Triste Poder das Trevas
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Luiz Carlos |Formiga |
Na cidade estranha (*), verificamos a existência de
um governo de entidades mentalmente vigorosas, porém negativas
em termos de valores morais e sentimentos humanos. Ordenam e são fielmente
obedecidos. Exercem um poder do tipo sugestão hipnótica, que pode ter longa
duração. Anteriormente, refletimos com os escritos de Carlos Aveline. (1)
Diz ele que "existem pessoas que buscam o poder coercitivo, que é um mecanismo
doentio, sob o ponto de vista psicológico". "A ânsia de poder neste caso
não se origina da força, mas da fraqueza. Ela é expressão da incapacidade do eu
individual para ficar sozinho e viver. É um esforço desesperado para conseguir
força simulada quando se tem falta de força autêntica.”
Seria o
prazer personalista de “se sentir autoridade”, como aquele encontrado em
políticos mascarados, que tangenciam o “Transtorno da Personalidade
Antissocial”. (2)
A autoridade é um crédito de competência que se dá
a quem merece por direito. Ninguém "se torna" autoridade, a pessoa
"é tornada" autoridade.
Jesus constituiu um grupo de trabalho e a unidade
se deu em torno do objetivo comum. Cada individualidade foi estimulada no seu
potencial. Apesar de sua grandeza espiritual ele nunca se colocou superior ao
grupo.
“Na democracia espiritual não significa necessariamente
que todos têm igual peso. Se a democracia impedisse o processo de liderança dos
mais experientes, o grupo se nivelaria por baixo e teria apenas a força do mais
fraco dos seus elos".
Aveline nos
faz pensar: “como organizar uma estrutura de poder, que seja coerente com a busca
espiritual?"
Como fazer para ajudar pessoas na evolução de sua
visão de mundo, depois que estamos de posse da realidade da vida após a morte? Creio
que muitos gostariam de estar de posse “desse poder”, para beneficiar seu
círculo afetivo.
Aveline deixa contribuição. “Estar de posse de poder para
fazer algo, nada tem a ver com dominação, mas maestria no sentido de
capacidade. Aí, poder significa potência. Dominação e potencia são excludentes,
uma vez que o primeiro é a perversão do segundo".
“ O oposto do poder neurótico e manipulador não é a ausência de poder e
de liderança, mas o poder solidário, a estrutura que se organiza para facilitar
a ajuda mútua".
Para começar
a adquirir esse poder, de fazer algo em benefício da transformação da visão de
mundo dos amores, é necessário se debruçar definitivamente sobre a Ciência do
Espírito. A base é a obra de Allan Kardec, que traz os seus fundamentos. (3) Será
necessário também realizar observação cuidadosa dos fatos espíritas, do passado
e do presente. (4).
"Três coisas incorporam grande quantidade de
valor a tudo o que é relativo ao caminho espiritual: conhecimento, trabalho e
intenção solidária. Essa combinação ilumina o conceito de democracia e são
indispensáveis para colocar uma instituição espiritualista em movimento".
A intenção solidária nos faz pensar em ciência e amor.
(5, 6) Um velho químico, que encontrou o
mundo dos micróbios, orienta jovens: “e vocês que estão sentados nesses bancos, representando a esperança
desse país, não venham aqui só pela excitação da polêmica, mas apenas para
aprender...”.
“Não fiquem
assustados com o desconhecido. Não recuem diante do mistério, mas procurem
enfrentá-lo e desvendá-lo...”
“Não se
considerem os únicos donos da verdade e do conhecimento, pois um diploma não
faz o cientista. Somente assim poderão cumprir sua missão, ser úteis ao
próximo... E façam tudo com amor, pois será um dia esplêndido aquele em que,
dos progressos da ciência, participará também o coração”.
O poeta concordou: “é tão bonito quando a gente vai a vida, nos caminhos onde bate
bem mais forte o coração”.
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