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terça-feira, 5 de janeiro de 2010

No mundo só teremos aflições?




Chama-nos atenção a seqüência de catástrofes naturais que têm ocorrido no Brasil. São as "tempestades que se reúnem num conselho de deuses, feitas de ventos, de chuvas e raios", que se espalham nos Estados do Rio de Janeiro, de Minas Gerais e de São Paulo, inundando lares, desmoronando sonhos e destruindo vidas. São circunstâncias em que as pessoas precisam estar dispostas a ajudar, pois estão jungidas pela tragédia para ocuparem as ambulâncias unidas pela solidariedade dolorida.
Devido aos estrugidos da natureza, irrompem, em várias localidades da Terra, grupos de fanáticos que criam seitas e cultos estranhos, que abandonam emprego e família, à espera do "juízo final". No Japão, vários "gurus" preveem o "final do mundo". Nos Estados Unidos, 55 milhões de americanos acham que falta pouco para o mundo acabar. Para esses, as tempestades, que têm destruído várias regiões do planeta, são anjos enviados para punir os homens, anunciando o "grande final" (!?...).
Não é confortador o aparecimento de pregoeiros dessas bizarras crenças, que se multiplicam mundo afora, obscurecidos na razão pela expectativa de uma "nova era". Até mesmo no meio espírita, têm surgido livros que induzem leitores ao pânico ou à hipnose catastrofista "do quanto pior melhor"...!Os terremotos, os furações, as inundações, as erupções vulcânicas e outras catástrofes naturais são parte inevitável do pulsar da natureza. Sabe-se, no mundo acadêmico, que poluição de veículos automotores no Velho Continente mata mais do que acidentes de trânsito. Percebe-se o vigor da expansão do consumo das drogas, a banalização do comportamento sexual veiculado por revistas, jornais, televisão, cinema, teatro, videocassete, tv a cabo, internet, etc.
Discute-se a legalização das drogas, cita-se o desemprego estrutural, comenta-se a ruptura da ordem, especula-se sobre a sombria previsão da drástica redução do manancial de água potável para daqui a quatro décadas, etc. Acerca disso, alguns estudiosos preveem conflitos mundiais, tendo como nexo causal a corrida pelo controle do líquido precioso. Os rios estão secando na Amazônia, onde existem 12% de água doce da Terra. Entretanto, na maioria dos casos, as tempestades têm por objetivo o restabelecimento do equilíbrio e da harmonia das forças físicas da natureza.
Os pessimistas insistem sempre em considerar que a maneira negativa e sombria de perceber as coisas do mundo é uma maneira realista de viver. Os preceitos espíritas indicam que a atual geração desaparecerá, gradativamente, e uma nova lhe sucederá, naturalmente, ou seja, uma parte dos espíritos que encarnavam na Terra não mais tornará a encarnar. Em cada criança que nascer, em vez de um espírito inclinado ao mal, que antes nela encarnaria, virá um espírito mais adiantado e propenso ao bem. Por mais difícil que seja o inevitável processo da seleção final dos valores éticos da sociedade, não podemos esquecer que Jesus é o Caminho que nos induz aos iluminados conceitos da Verdade, onde recebemos as gloriosas sementes da sabedoria, que dominarão os séculos vindouros, preparando nossa vida social para as culminâncias do amor universal no respeito pleno da vida do Planeta.
Enquanto as penosas cenas televisivas das tragédias naturais nos acicatam as retinas, as forças espirituais reúnem-se para a grande reconstrução do porvir. Lembremo-nos de que, na luta dolorosa das civilizações, Ele, O Cristo, é a luz do princípio e em Suas mãos repousa o ordenamento da natureza terrena. Por isso, o Mestre advertiu: "Nesse mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo - Eu venci o mundo".

Jorge Hessen é professor de História, orador, escritor, articulista espírita, há 33 anos. Site http://jorgehessen.net , email jorgehessen@gmail.com
 

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