Por Leonardo Paixão (*)
Um amigo, J. F., propôs a seguinte questão para estudo:
Uma questão para estudo.
O Corpo espiritual, também chamado perispírito semelhante ao corpo carnal, adoece envelhece e ... morre!
Quem confirma ?
Quem discorda?
Respondemos-lhe:
Caro irmão em Cristo, em meus estudos das obras do Espírito André Luiz, encontrei estas referências sobre o assunto proposto:
Ca. IV do livro 'No Mundo Maior", 21ª edição, FEB, pp. 59 e 61 - "(...) Nos dois lados da existência, em que nos movimentamos e dentro dos quais se encontram o nascimento e a morte do corpo denso, como portas de comunicação, o trabalho construtivo é nossa bênção, aparelhando-nos para o futuro divino" (p. 59).
"(...) Importa reconhecer, porém, que a nossa mente aqui age no organismo perispirítico, com poderes muito mais extensos, mercê da singular natureza e elasticidade da matéria que presentemente nos define a forma. Isto, contudo, em nossos círculos de ação, não nos evita as manifestações grosseiras, as quedas lastimáveis, as doenças complexas, porque a mente, o senhor do corpo, mesmo aqui, é acessível ao vício, ao relaxamento e às paixões arruinantes" (61).
Livro "Libertação", cap. VI, Observações e Novidades, 18 edição, pp. 85/86 - "(...) - André - respondeu ele, circunspecto, evidenciando a gravidade do assunto -, compreendendo-te o espanto. Vê-se, de pronto, que és novo em serviços de auxílio. Já ouvistes falar, de certo, numa "segunda morte"...
- Sim - acentuei -, tenho acompanhado amigos à tarefa reencarnacionista, quando, atraídos por imperativos de evolução e redenção, tornam ao corpo de carne. de outras vezes, raras, aliás, tive notícias de amigos que perderam o veículo perispiritual, conquistando planos mais altos. A esses missionários, distinguidos por elevados títulos na vida superior, não me foi possível seguir de perto.
Gúbio sorriu e considerou:
- Sabes, assim, que o vaso perispirítico é também transformável e perecível, embora estruturado em tipo de matéria mais rarefeita.
- Sim... - acrescentei, reticencioso, em minha sede de saber.
- Vistes companheiros - prosseguiu o orientador -, que se desfizeram dele rumo a esferas sublimes, cuja grandeza por enquanto não nos é dado sondar, e observaste irmãos que se submeteram a operações redutivas e desintegradoras dos elementos perispiríticos para renascerem na carne terrestre".
Livro "Evolução em Dois Mundos", 7ª edição, cap. II, item Corpo Espiritual depois da Morte, FEB, p. 31 - "Esse corpo que evolve e se aprimora nas experiências de ação e reação, no plano terrestre e nas regiões espirituais que lhe são fronteiriças, é suscetível de sofrer alterações múltiplas, com alicerces na adinamia proveniente da nossa queda mental no remorso, ou na hiperdinamia imposta pelos delírios da imaginação, a se responsabilizarem por disfunções inúmeras da alma, nascidas do estado de hipo e hipertensão no movimento circulatório das forças que lhe mantém o organismo sutil, e pode também desgastar-se, na esfera imediata à esfera física, para nela se refazer, através do renascimento, segundo o molde mental preexistente (grifo nosso), ou ainda restringir-se a fim de se reconstituir de novo, no vaso uterino, para a recapitulação dos ensinamentos e experiências de que se mostre necessitado de acordo com as falhas da consciência perante a Lei".
Por estas informaçãos vemos que o corpo espiritual ou períspirito sim, adoece, envelhece e...morre, como também renasce, basta ler com atenção o que se fala no excerto de "Evolução em Dois Mundos" aqui transcrito.
Complementando aqui a resposta ao caro amigo J. F., vejamos o que consta no livro "Quem São", psicografia de Chico Xavier, Espíritos Diversos, organização do Dr. Elias Barbosa, 1982, no capítulo Manancial de Consolo e Paz, uma mensagem assinada por Maria das Graças Gregh que nos dará ideia de renascimento no Mundo Espiritual
"(...) Foi um sono indescritível, porque me vi, como num pesadelo, arrastada para fora do turbilhão de destroços e acomodada em grande maca, na ideia de que continuava em meu corpo físico, a caminho de um hospital.
Por mais estranho que possa parecer, o meu pesadelo-realidade era feito de impressões e dores condicionadas de um parto prematuro.
Achava-me dopada por medicamentos ou forças que até hoje não sei explicar e senti perfeitamente que uma cesariana se processava.
Sentia-me fora do desastre, entre o reconforto de ser mãe novamente e a dor da dúvida sobre o Waldir e sobre as crianças, que ficavam na retaguarda.
Depois disso, veio o sono de verdade, do qual acordei perplexa, perguntando pelos meus pais.
A criança repousava junto a mim.
Chamo Júnior o caçula que se me desgarrou do seio aqui, na Vida Espiritual".
No livro "Painés da Obsessão", cap. 16, do Espírito Manoel Philomeno de Miranda, psicografia de Divaldo Pereira Franco há narrativa de caso semelhante.
No capítulo XIII, da Primeira Parte do livro "Evolução em Dois Mundos", no item Vida na Espiritualidade, temos esta revelação do Espírito André Luiz:
"As plantas, pela configuração celular mais simples, atendem, no plano extrafísico, à reprodução limitada, aí deixando descendentes que, mais tarde, volvem também à leira do homem comum, favorecendo, porém, de maneira espontânea, a solução de diferentes problemas que lhes dizem respeito, sem exigir maior sacrifício dos habitantes em sua conservação".
Temos nestes livros aqui citados, farto material de estudo e reflexão a respeito das propriedades do períspirito.
Não foi à toa que André Luiz colocou uma nota no livro "Libertação", cap. VI, Observações e Novidades: "O períspirito, mais tarde, será objeto de mais amplos estudos das escolas espiritistas cristãs".
(*) Leonardo Paixão é trabalhador espírita em Campos dos Goytacazes, RJ, colaborando com um grupo de amigos de ideal no Grupo Espírita Semeadores da Paz.
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