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segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Juntos e Misturados: Céu, Katutura e Suicídio


Luiz Carlos Formiga

“Vai e não erres mais”

Deu no que deu! Mas, todos vão negar o envolvimento com esquemas de distribuição bilionária de propinas e garantir que mantinham, com o delator, apenas relações institucionais. Diante destas tristes notícias encontradas nos jornais, deste sete de setembro, de 2014, chegamos a duas conclusões. A primeira é que esquemas corruptos podem ser considerados normais, exigindo apenas que, para suportá-los, além de fechar os olhos tapemos também as nossas narinas, para enfrentar esse esgoto a céu aberto.
 Gestores públicos e privados corruptos apresentam-se como anjos da impunidade e da injustiça. Falando em Justiça Divina, como ficarão na próxima encarnação? (1)
Como encontrarão uma Justiça efetiva, eficaz e eficiente, certamente receberão de volta a herança amealhada, garantida pela Lei de Causa e Efeito que não castiga, mas restitui.
Essa Lei é de abrangência universal e apresenta imaterialidade na execução, possui total poder de sanção e demonstra administração perfeita. Grande problema é que é de única instância e absoluta. Nela, advogados de defesa não poderão usar recursos protelatórios.
No Código Penal da Vida Futura encontramos: o sofrimento é inerente à imperfeição do Espírito. Sofre mais quem apresenta mais de uma doença, como acontece após a baixa de resistência, com a AIDS. Assim a soma de sofrimentos é proporcional a soma das imperfeições.
O Espírito também sofre pelo bem que deixou de realizar. As ações realizadas são rigorosamente consideradas e não há uma só ação que se perca e é um começo de progresso. Teremos que reprogramar os comportamentos e passar por provas que demonstrem que a lição foi internalizada.
As expiações contidas na sentença variam com a natureza das faltas. Um suicida sofre, mas aquele que o induziu ao ato estúpido sofre muito também. O arrependimento não basta por si só, não havendo a “delação premiada”, é necessário passar pela expiação das faltas e ainda reparar o mal realizado. Para cada suicídio há, em média, 5 ou 6 pessoas próximas ao falecido que sofrem consequências emocionais, sociais e econômicas.
Como prevenir o suicídio? Questão importante, especialmente para aqueles que já tiveram amigos ou parentes que colocaram fim à vida sem ao menos deixar uma justificativa, uma explicação para o ato extremo. Especialistas dizem que é difícil responder resumidamente, porque esta pergunta pode ter muitas respostas. Uma biblioteca possui diversos livros, alguns com mil páginas, exclusivamente sobre  a prevenção ao suicídio. No entanto, a Organização Mundial da Saúde preconiza quatro medidas básicas de prevenção. O tratamento adequado dos transtornos mentais; o controle de substâncias tóxicas, como os pesticidas, medicamentos; o controle de armas de fogo e a luta para o comportamento adequado da mídia, que deve evitar o sensacionalismo e a glorificação do ato. (2)
 O espírita recorda das vacinas, que são aplicadas logo após o nascimento. Boa prevenção é a evangelização, em todas as idades, através da fé que pode encarar a razão, face a face.
Em setembro, 10 é o Dia Mundial de Prevenção do Suicídio e pensamos em Yvonne do Amaral Pereira, dama que os espíritas respeitam como admiram Chico Xavier. Yvonne, através da psicofonia, diz que “algumas pessoas pensam que solucionam problemas maiores se suicidando. Esquecem estas almas que a reencarnação é algo de importante para a vida humana; tão importante que a lei de Deus proclama como um verdadeiro crime o suicídio. Quando uma alma se suicida antes de cometer um crime contra si, comete um crime contra a Lei de Deus (...).”
“Reencarnações se passarão, até que ele se ajuste para o ponto de retomada da vida, novamente. E retomada a partir de que ponto? A partir exatamente do ponto em que foi interrompida (...)”
“A moralização do homem o conduzirá ao Equilíbrio, à Paz, à Vitória no bem; fará com que ele, afinal, encontre o caminho que leva à Luz. Valorizem a Vida; pensem na reencarnação exatamente como deve ser pensada, ou seja, como uma oportunidade para progredirmos.” (3)
A Misericórdia Divina nos envia Espíritos Superiores para nos ajudarem nas horas difíceis e com eles aprendemos que o inferno possui porta de saída. Eles nos mostrarão o mapa. A reparação é “ideia chave”, sendo um Princípio de rigorosa Justiça, que se pode considerar como verdadeira Lei de Reabilitação Moral dos Espíritos.
Depois de ler a obra de Kardec (4) fiquei com a sensação de que o inferno só tem uma única porta de saída e ainda é estreita. Será que somos o pior masoquista?
Certamente não, o pior é aquele que, no avião, ainda dá graças a Deus por saber que vai para Katutura.
 A segunda conclusão é que Antônio Carlos Jobim estava certo. O compositor de “Garota de Ipanema” disse que para os politicamente incomodados a melhor saída é o aeroporto do Galeão. (5) No entanto, outro problema é acabar desembarcando num aeroporto na Namíbia. (*) Chegando lá, vamos lamentar não ter descoberto que o Evangelho é o melhor tratado de Psicoimunologia. (6,7)
Grande é a quantidade de livros sobre prevenção, mas “Suicídio – tudo o que você precisa saber”, de Richard Simonetti é de fácil leitura. Ele trata do tema através do sistema de perguntas e respostas, sempre curtas e à luz do Espiritismo. A versão em francês recebeu o título: “Suicide – Ce que vous avez besoin de savoir”. Centro de Estudos Espíritas Allan Kardec (Cesak). Paris. (**)

Leitura adicional eventual.
1. Justiça e Fé
2. Prevenção do Suicídio.
3.  A Valorização da Vida. Mensagem recebida pelo médium Altivo Carissimi Pamphiro, em 07 de março de 1987. Boletim Informativo do CELD, ano I, abril de 1987, nº 4
4.  O Céu e o Inferno.
5.  As Epidemias (1990) e essas pobres crianças
6. AIDS: a melhor defesa
7. O Suicídio de André Luiz. Suicídio inconsciente.


(*) África. Em Namíbia usa-se katutura, quando se quer referir a um lugar onde ninguém quer morar. É o inverso de Ipanema.  http://pt.inmagine.com/searchterms/katutura.html

(**) Uma Brasileira em Paris. Cláudia Bonmartin, Obrigado!
Suicide – Ce que vous avez besoin de savoir

  



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