acredite quem quiser e puder.

Conclusão

Sobre a reencarnação, vejamos abaixo o pensamento de Martins Peralva:

“Necessário vos é nascer de novo

Não foram os espíritas que inventaram a Reencarnação - palavra que grafamos com inicial maiúscula, em homenagem de nossa Alma agradecida à lei sábia e misericordiosa que projetou luz sobre o até então incompreendido problema do Ser, do Destino e da Dor.

O ensino reencarnacionista vem de muito longe, de povos antigos e remotíssimas doutrinas.

Ao Espiritismo couberam, apenas, a honra e a glória de estudá-lo, sistematizando-o, para convertê-lo, afinal, num dos principais, senão no principal fundamento de sua granítica estrutura doutrinária.

Grandes vultos do passado, no campo da Religião, da Filosofia e da Ciência, aceitaram e difundiram a Reencarnação.

Orígenes (nascido em 185 e falecido em 254), considerado por São Jerônimo como a maior autoridade da Igreja de Roma, afirma, no livro “Dos Princípios”, em abono da tese básica do Espiritismo: “As causas das variedades de condições humanas são devidas às existências anteriores.

São, ainda, do eminente e consagrado teólogo as seguintes palavras: “A maneira por que cada um de nós põe os pés na Terra, quando aqui aportamos, é a consequência fatal de como agiu anteriormente no Universo.”

Ainda de Orígines: “Elevando-se pouco a pouco, os Espíritos chegaram a este mundo e à ciência dele. Daí subirão a melhor mundo e chegarão a um estado tal que nada mais terão de ajuntar.”

Crisna, no Bhagavad-Guitá (o Evangelho da Índia), predica, com absoluta e inegável clareza: “Eu e vós tivemos vários nascimentos. Os meus, só são conhecidos de mim; vós não conheceis os vossos.”

Os Vedas, milhares de anos antes de Jesus-Cristo, difundiam, largamente, a ideia reencarnacionista.

Buda aceitava e pregava a Reencarnação.

Os sacerdotes egípcios ensinavam que “as almas inferiores e más ficam presas à Terra por múltiplos renascimentos, e que as almas virtuosas sobem, voando para as esferas superiores, onde recobram a vista das coisas divinas”.

Na Grécia, berço admirável de legítimos condores do Pensamento e da Cultura, encontramos Sócrates, Platão e Pitágoras como fervorosos paladinos das vidas sucessivas.

Sócrates ensinava que “as almas, depois de haverem estado no Hades o tempo necessário, são reconduzidas a esta vida em múltiplos e longos períodos”.

O ensino pitagórico era, como é notório, essencialmente reencarnacionista, dele advindo, por falsa interpretação de mentes pouco evoluídas, a errônea teoria da metempsicose.

Entre os romanos, Virgílio e Ovídio disseminavam os princípios reencarnacionistas.

Ovídio chegava a dizer: “quando minha alma for pura, irá habitar os astros que povoam o firmamento”, admitindo, assim, semelhantemente aos espíritas, a sucessividade das vidas em outros planetas.

São Jerônimo afirmava, por sua vez, “que a transmigração das almas fazia parte dos ensinos revelados a um certo número de iniciados”.

Deixemos, contudo, esses consagrados vultos, cuja opinião, embora respeitável e acatada, empalidece ante a opinião da figura máxima da Humanidade — Nosso Senhor Jesus-Cristo.

O Sublime Embaixador pregou a Reencarnação. Algumas vezes, de forma velada; outras, com objetividade e clareza.

Falando a respeito de Elias, o profeta falecido alguns séculos antes, diz o Mestre: — “Elias já veio e não o conhecestes”, compreendendo então os discípulos que se referia a João Batista (Elias reencarnado).

No famoso diálogo com Nicodemos, afirma que ninguém alcançará o Reino de Deus “se não nascer de novo.

Nascer da água e do Espírito — o que completa a intenção, o pensamento reencarnacionista de Jesus.

Em outra oportunidade, externando por meio de simples alegoria sobre a Lei de Causa e Efeito — ou Carma —, sentencia: — “Ninguém sairá da Terra sem que pague até o último ceitil”, isto é: até a completa remissão das faltas.

Como Se vê, o Espiritismo não criou, não inventou a Reencarnação.

Aceitando-a como herança de eminentes filósofos e de respeitáveis doutrinas, de Jesus e de Seus discípulos, e confirmada, a seu tempo, pelos Espíritos do Senhor, o Espiritismo promoveu o seu estudo, a sua difusão, a sua exegese.

Ela é, contudo, antiqüíssima, conhecida e professada antes do Cristo, na época do Cristo e em nossos dias.

Há mais de um século o Espiritismo apresenta-a por único meio de crermos num Pai Justo e Bom, que dá a cada um “segundo as suas obras” e como elemento explicativo da promessa de Jesus, de que “nenhuma de suas ovelhas se perderia”.

A Reencarnação é a chave, a fórmula filosófica que explica, sem fugir ao bom-senso nem à lógica, as conhecidas desigualdades humanas — sociais, econômicas, raciais, físicas, morais e intelectuais.

Sem o esclarecimento palingenésico, tais diversidades deixariam um doloroso “ponto de interrogação” em nossa consciência, no que diz respeito à Justiça Divina.

Sem as suas claridades, seria a Justiça de Deus bem inferior à dos homens.

Teríamos um Deus parcial, injusto, caprichoso, cruel, impiedoso mesmo.

Um Deus que beneficiaria a uns e infelicitaria à maioria.

Com a Reencarnação, temos Justiça Incorruptível, eqüânime, refletindo a ilimitada Bondade do Criador.

Um Deus que perdoa sem tirar ao culpado a glória da remissão de seus próprios erros.

Um Deus que perdoa, concedendo ao culpado tantas oportunidades quantas ele necessite para reparar os males que praticou.

Com a Palingenesia, temos um Deus que se apresenta, no Altar de nossa consciência e no Templo do nosso coração, como Pai Misericordioso e Justo, um Pai carinhoso e Magnânimo, que oferece a todos os Seus filhos os mesmos ensejos de redenção, através das vidas sucessivas — neste e noutros mundos, mundos que são as “outras moradas” a que se refere Jesus no Evangelho.

Tantas vidas quantas forem necessárias, porque o essencial e o justo é que “nenhuma das ovelhas se perca”...” (PERALVA, 1987, pp. 53-57).


Referências Bibliográficas
A Bíblia Eletrônica, http://www.rksoft.com.br/html/biblia.html.
KARDEC, A. O Evangelho Segundo o Espiritismo. Rio de Janeiro: FEB, 1996.
PERALVA, M. Estudando o Evangelho. Rio de Janeiro: FEB, 1987.


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