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Luiz Carlos Formiga |
Estudantes de medicina postam foto com gesto obsceno, “pintos nervosos”. O Conselho Regional de Medicina confirmou a veracidade da postagem.
Estivemos na AME-Carioca
falando resumidamente sobre a questão ética. Os slides foram disponibilizados.
Procuramos deixar
contribuição, embora saibamos que é investimento que deve ser feito no período
infantil. A responsabilidade é paterna. O exemplo arrasta. A cobrança será
posterior no tribunal da consciência.
A vergonha paterna pode
chegar antes da formatura. Sofrem no trote, onde já tivemos homicídio, não sei
se culposo.
Fui feliz como calouro, Na
década de 1960, o trote era integração.
Quando cheguei, os
veteranos me avisaram: “o trote é doação
de sangue, como você não tem peso nem altura não vai doar”. Fiquei muito
feliz, pois assim escapava da sangria e eventualmente do desmaio humilhante.
O alívio durou pouco. Atlético
veterano com voz de “Zé Grosso” falou-me: “quem
não doa vai tirar”. Foi aula prática de punção venosa, no diretório
acadêmico. Fui apresentado à “bailarina”.
Uma de minhas filhas não teve a mesma sorte.
Fui encontrá-la em um sinal de trânsito, com as roupas trocadas, pelo avesso,
pedindo esmola, para os veteranos gastarem no bar.
Nossos valores estão em
baixa. O mal é audacioso e os homens de bem continuam muito tímidos. No
entanto, posteriormente, alunos entregaram o que arrecadaram em mantimentos à
instituição que indiquei - Lar Anália Franco.
Precisamos agir contra o trote violento, puro
sadismo, apenas para humilhar, sem a finalidade integradora e pedagógica.
Uma estatística me
impressiona. Espero que a doutora esteja errada. Em “Mentes Perigosas”, a psiquiatra Ana Beatriz B. Silva alerta que os
psicopatas podem permanecer uma vida inteira sem serem descobertos. São 4% da
população, 3% são homens. Façam as
contas e ficarão assustados. Seus atos criminosos provêm de um raciocínio frio
e calculista combinado com a incapacidade de perceber pessoas como seres
humanos.
Calouros humilhados e
apavorados podem oferecer reações inesperadas e consequências graves precisam
ser evitadas. Essas coisas acontecem quando o “meio de cultura” oferece
condições ótimas de crescimento do micróbio veterano, patogênico por
excelência.
Um aluno veterano nos
confidenciou: “o dinheiro arrecadado na temporada de caça ao calouro é gasto em
álcool e maconha”. A maconha na Revista de Neurociência foi relacionada com a esquizofrenia.
Sobre a foto infame com as
calças abaixadas escreveu uma internauta: “nós mulheres queremos passar longe!”.
Na universidade, o salto
de qualidade será da informação para a formação de uma nova consciência
profissional com sua especificidade humana. Uma mente perigosa não consegue dar
esse salto. Precisamos identificá-la para as devidas providências. Prevenir é
melhor. Há ocasiões que não se pode mais remediar.
4 Comentários:
APLAUSOS!
Não consigo entender
o sadismo e a omissão
que alguns "veteranos" revelam.
Um momento de comemoração
que se transforma
em degradação
e até morte.
Parabenizo-o pela
abordagem e valiosa
contribuição
reflexiva.
Por Juli Lima, às 11 de abril de 2017 às 12:37
Formiga! Eu sempre falava do trote com a Jac, que era um absurdo, falava, quando meus filhos fossem pra Faculdade eu iria com uma vassoura na mão para impedir. Não foi preciso porque a Faculdade que estudaram o Reitor proibia.Meus filhos falaram. Ainda Bem!!!!
Por Unknown, às 11 de abril de 2017 às 13:06
Este comentário foi removido pelo autor.
Por Unknown, às 13 de abril de 2017 às 12:35
Sabe o que acho que são mentes diabólicas!!!!!
Por Unknown, às 13 de abril de 2017 às 12:39
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